CURSO DE ECONOMIA

UNIVERSIDADE DE SOROCABA

Análise das fontes das empresas inovadoras do setor de autopeças do município de Sorocaba, SP.

Aluno:

Rogério Pereira Ribeiro

Professor responsável:

Dr. Manuel A M Payés

Trabalho de conclusão da disciplina Técnicas de Pesquisa EM economia do Curso de Ciências Econômicas

Sorocaba – SP

Dez/2007

1.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo SCHUMPETER (1982, p.33), a inovação é aquela que representa uma ruptura com o padrão anterior. As inovações "Schumpeterianas" são motivadas pela percepção de oportunidades de mercado, de ganho por parte de agentes econômicos especiais (indivíduos ou organizações) dotados de visão, ousadia, iniciativa e capacidade de conceber e implementar estratégias.

As inovações no sistema econômico não aparecem, via de regra, de tal maneira que primeiramente as novas necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a presença desse nexo. Entretanto, é o produtor que, igualmente, inicia a mudança econômica, e os consumidores são educados por ele, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas que tinham o habito de usar. Portanto, apesar de ser permissível, e até mesmo necessário, considerar as necessidades dos consumidores como uma forma independente e, de fato, fundamental na teoria do fluxo circular, devemos tomar uma atitude diferente quando analisamos a mudança (Schumpeter, 1982,p. 48).

Segundo KUPFER; HASENCLEVER (2002, p.130), o conceito de inovação refere-se quando uma empresa produz um bem ou um serviço ou usa um método ou insumo que é novo para ela, assim estará realizando uma mudança tecnológica. Sua ação é denominada inovação. A inovação esta associada ao processo de aprendizado tecnológico da firma que é cumulativo e coletivo (no âmbito da firma).

Existem vários níveis de inovações que geram diferenciais, como a melhoria de processos, por exemplo, como a atribuição de novos itens no mix de produção (já existentes no mercado) ou produtos ainda não existentes no mercado inserido no processo produtivo através de pesquisa de demanda, haja vista que o cliente que gera demanda também é uma importante fonte de informação para criação de inovações tecnológicas. As tecnologias podem ser inovadoras (radicais) ou imitadoras (incrementais).

COHEN; LEVINTAHL (1989, p.569) apontam o processo de aprendizado tecnológico, a ampliação de estoque de conhecimento das organizações que dependem do esforço tecnológico da capacidade de inovar, do acesso as fontes externas de conhecimento e da capacidade de aprendizado da organização. O esforço tecnológico da organização é função do investimento em aprendizado dostrabalhadores, isto é, em capacitação e treinamento orientado ao desenvolvimento e introdução de inovações ou aprimoramentos e, notadamente, daquele outro alocado em pesquisa e desenvolvimento (P&D). A inovação para o mercado parece requerer um maior grau de capacidade de absorção de fontes acadêmicas, por se tratar do desenvolvimento, de fato, de um produto que ainda não existe no mercado. Entre as firmas que inovam para o mercado, existe um percentual maior de firmas com capacidade de absorver conhecimentos acadêmicos do que entre as firmas que adaptam produtos já existentes no mercado nacional.

Segundo De NEGRI (2006, p.11),

De fato, a criação de um produto novo para o mercado possui, provavelmente, características muito mais inovadoras do que a produção de produtos já existentes ou a adaptação desses produtos. Como o produto novo ainda não é conhecido no mercado, seu desenvolvimento possivelmente requer uma maior utilização de pesquisa de ponta, desenvolvido pelas instituições acadêmicas.

As empresas também se utilizam de informações e conhecimentos externos à firma. Os estudiosos referem-se a essas informações e conhecimentos como "spillovers" ou "transbordamentos" e envolvem articulações com fornecedores, consumidores e com a infra-estrutura científico-tecnológica. A forma como cada empresa vai utilizar essas fontes e as informações adquiridas não é necessariamenteigual devido à heterogeneidade nelas existente.

Qual a importância das fontes no processo de inovação para as empresas do setor de autopeças?

2. OBJETIVO

Pretende-se estudar as fontes e a importância das informações e conhecimentos tecnológicos empregados para inovar nas empresas do setor de autopeças de Sorocaba-SP.

3. JUSTIFICATIVAS

Partindo do pressuposto de que a superação dos entraves ao desenvolvimento econômico deve passar pelo aumento da produtividade da economia, e conseqüentemente, pelo aumento do poder competitivo das empresas, é evidente a associação deste tema ao esforço tecnológico promovido pelas empresas, e os resultados desse esforço em termos de ganho de eficiência, produtividade e qualidade na produção.

Então, estratégias empresariais centradas na inovação tecnológicas são condições suficientes para a conquista e a manutenção da competitividade nos mercados.

Considerando esse argumento, pretendo analisar o esforço tecnológico promovido pelas empresas, os resultados obtidos em termos de inovações de produtos e indicadores de resultados da atividade de inovação.

4. HIPÓTESE

Pretende-se estudar as fontes e a importância das informações e conhecimentos tecnológicos empregados para inovar nas empresas do setor de autopeças de Sorocaba-SP.

As fontes são:

Fontes internas:

-Departamento local de P&D.

-Outros departamentos.

Fontes ligadas ao mercado:

-Fornecedores de equipamentos, materiais, componentes ou softwares.

-Clientes.

-Concorrentes.

-A matriz.

-

5. MATERIAL E MÉTODO

Serão utilizados dadosdoprojeto de pesquisa "Acordos de cooperações verticais, respostas ambientais e logísticas das empresas industriais em Sorocaba-SP", de autoria de um grupo de professores da Uniso. Este projeto tem na competitividade seu foco de estudo e conta com apóio financeiro da FAPESP (projeto de pesquisa - regular 2005/03502-0). A metodologia se pautará na aplicação de um questionário às empresas (pessoas jurídicas) e no uso de análises de estatística descritiva e não-paramétrica.

Os dados da pesquisa foram obtidos através da aplicação de um questionário às empresas do subsetor mecânico, localizadas no município de Sorocaba.

Universo e amostra: O universo da pesquisa é de empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas relacionadas no sistema CAGED do Ministério do Trabalho, relativas ao município de Sorocaba. Muito embora todas as empresas devam ser contatadas, é de se esperar que apenas uma parte colabore com a pesquisa. Desta forma, as empresas que colaborarem constituirão uma amostra não-aleatória.

Elaboração do questionário: O questionário compreenderá as seguintes questões:

Coleta de informações: A coleta de informações será realizada nos meses de outubro e novembro. Para facilitar o acesso às empresas, será realizado um trabalho de divulgação junto ao órgão de classe (CIESP), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e mídia. Além disso, será elaborada uma carta-compromisso tratando do sigilo das informações fornecidas pelas empresas.

Forma de análise dos resultados: i) Elaboração de planilhas e Tratamento dos dados: Serão elaboradas planilhas para realizar análises de estatística descritiva e não-paramétrica. Está previsto o uso de escores (de 1 a 4) para os indicadores e também o teste U de Mann-Whitney; ii) Seminário interno, com convidados externos: Com base nesses resultados será promovido um seminário interno com a participação de professores, alunos do Probic (Programa de bolsas de iniciação científica) e convidados externos, para a discussão, reflexão e crítica dos resultados. Além disso, os resultados serão apresentados no Eepic (11.º Encontro de pesquisadores de Iniciação Cientifica e 6.º de Extensão da Uniso); iii) Elaboração de relatório: Finalmente, será elaborado um relatório conclusivo.

A elaboração da monografia será de acordo com o Manual de normalização de apresentação de teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso: UNIVERSIDADE DE SOROCABA. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa. Manual de Normalização de apresentação de teses, dissertações, monografias e trabalhos de conclusão de curso da Universidade de Sorocaba.4a ed. Atualizada. Sorocaba: UNISO, 2006.

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ATIVIDADES

jan fev mar abr mai jun ago set out nov dez

1.LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO COMPLEMENTAR E ELABORAÇÃO DO CAPÍTULO 1

X

2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO COMPLEMENTAR E ELABORAÇÃO DO CAPÍTULO 2

XX

5. ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO

XX

6. ELABORAÇÃO DAS CONCLUSÕES

X

7. FORMATAÇÃO E REVISÃO FINAL

XXX

7. REFERÊNCIAS

SCHUMPETER, Joseph A Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia Industrial:Fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

COHEN, W.M.; LEVINTHAL, D.A. Innovation and learning: the two faces of R&D. Economic Journal. Local, v.99, n. 397,p. 569-596, Jan.-Jun.1989.

DE NEGRI, Fernanda. Determinantes da inovação e da capacidade de absorção nas firmas Brasileiras: qual a influência do perfil da mão-de-obra?In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, XXXIV, 2006, Salvador (Bahia). Anais. Brasília: Anpec, 2006. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro_2006.htm>. Acessado em 30 nov. de 2007.

ALMEIDA, Sergio. Um modelo evolucionário de busca tecnológica. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, XXXII, 2004, João Pessoa (Paraíba). Anais. Brasília: Anpec, 2004. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro_2004.htm>. Acessado em 01 dez. de 2007.

ARAUJO, Rogério Dias. Esforço inovador das firmas industriais brasileiras efeito transbordamentos.In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, XXXII, 2004, João Pessoa (Paraíba). Anais. Brasília: Anpec, 2004. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro_2004.htm>. Acessado em 01 dez. de 2007.

BRITTO, Jorge N. de P. Cooperação Tecnológica e Aprendizado Coletivo em Redes de Firmas: sistematização de conceitos e evidências empíricas. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, XXIX, 2001, Salvador (Bahia). Anais. Brasília: Anpec, 2001. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro_2001.htm>. Acessado em 30 nov. de 2007.

KANNEBLEY, Sérgio Jr; SELAN, Beatriz. Atividades inovativas nas empresas paulistas: um estudo a partir da PAEP -2001. In: REVISTA BRASILEIRA DE INOVAÇAO 10º EDIÇAO, Campinas (São Paulo). Anais. Brasília: Finep 2007 Disponível em: <http://www.finep.gov.br/revista_brasileira_inovacao/decima_primeira edicao.asp>. Acessado em 01 dez. de 2007.