RESUMO

ROLIM, Francisca Marqueza Aquino. Análise do ganho ponderal excessivo em gestantes atendidas em uma unidade saúde da família no município do Barro - CE. Trabalho de conclusão de curso Bacharelado em Enfermagem. Faculdade Santa Maria, Cajazeiras - PB, 2009. (67 páginas)


Nas últimas décadas, com o aumento da quantidade de indivíduos com obesidade, o número de mulheres que iniciam uma gestação com sobrepeso ou até mesmo obesidade também aumentou muito. Com isso a obesidade materna tem sido associada ao aumento das taxas de complicações durante o trabalho de parto. Estudo quantitativo com abordagem qualitativa realizado em uma unidade saúde da família no município do Barro - CE, cujo objetivo central foi analisar a evolução do ganho de peso ponderal excessivo durante a gestação. Os dados foram coletados num formulário estruturado, obtidos diretamente com a gestante e no prontuário da mesma. A coleta foi realizada com as mesmas à medida que comparecia para a assistência pré-natal nessa Unidade de Saúde, sendo confrontada com a análise do prontuário das mesmas, para assim concluir esse estudo. A pesquisa foi desenvolvida com 47 gestantes cadastradas na atenção básica, os resultados obtidos indicam a inexistência de metodologia apropriada para avaliação nutricional de gestantes assistidas, o que pode estar contribuindo para a desvalorização desse procedimento nos serviços de assistência pré-natal. Evidenciou-se diante do resultado, como está a evolução ponderal desse grupo de gestantes, pois comparando o estado nutricional pré-gestacional e durante a gravidez, observa-se que antes apenas 04% das gestantes apresentavam baixo peso aumentando esse percentil para 11%, um total de 55% delas antes de engravidar apresentavam peso adequado o que diminui esse total para 40% gestantes, 30% tinham sobrepeso antes de engravidar, agora apenas 25% apresentam em um quadro de sobrepeso enquanto que apenas 11% destas eram consideradas obesas e com a gestação esse valor aumentou para um total de 23% mulheres. Contudo Para prevenir ou minimizar as complicações, previamente e durante a gestação, tanto a mãe como a equipe de saúde devem se esforçar para identificar e eliminar os possíveis fatores de risco por meio de uma avaliação cuidadosa no controle de peso através de uma dieta nutricional equilibrada.

Palavras-chaves: alimentação. Gravidez. Obesidade

ABSTRACT


ROLIM, FRANCISCA MARQUEZA AQUINO. Analysis of the earnings excessive weight in pregnant women assisted in an unit health of the family in the municipal district of the Barro - CE. Work of course conclusion Bachelor in Nursing. Saint Maria College, Cajazeiras - PB, 2009 (67 pages).

In the last decades, with the increase of the amount of individuals with obesity, the number of women that you/they begin a gestation with overweight or even obesity it also increased a lot. With that the maternal obesity has been associated to the increase of the rates of complications during the childbirth work. They quantitative study with qualitative approach accomplished in an unit health of the family in the municipal district of the Barro - CE, whose central objective was to analyze the evolution of the earnings of excessive weight during the gestation. The information were collected in a structured fill out form, obtained directly with the pregnant woman and in the handbook of the same. The collection was accomplished with the same ones as it attended for the prenatal attendance in that Unit of Health, being confronted with the analysis of the handbook of the same ones, for like this to conclude that study. The research was developed with 47 pregnant women registered in the basic attention; the obtained results indicate the inexistence of appropriate methodology for nutritional evolution of attended pregnant women, what can be contributing to the depreciation of that procedure in the services of prenatal attendance. It was evidenced before the result, as it is the evolution weight of that group of pregnant women, because comparing the state nutritional antegestacion and during the pregnancy, it is observed that before only 04% of the pregnant women presented low weight increasing that percentage for 11%, a total of 55% of them before becoming pregnant presented appropriate weight what it decreases that total one to 40% pregnant, 30% had overweight before becoming pregnant, now only 25% present in an overweight picture while only 11% of these were considered obese and with the gestation that value increased for a of 23% women. However to prevent or to minimize the complications, previously and during the gestation, as much the mother as the team of health they should make an effort if to identify and to eliminate the possible risk factors through a careful evaluation in the weight control through a diet balanced nutritional.



Word-keys: feeding. Pregnancy. Obesity





INTRODUÇÃO

A gravidez constitui um período do ciclo de vida, que na maioria das vezes poderia transcorrer sem desvios da saúde, porém envolve em si uma crise adaptativa caracterizada por complexas transformações fisiológicas, emocionais, nutricionais, interpessoais e sócio-demográficas, as quais implicam em um potencial de risco eminente e por isso necessita de uma atenção caráter multidisciplinar de saúde (PEREIRA, 2005).
A concepção não confere imunidade, portanto assim como a população em geral, as mulheres grávidas são susceptíveis a todos os agentes infecciosos, tanto transmitidos sexualmente, como por hábitos alimentares e de higienização do ambiente familiar, e para a garantia do não acometimento de anormalidades durante a gestação faz-se necessário o acompanhamento do pré-natal.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o pré-natal é o atendimento em saúde direcionado á gestante e que quando realizado por completo deve ter no mínimo cinco consultas durante toda a gravidez para a gestante ser considerada sem riscos. (BRASIL, 2004).
Assim para que a assistência pré-natal seja adequada, impõe-se segundo Neme (2005), que ela seja precoce e assídua, conte com pessoal especializado e tenha retaguarda para internações, quando necessárias. Idealmente, a assistência pré-natal deveria ser precedida pela assistência pré-concepcional.
O acompanhamento da mulher e do feto é feito através de consultas médicas e de enfermagem, exames físicos e de laboratórios; esses devem ser realizados após a confirmação da gravidez para que possa ser verificada a ocorrência de algum problema de saúde na mulher e no feto e possa ser tratado o mais rápido possível.
No entanto, apesar de aprofundarem os estudos nessa temática, ainda segue tais recomendações como essenciais para o desenvolvimento de uma gravidez saudável, para Guyton (2008), a ingestão de alimentos deve ser sempre suficiente para suprir as necessidades metabólicas do corpo, sem, contudo ser excessiva para causar a obesidade. Além disso, os alimentos contem diferentes proporções de proteínas, o peso excessivo ou insuficiente aumenta o risco de desenvolver problemas de saúde. O peso excessivo está diretamente associado à hipertensão, doença cardíaca, acidente vascular cerebral, diabetes melito, alguns cânceres e outros problemas (BRANDEN 2000).
Atualmente, muito se tem discutido sobre a importância de uma dieta equilibrada durante a gravidez, e para isso há uma necessidade crescente de monitorar o peso corporal durante a gravidez. Segundo Ziegel, Cranley (1996), o ganho de peso total de uma grávida bem nutrida após 40 semanas é em média de 11 kg. Esse ganho inclui o peso do feto de aproximadamente 3400g, da placenta, cerca de 650g, 800g a 1000g de liquido amniótico, o crescimento dos músculos uterinos, do tecido glandular mamário e do liquido extracelular, dentre outros.
Torna-se cada vez mais crescente o índice de pessoas, consideradas obesas, e as gestantes não estão fora desse índice, todavia, a obesidade não é uma situação rara nas mulheres em idade de procriação. Os motivos para a obesidade e os problemas para tratá-los satisfatoriamente são múltiplos e altamente complexos. Entretanto, a enfermagem deve conhecer as principais preocupações nutritivas a fim de ajudar a gestante obesa a sua carência nutritiva e de seu concepto.
Segundo a OMS, o monitoramento do ganho ponderal durante a gestação é um procedimento de baixo custo e de grande utilidade para o estabelecimento de intervenções nutricionais visando à redução de riscos maternos e fetais. A orientação nutricional pode proporcionar um ganho de peso adequado, prevenindo o ganho excessivo e, conseqüentemente, ocasionar redução da incidência de obesidade dentre outras complicações (KONNO, 2007).
O aprofundamento desse estudo surgiu de um interesse pessoal, despertado pela prática vivenciada na USF durante o estagio supervisionado no setor de pré-natal, onde se detectou o índice de mulheres com incidência para obesidade, e que as preocupações constantes das mesmas eram voltadas para a realização de exames e possíveis problemas de saúde, faltando o mais importante que é a ação preventiva, através da dieta nutricional adequada.
A enfermagem deve considerar a gestação como uma boa oportunidade para influenciar na formação de hábitos alimentares saudáveis, que persistirão além da gestação. Essa é uma oportunidade de contribuição para a saúde nutricional da próxima geração, pois a obesidade é um problema social, e como tal, todos devem atuar em conjunto para combater esse mal, e enquanto futuro profissional em saúde é primordial trabalhar na atuação preventiva, pois centrando o trabalho na reeducação alimentar, através da conscientização, pode-se acabar com diversas doenças predisponentes da obesidade.

GRAVIDEZ E ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS

A vida da mulher é marcada por fases importantes que vão entre o nascimento, infância, adolescência, gravidez, parto, puerpério, amamentação. A maternidade pode ser uma fonte de alegria e prazer, desde que a mulher conte com o apoio familiar, da sociedade e com condições adequadas de engravidar, gestar, parir e criar seus filhos (BRASIL, 1994).
A gravidez é um momento no qual a mulher sofre modificações dentro de um contexto biopsicossocial. O período da gestação estende-se desde o momento da fertilização, quando o espermatozóide penetra no óvulo, até o nascimento. A gestação normal tem duração de 280 dias ou 9 meses ou 40 semanas, podendo com isso variar de 38 a 42 semanas gestacionais, período em que ocorre todo o desenvolvimento embrionário e fetal. E pode ser dividido em três trimestres. Onde cada trimestre por sua vez é formado por 12 a 14 semanas de gestação, durante as quais ocorre à estruturação do novo ser, fundamental à sua condição humana. BRANDEN (2000).
Os sinais e sintomas da gravidez segundo Ziegel e Cranley (1996) podem ser classificados de três rubricas: os presuntivos, sinais de probabilidade e os de certeza. Os sinais e sintomas presuntivos são aqueles observados pela mulher e que podem acontecer em qualquer período. Neles estão inclusos a cessação da menstruação, alterações nas mamas, náuseas e vômitos, fadiga e aumento da descoloração das áreas pigmentadas da pele.
Durante a consulta médica ou de enfermagem podemos observar através de exames sinais de uma provável gestação. Esses sinais de probabilidade são descritos por Branden (2000) como: sinal de Braun Von Ferwald, caracterizado por contestação e amolecimento do fundo do útero, sinal Hegar (amolecimento do istmo uterino), sinal de Goodell (amolecimento da cérvice), sinais de Chardwich (coloração azulada nas mucosas da cérvice, vagina e vulva), crescimento do abdômen, rechaço fetal, sopro do cordão umbilical, palpação do contorno fetal e teste positivo para gravidez. Depois de encontrado algum desses sinais à mulher poderá ser avisada sobre a possível gestação apesar dos sinais positivos de gravidez (auscultar e contar dos batimentos cardíacos fetais, percepção de movimentos fetais ativos e visualização do contorno esquelético fetal por meio de raios-X ou ultra-som) só podendo ser evidentes a partir da décima oitava semana de gestação.
A confirmação de uma gestação pode ser recebida pela mulher de diferentes modos. Algumas ficam felizes por saberem que um novo ser esta sendo gerado dentro de si e outras se desespera pelo fato dessa gestação ser indesejada. A gestação, independente de ser planejada ou não, apresenta sentimentos diversificados no âmbito biopsicossocial como aceitação, alegria, medo, ansiedade, angústia e rejeição, e até mesmo a insegurança quanto ao novo estilo de vida que a gestante irá enfrentar, na mudança de vida, com a chegada de um novo ser em sua vida (LOBO et al, 2005). Isto se deve a muitas coisas como o medo de que possam ocorrer dificuldades financeiras para criar o filho e desajuste entre o casal.
Embora a gravidez seja um fenômeno natural, ela é tida como um acontecimento excepcional na vida da mulher, sendo exigidos cuidados especiais. Alem de aceitar-se como gestante, ela necessita do apoio principalmente de seus familiares para torna-se mais segura nesse momento de sua vida.
Segundo o Ministério da Saúde (MS) durante a gravidez os pais e também os familiares mais próximos, devem ser informados sobre os acontecimentos do período gestacional, trabalho de parto e nascimento, assim como o comportamento do recém nascido. (BRASIL, 1994).
A gestação normal está associada a ajustes fisiológicos e anatômicos que acarretam acentuadas mudanças no organismo materno, incluindo a composição dos elementos figurados e humorais do sangue circulante. Provavelmente, em nenhuma outra fase do ciclo vital exista maior mudança no funcionamento e forma do corpo humano em tão curto espaço de tempo. Muitas dessas mudanças iniciam-se desde o momento da nidação e se estendem por todo período gestacional até o término da lactação (SOUZA, FILHO, FERREIRA, 2002).
No período gestacional o corpo da mulher passa por alterações fisiológicas decorrentes da gestação podem ser sutis ou ate mesmo causar medo, principalmente primigestas, pois essas mudanças vão ocorrendo à medida que a gravidez evoluiu. Para que seja mantida a vida materna e fetal todos os sistemas do corpo passam por modificações.

Na gestação, há uma elevação do volume sangüíneo total em cerca de 40 a 50%, como decorrência do aumento tanto do volume plasmático quanto da massa total de eritrócitos e leucócitos na circulação. No entanto, a elevação do volume plasmático e da massa eritrocitária não é proporcional e é controlada por diferentes mecanismos. Desse modo, indicadores hematológicos, tais como contagem de células vermelhas, níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht), que se reduzem drasticamente a partir do segundo trimestre da gestação, não podem ser interpretados sem o prévio conhecimento de tais mudanças (SOUZA, FILHO, FERREIRA, 2002). .
Modificações importantes também ocorrem no sistema reprodutor. O útero grávido muda de tamanho cerca de cinco a seis vezes adaptando-se ao crescimento fetal, a parede uterina é enormemente aumentada devido à acentuada hipertrofia e uma extensão das células musculares, sua contratibilidade também fica aumentada ocorrendo contrações durante toda a gestação, sendo a principio muito leves mudando de intensidade com o avançar da gravidez e sua vascularização aumenta em calibre e quantidade.
As alterações ocorridas na vagina em sua maioria se dão devido o aumento na vascularização da mesma. As secreções vaginais aumentam a coloração da vagina muda de um tom rosado para azulado, ocorre relaxamento dos tecidos conjuntivos para facilitar a passagem da criança na hora do parto e pode acontecer um possível aumento da resposta sexual (BRANDEN, 2000).
As mamas são uma das partes do corpo feminino que mais sofrem modificações. Em muitas culturas a mama desempenha uma função bastante significativa na sexualidade da mulher e em sua identidade como tal. Elas são glândulas cutâneas altamente especializadas, embebidas em tecido adiposo e conjuntivo, abundantemente supridas por nervos e vasos sanguíneos (ZIEGEL; CRANLEY, 1996).
Conforme o autor as modificações ocorridas são susceptíveis logo no inicio do primeiro trimestre. Com as mamas ocorre um considerável aumento na vascularização, no volume e na firmeza por causa da hipertrofia dos alvéolos, além de apresentarem-se mais sensíveis e pesadas e com uma sensação de formigamento logo no inicio da gravidez, os mamilos e as aréolas tornam-se maiores e mais escuros e o colostro enche os alvéolos e canais no terceiro trimestre da gestação.
No aparelho respiratório assim como em todos os demais sistemas do corpo feminino, também acontecem mudanças essenciais para manutenção da vida materna, pois com o desenvolvimento fetal e expansão do útero na cavidade abdominal o diafragma é elevado cerca de 4 cm impedindo que os pulmões se expandam normalmente. Para compensar essas mudanças, ocorrem alterações bioquímicas no sistema respiratório em resposta as funções hormonais (BRANDEN 2000).
Diante de tantas mudanças e devido ao impacto da gravidez, a mulher torna-se mais sensível e irritável, podendo passar por conflitos relacionados á perda de identidade.
Devido às alterações, á medida que a gravidez progride a mulher passa a sentir alguns desconfortos, dentre eles estão náuseas, vômitos, freqüência e urgência urinária, fadiga, hiperestesia e picadas nas mamas, aumento da secreção vaginal, produção excessiva de saliva, azia, edema de membros, hemorróidas, prisão de ventre, câimbras nas pernas, dor lombar, falta de ar, contrações excessivas e insônia.
Para Brasil (2001b), Algumas gestantes apresentam algumas alterações de forma mais intensa; outros de forma mais leve, o que pode estar associado às particularidades psicossocioculturais. Dentre esses casos, podemos observar as perversões alimentares decorrentes de carência de minerais no organismo (ferro e vitaminas). Com tudo, para minimizar tais ocorrências, faz-se necessário a enfermagem acompanhar a evolução da gestação por meio do pré-natal, identificado e analisando os sintomas apresentados.
Cabe a equipe de saúde, trabalhar essa gestante na comunidade ou na unidade de saúde, buscando e compreendendo os múltiplos significados da gestação para ela e sua família, e isso pode ser feito através do pré-natal.

ASSISTÊNCIA PRÉ NATAL

Entre os programas ou ações programáticas em saúde, a assistência pré-natal tem ocupado historicamente um espaço relevante na atenção à saúde da população vem sendo um dos primeiros a ser desenvolvido com uma perspectiva de saúde pública (CARVALHO; NOVAES, 2004).
Conforme Silveira e Santos (2004), O cuidado pré-natal compreende um conjunto de atividades no transcurso da gravidez que requerem tempo e outros investimentos tanto por parte da mulher, como de profissionais e de organizações que se dedicam à oferta desse cuidado. A atenção pré-natal é utilizada como um indicador de boa prática, assim como uma medida de qualidade de cuidados clínicos e de saúde pública.
Segundo Brasil, (1994), o pré-natal é o atendimento em saúde direcionado á gestante e que quando realizado por completo deve ter no mínimo cinco consultas durante toda a gravidez para a gestante considerada sem riscos. O pré-natal inicia-se quando a mulher procura um serviço de saúde para confirmar a suspeita de gravidez, após a confirmação através da realização do B-HCG (gonadotrofina coriônica humana), o próximo passo é colher a história detalhada da paciente com antecedentes gerais, familiares e pessoais.
Ao procurar o profissional para iniciar o pré natal, a mulher encontra-se sobre impacto do diagnóstico de gravidez e traz consigo dúvidas e decisões relativas à gestação. Nesse momento cabe ao profissional reconhecer o estado normal de ambivalência em relação à gravidez, acolher dúvidas da gestante e orientá-la quanto ao seu novo papel, entender o contexto no qual esta gravidez ocorre.
A assistência pré-natal é o primeiro passo para a vivência da gestação, parto e nascimento saudável e humanizado. Todas as mulheres têm o direito constitucional de ter acesso ao pré-natal e informações sobre o que está ocorrendo com o seu corpo, nesse período de sua vida (CAVALCANTE,1999).
A consulta pré-natal é um instrumento que o obstetra e outros profissionais de saúde dispõem para possibilitar a transformação da mulher grávida a gerar seu filho de uma forma saudável. Zugaib e Sancovsk (1994), afirma que a consulta pré-natal se reveste de uma importância redobrada em relação a qualquer outra,pois a partir dela resultam diagnósticos e orientações para possíveis administrações de medicamentos prescrita pelo médico ou não, que influirão de forma considerável sobre o desenvolvimento de dois clientes: a gestante e o produto da concepção.
Para Branden (2000) o acompanhamento do pré-natal deve ser realizado durante toda a gestação até o pós-parto. O agendamento das consultas para um pré-natal normal se estende a cada quatro semanas, até a 28ª semana de gestação; uma consulta a cada duas semanas e, em seguida, semanalmente até o parto. Mas vale salientar que a quantidade de consultas depende das condições socioeconômicas e culturais da paciente, bem como a evolução da gravidez.
O acompanhamento da mulher e do feto é feito através de consultas médicas e de enfermagem, exames físicos e de laboratórios; esses devem ser realizados no decorrer da gestação para que possa ser identificado algum problema de saúde na mulher e no bebê e tratá-los o mais rápido possível.
A assistência ao pré-natal compreende um conjunto de ações bastante simples que visam o acompanhamento dos processos fisiológicos, naturais e espontâneos, bem como a identificação de problemas relacionados ao período gestacional, onde o diagnóstico precoce e as intervenções adequadas podem preservar a saúde e o futuro do binômio materno-conceptual (BRASIL, 1989).
Em geral, a consulta pré-natal envolve um conjunto de ações bastante simples, devendo o profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da gestante, transmitindo nesse momento o apoio e a confiança necessária para que ela se fortaleça para conduzir a gestação e parto (BRASIL, 2000)
A gravidez é o momento que necessita de um maior cuidado com a saúde materno-infantil onde o profissional de saúde deve participar ativamente e efetivamente do processo de educação da gestante, buscando através das consultas realizadas, reuniões em grupos de gestantes, repassarem os cuidados a serem tomados para que se tenha uma gestação bem sucedida.
Além da realização de exames de rotina, é essencial orientar a gestante no tocante a sua alimentação, uma vez que a gravidez exaure as reservas de nutrientes. E para tanto é necessário uma dieta nutritiva incluindo vitaminas, sais minerais, aminoácidos, alguns ácidos graxos e fontes calóricas, além disso, um suplemento adicional de ferro, para que seu corpo permaneça saudável durante a gestação é que a defesa do seu organismo permaneça atuante contra agressores externos.

DIETA NUTRICIONAL DAS GESTANTES

A relação entre a alimentação e saúde já é conhecida desde a antiguidade. Para tanto os primeiros escritos médicos a respeito da importância dos alimentos para a saúde da gestante, segundo Brasil (2001a), foram produzidos por Hipócrates, o pai da medicina nos séculos V-VI a.C., e muitas convicções e conhecimentos dessa época são aceitos até os dias atuais.
As informações disponíveis naquela época não podem ser comparadas com as que se tem hoje, pois, o avanço da ciência foi muito grande. Vários alimentos foram incorporados a alimentação de todos os povos e o modo de vida das pessoas sofreu uma intensa modificação. Tais fatos acabaram influenciando muito a alimentação da mulher grávida e sua relação com a saúde.
Em 1989 foi realizada a Pesquisa Nacional sobre a Saúde e Nutrição (PNSN), e seus resultados foram bem diferentes dos anteriores. A situação nutricional das crianças melhorou bastante, o que, segundo Yunes e Monteiro (1993) se deveram a ampliação do acesso da população aos serviços públicos como saneamento, saúde e educação. Por outro lado o índice de sobrepeso e obesidade aumentou entre a população adulta revelando maiores riscos a saúde relacionada a doenças crônicas, como cardiovasculares, o diabetes e alguns tipos de câncer.
A explicação para essa mudança em um período tão curto está relacionada ao modo de vida da população, especialmente a que mora na área urbana. Provavelmente houve mudanças em algumas práticas alimentares, e as pessoas podem estar se exercitando menos no trabalho, além disso, a situação é mais grave para as mulheres e principalmente quando estão no período gestacional, pois nessa fase a mulher por sentir incômodos próprios da gestação se não orientada acaba por ter um desequilíbrio alimentar.
A alimentação da gestante é fundamental tanto para a saúde da mãe quanto para a saúde do concepto. Uma alimentação inadequada nessa fase pode provocar inúmeras complicações tanto para a gestante quanto para o feto (BRASIL, 2001a).
A palavra dieta é utilizada para indicar aquilo que uma pessoa come, muitas vezes usa-se esta palavra com um adjetivo que indica que tipo de alimentos a constituem, ou alguma características destes.
Para Ferré (2003), a dieta é equilibrada quando esta pessoa consegue ou mantém um peso adequado a sua idade, sexo e constituição física. Contendo a quantidade de calorias necessárias, distribuídas em todos os tipos de alimentos para que não se produza nenhuma carência nutritiva ou excesso de algumas substancias que muitas vezes acabam acumulando-se como gordura.
Assim como os demais ciclos da vida, a gestação é um período especial, e como tal necessita de atenção e os cuidados nutricionais redobrados, pois a alimentação da mãe irá determinar o desenvolvimento geral do feto (MELO 2005).
Durante a gestação, as mulheres precisam ingerir uma alimentação bem equilibrada, com calorias suficientes e que contenha uma variedade de grupos alimentares. O ganho de peso acima do esperado pode colocar o bebê em maior risco de desenvolver infecção, doença, incapacidade e até mesmo risco de vida. (NICOTERI e FARREL, 2005).
Com base em Smaltzer, Bare (2005), a consciência nutricional ajuda a compreender a importância de uma dieta adequada, que supra todas as necessidades nutricionais requeridas. Portanto é de suma importância que a mulher grávida tenha uma dieta equilibrada e que contenha todos os grupos alimentares, tanto para manter sua saúde física como por ser um elemento indispensável para o ambiente intra-uterino de seu filho.
As refeições devem ser individualmente balanceadas e consumidas de forma fracionada em pelo menos cinco refeições ao dia. O ganho de peso ponderal deverá ficar em média 9 a 12 kg dependendo do estado nutricional pré-gestacional (CARVALHO, 2002).
As principais funções e fontes de nutrientes para manter a gestante em boa saúde e para responder as necessidades do feto, deve ser envolvida uma dieta que contenha todos os nutrientes para um favoráveldesenvolvimento do feto.
Alguns nutrientes devem ser analisados quando se estuda a alimentação de gestantes, em virtude de serem os que têm maior probabilidade de consumo inadequado, pelo fato de não serem amplamente distribuídos nos alimentos e/ou por suas recomendações serem percentualmente muito maiores em comparação com os demais. Entre estes se encontram cálcio, fósforo, retinol, vitamina C e ferro, dentre outros. (NASCIMENTO, 2002).
A obesidade é uma desordem, ou doença metabólica, que se caracterizam por um aumento de peso corporal em relação à média de peso para a altura, Alguns autores consideram como pessoa obesa toda aquela que apresenta um aumento de peso de 20% em relação ao peso padrão para a altura (TANAKA, 1981).
A escolha do melhor método de avaliação do estado nutricional na gestação ainda é alvo de grandes discussões na literatura e nas instâncias responsáveis pelo monitoramento nutricional nos serviços de saúde no Brasil. Enquanto se aguarda uma padronização do Ministério da Saúde, o SISVAN publicou em 2002 um documento adequando a avaliação nutricional das gestantes com base nas recomendações preconizadas pelos comitês internacionais de saúde: OMS e IOM (ANDRETO, 2006).
De acordo com Melo (2005), a OMS preconiza e estabelece parâmetros específicos para classificar o estado nutricional segundo o IMC seguindo desta forma: para uma pessoa ser classificada como Baixo peso seu IMC deve ser menor que 18, para as pessoas consideradas com peso adequado seu IMC deve variar entre 18,5 e 24,99 e para classificar indivíduos com sobrepeso seu IMC deve estar entre 25 e 29,99 à classificação de obesidade é detectada quando o seu IMC ficar acima de 30.
O diagnóstico nutricional e o acompanhamento da gestante são ações que devem fazer parte da rotina pré-natal, visando identificarem as gestantes sob riscos e detectar aquelas com ganho de peso menor ou excessivo para a sua idade gestacional. O indicado para tal objetivo é o Índice de Massa Corporal (IMC) por semana gestacional, que é obtido calculando-se (IMC=peso/altura2).

Quadro 3 - Avaliação do Estado Nutricional (EN) da gestante acima de 19 anos, seguindo índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional.

Semana gestacional Baixo peso IMC ≤ Adequado IMC entre Sobrepeso IMC entre Obesidade IMC≥
06 19,9 20,0 24,9 25,0 30,0 30,1
08 20,1 20,2 25,0 25,1 30,1 30,2
10 20,2 20,3 25,2 25,3 30,2 30,3
11 20,3 20,4 25,3 25,4 30,3 30,4
12 20,4 20,5 25,4 25,5 30,3 30,4
13 20,6 20,7 25,6 25,7 30,4 30,5
14 20,7 20,8 25,7 25,8 30,5 30,6
15 20,8 20,9 25,8 25,9 30,6 30,7
16 21,0 21,1 25,9 26,0 30,7 30,8
17 21,1 21,2 26,0 26,1 30,8 30,9
18 21,2 21,3 26,1 26,2 30,9 31,0
19 21,4 21,5 26,2 26,3 30,9 31,0
20 21,5 21,6 26,3 26,4 31,0 31,1
21 21,7 21,8 26,4 26,5 31,1 31,2
22 21,8 21,9 26,6 26,7 31,2 31,3
23 22,0 22,1 26,8 26,9 31,3 31,4
24 22,2 22,3 26,9 27,0 31,5 31,6
25 22,4 22,5 27,0 27,1 31,6 31,7
26 22,6 22,7 27,2 27,3 31,7 31,8
27 22,7 22,8 27,3 27,4 31,8 31,9
28 22,9 23,0 27,5 27,6 31,9 32,0
29 23,1 23,2 27,6 27,7 32,0 32,1
30 23,3 23,4 27,8 27,9 32,1 32,2
31 23,4 23,5 27,9 28,0 32,2 32,3
32 23,6 23,7 28,0 28,1 32,3 32,4
33 23,8 23,9 28,1 28,2 32,4 32,5
34 23,9 24,0 28,3 28,4 32,5 32,6
35 24,1 24,2 28,4 28,5 32,6 32,7
36 24,2 24,3 28,5 28,6 32,7 32,8
37 24,4 24,5 28,7 28,8 32,8 32,9
38 24,5 24,6 28,8 28,9 32,9 33,0
39 24,7 24,8 28,9 29,0 33,0 33,1
40 24,9 25,0 29,1 29,2 33,1 33,2
41 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3
42 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3
Fonte: BRASIL Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpéreo: atenção qualificada e humanizada-manual técnico 3 ed.Brasilia ,2006.

Esse método possui vantagem de ser realizado em qualquer momento da gestante, possibilitando identificar os possíveis riscos nutricionais no inicio do acompanhamento pré-natal para o ganho de peso menor ou excessivo, e o monitoramento nutricional através das anotações do IMC.

OBESIDADE E GESTAÇÃO

Para Vilar (2001), a obesidade é uma doença crônica que nos últimos anos sofreu uma verdadeira revolução nos seus conceitos. Na década passada a obesidade era decorrente da gula, alta de força de vontade ou de uma fraqueza de caráter, ou ainda conseqüência de um distúrbio psicológico, mas ao aprofundar os estudos sobre essa questão evidenciou que a mesma é uma doença de suscetibilidade genética, com forte influencia ambiental, em que diversos mecanismos metabólicos estariam alterados, favorecendo um balanço energético positivo e o ganho de peso.
Segundo Mazaferri (1978), uma função primordial do tecido adiposo consiste no armazenamento e liberação eficientes de calorias. Sem a presença de reservas lipídicas, a mobilização de uma fonte nutricional estaria seriamente limitada, e o ser humano teria de permanecer muito próximo aos alimentos, como no caso dos vegetais. Entretanto, uma excessiva acumulação de gordura não possui nenhuma vantagem quando o alimento é prontamente disponível. Ao passar dos anos os estudos s aprofundaram buscando enfatizar ainda mais essa temática.
Guyton (2008) reafirma esse pensamento enfocando que quando o organismo recebe energia na forma de alimento, em quantidade maior que a consumida, ocorre aumento de peso corporal. A obesidade por sua vez é causada pelo suprimento excessivo de energia em relação a seu consumo, fazendo com que o tecido adiposo armazene calorias acima do equivalente para o organismo. Para tanto a cada 9,3 calorias em excesso de energia que o corpo recebe, ocorre armazenamento de 1 grama de gordura.
Para Melo (2005), a obesidade é uma síndrome multicausal, e pode ser considerada uma conseqüência do mundo globalizado, caracterizado pelo excesso de gordura corporal, e o tratamento deve incluir a reeducação alimentar e o aumento da atividade física. Visto que a instalação da doença é um processo lento, que conseqüentemente irá requerer um longo prazo para que seja curada.
Segundo Cruz (2006), a obesidade também se constitui um termo social, pois essa doença vem merecendo atenção crescente como problema de saúde pública, em função do rápido aumento do número de pessoas obesas no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, passou de 200 para 300 milhões de adultos entre 1995 e 2000- e de suas conseqüências para o serviço de saúde. A OMS considerou, a obesidade como epidemia global, afetando não só os países industrializados como também, e de forma crescente, aqueles em desenvolvimento, sobrepondo-se ao problema da fome e da desnutrição.
Atualmente, com o aumento do sobrepeso na população brasileira, sobretudo em mulheres, tornam-se necessários o acompanhamento mais eficiente do ganho de peso durante a gestação e o atendimento nutricional não apenas para as gestantes com baixo peso, mas, também, para aquelas com sobrepeso pré-gestacional e risco de ganho excessivo de peso durante a gravidez (Engstrom; Anjos, 1996).
O peso excessivo em gestantes pode ocasionar diversas complicações, Segundo o Ministério da Saúde (MS), o edema, quando existente, pode ser localizado ou generalizado. Deve ser realçado o chamado "edema oculto", explicitado pelo ganho ponderal excessivo e que somente é creditado quando associado a quadro hipertensivo podendo evoluir para, acidente vascular cerebral, diabetes dentre outros (BRASIL, 2000).
Durante a gravidez normal, a resistência vascular periférica está diminuída como resultado da vasodilatação. As pressões sistólicas e diastólicas tendem a diminuir no segundo trimestre e retornar ao normal perto do termo. Se a resistência periférica torna-se elevada, isto resultará em hipertensão. O acidente vascular cerebral é classificado como hemorragia subaracnóide, intracerebral ou oclusão vascular cerebral, embora sejam essas complicações raras, são graves e a mortalidade materna varia entre 30 a 45%.Embora a hipertensão possa provocar ruptura de uma anomalia vascular pré-existente,o trabalho de parto parece não aumentar a probabilidade de acidente vascular. (TABER, 1987).
A gestação, por si só, leva a mulher a um risco gravídico que, quando associado a outros fatores de risco, como, por exemplo, a obesidade pode predispor tanto a gestante quanto o concepto à morbi-mortalidade materno-fetal (TANAKA, 1981).
A balança constitui, nos ambulatórios pré-natais, aparelho imprescindível, Pois a tomada de peso durante a gravidez, a intervalos regulares, é tão importante como a medida de Pressão Arterial ou a pesquisa de proteinúria, conquanto seja muito difícil, na prática estabelecer o ganho ponderal ideal ou mesmo o ganho ponderal médio (REZENDE, 1974).
Como afirma o autor O liquido extracelular em excesso responde por certos aumentos ponderais demasiados que é o primeiro degrau das toxemias. Por tanto o ganho ponderal é proporcional ao peso primitivo, que é importante, pois pacientes magra e pequenas podem apresentar um aumento aparentemente normal quando julgado pelas medidas globais, mas em verdade exagerado, quando considerado o peso inicial. o aumento de peso deve com isso ser controlado pelo pré-natalista.Nos primeiros meses é pequeno ou nulo pelas freqüentes pertubarções de tolerância aos alimentos, elevando-se então, progressivamente, até o termo.
O aumento ponderal desejável é obtido através da seguinte regra: 6 kg+5% do peso inicial. Os 6 kg correspondem, aproximadamente, ao feto (3,5kg), a placenta (0,5kg), ao liquido âmnico (1 kg). 5%estão vinculados á embebição gravídica. A paciente de 60 kg permite-se alcançar, ao termo 69 kg (60+6+3). (REZENDE, 1974).
Com o intuito de analisar a evolução dos estudos com referencia coerente, busca ainda em estudos mais recentes reafirmar esse aumento descrito anteriormente como o ideal durante a gestação, ainda assim este constitui uma média no que seria o aumento correto, pois Neme (2005) aborda o ganho ponderal de cada grávida como sendo a tradução da excelência de sua assistência pré-natal, a tabela abaixo referem para cada trimestre o ganho de peso considerado fisiológico, durante a gravidez normal, que de certa forma confronta com o resultado de Rezende quanto o aumento médio de peso ideal durante a gestação.

Um aumento do peso corporal é uma das alterações metabólicas da gravidez. E o ganho de peso no período gestacional, segundo Melo (2005), deve ser determinado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional,para assim conseguir elaborar estratégias de nutrição coerente com seu estado nutricional.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA DIETA NUTRICIONAL DAS GESTANTES

Segundo Farrele e Nicoteri (2005), quando se atende uma cliente gestante,vários fatores devem ser considerados. Entre esses podemos citar número de partos, peso materno antes da gestação, situação econômica, nível de instrução, tipo de ocupação, padrões alimentares inadequados dentre outros.
O papel do enfermeiro que lida com pacientes gestantes é primeiramente identificar o tipo adequado de pré-natal especifico para cada gestante. Em seguida, acompanhar toda a gestação para garantir que sejam feitas todas as consultas e exames necessários. O eventual diagnóstico de problemas de saúde a enfermagem deve realizar um encaminhamento ao profissional especialista para através dessa prática prevenir distúrbios tanto na mãe quanto do feto em desenvolvimento.
Para o Ministério da Saúde, na primeira consulta pré-natal, a avaliação nutricional da gestante com base em seu peso e sua estatura no qual permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidia a previsão de ganho ponderal até o fim da gestação. Essa avaliação deve ser feita conforme o cálculo do IMC por semana gestacional, nas consultas subseqüentes, a avaliação nutricional deve ser feita repetindo-se todos os procedimentos. Essa avaliação permite ao enfermeiro acompanhar a evolução do ganho de peso durante a gestação e examinar se esse ganho está adequado em função do estado nutricional da gestante no início do pré-natal (BRASIL, 2000).
Conforme Ziegel e Cranley (1996), a gestante apresenta no transcurso da gravidez uma série de necessidades que a enfermagem precisa estar apta a atender. Elas incluem: história patológica pregressa e atual e avaliação do estado físico, avaliação do estado fisiológico da mãe e do feto, apoiar emocional e psicologicamente à gestante, orientação referente ao que está acontecendo no corpo da gestante e avaliar seu estado nutricional pré-gestacioanal e orientar para uma nutrição adequada com o intuito de manter a saúde materna e assegurar um bom desenvolvimento gestacional.

4 PERCURSO METODOLÓGICO

O presente estudo foi do tipo quantitativo com abordagem qualitativa, abordando assim a partir da análise documental e estudo de campo com uma entrevista semi-estruturada com enfoque na forma como a gestante evolui na sua gestação. A pesquisa qualitativa é descritiva. Os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não simplesmente com os resultados e o produto, tendem a analisar seus dados indutivamente (TRIVINÕS, 1994).
Para RICHARDSON (1999), os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisara interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos em grupos sociais.
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial á descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou ainda, o estabelecimento de relação entre variáveis (GIL, 1991).
A pesquisa foi realizada na Unidade Saúde da Família Adília Gonçalves, localizado a Rua Justino Alves Feitosa centro na cidade do Barro - CE, com as gestantes e seus respectivos prontuários.
O município de Barro está situado na região que forma o semi-árido cearense, ao sul do estado, portal de entrada do cariri. Composta por uma população de 20.474 habitantes (IBGE-2006), com percentual maior concentrada na zona urbana. Encontra-se circundada totalmente pelos seguintes limites quais sejam: aos norte-a cidade de Aurora, ao sul município de Mauriti, ao leste o estado da Paraíba e a oeste a cidade de Milagres.
De acordo com Pádua (2004), a pesquisa é toda atitude voltada para a solução de problemas, como atividade de busca, indagação, investigação da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência elaborar um conhecimento que nos permita a compreensão desta realidade e nos oriente em nossas ações.
A população foi constituída por todas as gestantes cadastradas na unidade saúde da família mencionada acima, que somavam um total de 50 gestantes, sendo que 03 optaram por não da participar do estudo e 47 se dispuseram a participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi realizado na Unidade através de uma entrevista semi estruturada com as gestantes à medida que comparecia a unidade para realizarem o pré-natal, e em seguida observando e estudando seus respectivos prontuários para confrontar as informações obtidas com a evolução do pré-natal.
A utilização de documentos como fonte sistemática de dados foi iniciada por Leopold Van Ranke na primeira metade do século XIX (GUNTER, 2006).
A coleta de dados foi realizada no mês de Abril de 2009, onde para a realização da mesma foi utilizada a técnica de entrevista selecionando como instrumento complementar as informações relacionadas à evolução gestacional no prontuário das gestantes disponível na USF. As participantes foram abordadas no momento da sua chegada a unidade de saúde, sendo explicados os objetivos e fins para quais se fazia necessário sua colaboração para o desenvolvimento desse estudo, não sendo as mesmas, em momento algumas forçadas a participar e nem induzidas nas suas respostas durante a entrevista.

Os dados foram analisados qualitativamente. As questões sócio-demográficas foram analisadas através de estatísticas descritivas, enquanto que as questões subjetivas foram analisadas de forma qualitativa, categorizadas, descritas e comparadas através da literatura pertinente. Ambos os dados foram analisados a partir do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) em forma de Idéias Centrais (IC) que segundo Lefevre e Lefevre (2000) representam as Expressões Chaves (EC) das falas dos entrevistados, o que permite organizar o pensamento em forma de síntese facilitando a interpretação e formulação dos resultados.com a utilização da técnica do DSC, o autor busca a compreensão das falas dos sujeitos através da soma e categorização dos discursos obtidos, gerando uma espécie de pensamento coletivo.

Durante o processo de investigação foram considerados os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, de acordo com Brasil (2000), contemplados na Resolução número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde /CNS. Para tanto, foi elaborado o termo de consentimento livre e esclarecido, assegurando-lhes informações sobre o objetivo do estudo, a liberdade em cada um de participar deste estudo, o direito a privacidade bem como de desistir em quaisquer fases deste estudo sem prejuízo para sua imagem e trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização da Amostra.

Visando melhor compreender os participantes desse estudo, primeiramente serão apresentadas na tabela abaixo algumas características das respondentes, com o intuito de conhecer o perfil socioeconômico das gestantes e categorizá-las de acordo com a sua realidade.

Tabela 01 - Caracterização das gestantes

? %
Idade das gestantes
16-20 14 30
21-25 12 25
26-30 12 25
31-35 06 13
36-40 03 06
TOTAL 47 100
Estado Civil
Casada 21 45
Solteira 17 36
Convivente 09 19
TOTAL 47 100
Escolaridade
Sem estudo 02 04
Fundamental Incompleto 22 47
Fundamental Completo 04 08
Médio incompleto 03 06
Médio completo 11 23
Superior 05 11
TOTAL 47 100


. Como é possível observar na tabela acima, a média de idade da população de gestantes estudadas é de 24,97( 6,09), porém o maior grupo de gestante é formado por adolescentes, o que comprova que o aumento no numero de adolescentes e que vem engravidando nos últimos anos está cada vez maior. Isto pode ser afirmado quando Castro (2004) diz que da década de 70 para cá, os índices de adolescentes grávidas, tem aumentado consideravelmente e a média de idade das gestantes diminuída. No Brasil estima-se que 20 a 25% do total das mulheres gestantes estejam sendo adolescentes, ou seja, há uma gestante adolescente para cada cinco mulheres.

Ao observar na tabela acima, no tópico de escolaridade observa-se que 4% nunca freqüentaram a escola, 47% possui o fundamental incompleto e 8% tem o fundamental completo. Dados esses que nos permite evidenciar que 59% das gestantes possuem baixa escolaridade, o que influencia significativamente para a falta de conhecimento sobre a importância de uma alimentação equilibrada durante a gravidez, fato esse que deve aumentar a atenção que as mesmas recebem na Unidade de Saúde por parte de enfermagem.
Para Konno (2007), a escolaridade e paridade são características maternas que, como o estado marital, deve ser considerado no desenvolvimento de estratégias para a promoção de um ganho de peso adequado durante a gestação Uma pesquisa realizada por esse autor no município de São Paulo com um grupo de gestantes, constatou que dentre as mesmas, as que não possuíam companheiro ganharam em média 2,3 kg a mais em relação às gestantes que residiam com seus companheiros. Uma possível explicação para o resultado do presente estudo é o fato de a ausência de companheiro indicar um apoio psicossocial inadequado. Estudo com 547 gestantes observou o efeito do apoio psicossocial inadequado no ganho de peso gestacional.
Resultado esse que ampara o estudo em foco no aspecto relacionado à situação marital, pois ao analisar os resultados obtidos, reafirma a idéia central do autor de que a situação marital influencia de forma significativa para o ganho ponderal na gestação, pois nesta análise as solteiras também ganharam peso superior aquelas que têm companheiro/esposo ficando esse aumento ponderal em média de 2,8kg a mais em relação às gestantes que residiam com seus companheiros.
Conforme Andreto (2006) Considerando que o nível de escolaridade reflete a situação sócio-econômica de maneira muito próxima, poder-se-ia cogitar que as gestantes de menor poder aquisitivo, dentro desta população, teriam também menos acesso aos alimentos em termos quantitativos, todavia consumiriam alimentos mais calóricos, por serem mais baratos.
Além da idade, estado civil e escolaridade, existem diversos fatores que assim como esses influenciam de forma direta ou indireta para obesidade na gestação, dentre eles podemos destacar o fator econômico, que está intimamente relacionado com a ocupação da gestante, o fator genético e a prática de atividade física, porém para analisar o ganho ponderal todos os fatores devem ser considerados.

Fatores e situações que influenciam a obesidade na gestação.


O nível de status socioeconômico familiar das gestantes atendidas nessa Unidade Saúde da Família demonstrou haver relação entre estado civil, escolaridade da grávida e ocupação possibilitando uma estratificação em classes sociais, o que pode influenciar na relação entre o status socioeconômico familiar e o estado nutricional das gestantes, no caso especifico a obesidade. Pois conhecendo a renda, o gasto com moradia bem como a profissão e seu hábito diário da prática de exercícios físicos pode mesmo com a genética propicia para obesidade traçar um panorama especifico para a clientela entrevistada com o intuito de conhecer os fatores que interfere constantemente para a aquisição de uma alimentação saudável, para tanto é demonstrado na tabela abaixo o perfil socioeconômico da amostra selecionada para estudo.


Tabela 02 - Fatores e situações que influenciam a obesidade na gestação.


? %
Renda Familiar
Inferior 1 Salário Mínimo 26 55
1 Salário Mínimo 11 23
Acima de 1 Salário Mínimo 10 21
TOTAL 47 100
Situação de Moradia
Casa própria 10 21
Casa alugada 14 30
Cedida 06 13
Mora com os Pais 17 36
TOTAL 47 100
Profissão
Monitora de Creche 01 02
Auxiliar 01 02
Agricultora 08 17
Domestica 05 10
Estudante 01 02
Agente de Urbanismo 01 02
Professoras 04 08
Representantes de Vendas 01
02

Do Lar (não trabalha) 25 53
TOTAL 47 100
Pessoas Obesas na família
Sim 15 32
Não 32 68
TOTAL
Praticou ou pratica alguma atividade física 47 100


Nunca praticou 27 57
Praticou Cooper 01 02
Freqüentou academia 01 02
Praticou futebol 01 02
Caminhada 16 34
Aeróbica 01 02
TOTAL 47 100%


A tabela acima demonstra o perfil socioeconômico das entrevistadas, pois 55% possuem renda familiar abaixo de um salário mínimo, 30% mora em casa alugada e 53% não trabalha. Confrontando esses dados podemos observar a discrepância dos resultados da maioria das entrevistadas, todavia renda baixa, pagando aluguel e não trabalhar é fatores primordiais para o não comprimento por parte das gestantes de uma dieta nutricional favorável, porém esse estado socioeconômico desfavorável afeta significativamente em seu estado nutricional.
Como afirma Farrele, Nicoteri (2005), as condições econômicas afetam quanto à mulher gasta com uma alimentação equilibrada, com manutenção de casa. O nível de instrução formal influi na ocupação da mulher, em suas finanças, no nível de conhecimento e no grau de escolaridade que acaba por ter a função de conscientizar a gestante, quanto à dieta nutricional, pois uma mulher mais informada, conseqüentemente cuidará melhor de sua saúde, pois essa conscientização sobre a importância de ingerir alimentos nutritivos evitando um posterior ganho de peso inadequado que pode ocasionar obesidade gestacional.
Quanto ao fator genético do grupo isolado para estudo evidenciou que o fator genético não influencia para a obesidade na grande maioria das entrevistadas, no entanto 32% possuem na sua genética um fator predisponente para obesidade, fato esse que deve ser considerado no acompanhamento pré-natal, pois esse número ainda é elevado, merecendo esse grupo uma maior atenção por parte dos profissionais em saúde.
Melo (2005), enfatiza que distúrbios nutricionais, podem ser genéticos, ambientais, comportamentais ou socioeconômicos. A obesidade possui definitivamente uma incidência familiar.
Para Guyton (2008), os genes podem provocar ingestão anormal de alimento de diferentes maneiras, incluindo anormalidade genética do centro neurogênico da alimentação, que eleva ou reduz o nível de armazenamento de energia, ou fatores psíquicos hereditários anormais, que estimulam o apetite ou induzem o individuo a ingerir alimento como mecanismo de liberação.
A obesidade é desencadeada pelo fator genético aliado ao estilo de vida, pois mesmo com a genética propicia para obesidade, é possível evitar seu aparecimento através de uma alimentação saudável aliada a prática de atividade física. O que não foi percebido, na realização da entrevista, pois 57% das entrevistadas nunca praticaram ou pratica qualquer atividade física, fator esse que favorece ainda mais para um aumento ponderal excessivo durante a gravidez.
Para Rodrigues et al (2008) O estímulo à atividade física é crescente em todo âmbito da saúde, e a cada dia aumenta o número de mulheres que a praticam. A gravidez, embora não seja uma doença, é um período que envolve diversas modificações no organismo materno.
Para Andreto (2006), As modificações implícitas nas causas da desnutrição e da obesidade no Brasil e a surpreendente escala de magnitude alcançada por estes distúrbios, nos diferentes estratos da população, apontam para a necessidade urgente de uma ampla revisão das prioridades e das estratégias de intervenção da saúde pública brasileira no campo da nutrição e, especificamente, na situação nutricional das gestantes. Diante da escassez de estudos sobre o assunto, sobretudo na região Nordeste do Brasil, considera-se oportuno conhecer os fatores associados ao ganho de peso excessivo em gestantes.

Fatores predisponentes para o aumento ponderal durante a gestação

Vários são os fatores, que interfere no aumento de peso durante a gestação, e como tal a gestante e os profissionais de saúde devem atuar em conjunto para conseguir o controle eficaz de peso, considerando sua altura, peso, paridade anterior e o trimestre de gravidez, uma vez o aumento de ponderal deve ser coerente com a estatura. No entanto são demonstrados na tabela a baixo os fatores que devem está relacionados com o aumento ponderal.

Tabela 03 - Fatores predisponentes para o aumento ponderal durante a gestação
? %
Altura
1.45 - 1,50m 06 13
1,51 -1,56m 18 39
1,57 - 1,62m 12 25
1,63 -1,68m
1,69 - 1,74m 09
02 19
04
TOTAL 47 100
Peso pré-gestacional
43 - 50 08 17
51 - 58 19 40
59 - 66 07 15
67 - 74
75 - 82
83 - 90
91 - 98 05
06
01
01 11
13
02
02

TOTAL 47 100
Numero de gestações e paridades anteriores
0 -1 31 66
2-3 14 30
4-5 02 04
TOTAL 47 100
Trimestre de Gravidez
Primeiro trimestre (01-12 semanas) 04 08
Segundo trimestre (13-27 semanas) 21 45
Terceiro trimestre (28-40 semanas) 22 47

TOTAL 47 100


Ao analisar os prontuários na USF, como material de apoio da pesquisa realizada com as gestantes, foi possível conhecer a estatura das mesmas, e detectar a média de altura que é de 1,57m( 0,06) o que evidencia a estatura de 25% das entrevistadas, esse dado facilita o estudo da analise do ganho ponderal.
A média do peso pré gestacional das entrevistadas foi de 60,10kg ( 11,55) sendo possível detectar o estado nutricional antes da gestação para que a enfermagem possa orientar de acordo com seu IMC inicial, que pode ser encontrado dividindo o peso pela altura ao quadrado. O peso pré-gestacional deve ser registrado ou estimado, tendo-se como referencia o peso das 12 primeiras semanas de gestação (MELO 2005).
Tendo em vista que para cada situação nutricional inicial (baixo-peso, adequado, sobrepeso e obesidade) há uma faixa de aumento de peso recomendada. (BRASIL, 2006). A recomendação de ganho de peso durante a gestação baseia-se no IMC pré-gestacional, e a partir deste propõe-se ganho de peso diferenciado.
Para o cálculo do IMC foram utilizadas duas formas de escala, uma especifica para adolescentes brasileiros por sexo e faixa etária (kg/m2) e outra para adultos com a classificação do estado nutricional segundo o índice de massa corporal baseado nas recomendações da OMS (MELO, 2005).
Para Konno (2007), o monitoramento do ganho ponderal durante a gestação e a orientação alimentar, preconizados pela OMS, Instituto Of Medicine e Ministério da Saúde, deve considerar também características das gestantes, como estado nutricional inicial, paridade, escolaridade e situação marital. Esses fatores parecem determinar um padrão diferenciado de ganho de peso e não somente as características envolvidas diretamente na alimentação. Devido à elevada proporção de mulheres que apresentam ganhos ponderais excessivos durante a gestação, intervenções nutricionais.
Sobre o estado nutricional pré-gestacional, este foi evidenciado através da análise dos prontuários das gestantes seguido do cálculo do IMC e o resultado foi: 04% apresentavam baixo-peso antes de engravidar, 55% apresentava peso adequado, 30% tinham o IMC de sobrepeso e apenas 11% possuía um IMC propicio para a obesidade.
Para que conseguisse orientar para o diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional da gestante, o primeiro passo foi o cálculo do IMC pré-gestacional, em seguida, identificou-se nos prontuários a semana gestacional de cada mulher, para ser realizada a avaliação do estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC por semana gestacional (BRASIL, 2006).
O ganho de peso durante a gravidez é assunto de grande controvérsia entre os profissionais que trabalham na área de Saúde Materna, pois o peso ideal varia de autor para autor, com isso deve considerar o estado nutricional pré-gestacional de cada gestante, para a análise é evidenciado o aumento ponderal das gestantes da tabela abaixo, de acordo com o trimestre que as mesmas se encontram no momento do estudo.

Evolução ponderal das gestantes

Os diferentes períodos da gestação nos quais as medidas antropométricas são tomadas em estudo também é outro fator que não permite o estabelecimento de um padrão. Apenas um estudo sistemático acompanha as diferenças na intensidade e velocidade do ganho de peso materno nos diferentes trimestres da gestação (BARROS, 2008).
A evolução do ganho ponderal é categorizada em relação ao trimestre no qual a gestante se encontra inserida, seguindo uma tabela especifica como a descrita em Neme (2005), que estabelece o aumento para o primeiro trimestre de 0,7kg no segundo um aumento cumulativo bem maior no total de 4,1kg e o terceiro um aumento de 9,5 kg para que a gestante seja considerada dentre dos padrões de peso adequado, para tanto foi perguntado o aumento de peso e categorizado na tabela abaixo de acordo com o trimestre gestacional das entrevistadas.

TABELA 04: Ganho ponderal das gestantes entrevistadas
Trimestre de gestação Quantidade de gestantes Aumento cumulativo em kg %

Primeiro trimestre 01
01
02 0-01 kg
02-03 kg
04-05 kg 02
02
04
Segundo trimestre 03
02
03
07
04
0
01
01
01-02 kg
03-04 kg
05-06 kg
07-08 kg
09-10 kg
11-12 kg
13-14 kg
15-16 kg
06
04
06
15
08
0
02
02
Terceiro trimestre 02
03
04
04
04
01
02
02 05-06 kg
07-08 kg
09-10 kg
11-12 kg
13-14 kg
15-16 kg
17-18 kg
19-20 kg 04
06
08
08
08
02
04
04

TOTAL 47 100

Os dados demonstrados na tabela serviram de base para analisar a evolução do ganho ponderal excessivo durante a gestação. Pois as entrevistas foram equiparadas com os prontuários das gestantes que ficam na USF sob a responsabilidade da enfermagem, a análise parte do pressuposto dos referenciais teóricos para o cálculo preciso do aumento ponderal.
Ao realizar a análise da tabela acima sobre o ganho ponderal por trimestre, evidenciou que uma forte disparidade sobre o aumento ponderal, pois o ideal no primeiro trimestre é ganhar até um quilo, enquanto que confrontando esses dados com a tabela evidencia que apenas 2% estão nos padrões de normalidade, ficando a média de ganho ponderal das gestantes que estão no primeiro trimestre de gravidez de 1,33 kg, mas ao observar a tabela constata-se que essa maioria se enquadra em 4% que aumentaram de 4 a 5 kg. A média de ganho ponderal do segundo trimestre das entrevistadas está em 8,4 kg o que denota consideravelmente um excesso na quantidade de peso que preconiza a OMS. O ganho ponderal se torna mais evidente no terceiro trimestre ficando em média 12,77 kg, mas evidenciando ainda que nessa Unidade de Saúde haja casos consideráveis de aumento ponderal excessivo, o que denota a insuficiência de um acompanhamento sistemático na dieta nutricional dessas gestantes.
No período gestacional, a mulher grávida deve ganhar de 9 a 12/kg Porém, muitas vezes, por problemas culturais, comportamentais, ambientais e/ou sociais, a gestante apresenta um ganho de peso inadequado, tanto para mais como para menos em relação aos limites recomendados. (TANAKA, 1981).
Após a realização dos cálculos e comparados as semanas gestacionais, pode-se observar com a realização da pesquisa que com a gestação 11% pessoas das entrevistadas apresentam atualmente baixo peso gestacional, 40% delas estão nos padrões de normalidades sendo considerado, portanto seu IMC ideal, 25% é considerado no quadro de sobrepeso e 23% das entrevistadas foram identificadas como 0besas.
Para Andreto (2006), a prevalência de mulheres obesas cresceu rapidamente tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, inclusive durante a gravidez, que passou a ser considerada um fator de risco para a obesidade
Diante dos dados colhidos, observa-se como está a evolução ponderal desse grupo de gestantes, pois comparando o estado nutricional pré-gestacional e durante a gravidez, observou-se que com a gestação o número de gestantes com baixo peso aumentou uma taxa de 7%,enquanto que com a gestação as entrevistadas com peso pré-gestacional adequado diminui para 15%, o número de sobrepeso diminuiu 5%,enquanto que o número de pessoas consideradas obesas ,com a gravidez aumentou no total de 12%.

Conhecimentos e importância de uma alimentação adequada

Buscando entender o significado de uma nutrição adequada na gestação e sua importância para a atuação da enfermagem na saúde preventiva da mulher com enfoque no período gestacional, é que estão apresentadas as respostas desses grupos na tabela abaixo, com o intuito de melhor compreender a clientela assistida para fazer uso na atenção básica de estratégias coerentes, contribuindo para o não aparecimento da obesidade.

Apresentação das idéias centrais e discurso do sujeito coletivo

Tabela 5 ? IC e DSC em resposta a questão: o que é uma alimentação saudável?

Idéia central 01 Discurso do sujeito coletivo


Valor Nutricional
[...] É uma alimentação com nutrientes suficiente- mente adequados para o funcionamento do nosso organismo [...] É comer de forma equilibrada [...] consumindo uma variedade na alimentação [...] frutas e verduras e sais minerais [...] uma dieta balanceada, com frutas, verduras e cereais [...] comer de tudo que não seja exagerado [...] comer bem de forma equilibrada para manter o peso equilibrado [...] alimentação a base de proteínas [...] alimentação balanceada e rica em proteínas carboidratos e outros nutrientes [...] Se alimentar bem, evitando o excesso de gorduras e massas [...]

Idéia central 02 Discurso do sujeito coletivo


Influência do setor econômico
[...]É aquele que você tem condições de colocar em casa e que seu orçamento permite [...] Se tivesse dinheiro eu compraria frutas [...] Na minha opinião é na alimentação boa daquelas enlatadas que eu não posso comprar [...] Pra mim é se alimentar bem e ter saúde quando eu tenho dinheiro pra isso [...]

Idéia central 03 Discurso do sujeito coletivo

Contexto mãe e filho
[...] Para mim é uma vitamina de frutas que não prejudica a você nem o bebê [...] É uma alimentação saudável, você tem que se alimentar na hora certa e comer bem principalmente durante a gestação [...] Para mim é bom para a saúde e ter um parto feliz [...] É aquela que oferece um bem estar para a mãe e o filho [...]

Idéia central 04 Discurso do sujeito coletivo

Relaciona qualidade a quantidade [...] Para mim é ficar forte e gordinha [...] É comer muita comida [...] Em minha opinião é aquela que enche a barriga e deixa a gente robusta e com saúde


A análise do Discurso do Sujeito Coletivo mostra que a percepção das gestantes referentes à opinião delas sobre o que é uma alimentação saudável, está associada a diversos fatores tais como: 76% definiram alimentação saudável como valor nutricional, apenas 8% relaciona a alimentação saudável com a influência do setor econômico, 8% englobam no contexto mãe e filho e 8% relacionam quantidade e qualidade. Observa-se nos discursos que esta temática é abordada nas diferentes vertentes e como tal, ainda percebe-se que não há uma total compreensão do que seja uma alimentação saudável.
A gestação é uma fase muito importante na vida da mulher e que requer cuidados especiais, visto que os níveis para sua manutenção estão modificados por alterações fisiológicas, neste sentido faz-se necessário uma adequação na alimentação da gestante, pois seu estado nutricional pode afetar o resultado da gravidez (BERTIN et al, 2006)
Para NEME (2005), durante a gestação o controle ponderal deve ser rigoroso. Entretanto, não deve ser relacionado à restrição alimentar como medida geral. Devem ser oferecidas largamente nutrientes que garantam a boa estruturação do concepto (proteínas, vitaminas e sais minerais) e restringindo aqueles que promovem depósitos de gorduras (lipídeos) passando através dessa prática, a consumir uma alimentação saudável.
Pode-se observar diante da categoria que engloba o setor econômico que a alimentação saudável está proporcionalmente ligada ao setor financeiro, uma vez que abordam que comer bem é consumir produtos de alto poder aquisitivo. Pois os índices apontam aumento do número de obesos não somente em classes mais favorecidas como também nas menos favorecidas, o que torna a obesidade um problema generalizado. As pessoas de classe baixa alimentam-se mais, no entanto de forma errada, pois passam a consumir alimentos com açucares e gorduras,que são mais baratos que os diet e light (BRASIL, 2006).
O enfoque de alimentação saudável também foi direcionado para o contexto mãe-filho, pois algumas gestantes associam a alimentação saudável como sendo fundamental para o bebê, segundo Guyton (2008) o feto em crescimento tem prioridade em relação a muitos dos elementos nutricionais presentes no corpo da mãe,e muitas de suas partes continuam a crescer mesmo que a mãe não tenha uma dieta suficientemente nutritiva.Para tanto torna-se necessário que a mãe consuma uma alimentação saudável para o seu bem estar e conseqüentemente de seu concepto.
Algumas gestantes ainda têm a concepção de que comer muito é comer bem, relacionando quantidade a qualidade Segundo Brasil (2001a), muitas pessoas acreditam que a mulher gestante precisa "comer por dois", ou que tudo o que a criança precisa é retirada dos depósitos da mãe independente de sua dieta. Outros creditam que as substancias necessárias ao feto estão presentes nos alimentos desejados pela mãe, que os consome institivamentes. Todavia a mulher necessita de suprimentos nutricionais que forneçam nutrientes através de um alimento de qualidade sendo este consumido de forma moderado e intervalos regulares, de acordo com sua dieta nutricional.


Tabela 6 ? IC e DSC em resposta a questão: o que você entende por obesidade na gestação?
Idéia central 01 Discurso do sujeito coletivo

Prejudicial para a gravidez
[...] O bebê pode não nascer [...], pois é ruim para a criança [...] Para mim é porque dificulta em gerar a criança [...] para mim é o peso acima do normal e é prejudicial à saúde da criança [...] É uma alimentação não balanceada, correndo risco na gestação [...] Não é normal [...] Para mim é o aumento de peso na gestação [...] É ruim para a mãe e o bebê [...] Eu acho que é vir a engordar demais sentindo muito pesada para andar e falta de fôlego [...] Quando a gestante não se cuida devidamente [...] Eu entendo que a mulher fica sem coragem para ter o filho[...]

Idéia central 02 Discurso do sujeito coletivo

Performance corporal
[...] Pessoas que comem sem controle [...] Para mim é gordura e massa corporal que deixa a mulher fora de forma e cheia de estrias depois da gravidez [...] São alimentos de grande quantidade de calorias [...] Aumento do peso fora do permitido [...] Eu tenho certeza que é falta de controle na alimentação [...] É muito ruim, pois fica com a barriga quebrada [...] É um problema caracterizado por excessivo acumulo de gorduras [...] A pessoa acima do peso[...] São vários quilos a mais[...]É mulher fora de forma e muito gorda[...]São vários quilos a mais[...]É a mulher grávida muito gorada e que nem uma roupa cai bem[...]


Ao analisar o DSC sobre o entendimento das gestantes no tocante a sua percepção sobre a concepção de obesidade na gestação pode-se detectar controvérsias nos resultados, pois uma parte relaciona tal problema como prejudicial para a gravidez totalizando 39%das entrevistadas, enquanto que a outra categoria se detém na estética e performance corporal predomina com 61%,divergindo assim a tabela anterior que enfatiza a importância de uma alimentação adequada na maioria das respostas como valor nutritivo e comparando com esta, tal valor desencadeia para um corpo esteticamente saudável.
Para Farrele; Nicoteri (2005), o ganho de peso gestacional acima do esperado pode colocar o recém-nascido em maior risco de desenvolver infecção, doença, incapacidade e até risco de vida.
Os prejuízos da obesidade se verificam na estética na diminuição da qualidade de vida bem como a forma da mulher se vê no período pós parto. Muitas gestantes buscam a prática do controle de peso corporal não pensando unicamente em seu filho, mas como ficará seu corpo após o período gestacional, e dessa forma contribui mesmo que inconsciente para uma gravidez saudável.

Tabela 07 ? IC e DSC em resposta a questão: Na sua opinião quais as complicações provenientes do aumento de peso durante a gestação?

Idéia central Discurso do sujeito coletivo

Associação entre "obesidade" e "processo patológico"
[...] Acho que deve complicar na hora do parto [...] Pressão alta e infecção [...] Retenção de líquido [...] Porque fica com a coluna doente [...] É que dificulta o nascimento do bebê [...] Eu acho muito perigoso de dá aquela doença que não posso falar o nome porque estou grávi [...] Cansaço e dores nas pernas [...] Dores nas costas e falta de oxigênio para o bebê [...] Problemas no desenvolvimento do bebê [...] Pode haver alguma complicação na gravidez assim como infarto de hora de ganhar a criança [...]


Ao analisar o conhecimento das gestantes referentes às complicações da obesidade na gestação, todas afirmaram ser conhecedoras de pelo menos um problema de saúde, mas em controvérsias entre a teoria e prática foi observado através do DSC, que elas sabem que o aumento exagerado de peso pode causar complicações na gravidez, no entanto as práticas alimentares afirmam outra realidade na qual mesmo sendo conhecedores da problemática os seus hábitos alimentares não são tão eficazes.
Segundo Andreto (2006), recentes estudos têm demonstrado que o peso excessivo durante a gestação é uma complicação considerável e para operatórios, bem como na elevação do risco de resultados perinatais desfavoráveis, como maior prevalência de fetos macrossômicos, desproporção céfalo-pélvica, trauma, asfixia e morte perinatal. Ademais, o ganho de peso excessivo durante a gestação pode aumentar a ocorrência de retenção de peso pós-parto, maior associação com diabetes mellitus gestacional e síndromes hipertensivas da gravidez.

Tabela 08 ? IC e DSC em resposta a questão: qual o seu hábito alimentar diário (o que você come com mais freqüência)?
Idéia central 1 Discurso do sujeito coletivo

Nutrição equilibrada
[...] Além da alimentação diária eu como frutas [...] Minha dieta é à base de frutas e carboidratos [...] Bom, eu procuro me alimentar da melhor forma possível comendo de tudo um pouco[...]Como muita verdura e mim alimento a cada 3 horas[...]Eu tomo um copo de café com leite,salada de verduras,arroz e caldo de feijão, sabe é que é bom para anemia[...]Substitui a carne vermelha por carne branca, como diariamente frango, peixe[...]Como da melhor forma possível, para não ficar muito gorda depois que o bebê nascer[...]

Idéia central 2 Discurso do sujeito coletivo.


Alimentação desequilibrada
[...] Eu como todos os dias arroz, mortadela, salsicha [...] Como estou grávida aproveito pra comer tudo o que eu quero como: chocolate, sorvete, e refrigerante [...] Minha alimentação é comum, de manhã é café com leite, pão, margarina ou nata, no almoço arroz, feijão, macarrão, cuscuz e frango quando tem e a janta é baião [...] Eu como arroz, feijão em casa às vezes nem o feijão eu tenho [...] O que eu como já abusei, mas não tem outra coisa, aí eu invento de comer cuscuz macarrão e só a gordura de carne bem ensopada [...] Gosto muito de pão e tapioca [...]


Ao analisar a tabela acima se observa o perfil das entrevistadas quanto aos seus respectivos hábitos alimentares, pode-se conhecer através de seus hábitos como ocorre a evolução do seu ganho ponderal durante a gestação. O enfoque foi direcionado para duas categorias uma que enquadra na nutrição equilibrada um grupo de 60% das entrevistadas e outra parte das gestantes de 40% como pessoas que consome uma Alimentação desequilibrada evidenciado através de seus hábitos mais pertinentes.
A alimentação quanti-qualitativa fornece os nutrientes essenciais para o organismo realizar suas funções, de forma que a quantidade de alimentos ingeridos deve ser suficiente para satisfazer o desejo alimentar e sua qualidade seja ideal para o bom desenvolvimento. O excesso de alimentos ou a ausência podem causar distúrbios nutricionais como a obesidade, desnutrição, respectivamente. (MARCONDES et a, 2003).
O consumo exagerado de carboidratos na forma de pães, biscoitos, doces, balas, chocolates, sorvetes, refrigerantes, além dos encontrados nos alimentos comuns como feijão, arroz, por outro lado o consumo de proteínas (carnes, leite e peixe) muitas vezes não é satisfatório, e com isso há um aumento do acumulo de gorduras sintetizadas dos carboidratos não utilizados pelo excesso ingerido (SILVA; SAMON, 2002).


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obesidade é o acumulo de gorduras de formas excessiva no organismo causado por diversos fatores, seu elevado índice está relacionado principalmente pelos maus hábitos alimentares associados ao sedentarismo.
Diante da realização deste estudo monográfico pode-se observar que apesar do ganho ponderal em gestante ser um tema bastante discutido, ainda existe gestante com uma prática voltada para uma dieta desequilibrada que pode evoluir para uma conseqüente obesidade.
Após a análise dos dados foi possível evidenciar que o aumento do ganho ponderal excessivo em gestantes está intimamente relacionado a diversos fatores tais como: situação socioeconômica, grau de instrução, fator genético, estilo de vida e os hábitos alimentares desequilibrado com consumo excessivo de uma alimentação hipercalórica e hiperlipidicas que por sua vez pode desencadear uma obesidade através do o ganho ponderal excessivo. Os dados coletados e analisados no presente estudo nos permitiu evidenciar a deficiência na assistência pré natal quanto às orientações relacionadas à dieta nutricional das gestantes, pois se constatou uma disparidade relacionada à evolução ponderal. Porém essa problemática em foco serviu de base acerca no cuidado quanto à dieta nutricional da gestante, possibilitando assim, enquanto futuro profissional em saúde, realizar uma maior atenção quanto a um acompanhamento sistemático e preventivo, na realização de um trabalho de reeducação alimentar e estimulá-las a hábitos de vida saudáveis, independente da condição socioeconômica.
Ao analisar os dados da coleta e equipá-las-á com os prontuários das gestantes foi possível verificar através do IMC o estado pré-gestacional e com isso equacionar a evolução ponderal desse grupo de gestantes entrevistadas e constatar que ocorreram diversos fatores para o ganho de peso excessivo com incidência considerável de sobrepeso e obesidade gestacional.
No entanto, torna-se imprescindível trabalhar a consciência nutricional para uma dieta adequada que supra todas as necessidades nutricionais requeridas, com isso é fundamental que a enfermagem considere a gestação como uma boa oportunidade para influenciar na formação de hábitos alimentares que persistirão além da gestação. Considerando que a obesidade é um problema social, toda equipe de saúde deve atuar para combater esse mal, através de uma ação preventiva através da reeducação alimentar com vistas na conscientização da clientela assistida.

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