Sabemos que a leitura crítica envolve o desafio de posicionamento ideológico, bem como a compreensão do conteúdo implícito dos textos escritos, e nós como professores devemos ter o compromisso de guiar leitores a uma consciência do conteúdo ideológico.

 A análise textual não se restringe apenas aos aspectos linguísticos, mas os relaciona com a estrutura social, contexto e discurso, buscando desvendar crenças, valores, ideologias, relações de poder nos textos em função de uma situação comunicativa  e discurso específicos.

Sendo focalizada pelo contexto histórico e pelas condições de produção específicas, a análise do discurso rompe com a prepotência da crítica única. Além de não absolutizar uma perspectiva supostamente correta, permite explicitar as condições de produção do dizer.

Essa explicitação extrapola os limites postos na escola, trazendo à tona conflitos sufocados, num exercício tão difícil quanto novo. Um movimento que pode ser favorecido por práticas lúdicas orientadas por e para propostas críticas, referentes a diferenças de opiniões.

Precisamos de debates, com a possibilidade de ruptura em relação às práticas autoritárias, através do confronto de perspectivas. Confronto que pode ser desconfortável, mas condição imprescindível a produções nas quais os sujeitos possam sustentar discursos, sem impô-los.

Sabemos que é na escola que a maioria das crianças aprende a ler. Muitas têm no ambiente escolar, o primeiro (e, às vezes, o único) contato com a leitura. Dessa forma, a escola, por ser estruturada com vistas à alfabetização e tendo um caráter formativo, se constitui num ambiente privilegiado para a formação do leitor.

Assim, o educador preocupado com a formação do gosto pela leitura, deve reservar espaços em que proponha atividades novas sem o compromisso de impor leituras e avaliar o educando. Trata-se de operacionalizar espaços na escola e na sala de aula onde a leitura por fruição-prazer possa ser vivenciada pelas crianças e jovens.

Bibliografia:

ABREU, Márcia. O livro e suas dificuldades. Disponível em: http://www.alb.com.br/pag_ensaios.asp. Acesso em: 21 de abril de 2007.

BARRETO, Raquel Goulart. A ANÁLISE DE DISCURSO DO/NO ENSINO: por novas práticas de linguagem na escola. Em Aberto, Brasília, ano 14, n.61, jan./mar. 1994.

LIMA, Terezinha Bazé de. Leitura Crítica. Dourados, MS: UNIGRAN, 2009.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos.

Campinas, SP: Pontes, 6ª edição, 2005.

SGARBI, Nara Maria Fiel de Quevedo. Estudos Científicos da Linguagem. Dourados, MS: UNIGRAN, 2009.