RESUMO:

O texto de Viola Spolin: “Improvisação para o Teatro”, trás conceitos e formas do fazer teatral, sempre tomando como base o entendimento tanto para professores de teatro como para alunos/atores. A autora começa seu texto falando de formas existente e como historicamente os processos da encenação ocorreu, e propõe soluções para se obter novos e diferentes resultados no processo da improvisação. Trás conceitos primários e vai até procedimentos que podem ser feitos para todas as idades, atores e não atores, iniciantes e experientes. É um texto que dialoga no plano geral e de grande valia para quem ensina, para quem atua e para quem se dispõem a fazer teatro.

 

 

Palavras Chave: teatro, Ensinamento, Improvisação.  


A autora Viola Spolin, começa o texto falando da possibilidade que todos têm em atuar, atores e não atores e afirma o que é de fato imprescindível, e a respeito da espontaneidade, e para isso Spolin, trás sete aspectos da espontaneidade:

O primeiro é o Jogo, que diz a respeito à liberdade para se obter um resultado interessante. O jogar seria então se permitir, sem vergonha e julgamentos; é a troca com o outro, assim a autora trás o exemplo da improvisação que é justamento o ato de jogar, sem certo ou errado, pois as regas nesse caso é apenas um alguém de fora que dar os estímulos com a função do jogo acontecer e os jogadores proporcionem-se resolver os problemas ali apresentados. Jogar sem um alguém de fora, para ditar é o autoconhecimento, a autoavaliação, pois não se tem a intenção de fazer para o outro, é apenas concentra-se nas questões apresentadas no jogo e tentar de sua forma aprender com a vivência.

No ponto do texto que trata da aprovação/desaprovação, Spolin vai falar do mundo que fazemos parte e do qual existe o julgamento de valor, certo/errado, bom/ ruim, e isso não vem ao  caso no jogo, pois o interessante é justamente a liberdade, a aprovação que o aluno deve ter de ver  com seus olhos, sem um professor ditador. Como não existe o certo ou o errado, o professor é um mediador, sem fazer alunos dependentes; para isso temos que deixar a busca do olhar do outro para a existência de uma produção, o ego  e os interesses pessoais assim como a necessidade de se mostrar melhor, superior não vem ao caso pois a intenção é contraria. A busca pela liberdade só será possível com igualdade entre professor/ mestre e aluno/ator.

Na expressão de grupo, a intenção não é se mostrar só ou resair sobre os demais, e sim, a união do grupo, e pera isso a função do professor é analisar se todos estão criando livremente sem se sentir pressionando e faz com que o grupo interaja e enxergue o quanto é valioso e prazeroso o trabalho compartilhado. A competição nesse caso é valida apenas para crescimento pessoal, de acordo com que os problemas vão sendo solucionas, novos problemas são apontados, ou seja,  uma competição saudável.

A plateia, é uma peça importante no resultado do fazer teatral, não devemos como artistas vem a plateia como um  problema, ou um julgador, e sim como uma parte do processo. O aluno deve entender que sem plateia não existe o teatro, e que o ator não tem função de agradar a plateia, o ator leva sua verdade para o palco, seu trabalho, e a plateia cada um ali com suas experiências próprias de vida, interpreta, e faz sua leitura pessoal, mais uma vez não existe certo ou errado. O ator/estudante ao compreender a importância da plateia ganha responsabilidade no seu trabalho, com isso ganha os dois lados. A liberdade no trabalho tem que existir, por patre de quem faz o espetáculo, seja ator, diretor, dramaturgo e por parte da plateia ao centrar a obra de acordo com suas experiências.

A técnica do teatro vai variar de acordo com cada momento, ensinamento, forma e essa técnica pode ser vista do ponto de vista da experiência de quem faz teatro, ou seja, quanto mais experiência mais técnica pode se obter, a técnica também pode ser vista como as formas de fazer e dizer diferentes. A autora realça que essa técnica não deve ser um ‘’ pacote de ideias rotuladas’’ ou cartas da manga como se diz para quem atua, e de fato não deve, pois ela deve ser natural do ator e promove-lo a novas criações. 

A transposição do processo de aprendizagem para a vida diária é natural e inerente ao fazer teatral; o ator/aluno precisa entender o mundo que vive para transpor isso no palco com verdade (fé cênica). Quando vamos fazendo exercícios de criação, logo ao sairmos da sala de ensaio vivenciamos de outra forma. “a vida imita a arte ou a arte imida a vida”  e assim ao olharmos o mundo a nossa volta, ele servirá de criação.

Esse ultima ponto do texto, a autora trás a palavra “fiscalização” no sentido de mostrar ao ator que o fazer teatral é puramente físico, o ator tem que sentir, falar pelo sensorial, ninguém sabe explicar exatamente o que é esse fato físico, mas quem teve no palco e entende o exercício de atuação consegue compreender o que está sendo dito. A comunicação do palco é física mais que qualquer outra coisa, nesse caso a emoção não tem julgamento ela é do ator e da plateia, mas a energia parte da fiscalização do ator no palco.

O procedimento de oficina do trabalho vai variar de acordo com a experiência de cada um. O caminho percorrido de cada pessoa e também de como cada um vai vê-la, pois não existe uma regra obrigatória, esse processo varia.  Exemplo bom é o vivido em sala de aula, onde pegamos um mesmo texto, fragmento, e dividiu em vários grupos, cada um fez a montagem de sua forma, com suas experiências, e de como entende o texto, mesmo tendo um tema, um texto, nenhum grupo ficou igual. Certo ou errado não existe, apenas processos diferentes.

Existem varias soluções para os problemas do qual somos submetidos e essa solução será feita pelo processo intuitivo e experimental. Os problemas existem nas nossas vidas, e como na vida é também na arte e as formas de solucionar são diversas.                                                                                                               

 Voltando a arte em si, a autora fala do ponto de concentração e da sua importância para o processo  e como influencia nos resultados. Spolin resalta três pontos: o isolamento da complexidade do teatro, depois o controle e concentração e por fim o foco no ponto único. É fundamental a concentração para se obter um trabalho e para se ter resultados satisfatórios.

A avaliação também é um processo, ou faz parte do processo. A reflexão feita no final dos processos vividos em aula, palco, porem não é uma avaliação de valoração, de julgamento e sim de crescimento, autoavaliação e avaliação do outro e isso não é ruim.

Já a intuição é como um guia para o processo. O mediador não deve deixar a bola cair, ele vai está ali dando uma forma  de fazer  o grupo encontrar resultados. A intuição não é regras fixas e fechadas, apenas como encontrar resultados.

A composição física no processo de trabalho é o corpo presente, o ator/aluno focado. Mesmo sem o espaço físico formal, (teatro, com palco e iluminação) o teatro pode ser feito, o espaço é feito e criado de acordo com o que se tem dentro da realidade de cada um, o importante é fazer teatro, jogar e viver arte.  O importante mesmo é que seja feita uma preparação para acontecer a cena. Deve existir uma noção de  tempo para resolver, tempo para improvisar, tempo de cada um dentro do processo. O rotulo deve evitado, cada um tem sua forma de ver, e por fim o que a autora chama de “evitar o como” que é como deve ser feito, por que isso só é resolvido em cena com o jogo.

Por fim, no ponto que fala em compreender a criança a autora trás conceitos importante para quem vai ser mediador de um grupo de crianças no processo do fazer teatral, do ambiente, da criança no grupo , dos jogos, da dramatização utilizada, das formas de como mediar essas crianças de acordo com as idades, do incentivo a atuação natural que não depende de alguém para fiscalizar, pois a criança já faz isso, quando brinca de boneca ou de casinha ou ainda com seu amigo imaginário, e no processo de mediador como incentivar a criatividade e manter a disciplina e envolvimento de todos no trabalho.

CONCLUSÃO:

A luta no oficio de arte educador não é fácil, mas deve ser encarada com amor, entendendo o processo de troca com o outro e do processo diário. O texto de viola Spolin vem justamente com essa função primordial, que são pontos fundamentais para quem media e para quem está dentro de um processo artístico, além de alargar nosso horizonte no campo de como podemos chegar a bons resultados. Uma certeza podemos ter: depois que lemos o texto Improvisação para o teatro,  de Viola, seja arte educador, estudante de arte, ou ator, veremos oficio  e o mundo a nossa volta de outra forma.

 

 BIBLIOGRAFIA:

Spolin, Viola

 Improvisação para o Teatro / Viola Spolin ;

[tradução e revisão Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos]                         São Paulo: Perspectiva, 2005.  – (Estudos; 62/ dirigida por J. Guinsgurg).