Atualmente no Brasil podemos perceber que, cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a saúde. Alimentos diets, lights, frutas e verduras estão cada vez mais sendo consumidos pela sociedade e esses alimentos junto com uma melhoria na qualidade de vida da população, estão colaborando para a diminuição da taxa de mortalidade em nosso país.

A prova dessa afirmativa é que, pesquisas feitas no final do ano de 2008 pelo IBGE, mostram que a expectativa de vida no Brasil, cresceu em média de 51 anos em 1950 para 73 anos, nesse período. Segundo informações do instituto, se continuarmos nesse ritmo, em 2050 ao nascer, as pessoas terão uma expectativa de vida de 81 anos, mesma taxa verificada entre os japoneses, povo de maior longevidade do mundo.

Embora a maioria dos brasileiros entendam que para cuidar da saúde é preciso praticar esportes e se alimentar de maneira saudável, é importante destacar que atitudes que a primeira vista não parecem perigosas, podem ser muito prejudiciais. Tomar remédio sem prescrição médica, por exemplo, é um hábito que já se tornou comum entre os brasileiros, porém, nosso objetivo nesse artigo, não é discutir os efeitos físicos que causam esses medicamentos nos seus usuários, e sim, analisar de forma rápida, como a publicidade vem abordando essas questões estimulando assim a compra desses produtos pelo consumidor.

PROPAGANDA BRASILEIRA X MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO

Quem nunca viu ou ouviu essas frases: Dor de cabeça? Chama a Neosa. É gripe? Benegripe. Contra azia e má digestão: Estomazil. Esses são alguns exemplos de propagandas de medicamentos que, freqüentemente presenciamos na mídia brasileira, e que corroboram para que eles sejam consumidos como "pílulas da saúde". Isso sem falar dos famosos, que se abstendo da credibilidade que possuem, (e preocupados apenas com o cachê), estimulam a compra de medicamentos afirmando que deles fazem uso.

Porém, existe um responsável em fazer a medição entre a publicidade e a saúde do consumidor, que é o Código de Ética da Propaganda ( CONAR), que se encarrega de impor regras especiais às propagandas que sejam prejudiciais à saúde física e moral da sociedade.

O CONAR é bem claro quando dita suas regras as categorias especiais, e bem prolixo quando se trata da venda de produtos sem orientação médica. Dentre várias regras descriminadas no anexo I do capítulo III do CONAR que trata sobre a publicidade de medicamentos populares, podemos destacar:

a) Não deve ser feita de modo a resultar em uso diferente das ações terapêuticas constantes na documentação aprovada pela Autoridade Sanitária
b) Não oferecerá ao consumidor prêmio, participações em concursos, ou recursos semelhantes que o induzam ao uso desnecessário do medicamento.
c) Deve enfatizar o uso e ações do produto em questão, comparações injuriosas com concorrentes não são aceitas.
d) A publicidade de medicamento não oferecerá a obtenção de diagnóstico a distância
e) Não deverá encorajar o consumidor a cometer excessos físicos, gastronômicos ou etílicos.

Embora hajam todas essas restrições, a automedicação acentuada pela " empurroterapia" é culpada pelos altos índices de intoxicação medicamentosa, registrados nos órgãos de atendimento às vítimas, e esse problema se agrava mais ainda na medida em que as pessoas são induzidas por seus ídolos a consumir determinado medicamento.

Para finalizar, entendemos que, apesar de profissionais da comunicação, a propaganda de medicamentos ajuda sim a aumentar os perigos à saúde da sociedade, e no Brasil seus efeitos ainda são maiores, pois além de abrigamos drogarias que descumprindo a lei, não possuem farmacêuticos para orientação dos consumidores, somos ainda o terceiro melhor país em propaganda do mundo, fator que colabora para um maior convencimento por parte do comprador.


BIBLIOGRAFIA

A.PARAGUASSÚ, Lopes. Ética na propaganda. São Paulo: Editora Atlas, 2003.