UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

Por: José Carlos de Oliveira Ribeiro, 2007.

CALLAI, Helena Copetti. A Geografia e a escola: muda a geografia? Muda o ensino? Terra Livre, n° 16, São Paulo, 2001.

Tema Central:

•  Tornar o ensino de geografia mais atrativo e interessante para o educando e que
possa contribuir para a formação da cidadania e não ser uma disciplina meramente
ideológica ou sem objetivo.

Objetivos do Autor:

  • Dar uma contribuição teórica em relação ao ensino de geografia com o objetivo de
    torná-lo mais atraente;
  • Compreender o perfil do professor de geografia atuando em sala de aula;
  • Priorizar o conhecimento cotidiano do aluno, pois assim será mais fácil de
    entender o conhecimento científico implementado pelo professor;
  • Contribuir a partir do ensino de geografia para formação da cidadania, dessa
    forma como uma disciplina integrante desse processo.

Como o assunto está sendo problematizado?

Segundo a autora, o ensino de geografia está sendo ministrado de maneira muito fragmentada sem uma inter-relação com o cotidiano do aluno sem objetivo do

que se quer ensinar e de onde se quer chegar. Sobre estes pressupostos que a mesma enfatiza sobre o ensino a partir do local para se chegar a escala global.

Dessa forma, o ensino torna mais interessante para o aluno, uma vez que, vai partir da vivência para depois atingir uma escala maior, assim facilita a compreensão da configuração do local com o global.

Citações a serem destacadas:

O mundo tem mudado rapidamente e com ele devem mudar também a escola e o ensino que nela se faz [...] (p. 134)

A questão de uma proposta não é técnica, mas fundamentalmente política e pedagógica. É o que se quer hoje, e a sociedade exige da escola, é uma educação que desenvolva o raciocínio lógico. A criticidade, a instrumentalização para usar correntemente o conhecimento, a capacidade de pensar e especialmente de poder construir o pensamento com autoria própria. [,..] (p. 135)

[...]"Se o espaço não é encarado como algo em que o homem (o aluno) está inserido, natureza que ele próprio ajuda a moldar, a verdade geográfica do indivíduo se perde e a Geografia torna-se alheia para ele"( Apud. Rezende, 1986, p.20) [...] (p. 138)

No entanto, para que se efetive realmente a proposta de educação para a cidadania, é necessário que se politize a noção de cultura. E ai entra o papel do professor e a questão do poder lhe é atribuído a partir de sua função de educador, considerando-se a sua hegemonia cultural e ideológica, (p. 138)

[...] Se em determinado momento a Geografia serviu para enaltecer o nacionalismo patriótico brasileiro ( e hoje nós podemos examiná-lo assim) , atualmente a maioria dos professores não conseguem perceber a qual interessa está ligada a forma de estruturação do conhecimento veiculado nas aulas, nos livros, nos textos utilizados. [...] (p. 139)

[...] O professor de geografia "transmite" através dos temas com que trabalha a hegemonia de uma cultura, de uma sociedade com sua economia, que não que critica e quer condenar. Mas, na prática, exerce fundamentalmente.

O exercício de "ajustar" o indivíduo ao meio, muito embora não seja o que concorde e não queria isto. [...] (p. 140)

[...] cabe a escola preocupada em educar para a cidadania conseguir transformar esta ação muitas vezes isolada dos procedimentos habituais em uma força e ação ampliada para uma forma de resistência mais politizada [...] (p. 142)

[...] O grande desafio é tomar as coisas mais concretas e mais reais. Um ensino consequente deve está ligado a vida [...] (143)

[...] Num mundo em que a globalização se faz sentido em todos os aspectos afetando as vidas de todos os homens em todos os lugares não se faz sentido estudar fenômenos ou lugares isolados [...] (p.145)

Síntese das ideais: 

A autora trata em seu artigo, de um problema que está impregnado no ensino de geografia, assim ela faz uma critica sobre a maneira em que essa disciplina está sendo ensinada, pois os professores não fazem relação do que é ensinado com o cotidiano da vida dos alunos. A partir desse paradigma ela traça uma série de argumentos tratando-se do fazer pedagógico no sentido de que haja uma inter-

relação do conhecimento científico com a vida do educando, pois somente assim o estudo de Geografia possa obter objetivos para o aluno.

Para a autora não deve trabalhar a Geografia de forma isolada, ou seja, apenas centrado no local, pois com a globalização o mundo está interligado através dos meios de comunicações. Dessa forma, o aluno precisa está compreendendo esta dinâmica, mas que esta compreensão parte do local para uma escala global. 

Assim, com a dinâmica da globalização o mercado requer cada vez mais de pessoas que tenha raciocínio lógico e que a escola tem deparar com essas mudanças e procurar de certa forma, proporcionar ao educando um método de ensino que os contemple. Permitir que o educando pense e que construa o seu próprio conhecimento.

Opinião do leitor:

Nossas opiniões com relação às ideias da autora ficaram um pouco divididas, quando ela descreve que os professores de Geografia não faz o ensino partindo da realidade dos alunos do local para abrangência em escalas maiores. Pois na realidade existem professores com esta prática pedagógica que ainda mantém um ensino muito tradicional que não contemple a vivência do aluno, mas que existem também aqueles que fazem diferente que prioriza o conhecimento cotidiano do aluno e que procura expandir esses conhecimentos em uma escala global.

Em relação às demais ideias da autora nós concordamos, pois o ensino de Geografia precisa de uma mudança metodológica no sentido de facilitar a construção do conhecimento do espaço geográfico e fazer jus relação com a vivência dos alunos, para que os estudos de Geografia possam tornar mais atrativos tanto para o aluno quanto para o professor que os ministra.

A partir desse pressuposto, o ensino de Geografia pode contribuir para a formação da cidadania juntamente com as outras disciplinas e tornar mais interessante.