UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO - PROGRAD

CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCACAO - CENFLE

DISCIPLINA: LITERATURA INGLESA I (POESIA)

                           ALUNO: PAULO IGOR XAVIER DA SILVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANALISE DA POESIA DO PERIODO ELISABETANO 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRAL – CE

2013

Objetivo:

Este trabalho abrange um estudo sobre a Poesia Elisabetana. Para tal fim, fez-se necessário abordarmos temas como:

  1.        I.        A Origem e Formacao da Lingua Inglesa, onde analisamos os três períodos históricos/evolutivos da língua inglesa.
  2.       II.        A Poesia Elisabetana. Aqui apresentamos como a literatura refletia a realidade londrina, reflexo da sociedade na regência de Elisabete I. Sistematizamos a analise critica de alguns sonetos e poemas de Shakespeare e William Blake.
  3.     III.        Nosso ultimo tópico discorre sobre o puritanismo na época de John Milton e como a literatura refletiu tal momento da sociedade católica londrina. Expusemos aqui, uma discussão sobre o conto “O Padre da Freira” de Chaucer e do Poema “the lamb and the tyger” de William Blake.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                     Origem e Formacao da Lingua Inglesa.

Os estudos sobre o tema, em virtude de um lapso temporal de cerca de 1500 anos, devem ser dividos (a história da formação da língua inglesa) em três períodos. Old English, Middle English e Modern English. A abordagem histórica enfoca os principais acontecimentos que repercutiram na formação linguística, desde os primeiros povos habitantes da Europa na Idade do Bronze – os Celtas, por volta de 1000 a.C. -, a invasão romana - em 55 e 54 a.C. - até chegar propriamente no que se pode chamar de língua inglesa, após as primeiras incursões dos povos germânicos, prosseguindo com a conquista normanda até a padronização do inglês moderno.

Old English também é chamado de "período anglo-saxão", que vai do ano 499 até o ano 1100 d.C. e compreende as invasões da Inglaterra por tribos germânicas, principalmente os anglos, os saxões e os jutos; e uma segunda onda de invasores: os vikings. O inglês falado neste período não era uma única língua, mas sim uma variedade de diferentes dialetos que eram línguas funcionais para descrever fatos concretos e atender as necessidades de comunicação diária. Se comparado ao inglês atual que conhecemos, é uma língua quase irreconhecível tanto na pronúncia quanto no vocabulário e na gramática.

No segundo período, o Middle English (entre 1100 e 1500 d.C.), em função da conquista da Inglaterra pelos normandos na Batalha de Hastings, em 1066, a língua inglesa sofreu uma grande influência do francês, que se tornou a língua da lei, da educação, da igreja, do governo civil e da organização militar, permanecendo assim durante 300 anos. A influência da cultura franco-normanda na nação anglo-saxônica resultou no enriquecimento do vocabulário, mas sem afetar a pronúncia ou a estrutura gramatical. A língua inglesa recuperou seu prestígio no final do século XV, influenciado tanto pelo sentimento nacionalista como pelo advento da imprensa - que divulgava o mesmo padrão lingüístico - e da literatura, principalmente de Geoffrey Chaucer, conhecido como "O Pai da Literatura Inglesa".

Depois disso não foi mais registrada nenhuma mudança drástica, principalmente pelo fato de nunca mais a Inglaterra ter sido exposta a nenhuma invasão estrangeira, resultando no que chamamos de Modern English (1500), período de padronização e unificação da língua falada até hoje. A disponibilidade de materiais impressos deu impulso à educação, trazendo o alfabetismo ao alcance da classe média. No início deste período tivemos a impressionante contribuição de William Shakespeare para o enriquecimento da língua inglesa. Sua imensa obra é caracterizada pelo uso criativo do vocabulário então existente, bem como pela criação de palavras novas. A chegada dos primeiros imigrantes ingleses, em 1620, na América do Norte - período da colonização - marcou o início da presença da língua inglesa no Novo Mundo. Após a independência dos Estados Unidos, em 1776, o dialeto norte-americano já mostrava um vocabulário distinto em relação ao inglês da Inglaterra, em função da influência das culturas indígenas nativas e do espanhol das regiões colonizadas pela Espanha. No entanto, atualmente, as diferenças entre o inglês britânico e o norte-americano se caracterizam, basicamente, pela pronúncia, além de pequenas diferenças no vocabulário. E, mesmo havendo pequenas diferenças regionais, o inglês se tornou um idioma de comunicação internacional, econômica e culturalmente.

 

 

A poesia Elisabetana

A era elisabetana  viu um grande florescimento da literatura, especialmente no campo do drama. A Renascença Italiana tinha redescoberto o antigo teatro grego e romano, e isso foi fundamental no desenvolvimento do novo drama, que estava então começando a distanciar-se das velhas peças de mistério e milagres da Idade Média. A Era Elisabetana foi uma época muito violenta e que a grande incidência de assassinatos políticos na Renascença italiana (expressos pelas ideias de Nicolau Maquiavel em o O Príncipe) não permitiu acalmar temores de conspirações. Como um resultado disto, representações que continham este tipo de violência nesta época eram provavelmente mais catalíticas para o espectador elisabetano. Acompanhando as primeiras peças elisabetanas tais como Sackville e Norton de Gorboduc e The Spanish Tragedy por Kyd, a qual forneceu muito material para Hamlet, William Shakespeare destaca-se neste período como poeta e dramaturgo, e ainda não foi superado. Shakespeare não era um homem de letras por profissão, e provavelmente tinha somente alguma educação gramatical escolar. Ele não era nem um advogado, nem um aristocrata como os “talentos universais” que estavam monopolizando o palco inglês quando ele começou a escrever. Mas era muito talentoso e incrivelmente versátil, e ultrapassou "profissionais" como Greene, que ridicularizava este "shake-scene" de origens humildes. Embora a maioria dos dramas fossem recebidos com grande sucesso, em seus últimos anos (marcados pelo início do reinado de James I) que ele escreveu aquelas que viriam a ser consideradas suas grandes peças: HamletKing LearMacbethAll's Well That Ends WellAnthony and Cleopatra. Para listar os trabalhos que pertencem ao período tardio, devemos adicionar The Tempest, uma tragicomédia que inscreve dentro do drama principal uma brilhante demonstração para o novo rei. Esta 'peça dentro de uma peça' toma forma de um masque, um interlúdio com música e dança, colorido por efeitos especiais em novos teatros internos. Críticos mostraram que na peça principal, a qual pode ser considerada um trabalho dramático por si só, foi escrita para a corte de James, se não foi para o próprio monarca. A arte mágica de Prospero, na qual depende o desfecho do enredo, sugere a bela relação entre arte e natureza na poesia. De forma significativa por estes tempos (a chegada dos primeiros colonos na America), The Tempest é (embora não aparentemente) ambientada nas Ilhas Bermudas, como as pesquisas em ‘‘Bemuda Pamphlets’’ (1609) têm mostrado, ligando Shakespeare à Virginia Company itself.

Os sonetos foram introduzidos na Inglaterra por Thomas Wyatt no início do século 16. Os poemas pretendiam ser transformados em músicas, tais como os de Thomas Campion, que se tornaram populares quando a literatura impressa foi disseminada mais abertamente nas casas.  Outras figuras importantes no teatro Elisabetano incluem Christopher Marlowe, Thomas Dekker, John Fletcher e Francis Beaumont. Se Marlowe (1564-1593) não tivesse sido esfaqueado numa taverna aos vinte e nove anos, segundo Anthony Burgess, ele poderia ter rivalizado, se não igualado o próprio Shakespeare em seus dons poéticos. Notavelmente, ele nasceu apenas algumas semanas antes dele e deve tê-lo conhecido bem. O assunto principal de Marlowe, contudo era diferente: focava-se mais no homem da renascença do que em qualquer outra coisa. Marlowe era fascinado e estarrecido pelas fronteiras da nova e moderna ciência. Drawing on German lore, ele apresentou Dr. Fausto a Inglaterra, um cientista e mago que é obcecado pela sede de conhecimento e pelo desejo de empurrar o poder tecnológico humano aos seus limites. Ele adquire poderes sobrenaturais que o permitem até voltar no tempo e casar-se com Helena de Troia, mas ao fim do seu pacto de 24 anos com o diabo é obrigado a render sua alma a ele. Seus heróis sombrios devem ter um pouco do próprio Marlowe, cuja data de morte ainda é um mistério. Ele era conhecido por ser ateu, levar uma vida desregrada, ter várias mulheres, consorting with ruffians: viver a "alta sociedade" do submundo de Londres. Mas muitos suspeitam que isso pode ter sido um disfarce para suas atividade como agente secreto para a rainha Elizabeth I, sugerindo que o "esfaqueamento acidental" pode ter sido um assassinato premeditado a mando dos inimigos da Coroa. Beaumont e Fletcher são menos conhecidos, mas é quase certo que eles ajudaram Shakespeare a escrever seus melhores dramas e também eram bastante famosos na época. É também nessa época que o gênero de comédia urbana se desenvolve. No fim do século 16, a poesia inglesa era caracterizada pela elaboração da linguagem e extensiva alusão a mitos clássicos. Os mais importantes poetas dessa época incluem Edmund Spenser e Sir Philip Sidney.

Analisaremos agora, para sintetizarmos a vasta teoria supramencionada, um ensaio que descrevera a realidade londrina e consequentemente de Elisabete I e da poesia de sua época, o Ensaio sobre a obra “ as três descrições de Londres” de William Blake.

                          Ensaio sobre: As três descrições de Londres

Temos três obras com o mesmo tema abordado, a Londres, porém com descrições diferentes dessa mesma cidade, as quais tornam evidentes todos os aspectos que as compõem, as pessoas, os costumes, o convívio social londrino. A cidade descrita abrange não só seu espaço físico, mas alcança o interior do coletivo, do social.

Em Swift (1667 – 1745), com sua descrição do amanhecer em Londres, nos primeiros versos o autor já quebra com a composição de imagem perfeita do campo no amanhecer  e inicia sua minunciosa caracterização das mazelas sociais, que se iniciam à noite, algumas terminam com esse amanhecer, enquanto outros se iniciam com o nascer do sol.

Nesse poema o campo físico da cidade é descrito na tentativa de caracterizar e enfatizar a personalidade do coletivo dessa sociedade. Vemos espaços como ruas sujas em que os subjugados aos ricos são obrigados a limpá-las, vemos que os cobradores estão às portas da nobreza, esta passa a perder força e poder e fada-se ao fracasso, que é comunicado até na presença de uma prostituta, que fez seu trabalho e não recebeu pelo mesmo, condenando esses nobres que viviam de aparências.

Apesar de algumas personagens possuírem nomes não vemos uma evolução dos mesmos, apenas tipificam a todos que vivem em Londres, assim, Moll, não seria apenas a empregada que esfrega o chão, mas todas as mulheres, que já começam o dia trabalhando.Todas as personagens estão relacionadas, principalmente ao aspecto social londrino e não ao individual de cada um.

Esse poema denota que a vida longe do campo se torna podre, cheia de mazela e que o poder da nobreza está acabando. Não existindo a calma que o campo transmite, o contato com o natural, as pessoas passam a se corromper e se acostumam com as dificuldades, com a pobreza, com a vida de aparências, tendo a corrupção no da-a-dia e se conformam, não possuem uma visão de evolução, de mundo novo, de pessoas que possuem algo melhor para oferecer.

Encontramos em William Blake, os seus textos de “Songs of Experience” (1794), o poema intitulado Londres, que mantém a mesma linha de raciocínio de Swift ao descrever a cidade de Londres, de forma racional e com uma visão pessimista do que ocorre com a sociedade da época.

Logo no início, Blabe usa palavras que demonstram que pela presença do poder, do dinheiro, até as ruas, o rio Tâmisa, sejam uma posse comprada por alguém, o que o autor chama de doença e desgraça, possivelmente visível nas pessoas, as quais o eu lírico diz encontrar pela rua.

“I Wonder trho ´ each charter´d street,    Near where the chearter´d Thames does flow                                                          And Mark in every face I meet                Marks of weakness, marks of woe.”

(William Blake_ Londion, 1 ao 4)

Blake, faz menção a personagens, utilizadas por Swift em seu poema “A description of the morning”  com a mesma intenção de mostrar o quanto existiam pessoas que eram desvalorizadas pela sociedade, menos o Limpa-Chaminé, a prostituta.

1° a diferença se encontra no soldado que aparece nos dois poemas, apesar dos dois estarem caracterizando o coletivo, todas as forças militares da época, e não o indivíduo, em Blake, temos um soldado que sofre com as injustiças e com a submissão que possui para com Clero e com a Nobreza,  o que o autor com isso demonstra é que a cidade, no caso, Londres, é denominada e é subjugada a um mundo denominado pelo palácio, a igreja, quem impunha as ordens e a opressão.                                         

 

“And the hapless Soldier´s sigh              Runs in blood down Palace walls.       (William Blake_London, 11 e 12)

       Diferenciando-se dos dois poemas anteriores, tanto em sua estrutura, como em seu contexto, temos o poema de William Wordsworth(1770-1850), que demonstra o início de uma nova estética poética, que vai trabalhar com o que é específico, um único tema deverá ser trabalhado de forma poética.

Logo no título do poema, vemos que o autor não tinha o desejo de retratar os dias de Londres, as ruas, ele buscou descrever apenas o dia 30 de setembro do ano de 1802, na ponte de Westnunster. Ele torna este dia e essa personagem única, pela sua capacidade de expressas aspectos físicos e comuns, misturados com a natureza, dando um novo semblante a Londres, que nos poemas anteriores era retratada de forma doente e decadente, aqui encontramos uma cidade bonita, agradável e com a presença da magia do amanhecer brilhante, sem a presença de poluentes, uma cidade bela.

O apreço pelo cenário natural se demonstra ativo novamente, a calma que só o campo expressa, são descritos no poema, e eles são responsáveis pela beleza que se encontra aqui nesse centro urbano.

Por suas descrições, Wordswotrh, se diferencia por completo de Blake e Swift, pela presença do sentimento do eu-lírico, que em Blake encontramos um distanciamento desse eu-lírico com a cidade, percebemos um desprezo, pelas pessoas, pela sociedade, uma descrença por tudo. Com Swift, vemos o eu-lírico como um espectador do amanhecer e de todas as ações do poema, porém ele não se põe como participante agente ou paciente na obra. No poema de Wodsworth temos a intensa sensação de felicidade, tranqüilidade que esse amanhecer londrino provoca nesse eu-lírico, que o assiste continuamente e participa da obra ao afirmar nunca ter sentido sensações que a manhã de 30 de setembro de 1802 o proporcionou.

“Ni er saw I never felt, a calm so deep!” (William Blake_London, 11 e 12)

Esse tipo de participação do eu-lírico com seus sentimentos de forma sutil, mas explícita e em contato com o poema, só se dá por que o autor demonstra aqui sua caracterização com o Romantismo como época literária.

Agora, analisarmos criticamente a poesia Elisabetana  ao discutirmos um soneto Shakespeariano.

 

A Mulher Ideal e a Mulher Real em Shakespeare

    Nesse soneto de Shakespeare (1564-1616), percebemos a maestria do poeta em quebrar toda uma temática baseada na expressão dos sentimentos, na descrição da mulher amada da época renascentista. Pois nesse período o amor, a mulher vista como deusa, deveria ser o principal tema das obras poéticas, com elogios exagerados, sublimação do amor inalcançável, daquela época, o que percebemos em outro conto de Shakespeare:

                                       “But they eternal summer shall not fade

                                        Nor lose possession of that fair thou ow’st

                                        Nor shall death brag thou wander’st in his shade

                                        When in eternal lines to time thou grow’st”

                                                             (Shakespeare, Sonnets XVIII, v 9 a12)

Nesse trecho o poeta, compara a beleza do ser amado a um dia de verão, com uma beleza superior e qualidades mais apreciáveis do que  um dia claro e belo .O poeta nesse ultimo verso do quarteto   imortaliza o ser  amado ,pela função  da poesia, que escrita jamais morre ,tornando eterno essa beleza e as qualidades da amada.

O que o mesmo poeta, Shakespeare, em outro soneto, o qual será objeto de estudo, tentará negar logo nos primeiros versos, desmentindo veemente a caracterização da mulher amada com símbolos da natureza, como o sol e os olhos da amada, nesse soneto, a neve, as rosas, seus cabelos comparados a arames. Podendo ser considerado uma afronta a estética de poesia da época, pois a mulher aqui apresentada se tornaria uma mulher feia.

                                      “My mistress’ eyes are nothing like the Sun

                                       […]

                                      If snow be white, why then her breasts are dun

                                     If hair be wires, black wires grow on her head.”

                                                    (Shakespeare, versos 1,3e4)

Na tentativa de tornar a mulher um ser real, de carne possível de realizar o amor do eu lírico, notamos um conflito usado pelo poeta entre palavras que em outros poemas estão expressando a beleza da mulher amada, estão inseridas em outro contexto, nesse soneto, que dão outra unidade de significação e características a essa mulher, como face, lábios, perfumes aqui contrastando com hálito, palavra pouco usada em poemas da época.

A face dela não se parece com rosas, seu hálito não e agradável como os perfumes, seus seios são pálidos, no sentido de sombrios sem cor, lugar pouco comum onde os poetas renascentistas geralmente se direcionam a essa cor como algo ruim. Essa mulher não seria perfeita, sua aparência e humana, seu cheiro é comum e se o eu lírico é capaz de ver na aparência dela esses defeitos, de sentir seu cheiro, ver seus seios, demonstra que ele já teve ou tem um contato pessoal com a amada. O que vai ser desenvolvido no ultimo quarteto, quando anuncia que as musicas são mais agradáveis do que som da voz dela.

                                         “I love to hear her speak, yet well I know

                                          That music hath a far more pleasing sound.”

                                                       (Shakespeare, verso 8 e9)

A partir do 9º verso, percebemos que o eu lírico, apesar das comparações negativas feitas ate aqui, o que nos da a entender que ele tem um desprezo  pela mulher amada notamos que ele a ama de verdade ,gosta dela e talvez seja recíproco esse amor.Talvez por isso ele desmitifica a idéia  de deusa perfeita,intocável,pra ele a mulher ideal não precisa ser uma deusa que só se realiza no mundo imaginário de outros eu líricos ,precisa ser humana ,tocável de carne.

Nos dois últimos versos do soneto o eu lírico fecha o tema central desenvolvido com todas as comparações iniciais no soneto, a sua mulher amada era tão rara e bela quanto às mulheres imaginarias de outros poemas. Essa mulher não deveria flutuar para ele, mas pisar no chão. Pra o eu lírico tornar o amor em algo idealizado, inalcançável para os amantes, nos da o entender que seria um grande erro fazer comparações inexistentes mentirosas para dizer que está amando, ele com seu amor faz com que sua amada em nada se compare a esses padrões de beleza perfeitos, porém falsas dessa época.

O Puritanismo

Desta vez, ao invés de apresentarmos um grande embasamento teórico (como fizemos em relação ao tópico anterior – a Poesia Elisabetana), analisaremos um conto intitulado “o Padre da Freira” de Chaucer para descrevermos a Era Puritana, suas convicções e ataques a Igreja Catolica, bem como o impacto que tal movimento causou na literatura.

 

Ensaio do conto Padre da Freira

               Assim como Paulo Vizioli descreveu em seu texto,sobre como Chaucer montou   caracteristicamente bem os personagens  nesse conto ,um leitor ,mesmo que não entenda do assunto,

notará que o conto não se trata apenas animais que sabem falar,possuem sentimentos característicos

dos humanos,ou até mesmo são bem informados sobre vários assuntos  religiosos,filosóficos e sociais.

 

“Diremos apenas que, pelos tipos que faz desfilar ante nossos      olhos, constitui  gigantesca pintura da sociedade da época e pela variedade dos gêneros que se enquadram  os diferentes contos...”    ( p.94,2ºpar.)

“... Por exemplo, li na vida de São Cenelo,filho de Cenulfo o nobre de Mercia...”                                                               (p.131,2ºpar,Contos de Cantuária)

       Há um intuito claro de enfatizar a sociedade da época,seus costumes seus defeitos,a cultura, as classes sociais  representadas indiretamente nesse conto.Os seres humanos  representados no mesmo possuem uma importância relativa no que se  refere as características coletivas e não individuais, repre-sentam varias pessoas ,grupos, o individual é deixado de lado no intuito de tornar o texto mais leve e agradável,com um tom de critica ,denúncia,até mesmo porque nessa época ,não era permitido a livre expressão do pensamento contrário as forças dominantes ,reis o clero,etc.

Nesse conto Chaucer utiliza as pessoas, a viúva as suas filhas para caracterizar grupos sociais,que representavam o poder na época ele faz uma sátira disfarçada e leve,até mesmo para criticar ou destacar esse grupo social .Já que dependendo da interpretação  da interpretação de quem lê o texto .Podemos ver em  Paulo Vizioli,a viúva representa no texto a igreja no momento em que essa está estagnada ,sendo merecedora  de respeito ,possuidora da ordem social com o papel de conselheira ,dona de experiência ou pelo menos se dá a entender isso.A raposa representa os frades que decaídos, demonstram astucia pen- no bem próprio,utilizando se de meios corruptos ,são egoístas,tentando sobressair-se  de dificuldades

porém tudo de forma escondida,pois possuíam a fama de seguidores e pregadores do ensinamentos de Divinos. Há também outra possibilidade de personalização da raposa, podemos ver nela  pessoas de todas as classes sociais ,nobres ou não ,que estão em busca do poder ,tomá-lo do rei,ou se compararem  a eles .Pessoas que usam o poder com a palavras ,persuasão para conseguirem de forma corrupta saciar o seu desejo impondo sua vontade ;

                                 

“Mas, por falar em canto juro-vos,pela luz       

dos meus olhos, que alem de vós jamais

                                                                     ouvi alguém qual vosso pai pela manha.”

(p.133,3ºpar)

             Nessa voz da raposa assim como nas demais o leitor nota claramente, que ela usa de bajulações e uma submissão no intuito de convencer  Chantecler,que é muito orgulhoso, a cantar e se descuide e assim ela possa capturá-lo. Chaucer mostra aqui uma corte cercada de bajuladores, torcendo pela decadência do poder ,ou seja,do rei. A galinha Pertelote,representa a voz feminina que começava a ganhar espaço,deixando de ser apenas  uma mulher sem expressão ,dominada pelo esposo e destinada a cuidar dos filhos e da casa, sendo a representante dos costumes religiosos .

           O sonho de Chantecler  para ela, não representava nada mais do que problemas alimentares,tendo um papel de força ,refugio para Chantecler ,por isso ela seria a esposa preferida dele ,era sua conselheira de todos os assuntos,segundo ela tudo poderia estar ao alcance do galo. Como argumento do papel desafiador da mulher da época, Chaucer , mostra Pertelote desconfiadado próprio esposo,ou  outra situação ,a mulher desconfiada do seu marido ,demonstrando essa mudança do comportamento feminino.Percebemos o quanto a galinha possui um nível intelectual elevado e sendo conhecedora de vários escritores,textos importantes,talvez deva-se a isso ela sempre descordar do marido,impondo sua vontade e até o criticando:

                             

“Vai-te, exclamou ela, vai-te daqui, oh covarde! Pelo Senhor do Céu, acabaste de perder meu coração e meu afeto.Ai por minha fé como poderei amar um poltrão?”

                                                                        (p 128,3ºpar)

Percebemos nesta fala de Pertelote um descontentamento que pode representar o que as mulheres da epoca sentiam em relação aos seus esposos,a nova visão de mundo ,uma ação mais participativa dessa mulher  na sociedade.

Aqui nesse conto temos como personagem principal Chantecler,o galo,possuindo varia possibili-dades de interpretação ,a partir da analise de seu comportamento,e de como Chaucer usa o padre para ca-racterizalo,de forma detalhista e minuciosa .O padre descreve um galo perfeito muito belo ,quase sem efeitos ,possuindo um cantar semelhante a de um coral de igrejas ,instinto aguçado na percepção  do nascer do sol,,comparado em certos momentos com um deus ou um rei;

“Sua voz era mais alegre que os alegres órgãos  nos dia de missa ...Sabia por instinto as ascensões do equinocional...Sua crista era mais rubra que o coral mais  fino...”

                                                          (p.127,1ºpar)

           No decorrer do conto Chaucer dá outras características ao galo, tornando-o mais próximo do homem e Chantecler torna-se conto um ser orgulhoso, vive de aparências, uma imponência exercida  sobre os seus súditos ,no  caso as galinhas ,contudo,demonstra momentos de fraqueza medo,falta de confiança em si mesmo,e nesse momento que vemos seu orgulho e soberba como maior defeito ,causador de todas desventuras ,quando se depara com a astuta raposa,que logo percebe esse ser o ponto do fraco do galo.

“Deslumbrado pela bajulação, Chantecler começou a bater as asas sem desconfiar da   perfídia.”

                                                                                  (p.134, par1º)

O conto encerra de forma comum aos religiosos sempre empregando notas de sermões. E uma lição moralista, afirma que o orgulho cega as pessoas, transformando o conto em uma critica à sociedade ,aos burgueses,a igreja,terminando com a benção final comum de uma missa.

Por fim, achamos oportuno a inserção da analise das obras The Lamb e The Tyger de William Blake.

Ensaio sobre os poemas:The Lamb e The Tyger.

Na analise desses dois poemas de William Blake ,percebemos a quebra de valores estéticos e clássicos usados por poetas anteriores ,vemos surgindo uma valorização do espaço natural ,o contato com a natureza,um desprezo pela vida urbana,há uma queda da nobreza,o coletivo perde força o poeta passa a ser individualista e expressa esse apreço pelo individual em suas obras.

Vemos William Blake criar dois pólos ditintos ,no qual um representaria o corpo e o outro a alma,o primeiro caracterizando a libertação e a alma a submissão.Trazendo para unidades maiores o corpo seia como o inferno,amaterialização do espiritual,Jesus seria a personificação de Deus ,como revolucionário,condutor da raça humana a liberdade .Pois Blake acredita que o poeta so e capaz de compor perfeitamente se esse fosse  livre ,ele subimisso so seeria capaz de copiar oque já existe,sujeito a regras a ordem não teria o impulso criatio na hora de criar suas obras artísticas.Comtrapondo-se assim estaria Deus como opressor ,responsável pela ordem a racionalidade,e aqueles queo seguissem,estariam presos a limitaações,a leis ,limitados  a copiar para agradar ,seria impossível para o poeta submisso criar e buscar o novo,ter a visão de um mundo novo ,ele simplesmente estaria conformado com o mundo em que vive.

No poema the Lamb,vemos a estrutura em rimas que lembram uma canção infantil,caracterizando o eu-lirico comouma criança ,encontramos também essa semelhança pelas repetições que ele usa ,palavras no diminutivo,temos a estrutura de um discurso infantil..O que representaria a inoccencia que o poeta queria remeter ao eu lírico que nesse poema conversa com um carneirinho em meio ao campo,a  relva fazendo perguntas e ao mesmo tempo descrevendo esse animal nessas perguntas ;

                               

                                                                                   “Little Lamb,Who made thee?

                                                                                   Dost thou know who made thee?

                                                                                                          […]

                                                                                  Gave thee clothing of delight

                                                                                                          […]

                                                                                  Gave thee such a tender voice.”

 

                                                                                  (William blake-The Lamb,1,2,5,7)

Temos nesse poema a caracterização do cordeiro ,que nos  remete a imagem de jesus ,como ser puro e manso,há uma relação entre os nomes de Jesus e do cordeiro,já que para a religião Jesus seria um cordeiro de Deus ,e esse os criou o homem e o menino e o cordeiro.criando–se  aqui um elo entre os três,jesuss,menino,cordeiro,pois eles possuem o mesmo criador.

BIBLIOGRAFIA

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VENTURINI, Laercio. Origem e desenvolvimento da língua inglesa. Disponível em: <http://www.startenglish.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=100&Itemid=97>. Acesso em: 15 OUT. 2013.

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ROSENFELD,Anatol.1973.Shakespeare e o pensamento renascentista. In: Texto/ contexto. São Paulo, Brasília: Perspectiva,INL,(Debates,7),p.123-145.

BLAKE, William  - The Lamb