Análise do poema “Som de missal” de Cruz e Souza

           Em primeiro lugar analisamos o título do poema, som é o que provém de uma vibração periódica, e se caracteriza pela altura, pela intensidade e pelo timbre. Missal é o livro que encerra orações da missa. Após, definir o título apresentarei a análise do poema, no 1º parágrafo o poeta demonstra as vibrações que ele sentia em um dia de sol, que podemos traduzir como um dia de alegria. Ele faz menção de uma voz, que ele guardou como se fosse algo de grande valor dentro de um relicário de ouro. Neste mesmo parágrafo o poeta cita a serpente ideal contribuindo assim para a interpretação, que havia um grande pecado dentro de si.

           No entanto, o autor também ressalta à noite fazendo jus que à noite, à sensação é que as notas são errantes e trazem a ele fundas melancolias ou tristezas que as estrelas e as noites fazem descer pelo seu ser. A noite faz com que ele sinta um prisioneiro recolhido em uma cela.

            A expressão da música fazia-o pensar e até mesmo enxergar “a harpa, sonora asa de ouro, com as cordas tensas, dedilhada por brancas mãos aristocráticas que arrancam dela frêmitos, soluçantes dolências, plangências incomparáveis”. Neste trecho, pode-se ver a recorrência do poeta pela cor branca, como mostra o frizamento da palavra mãos (brancas mãos).

         É comum até hoje, as pombas fazerem moradas nas igrejas, e até mesmo o barulho delas o poeta podia escutar.

        O som, da missa fazia com que o poeta sentisse e ouvisse todas essas coisas e até mesmo acreditava que a pessoa que cantava fosse uma mulher alta de beleza grega, formas esculturais primorosamente cinzeladas.

        Neste poema é notória a musicalidade, ou seja, o uso constante de aliterações, o sensualismo, o desespero e às vezes o apaziguamento, além de uma recorrência pela cor branca. Todavia, mostra a riqueza de sensações que Cruz e Souza tinha fazendo-o enxergar além de sua visão física, mostrando o seu tédio e o seu apreciamento por algumas notas.