Ricardo Reis é o heterónimo que mais se aproxima do criador, Fernando Pessoa, quer no aspecto físico ,quer na maneira de ser e no pensamento. É adepto do sensacionalismo, que herda do mestre Caeiro  de quem foi discípulo e adquiriu a lição de paganismo espontâneo.Ricardo Reis é marcado por uma profunda simplicidade da concepção da vida, por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade de todas as coisas.

No poema " Vem sentar-se comigo LÍdia" podemos identificar caracteristicas epicuristas, as quais defendem a busca de paz de espírito ou tranquilidade, alcança o prazer através de uma vida moderada, livre de medo e dor. O sujeito poético convida a amada ao desejo epicurista de viver o momento presente, a breve existência da vida, na certeza de que a vida é passageira e que temos pouco tempo para viver. Com isso, convida-a a enlaçar as mãos nessa caminhada sem volta que os leva a um lugar mais distante do que dos deuses, uma vez que a mortee chegará a todos.

Por a vida ser passageira é necessário buscar a felicidade. De mãos enlaçadas ou não o que importa é buscar a felicidade evitando os desassossegos,todo e qualquer excesso como amores, ódios, paixões, pois o que importa é a serenidade, o prazer com medida.

Percebemos a recusa de envolver-se do eu lírico como na terceira estrofe: " Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos", ele começa a sentir alguma coisa pela sua musa e nega assim esse prazer. Ao decorrer do poema, identificamos outro princípio do epicurismo que é viver moderadamente. é como a quinta estrofe: "Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias, Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro Ouvindo correr o rio e vendo-o".

O autor inicia a sexta estrofe com " Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as No colo, e que seu perfume suavize o momento", o que podemos identificar como característica do Carpe Diem, ou seja, aproveite o momento; E para fugir da dor e do sofrimento, dá continuidade a estrofe evitando pensar: " Este momento em que sossegadamente não cremos em naa, Pagãos inocentes da decadência."