Sabe-se o quão é importante um livro didático para o educador e para seus educandos, principalmente quanto ele é a única ou então a mais utilizada ferramenta metodológica com a finalidade de permitir que os referidos educandos penetrem no intrínseco mundo do conhecimento. Dessa forma, a proposta principal desse artigo é fazer uma análise detalhada da coleção de livros didáticos utilizados pela E. M. P. G Márcia Maria de Carneiro Méccia nas séries finais do Ensino Fundamental II.

Os autores da coleção definem a disciplina história como um saber perspectivo, tendo em vista uma abordagem sobre a realidade que pode ou não ser diretamente experimentada pelo observador. Por esse motivo é uma ciência que comporta uma multiplicidade de interpretações e perspectivas sobre os fenômenos estudados pelos historiadores. Ela nunca nos apresenta uma verdade absoluta, por que assim como a própria realidade histórica, o saber histórico está em constante mutação. É justamente essa riqueza e variedade que torna a história um campo de estudo tão fascinante.

Além disse enfatizam que a história não trabalha com dados ou evidências prontos, passivos, como se os fatos e documentos fosse realidade adormecidas, apenas esperando para ser descobertos. O conhecimento histórico tem que ser construído ativamente com a intervenção critica e refletida do sujeito de conhecimento. Mais que dominar conteúdos, é importante que o aluno participe do fazer historiográfico, assimilando o processo de conhecimento histórico em termos de conceitos, atitudes, e competências a serem desenvolvidas do decorrer do programa de ensino.

Ainda sobre as concepções sobre o ensino de história quanto aos recursos tecnológicos, os autores afirmar que o progressivo barateamento dos computadores e a facilidade de acesso à rede possibilitaram formar uma geração de jovens ávidos por novidades, ações, respostas dinâmicas, o que explica a expansão das relações online. Nesse sentido, a história pode parecer desprovido de conexão com a realidade do aluno, cabendo ao professor de história a árdua tarefa de dotar de sentido e prazer o conhecimento do passado, essa importante ferramenta para o entendimento do presente e das diferentes realidades sociais que nos cercam.

O professor cumpre seu papel fundamental na vida das gerações inteiras de alunos e mesmo com o advento das novas tecnologias, ele continuará personagem primordial da educação. Ele é o principal intermediador e conciliador de conflitos e das tensões em sala de aula. É responsável por apresentar às novas gerações as principais conquistas humanas nos campos da arte, literatura, tecnologia e ciência. Ele também ajuda seus educandos no difícil processo da busca pela identidade e entendimento e aceitação do outro. Alem disso, o professor também é um dos responsáveis pela aprendizagem do aluno.

No que se refere ao livro, na abertura dos capítulos consiste num foco maior, mais panorâmico, sempre com imagens de acontecimentos importantes, procurando mobilizar o aluno para o objeto em estudo, contudo, algumas vezes utiliza um fato mais contemporâneo, próximo às representações mentais deles. A abertura da unidade vem sempre acompanhada de questionamentos que procuram direcionar o olhar do aluno para um problema-chave, um fato curioso.

Paralelo aos textos abordados dentro dos capítulos tem os boxes que permitem ao professor um constante trabalho com os textos e oferecem farto material para a construção de argumentos necessários ao entendimento do saber histórico por parte dos alunos.

Quanto ao conteúdo expositivo, a preocupação é ofertar um texto acessível à faixa etária à qual o livro se destina, por meio de uma linguagem simples , capaz de um só tempo, oferecer a teia dos fatos permeados pelos conceitos pertinentes ao tema em questão. O objetivos dos textos expositivos dessa coleção é transpor o debate historiográfico de modo a construir com os alunos um conhecimento minimamente sedimentado e chancelado pela comunidade de historiadores e educadores. Ou seja, a proposta principal é abordar novos tratamentos sobre temas até então sedimentados cujo debate historiográfico já amadureceu o suficiente para justificar a mudança.

O livro apresenta uma gama de atividades que contemplam diversas atividades pedagógicas e mobilizam diferentes habilidades. Além daqueles voltados para a interpretação de documentos que vem associado à alguns boxes ou como item separado. Nas atividades os alunos são levados a relacionar e integrar segmentos do texto expositivo e, principalmente aplicar os conhecimentos adquiridos no capítulo a fatos correlacionados ou à interpretação de imagens ou de obras de arte.

Por fim, no que se refere ao quesito avaliação, os autores defendem que a proposta atual é apontar para a formativa, processual. Afirmando ainda que ela só será realmente efetivada no momento em que seja pensada como forma de proporcionar aos alunos um desafio cognitivo, um problema a ser resolvido. Ainda afirma os que os livros componentes da coleção contemplam diversos aspectos da avaliação presentes nas diferentes propostas como o texto principal, boxes, analises de imagens e obras de artes e que os professores explorem diferentes competências e habilidades.  O professor não é obrigado a esgotar todas as atividades que aparecem no capítulo, ele deverá escolher o que for conveniente de acordo com a proposta exposta no planejamento. Enfim, no a ideia primordial é oferecer o maior leque possível de atividades para que o professor possa ter uma ampla margem de escolha segundo os objetivos avaliativos que traços para seus alunos.