Análise do Livro “Justiça - O que é fazer a coisa certa” de Michael J. Sandel sobre a perspectiva do suícidio medicamente assistido em pacientes terminais. 

O presente artigo visa debater o suicídio medicamente assistido e suas controvérsias, como à dignidade humana pode se estender até os momentos próximos à morte. O caso Brittany Mainard, uma jovem de 29 anos que decidiu por fim a própria vida depois de ser diagnosticada com câncer cerebral terminal. A teoria do utilitarismo, usando como base a teoria utilitarista de Jeremy Bentham, e a análise das ações baseadas na máxima felicidade. A teoria do liberalismo onde o Estado intervêm o mínimo possível e a concepção do homem como dono de si mesmo. Os direitos para Kant e sua concepção de moral. 

O Caso Brittany Mainard

A americana Brittany Lauren Maynard, nascida em 19 de novembro de 1984 na Califórnia, decidiu exercer seu direito a morte digna e realizar um suícidio assistido no dia primeiro de novembro de 2014.

Em janeiro de 2014 Brittany foi diagnosticada com Astrocitoma grau 2, um tumor maligno no cérebro, quando participou de uma craniotomia em que parte do seu lobo temporal foi retirada. Porém, em abril de 2014 o câncer voltou, e Brittany dessa vez foi diagnosticada com Astrocitoma grau 4, também conhecido como Glioblastoma, e seu prognóstico de vida foi de apenas seis meses.

Glioblastoma Multiforme, como é chamado o grau 4 do Astrocitoma, é o tipo mais maligno de Astrocitoma e tem o crescimento mais rápido, invadindo o tecido normal do cérebro e contendo áreas mortas no centro do tumor.

Os sintomas associados aos tumores cerebrais são: Edema cerebral - inchaço causado pelo acúmulo de líquidos nos tecidos ao redor do tumor; Dor de cabeça - cefaleia caracterizada como grave, com piora pela manhã, e acompanhada por náuseas e vomito; Convulsões - 30% a 90% dos pacientes com tumor cerebral apresentam convulsões; e Déficits neurológicos focais - perda de memória, alteração na visão, olfato, paladar, fraqueza, perda de equilíbrio, o que pode prejudicar a capacidade funcional e levar a dificuldade no desempenho de atividades rotineiras.

Brittany quando tomou sua decisão de lutar por uma morte digna estava consciente de que seu quadro clinico era terminal, ou seja, não tinha perspectiva de melhora, e de todas as fases e sintomas que percorreria dali em diante...