INTRODUÇÃO

   Antigamente, as pessoas com necessidades especiais eram discriminadas e segregadas pela sociedade. As famílias que possuíam uma pessoa com determinada deficiência escondia o familiar e, não os enviava para estudar nas escolas com as outras crianças. Minghetti e Kanan (2010) afirmam que durante a evolução da humanidade, as pessoas com necessidades especiais eram enxergadas como um incômodo, sendo proibidas de exercerem atividade do cotidiano e inclusive de conviver no meio da sociedade.

   No filme o meu pé esquerdo, Christy, nasceu com paralisia cerebral e deficiência física, o que o impossibilitava de movimentar todo o seu corpo, exceto o seu pé esquerdo. Apesar de inúmeras dificuldades, Christy conseguiu ler, pintar e escrever, com o seu pé esquerdo o que garantiu o seu sustento e o de sua família. Mas que isto, Christy conseguiu vencer o preconceito, problemas familiares e mostrou para seu pai que apesar de suas limitações, o que não foi motivo para ele desanimar e lutou para desenvolveu suas potencialidades.

   Após isto, o seu pai começou a ter orgulho do filho. Foi indispensável o apoio de sua mãe nesta caminhada. Ela o ensinara a escrever o alfabeto, enquanto o seu irmão o estimulava. Conheceu uma doutora que o ensinou a falar. Podemos destacar que, a aprendizagem se dá num contexto que envolve além das questões do organismo, as relações com o ambiente social, familiar e escolar. Todavia, é obvio dizer que o ambiente familiar é vital para o desenvolvimento de qualquer criança. Este é o primeiro contato social da criança com o mundo.

OBJETIVO

Trata-se de uma análise dos filmes “O meu pé esquerdo” e “Aprendiz de sonhador”, no qual pretende descrever a importância da inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular.

DESENVOLVIMENTO

   O filme aprendiz de sonhador traz uma história com o mesmo contexto de necessidades especiais, a história de Arnie, este possui deficiência mental e é cuidado por seu irmão mais velho. Seu irmão sempre lhe ensinava alguma palavra nova. No final do filme os dois permanecessem juntos. É importante ressaltar que “a deficiência mental” não pode ser confundida com “doença mental” (distúrbios emocionais, psicoses, etc.) e nem com distúrbio de aprendizagem. A principal característica da deficiência mental é a redução da capacidade intelectual, situadas abaixo dos padrões considerados normais para a idade, se criança ou inferiores à média da população, quando adultas. O portador de deficiência mental na maioria das vezes apresenta dificuldades ou nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo). Tanto no primeiro, quanto no segundo filme, podemos observar que ambos Arnie e Christy, não possuem amigos para brincar, sendo isolados e menosprezados pela sociedade.

   Como vimos nem Arnie e nem Christy estudaram em uma escola, neste caso, porque o acesso a escola para as pessoas com deficiência antigamente eram mínina. A grande maioria nunca pôde conhecer o que era uma escola. Eram segregados pela sociedade e nem mesmo a família apostavam neles.

   No Brasil somente em 1948 é que foi possível garantir o direito de todas as pessoas à educação, através da assinatura do documento de Declaração Universal dos Direitos. Somente em 1954 foi fundada a primeira Associação de Pais e Filhos dos Excepcionais (APAE). Em 1961, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) - lei n° 9.394/96, garante o direito da criança com deficiência à educação de preferência na escola regular. No ano de 2004, o Ministério Público Federal reafirma o direito à escolarização de alunos com e sem deficiência no ensino regular, posteriormente em 2006 a ONU, estabelece que as pessoas com deficiência tenham acesso ao ensino inclusivo.

   “Para dar respostas às necessidades específicas de cada um e cada uma, faz-se necessário pensar num ensino que inclua a todos, independentemente de talento, grau de dificuldade e origem cultural” (DOBLER, 2010, p. 5). Conforme Educação Inclusiva N° 1: A educação  inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Todos os estabelecimentos inclusive as escolas têm a necessidade de oferecer condições adequadas para atender à população geral, inclusive os portadores de deficiências, valorizando e respeitando as igualdades e as diferenças de cada cidadão.

As crianças com necessidades especiais, a partir deste Estatuto, têm seus direitos assegurados ao acesso, permanência e ensino de qualidade em escolas públicas, de tal modo que a inclusão no ambiente escolar consista em possibilitar à criança todo o desenvolvimento possível dentro de seus li­mites. A inclusão segue um modelo social, no qual é a sociedade quem deve se modificar para incluir, quando então, a inclusão acaba por denunciar problemas que a sociedade tem há muito tempo (MINGHETTI; KANAN, 2010, p. 421).

   O objetivo da educação inclusiva é alterar a estrutura tradicional da escola, fundamentada em padrões de ensino homogêneos e critérios de seleção e classificação, promovendo o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos especiais. O qual podemos afirmar que:

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, sejam elas permanentes ou temporárias, no ensino regular, cria-nos uma situação de desafio, dado que sempre haverá uma diferença na aprendizagem e no comportamento que lhes é peculiar, e também pelo difícil acesso aos conteúdos e ensino, de maneira igualitária, em relação aos demais no âmbito de sala de aula. Observa-se que, a inclusão se dá por um processo lento e gradual, e verifica-se que as turmas que acolheram e acolhem alunos portadores de deficiências, simultaneamente se adaptam as necessidades deste sujeito, construindo um meio para colocar o (a) colega na interatividade do coletivo (DOBLER, 2010, p. 8).

   O filme o meu pé esquerdo, nos revela uma grande lição, vemos que todos têm direito a vida. Muitas pessoas, ainda hoje, desprezam e rotulam pessoas com necessidades especiais, sem saber do que eles são capazes, quando são estimulados e quando têm condições (ambientais) de desenvolverem suas potencialidades, na realidade, todos nós possuímos alguma dificuldade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

   Podemos concluir que, o conceito das escolas inclusivas baseia-se na defesa de seus direitos à integração e na necessidade de promover uma profunda reforma nas escolas, que torne possível uma educação de qualidade para todos, sem nenhum tipo de exclusão. Para isso acontecer, a escola precisa ter condições e capacidade de responder às necessidades especiais do aluno. A inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na educação infantil vem se tornando gradativamente uma realidade. O Brasil vem avançando nesse sentido com a implementação da Política Nacional de Inclusão desde a Lei n° 9.394/96, sabe-se que ainda existem muitos desafios com relação à inclusão de crianças especiais, porém cabe a cada um de nós fazermos a nossa parte, em busca de um país igualitário e que respeite as diferenças.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOBLER, Guilherme Hammarstrom. A inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais no Centro de Educação Básica Francisco de Assis. Revista de Educação do IDEAU (REI), v. 5 – Nº 12 - Julho - Dezembro 2010.

Lei nº 9.394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

MINGHETTI, Lenir Rodrigues; KANAN, Lilia Aparecida. Atuação do Psicólogo no contexto da inclusão escolar de crianças com necessidades especiais. Visão Global, Joaçaba, v. 13, n. 2, p. 419-440, jan./jun. 2010.