ANÁLISE DAS NECESSIDADES DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGIAS: UMA EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA CONFESSIONAL

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B3Yk0D01noxlZjk5ZGMwYWItMGYzOC00N2ZlLWFkYmYtZTE4MzNkMjMwYWYx&hl=en_US ANÁLISE DAS NECESSIDADES DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGIAS: UMA EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA CONFESSIONAL Leandro dos Santos Borges Vânia Hirle Almeida RESUMO O presente trabalho consistiu em analisar as necessidades dos professores do ensino fundamental. Os objetivos que fundamentaram essa investigação foram: conceituar competência, abordar sobre a importância da competência pedagógica para prática docente eficaz e ressaltar a relevância da análise de necessidade formativas dos professores. Como fundamentação teórica adotou os conceitos de Zabalza (2006), Echeverria (2005), Almeida (2010), e Perrenoud (2000). Do ponto de vista metodológico, foi utilizada uma abordagem quantitativa de pesquisa, utilizando o questionário como técnica de coleta de dados. Como resultados encontrados constatou-se que os professores entrevistados apresentam um índice elevado das necessidades formativas, com base nas competências pedagógicas, portanto, precisam de uma formação adequada para desenvolver as competências que são essenciais para a prática docente. Palavras-chave: Competência pedagógica. Análise de necessidades. Professor. ABSTRACT The present work is to analyze the needs of elementary school teachers. The goals that motivated this investigation were to conceptualize competence, addressing the importance of teacher competence for effective teaching practice, and emphasize the relevance of the analysis of teachers? needs of training. The background theory adopted the concepts of Zabalza, (2006) Echeverria, (2005) Almeida (2010) and Perrenoud (2000). From the methodological point of view, we used a quantitative approach to research, using the questionnaire as a technician for data collection. As we confirm that the teachers interviewed reported a high of training needs, based on teaching skills, however, need appropriate training to develop skills that are essential to teaching. Keywords: Teacher competence. Needs analysis. Teacher. INTRODUÇÃO Neste novo século e milênio, se vive um tempo de profundas contradições e, sobretudo de uma situação onde o avanço científico e tecnológico tem influenciado diretamente na demanda educacional. No entanto, a escola parece que está caminhando em direção oposta, não tem acompanhado a celeridade dessa evolução. Consequentemente têm exigido profissionais mais competentes para atender as necessidades provocadas por esse mundo globalizado, na educação há demanda por profissionais-professores competentes, com isso, entende-se a relevância da investigação análise das necessidades dos professores do ensino fundamental com base nas competências pedagógicas: uma experiência numa escola confessional, contudo, empenhou-se na busca e na identificação de quais competências pedagógicas são necessárias para uma docência eficaz servindo de base para a análise das necessidades formativas identificadas na escola. Fazendo então, um paralelo entre ambas pode-se ressaltar a importância de desenvolver as competências pedagógicas no ensino aprendizagem. O presente estudo contribuirá para que o professor como um profissional do ensino incluso neste ambiente de constantes modificações e de cobranças numerosas, deve ser um sujeito dotado de valores, avaliador e formador, que realmente faça diferença e diferente na sociedade, ou seja, um sujeito competente, prático, político e pedagógico. Como base teórica para responder ao questionamento proposto por esta investigação pôde-se contar com as contribuições dos seguintes autores: Zabalza (2006), Echeverria (2005), Almeida (2010), Perrenoud (1999), entre outros. O método adotado por essa investigação delimitou-se em um estudo quantitativo, conforme Richardson (1999) é um tipo de pesquisa que possibilita uma precisão maior dos resultados e evita interpretações distorcidas. Este artigo estruturou-se em três seções. A primeira seção trata-se da apresentação dos conceitos de competência. A segunda seção apresenta as competências pedagógicas e suas dimensões. Na terceira seção é descreveu-se sobre o surgimento das necessidades formativas e sua fundamental importância para área educativa e como ela se desenvolve. Este trabalho traz uma contribuição significativa para os professores que pretendem desenvolver nos alunos as competências que acompanharão no decorrer de sua vida, seja no aspecto acadêmico, profissional, ou pessoal. CONCEITO DE COMPETÊNCIA O termo competência vem do vocábulo "competer", um verbo intransitivo que significa pertencer. A partir do século XV, veio a significar "pertencente a", dando origem ao substantivo "competência" e o adjetivo "competente" para indicar estar apto adequado conforme Leboyer (1997, apud ALMEIDA, 2010). Trata-se de um conceito muito complexo e com muitas interpretações e matizes como se percebe no quadro apresentado a seguir: Quadro 1: Conceito de competência Autores Conceitos Perrenoud (1999) Uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Echeverria (2005) Competência envolve um conjunto de conhecimentos, procedimentos, capacidades e atitudes, complementares, de modo que as pessoas devem saber fazer, saber estar e saber ser, para atuar com eficiência e eficácia a situações profissionais. A competência é definível apenas na ação, em situações de trabalho, daí o nome é assumida competência de profissional. Zabalza (2006) Tomamos o conceito de competência como construto molar, que serve para se referir ao conjunto de conhecimentos e habilidades que os indivíduos precisam desenvolver para realização de algum tipo de atividade. Obviamente cada atividade geralmente exige a presença de um número variado de habilidades que posteriormente pode ser divido em mais unidades específicas da competência especificada nas tarefas concretas que são incluídas na competência global. Almeida (2010) Capacidade de coordenar ou articular conhecimentos (saber conhecer), procedimentos (saber fazer), capacidades (saber conviver) e atitudes (saber ser) para desempenhar uma ação com eficiência e eficácia. Fonte: Adaptação do autor Percebe-se então que competência com base nos conceitos dos autores é a junção de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos (isto é, conjunto de capacidades humanas) que possibilita ao indivíduo realizar com eficácia determinadas tarefas em qualquer situação. Em outras palavras, a competência é percebida como estoque de recursos que o indivíduo detém. Rabaglio (2001) vale ressaltar que a competência se constrói com a interação dessas características. Não adianta ter só conhecimento sem habilidade, assim não adianta ter habilidades sem ter um comportamento adequado. Ao procurar saber o que é competência pedagógica, Almeida (2010) comenta que não se resume somente apenas a metodologia utilizada pelo professor. A competência pedagógica é relacional, está presente no conhecimento do professor, no domínio que este dá à sua disciplina, como transforma esse conhecimento em informação e, consequentemente, na aprendizagem dos alunos. Também é participativa, vivencial, pois precisa ser compartilhada, experimentada e adquire a cor que a pintamos porque acima de tudo a competência pedagógica é pessoal. Assim, concordou-se com os autores Valverde (2001), Echeverría (2005), Delors (2006), Almeida (2010), que a natureza da competência pedagógica é integral e relacional. COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA E A PRÁTICA DOCENTE Para Echeverría (2005), a competência distingue como o saber necessário para encarar determinada situação e ser capaz de enfrentar-se com as mesmas. É decidir, saber mobilizar conhecimentos e qualidades, para tomar frente dos problemas, derivados do exercício da profissão. O professor deve ter domínio dos métodos e conhecimentos, para saber lidar com as dificuldades que ocorrerão no desenvolver de seu ofício. Conforme Echeverria, a competência pedagógica possibilitará ao professor: [...] um conjunto de conhecimentos, procedimentos, capacidades e atitudes, complementares entre si, de tal maneira que [o professor] têm de saber, saber fazer, saber estar, saber ser, para atuar com eficiência e eficácia diante das situações profissionais. A competência só é definida na ação, em situações de trabalho [...]. A competência se delimita na função de situações dadas e uns níveis requeridos no trabalho. Por isso adquire especial relevância o contexto, que demanda e tem a possibilidade de pôr em prática umas competências ou outras para obter a solução ou repostas mais adequadas. A competência amplia o campo da ação profissional, portanto é preciso enfatizar a importância da experiência para o desenvolvimento das competências, sendo suficiente ter unicamente em conta o processo de capacitação obtido mediante os sistemas de educação formal. (2005, p. 21) As competências, segundo Echerrevía (2005) classificam-se em: ? Competência técnica ? significa possuir conhecimentos especializados e relacionados com determinado âmbito profissional, que permitam dominar de forma esperta os conteúdos e as tarefas próprias da atividade laboral. O professor tem que ser qualificado e estar inserido e contextualizado em seu ambiente de trabalho, ter domínio do que se ensina para assim, poder exercer sua prática. ? Competência metodológica: significa saber aplicar os conhecimentos a situações de trabalho concreto, utilizar procedimentos adequados às tarefas pertinentes, solucionar problemas de forma autônoma e transferir com habilidade as experiências adquiridas a situações novas. ? Competência participativa: estar atento ao mercado de trabalho, predisposto a entendimentos interpessoais, disposto a comunicação e cooperação com os demais e demonstrar um comportamento orientado em grupo. ? Competência pessoal: significa ter uma imagem realista de si mesmo, atuar conforme as próprias convicções, assumir responsabilidades, tomar decisões e relativizar as possíveis frustrações. Já no parecer de Almeida (2010) as competências pedagógicas se classificam em quatro dimensões de competência: científica, metodológica, participativa e pessoal. Competência cientifica: Esta competência supõe uma demonstração segura dos conhecimentos próprios da formação docente do professor a partir de sua formação inicial e continuada adquirida durante o exercício profissional, que permite a compreensão, reflexão e atualização da sua área de conhecimento. Competência metodológica: relacionada à forma como os professores fazem o seu ensino, como trabalha os conteúdos com os alunos. Delors (1996) comenta que a alegria de ensinar deve passar pelo coração do professor para tornar mais significativa para os alunos. Luckesi (2005) observa que a prática educativa deve ser uma ação ideologicamente comprometida e eficaz. Competência participativa expereriencial ? Almeida (2010) citando Dewey (1993) enfatiza a verdadeira educação se dá através da experiência. Ele acredita que a aprendizagem é ativa e gera mudanças nas pessoas e seus ambientes. O homem é um altamente social, assim são as necessidades sociais que norteiam sua concepção de vida e educação. Competência pessoal - É ter uma imagem realista de si mesmo, na qualidade de suas próprias convicções, de assumir responsabilidades, tomar decisões e gerenciar possíveis falhas. Sabendo suas necessidades, seus limites, seus ponteciais e, através da reflexão, tentando melhorar a forma como eles agem. O autoconhecimento segundo Echeverria (2005) dá à pessoa a possibilidade de segurança em todos os aspectos de suas vidas e do professor de funcionar eficazmente com a sua turma, você se sente seguro. Para Almeida (2010) as competências pedagógicas são relacionais, porém, para facilitar a compreensão, nesse estudo são divididas em dimensões e indicadores para tornar o estudo mais claro e objetivo: Quadro 2: As dimensões de competência pedagógica e seus indicadores na perspectiva de Almeida (2010). Dimensões Indicadores Competência Cientifica ? Aplicar o conteúdo de forma que relacione com as questões cotidianas a fim de que o aluno entenda o meio que o cerca. ? Oferecer recursos para que o aluno tenha satisfação em entender, experimentar e explorar. ? Suscitar o desejo irreprimível pelo conhecimento, despertando um espirito crítico e a capacidade de julgar com clareza. ? Apresentar meios a fim de que o aluno considere a pesquisa como algo fundamental para o seu desenvolvimento acadêmico e profissional. ? Praticar a pesquisa com os estudantes com intuito de promover a aprendizagem. Competência Metodológica ? Integrar o conteúdo com todas as outras disciplinas. ? Elaborar o plano de curso. ? Estabelecer relação entre o conteúdo e a profissão. ? Ampliar o conhecimento e manter-se atualizado. ? Elaboração o processo ensino aprendizagem de maneira inovadora e participativa. ? Fazer uso de técnicas para estimular os alunos tornar-se apto para aprender. ? Usar maneiras diferentes de transmitir o ensino (fala, escrita oral, não verbal, multimídia) (fala, escrita oral, não verbal, multimídia) paratornar a metodologia de ensino mais atraente para o processo de ensino e aprendizagem. ? Aplicar os conteúdos de forma interdisciplinar mediante uma ação mútua e integrada das disciplinas a fim de corroborar com a formação dos alunos. ? Empregar utilmente métodos de avaliação inovadores que promovam a aprendizagem dos alunos. ? Promover recursos para que à avaliação se torne parte ativa no processo de aprendizagem, e não apenas um instrumento de revisão do processo. ? Desenvolver um pensar coerente em relação à sua prática pedagógica. Competência Participativa ? Disposição para promover a aprendizagem social, desenvolvendo uma maneira de compreender o mundo, a sociedade, cultura e educação. ? Proporcionar situações favoráveis de troca de experiência em congressos, seminários, simpósios, reuniões. ? Envolver-se e comprometer-se com grupos de pesquisa sobre temáticas atuais da sociedade. ? Compreender as necessidades emocionais, afetivas, cognitivas e biológicas do aluno. ? Promover a Interdisciplinaridade nas disciplinas. ? Proporcionar oportunidades de trocas e experiências. Competência Pessoal ? Ser autônomo com responsabilidade e convicção. ? Dominar o ensino de modo que transcende as fronteiras dos conteúdos de classe e encontre a significação para sua vida como profissional docente. ? Promover o desenvolvimento de valores éticos. ? Promover a formação integral do estudante. ? Educar estudantes com pensamentos autônomos e críticos para desenvolver seus próprios conceitos. ? Fazer uso de uma comunicação eficiente e usar o discurso de forma construtiva, clara, direta e respeitosa. ? Estar envolvido com programas de atualização e grupos de estudo. ? Organizar redes virtuais de troca de documentação e experiência. Fonte: Almeida (2010). Mesmo apresentadas de forma distinta, neste quadro, essas competências são relacionadas e devem estar presentes na ação pedagógica do professor. É possível o professor desenvolver diferentes competências na sua prática? Segundo Rodrigues (2003 apud ALMEIDA, 2010) não há possibilidades de o professor desenvolver todas essas competências, há necessidade de trabalhar as competências de maneira interdisciplinar. NECESSIDADES FORMATIVAS DO PROFESSOR PARA PROCEDIMENTOS DE MELHORA A análise das necessidades formativas, como área de pesquisa, teve sua origem no final da década de 1960. A mesma a partir de então, passou a ser utilizada como instrumento essencial no processo de planejamento e de escolhas na área educativa. Nùñez (2010, p.3) citando (RODRIGUES; ESTEVES, 1993) diz que isto obedece a uma preocupação com a racionalização dos processos formativos e os desejos de conseguir planos mais estruturados e eficazes que respondam adequadamente às exigências sociais, na intenção de encontrar procedimentos mais eficientes na formação do professor. Ainda sobre isso o autor acima citado afirma o seguinte: A origem das necessidades formativas, ou seja, a necessidade de formar determinadas competências, saberes etc. não pode situar-se só nos indivíduos, mas também nas instituições onde desenvolvem ou desenvolverão suas atividades dentro do contexto da sociedade. A determinação das necessidades dos professores como uma das categorias estruturantes dos programas formativos deve levar em conta o fato de, em determinadas vezes, a necessidade não revelar-se em razão do desconhecimento que os próprios professores possuem a respeito da natureza de novas exigências do trabalho profissional. (NÙÑEZ, 2010, p. 5). Por isso, faz-se necessário a reflexão da prática orientada por perspectivas teóricas que possibilitem questionar a própria prática e dar origem a novas necessidades para o aperfeiçoamento do trabalho profissional. A realização de uma pesquisa que nos proporcione elementos para uma análise das necessidades reais, do comportamento real e do comportamento desejado, e a análise dessa diferença de comportamento tem um importante papel na renovação curricular no sentido de uma melhor formação dos professores. Assim, o presente estudo está implicado com a possibilidade de analisar as necessidades formativas dos professores de uma escola confessional a fim de orientar os processos formativos para contribuir para uma melhor preparação dos professores em serviço. METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO Para obter o êxito na pesquisa as questões metodológicas são indispensáveis, pois facilitam o processo de investigação. Em outras palavras indicaram o rumo a ser seguido durante o estudo. A pesquisa tem início quando algo desperta o nosso desejo de ver, saber, informar-se, desvendar e investigar determinados assuntos. Geralmente, é uma indagação sobre as coisas do nosso cotidiano, que está à nossa volta. Retomando as palavras de Serrano (2011), acreditamos que a metodologia é um processo que começa com a identificação do problema e termina quando o relatório final do trabalho está seguindo uma série de passos sequenciados definidos e perfeitamente nas suas abordagens e desenvolvimento. Para demonstrar sua relevância afirma Fox (1981 apud SERRANO 2011), que a qualidade da investigação não pode ser menor do que os métodos utilizados para coletar e analisar dados. Não obstante, se os métodos falham, também falham os dados, logo, as decisões podem ser imprecisas ou opostas à realidade. Resumidamente, pesquisa é uma ação ou um trabalho que harmoniza, em uma experiência lógica, experiência e raciocínio. Figura 1: Desenho da metodologia da pesquisa Fonte: Elaboração do autor A abordagem desta investigação delimitou em uma pesquisa quantitativa, a fim de obter dados necessários para a concretização da investigação. Quando se trata de pesquisa científica, geralmente se discute se a abordagem é qualitativa ou quantitativa. As quais se diferem pelo tipo de estudo que se deseja realizar. Em relação à abordagem quantitativa, escolhida para a realização desse estudo, Richardson (1999, p.70) comenta que: O método quantitativo como o próprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto ao tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde a mais simples como percentual, media divisão-padrão, as mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. A abordagem quantitativa possibilita uma precisão maior dos resultados e evita interpretações distorcidas, o que simplifica a pesquisa, pois sua análise será por meio de números. O tipo de pesquisa que mais se identificou com os objetivos propostos foi o de levantamento ou survey, que se caracteriza pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Conforme Gil (2007) a pesquisa de levantamento basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados. Dentre as principais vantagens dos levantamentos estão: conhecimento direto da realidade, economia e rapidez e quantificação. A investigação foi desenvolvida em escola confessional, situada na cidade de Cachoeira. A escola é detentora de um espaço, com quadra poliesportiva e um pátio para as brincadeiras no recreio. Devido ao número pequeno de professores do ensino fundamental I, a investigação assumiu um caráter censitário. O instrumento utilizado para coletar os dados foi o questionário, porque obtém respostas mais rápidas e mais precisas, que materialmente seriam inacessíveis, há mais tempo para responder e em hora mais favorável, economiza tempo, viagens e obtém grandes números de dados e atinge maiores números de pessoas simultaneamente. Segundo Gil (2008, p. 122) "[...] pode definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações." O questionário tem algumas vantagens que de acordo com Goldenberg (2001, p. 87) podem ser: "[...] entregue em mão; os entrevistadores se sentem mais livres para exprimir opiniões que temem ser desaprovadas ou que ou que poderiam colocá-los em dificuldades e o pesquisado pode pensar com calma." O questionário foi constituído de 13 indicadores, que buscava conhecer as necessidades formativas dos professores em relação as suas competências pedagógicas. (Ver apêndice 1). ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nessa parte do estudo discutiu-se os resultados mais significativos coletados na pesquisa de campo, realizada com os professores do Ensino Fundamental da escola confessional localizada no município de Cachoeira. O objetivo da investigação foi conhecer as necessidades dos professores em relação a sua prática docente. Quanto ao planejar o ensino-aprendizagem Zabalza (2006) comenta que essa é uma grande competência que o professor precisa desenvolver. Em relação a essa competência pode-se observar no gráfico 1 que, 40% dos professores revelam não possuir nenhuma necessidade, enquanto 60% do grupo variam entre pouca necessidade a muita necessidade. Gráfico 1: Planejar o processo ensino-aprendizagem Fonte: Questionário Outra necessidade pontuada pelos professores foi à elaboração de instrumentos diversificados de avaliação. Retomando as palavras de Zabalza (2006), a avaliação deve ser parte do processo de aprendizagem e não apenas um instrumento de revisão. Como é possível notar, o gráfico 2 aborda que 40% dos professores apresentam pouca necessidade ao elaborar instrumentos de avaliação, à medida que, 60% variam entre nenhuma necessidade e total necessidade. Gráfico 2: Elaborar instrumentos diversificados de avaliação FONTE: Questionário Segundo Zabalza (2006), os recursos tecnológicos são de valor indiscutível, é possível tê-las como objeto de estudo, como recurso didático e como meio de expressão e comunicação. O gráfico 3 demonstra que os professores tem necessidades em utilizar os recursos tecnológicos para o ensino aprendizagem, com pouca necessidade concentram-se 40% dos docentes, para o item alguma necessidade, ocorre um resultado semelhante ao item anterior de 40% no tempo em que 20% dos participantes declaram possuir muita necessidade. Gráfico 3: Utilizar recursos tecnológicos para facilitar o processo ensino-aprendizagem Fonte: Questionário Este gráfico nos traz dados reveladores sobre a necessidade dos professores em desenvolver pesquisas com os alunos. Em relação à pesquisa Echeverría (2005) e Zabalza (2006), afirmam que a pesquisa deve ser vista como algo essencial e significativo para a formação acadêmica e profissional. Notamos que é possível visualizar o gráfico 4 que: 40% mostram-se com pouca necessidade, contudo 60% variam entre nenhuma necessidade e total necessidade. Gráfico 4: Desenvolver pesquisas com os alunos Fonte: Questionário Segundo Bradford, citado por ZABALZA (2006, p. 115), o ensino se constrói através da relação interpessoal, e do encontro com o processo ensino-aprendizagem que é uma transação humana que liga o professor ao aluno. Como podemos ver no gráfico abaixo, mais da metade dos professores (60%) quando foram abordados sobre as relações interpessoais declararam que não possuem nenhuma necessidade, ao passo que 40% dividiram-se entre pouca necessidade e muita necessidade. Gráfico 5: Relacionamento interpessoal entre professores e alunos Fonte: Questionário Um ponto interessante de analisar é o gerenciamento da formação contínua, conforme Almeida (2010) é fundamental para o professor participar de programas de atualização e grupos de estudo. Vale ressaltar que o professor que preza pela sua formação continuamente não encontrará dificuldades para promover a formação integral do estudante. A pesquisa destacou que 60% dos professores apresentam algum tipo de necessidade e apenas 40% dos professores afirmam não possuir nenhuma necessidade. Gráfico 6: Gerenciar minha formação contínua Fonte: Questionário Conforme resultados encontrados constatou-se, que os professores entrevistados apresentam um índice elevado das necessidades: planejar o processo de ensino, elaborar instrumentos de avaliação, utilizar recursos tecnológicos, desenvolver pesquisas com os alunos e gerenciar a formação contínua. É evidente que os professores precisam de mais formação para desenvolver tais competências que são essenciais para o bom andamento da sua prática docente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Discorrer este texto sem reportamos aos objetivos seria tamanha negligência para com a pesquisa, logo, sabemos que os mesmos foram como uma ponte de fundamental importância para alcançar os resultados esperados, ou seja, encontrar a solução para o problema. Os objetivos básicos que nortearam esta investigação: conceituar competência, a importância da competência pedagógica para a prática docente eficaz e a relevância da análise de necessidade formativa para procedimentos de melhora. Estes objetivos foram úteis para responder a seguinte pergunta: Quais as competências pedagógicas que os professores da escola confessional necessitam desenvolver para satisfazer suas necessidades formativas? De acordo com o estudo realizado foi possível diagnosticar as deficiências que os professores apresentam, principalmente em relação ao planejamento de ensino, a elaboração de instrumentos de avaliação, a utilização de recursos tecnológicos, desenvolvimento de pesquisas com os alunos e o gerenciamento da formação contínua. É fundamental que a escola desenvolva um curso de formação para poder suprir essas necessidades e contribuir com o desenvolvimento de tais competências para os seus professores. Destarte, os professores estarão apropriando-se do domínio das competências, desenvolvendo uma boa prática, utilizando os procedimentos e tornando acessível à ligação entre o saber e a pesquisa, despertando, assim, o interesse do aluno em aprender. Por conseguinte, é imperiosa a inquietação com o seguimento de desenvolvimento das competências, considerando que, este processo é gradual e contínuo, ou seja, é um processo para toda a vida. Em suma, as competências pedagógicas são necessárias e fundamentais para o professor formar alunos éticos, críticos e criativos se tornando assim sujeitos ativos na sociedade. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Vania Hirle. Analise de necessidades formativas pedagógica dos professores das FADBA. 2010. 300 f. Tese (Doutorado em Educação e Sociedade). Universidade de Barcelona. Barcelona, 2010. CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1997. DELORS, J. et al. ( 1996 ). La educación encierra un tesoro. Informe a la UNESCO de la comisión internacional sobre la educación para el siglo XXI. Madrid: Santillana. DEWEY, D. (1933). En Ximena, C. (2009). Reflexiones sobre la facilitación de aprendizaje experienciales. Disponible en: . Acesso em: 02 maio 2011. ECHEVERRÍA, B. Competencia de acción de los profesionales de la orientación. Madrid: ESIC, 2005. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. LUCKESI, C. (2005). Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez. NÙNEZ, Isauro Beltrán. Estudo das necessidades formativas de professores (as) do ensino médio no contexto das reformas curriculares. Disponível em: http://www.anped.org.br/. Acesso em: 20 nov. 2010. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. RABAGLIO, Maria Odete. Seleção por competências. 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Informações pessoais Idade: Sexo: Formação acadêmica: Tempo de docência: As questões da tabela abaixo devem ser avaliadas considerando a presente Tenho necessidades relacionadas em: INDICADORES ESCALA 1 2 3 4 5 1. Transformar os conteúdos programáticos significativos para os alunos. 2. Planejar o processo de ensino-aprendizagem 3. Elaborar instrumentos diversificados de avaliação 4. Desenvolver pesquisas com os alunos. 5. Trabalhar de forma interdisciplinar os conteúdos 6. Fazer intervenção didática em prol dos alunos com dificuldades acadêmicas. 7. Utilizar recursos tecnológicos para facilitar o processo ensino aprendizagem. 8. Trabalhar os conteúdos de forma contextualizada. 9. Desenvolver projetos educativos com os alunos 10. Valorizar as experiências e a participação dos alunos 11. Gerenciar minha formação contínua 12. Manter o equilíbrio emocional diante de situações estressantes. 13. Relacionamento interpessoal entre professores e alunos. 1. Nenhuma necessidade 2. Pouca necessidade 3. Alguma necessidade 4. Muita necessidade 5. Total necessidade