RESUMO

Este artigo tem como perspectiva analisar o comportamento do usuário sob os efeitos da maconha sintetizada em laboratório. Trata-se de uma pesquisa descritiva e bibliográfica baseada em estudos registrados no Instituto Nacional do Abuso de Drogas, Instituto Nacional de Saúde e Departamento de Saúde e Serviços Humanos, dos Estados Unidos. A maconha sintética é produzida com ingredientes sintéticos que reproduzem os mesmos efeitos da erva natural, até cem vezes mais potente. Seus efeitos podem causar problemas graves de saúde mental e física, podendo levar o individuo a apresentar pensamentos suicidas.

INTRODUÇÃO

As drogas sintéticas são aquelas produzidas a partir de uma ou várias substâncias químicas psicoativas que provocam alucinações no homem por estimular ou deprimir o sistema nervoso central. Existem também as drogas semi-sintéticas que são produzidas através de drogas naturais quimicamente alteradas em laboratórios.

            As drogas sintéticas possibilitam que uma pessoa veja, ouça e sinta algo sem que haja estímulo por perto para tais sensações. Existem pessoas que acreditam que essas drogas são menos prejudiciais ao organismo e que ainda são menos favoráveis à dependência, mas estão enganados, pois agem da mesma forma que as drogas tradicionais trazendo inúmeros malefícios ao organismo.

            Podem ser utilizadas sob as formas de injeção, comprimido ou pó, variando seu efeito e seus malefícios de acordo com a substância utilizada. São principalmente consumidas por jovens e adolescentes em seus períodos de divertimento que a partir do roteiro de lazer definido determinam a droga a ser utilizada.

            Neste trabalho, faremos a análise do comportamento do indivíduo sob o efeito da maconha sintética. Uma droga pouco conhecida que é incrivelmente perigosa e nociva, mas que vem dominando o mercado mundial. Uma mistura de plantas medicinais lícitas com cannabinóides sintéticos que causam muita dependência química e danos a saúde.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, descritiva e documental por meio de buscas eletrônica nos bancos de dados do DEA e outros sites brasileiros e americanos.

Na busca a essas bases de dados, os poucos estudos encontrados não se referiam à temática proposta por esse artigo. Os dados encontrados nos levam a pensar que mais pesquisas, envolvendo esse assunto, necessitam ser realizadas, principalmente referindo-se a jovens e adolescentes.

DISCUSSÃO

Apesar da alta prevalência do uso da maconha sintética e do parcial desconhecimento de seus substratos neurais, poucos estudos científicos até hoje avaliaram seus efeitos no cérebro e no corpo humano. A escassez de pesquisas examinando o uso da maconha sintética faz com que as pessoas não saibam que essa substância pode trazer prejuízos neurológicos e transtornos psiquiátricos persistentes após a interrupção de seu uso.

A composição química de muitos canabinóides sintéticos não é tão conhecida e varia de lote para lote, são produtos suscetíveis a conter substancias com efeitos que o usuário jamais possa imaginar. “Provocam relaxamento, euforia e podem estar associados também a alguns efeitos adversos, como o desenvolvimento de taquicardia, hipertensão e eventualmente manifestações paranoides e até psicóticas em algumas pessoas mais propensas”, diz Rafael Lindon, Toxicologista.

A maconha sintética, popularmente conhecida como “Spice” ou “K2”, age sobre os mesmos receptores celulares do cérebro, denominando-se delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) – Ingrediente de alteração da mente, também interage com os receptores CB1 e CB2 do sistema nervoso central que explica a alta afinidade e potência dessa substância no organismo. Os riscos do uso dessa droga, para a saúde, são grandes. “A maconha pode produzir uma grande variedade de efeitos físicos e emocionais e, contrariamente ao que muitas pessoas acreditam, pode causar dependência”, diz Dr. Glen R. Hanson, um dos diretores da NIDA ( NationalInstituteonDrug Abuse).

Os efeitos do “Spice” ou “K2” aparecem assim que a droga entra no cérebro. Os usuários geralmente consomem vegetal seco pulverizado, porém, de vez em quando o consumo é feito com a mistura do vegetal pulverizado com a maconha sintetizada em laboratório em forma de chá ou líquido para vaporiza-lo em e-cigarros. Após o consumo, há o aumento da frequência cardíaca, relaxamento dos brônquios e o fluxo sanguíneo  nos olhos aumentam. Nesse momento, o usuário sente euforia, bem estar e as cores e sons ficam mais intensos que o normal. Logo, o usuário pode vir a sentir a boca seca e ter muita fome ou muita sede. Com o aumento da frequência cardíaca, também pode haver o aumento da pressão sanguínea e causar fornecimento reduzido de sangue ao coração, gerando danos nos rins.

Durante a fase de intoxicação da droga, o usuário possui dificuldade de formar memorias, pois o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) interfere nas regiões do cérebro que controlam o equilíbrio, postura e coordenação de movimentos.

Altas doses dessa droga acomete uma espécie de psicose tóxica, incluindo alucinações, ilusões e a perda do senso de identidade pessoal. Pesquisas apontam que os efeitos psicóticos incluem a alteração de percepção, pensamentos delirantes ou desordenados e distante da realidade; Paranoia onde o usuário possui extrema desconfiança em qualquer pessoa e alucinações onde o usuário consegue ver imagens que parecem ser reais embora não sejam.

Numa análise que foi realizada pela polícia científica do estado americano de Kansas com 100 pacotes de maconha sintética de diferentes fabricantes, foi constatado que a droga realmente é cem vezes mais potente por conter uma dose maior de THC que a maconha “normal”. “Se uma das substâncias presentes na droga tem o poder de diminuir as inibições e sua presença é

concentrada, um dos efeitos disso é que a pessoa fique mais violenta”, explica Anthony Wong, diretor do centro de assistência toxicológica (Ceatox) do hospital das clinicas da USP. Embora os pacientes com intoxicação por maconha sintetizada em laboratório apresentam tipicamente diminuição da atividade psicomotora, sedação e letargia, foram identificados também agitação e irritabilidade como segundo efeito clinico mais comumente relatados.

A maior parte dos casos foram de sintomas “mínimos” em comparação aos casos em que houve potencialmente vidas ameaçadas associadas com a exposição à droga. Convulsões e crises de epilepsia foram relatadas. Existem várias explicações plausíveis para estes sintomas mas acredita-se que podem ser efeitos do canabinóde sintético no sistema nervoso central através de sua interação no receptor CB1. Agentes, tais como, o epileptogênicasdesmetiltramadol, eugenol, cafeína e nicotina foram isolados como contaminantes de várias preparações dessa erva sintética, apesar de a causa definitiva não ser determinada parece que a exposição a esses produtos está associado com o risco de convulsão.

Aqueles que escapam da morte recebem em seu tratamento fluidos intravenosos que administrados como intervenção terapêutica mais comum, seguido de benzoadiazepinas e administração de oxigênio. Enquanto recebem o tratamento e passam pela retirada das especiarias muitas vezes os usuários sentem-se como se fossem morrer sem o uso da droga. A abstinência aparecehoras depois do ultimo hit.

A maconha sintética faz com que os sensores de reconhecimento do cérebro se tornem dependentes dos seus produtos químicos. O cérebro faz o usuário pensar que precisa consumir a droga “Spice” ou “K2” novamente para não correr risco de morte.

Enquanto não há o uso da droga, sintomas como vômitos incontroláveis, pensamentos suicidas e incapacidade de dormir são amplamente relatados.

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