RESUMO

Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado na escola de ensino infantil e fundamental aluna Socorro Falcão na cidade de Barro - CE, tendo como objetivo analisar a visão dos alunos sobre o processo de avaliação escolar. Busca-se através da análise do discurso, explicitar como a prática avaliativa é compreendida pelos profissionais de educação, bem como sua aplicação no cotidiano escolar, e sua percepção por parte dos alunos. Ao analisar os resultados, foi constatado que da forma como a avaliação vem sendo aplicada, deixa evidenciada um estigma que persiste em amedrontar nossos educandos, que por sua vez sente-se punido e não avaliado surgindo assim como conseqüência à repetência, o desejo de não freqüentar uma escola, que somando ambos, tem-se, como mantenedora dessa operação, a prova. Portanto, este estudo pretende contribuir para a discussão acerca da avaliação escolar, apontando propostas pedagógicas com vistas a novas perspectivas.

Palavras-chaves: avaliação escolar. Mudança da prática avaliativa. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO

Torna-se, porém imprescindível o aprofundamento desse conteúdo, para conhecer os fatores que interferem no processo avaliativo bem como na insatisfação dos alunos frente a essa problemática, que embora comum, é vista pelos alunos de forma alienada como punição que visa ao desligamento do educando de uma série ou á sua impossibilidade de promoção. Procura-se a partir desse pressuposto buscar meios que tornem viáveis a todos a uma avaliação como um processo que busque melhorar a qualidade da aprendizagem.
O aprofundamento, desse estudo através das pesquisas bibliográficas tem como principal objetivo investigar a visão dos alunos sobre o sistema de avaliação escolar, uma vez que estes são os mais atingidos com essa prática, que ora os trata com a função da confirmação do conteúdo repassado pelos docentes. Tendo como base os estudos e pesquisas realizadas até o momento, pode-se constatar a insatisfação dos alunos quanto ao sistema de avaliação escolar, surge daí a necessidade de explorar o tema "análise da opinião dos alunos sobre o sistema de avaliação escolar".

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO AVALIATIVO

A maioria dos educadores possui como lema uma concepção minúscula de avaliação, resultado que em vez de auxiliar o aluno, propicia mais problemas. É necessário que não somente o professor, mas o núcleo gestor da escola tenha uma real compreensão do papel e da importância da avaliação no processo ensino-aprendizagem. Ela é um método continuo sistemático, cientifico e integral que consiste em averiguar o desempenho do aluno e ajudá-lo seguidamente e situar-se no processo ensino-aprendizagem para conseqüentemente, medir, o seu rendimento escolar.
Segundo Piletti (1991) A avaliação é um processo continuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim, de que haja condições de decidi sobre alternativas do pensamento do trabalho do professor e da escola como um todo. A avaliação deve acontecer ao longo de todo o período letivo, desta forma, não faz sentido limitar a avaliação a momentos especiais. Ao privilegiarmos em demasia Esse momento joga toda a luz sobre eles, obscurecendo assim o processo cotidiano da aprendizagem, e quando não restrita ao julgamento sobre sucessos e fracassos dos alunos, é um conjunto de atuações com a Função de alimentar, sustentar e orientar o processo pedagógico, para tanto deve ser contínua e sistemática.
O exame escolar faz parte do cotidiano escolar de tal parte que o ensino desenvolve sob sua pressão e controle. Ao se observar a prática atual da avaliação escolar, assim como os resultados e pesquisas sobre sua realidade como apresentada em FREITAS (1995), Constata-se a polarização das atenções dos alunos, professores, pais, administradores do ensino em torno da realização de provas/exames como objetivo primordial da vivencia escolar. É preciso saber trabalhar os erros dos alunos como forma de construção do saber. A correção energética do erro provoca medo, culpa e perda de dignidade; três obstáculos á aprendizagem como enfoca VASCONCELLOS, 1993 em seus comentários fixos e bem definidos sobre como trabalhar o aluno sem afetar sua auto-estima bem como seu potencial, avaliando-o sem puni-lo.
De contra partida no cotidiano, das escolas constata-se que somente ás vésperas da avaliação, é que muitos alunos buscam procurar saber "qual a matéria", com isso o conteúdo programático se transforma em algo fundamental para "passar". Uma espécie de vale-transporte. Essa é ainda, infelizmente, a realidade encontrada nas escolas. E mais uma vez, as crianças mais carentes das escolas públicas ficam em desvantagem, pois não tem como pagar aulas particulares de reforço á aprendizagem.
Atualmente o conhecimento é difundido em muitos espaços de formação, a educação precisa muita mais, dar sentido ao conhecimento socialmente valorizado, e assim a avaliação escolar funciona como elo de mediação entre a escola e a sociedade, na qual prepara futuro cidadãos, estabelecendo com isso a autonomia do educando, pois o novo modelo exige a participação democrática de todos. Isso significa igualdade, fato que não se dará se não conquistar a autonomia do educando através de uma prática de reciprocidade entre professor e aluno, nas suas relações afetivas e cognitivas. Segundo Jaeger (1997), A concepção de avaliação, fica assim bem transparente, sua essência mediada afirmando a possibilidade de desenvolvimento do aluno e de sua auto-superação em cada etapa de sua trajetória escolar. A avaliação, como a enfatiza o autor deve acontecer de forma a contribuir para o avanço do aluno.
A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza. Essa prática deve ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar que ele cresça, como individuo e como integrante de uma comunidade. A avaliação é uma janela por onde se vislumbra toda a educação.
Quando indagamos a quem ela beneficia,a quem interessa, questionamos o ensino que privilegia. Quando o professor se pergunta como vai avaliar, desvela sua concepção de escola, homem, de mundo, e sociedade.


3. PERCURSO METODOLÓGICO

A proposta metodológica deste trabalho de pesquisa seguiu duas perspectivas distintas: a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, que teve como objeto de estudo os alunos e professores do quinto ano da escola Socorro Falcão na cidade de Barro - CE, essa entrevista foi desenvolvida individual, de forma que cada sujeito interagisse com o entrevistador de maneira espontânea sem interferência de terceiros.
3.1 Desenho de estudo
Foi desenvolvido um estudo descritivo com abordagem qualitativa, na escola de ensino infantil e fundamental Aluna Socorro Falcão, no município de Barro - CE. A população estudada foi constituída pelos professores e alunos dos quinto ano desta unidade escolar, assim distribuída: 05 professores e 135 alunos, a equipe entrevistada foi constituída de uma amostra dessa população de 40% (02) professores e 40% (54) de alunos.
Segundo Gil (1991);

"As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial á descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou ainda, o estabelecimento de relação entre variáveis" (GIL, 1991, p.128).

Como enfatiza o ator, a pesquisa deve abordar uma estrutura observadora na qual detecte todos os aspectos do seu campo de pesquisa, e descrevê-la de tal forma a contribuir para o resultado da mesma, facilitando assim para a conclusão de um pensamento através da descrição de um ambiente.
Conforme Trivinõs (1994);

"A pesquisa qualitativa é descritiva, Os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não simplesmente com os resultados e o produto, tendem a analisar seus dados indutivamente". (TRIVINÕS, 1994, p.128).

O autor aborda a forma como deve-se proceder uma pesquisa para assim buscar meios que viabilize um resultado qualitativo e não apenas quantitativos. E que cada etapa da pesquisa deve ser considerada como parte do seu processo para que se consiga um resultado com o êxito esperado.
3.2 Posicionamento ético da pesquisadora
Durante o processo de investigação, a pesquisadora desenvolveu seu estudo abordando aspectos éticos, garantindo assim sigilo e anonimato em relação aos dados colhidos proporcionando ao entrevistado a liberdade de escolha de participar ou não dela, do estudo, desistir em qualquer fase da investigação e pedir esclarecimento, sobre o andamento da pesquisa.
3.3 Cenário de estudo
O município de Barro está situado na região que forma o semi-árido cearense, ao sul do estado, portal de entrada do cariri. Composta por uma população de 20.474 habitantes (IBGE-2006), com percentual maior concentrada na zona urbana. Encontra-se circundada totalmente pelos seguintes limites quais sejam: aos norte-a cidade de Aurora, ao sul - município de Mauriti, ao leste ? o estado da Paraíba e a oeste-a cidade de Milagres.
3.4 Técnica e instrumento para coleta de dados
Os dados foram coletados através de dois aspectos qualitativos que assim seguem: a observação e a entrevista semi-estruturadas, realizada pela pesquisadora no período de agosto a setembro de 2009, com professores e alunos que compõem o quinto ano do ensino fundamental. Onde para a realização da mesma foi utilizada a técnica de entrevista selecionando como instrumento um formulário com perguntas estruturadas subjetivas. As entrevistas foram realizadas em horário e local pré-estabelecido pela pesquisadora e entrevistada em um acordo pré-estabelecido. Após a fase de coleta, sendo explicados os objetivos e fins para o desenvolvimento desse estudo, não sendo os mesmos, em momento algum forçados a participar e nem induzidas nas suas respostas durante a entrevista. Qual se fazia necessário sua colaboração para o desenvolvimento desse estudo as entrevistas foram analisada minuciosamente pelo pesquisador, abordando assim a temática proposta para realização da pesquisa.
3.5 Análise dos dados
Os dados foram analisados descritivamente. As questões sócio-demográficas foram analisadas através de uma abordagem qualitativa interagindo assim.com os entrevistados, através de questões subjetivas que foram analisadas, categorizadas, descritas e comparadas através da literatura pertinente.
O papel essencial da avaliação escolar é o de mediar o processo de aprendizagem e conhecimento do aluno, viabilizado pela interação com o professor, colegas e pelo estimulo, à criatividade, à participação e ao uso das habilidades intelectuais complexas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização da amostra

Visando melhor compreender os participantes desse estudo, primeiramente serão apresentadas algumas características dos respondentes.

Tabela 1 ? caracterização dos professores.
Quantidade Idade Escolaridade Estado civil
Professor 01 01 50%
30-40anos 50% Nível superior 50% casada
Professor 02 01 50%
45-55 anos 50% Nível médio
Magistério 50% solteira
Total 02 100% 100% 100%
Fonte: Secretaria da Escola Aluna Socorro Falcão.
Na tabela foi pesquisada a característica de cada entrevistada para avaliar melhores os resultados obtidos e com isso compreender o que interfere por parte dos professores no processo de ensino-aprendizagem.
Na visão de melhor compreender o processo de avaliação, foi perguntado a este profissional como o mesmo vê o aluno na hora de avaliar, e da amostra coletada para esse estudo, o resultado foi ambíguo devido ao fator esse relacionado ao grau de escolaridade de cada professor entrevistado como demonstra a tabela 1, pois no profissional com magistério pôde-se observar a visão conservadora deste diante do aluno e a forma como direciona o ensino, tendo como foco do seu trabalho o repasse do conteúdo proposto para o ano letivo, e como confirmação desse repasse um teste mensal, sendo assim aplicado apenas para cumprimento das normas exigidas pelo sistema educacional. Com respeito ao acompanhamento individual, esse se faz de forma repetitiva, dando visto no caderno sem verificar e discutir os resultados. Seu método de avaliação é a bimestral, acompanhada de avaliação paralela que segundo a professora "não pode deixar ninguém reprovado".
Conforme Freire (1975);

Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe àquele dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser experiência vivida para ser de experiência narrada ou transmitida (FREIRE, 1975, P.67-8. 78-9).

Assim como enfatiza FREIRE em seus comentários preciso e coerente, as entrevistadas ainda não se distanciaram completamente da prática da concepção bancária na quais os alunos são vistos como seres da adaptação, do ajustamento, e que quando dado o comando, na hora exata esse conteúdos devem ser repassados de forma fiel como foram concebidos.
Quando perguntado os mesmos itens ao profissional com nível superior, a entrevista foi direcionada para outra vertente educacional na qual o aluno é visto de maneira holística, que necessita construir seu aprendizado com o apoio do professor, pois se percebe que a prática da avaliação é executada em vários momentos distintos, embora, apesar de ser voltada para o construtivismo ainda percebe-se que existem vários pontos que necessita serem melhorados, pois esse processo envolve toda a escola e não apenas o professor, e com isso muito ainda estar a desejar, até porque o construtivismo está muito distorcido, as práticas educacionais estão ocorrendo de maneira conturbada como se fosse o tradicional com outra roupagem.
Porém, comprova-se a todo o momento a importância de um constante aperfeiçoamento do profissional em âmbito de aprender sempre mais, renovando seus conhecimentos e inovando sua metodologia sempre que necessário. Este estudo pode constatar que além das competências e habilidades desenvolvida, o professor deve sempre aprimorar seus conhecimentos para assim realizar um trabalho sistematizado, voltado para construção do cidadão, porque é na escola que se formula pensamentos e Ideais, e esta pesquisa demonstra com precisão a quanto uma escola está prejudicada se não possuem em seus quadros professores com nível mais qualificado.
Na entrevista realizada, os professores foram indagados quanto ao conceito, importância e uso de avaliação, em ambos os casos foi percebida uma contradição sobre a mesma, pois ficou evidenciado que a avaliação é uma prática que disciplina o aluno e o priva do exercício de pensar, para conseguir sobreviver escolarmente, assim sendo o aluno o aluno é percebido de forma mecanizada apenas para agir passivamente e a professora lhe atribui notas pelos seguintes aspectos: comportamento, trazer as tarefas prontas, para assim passar o visto sem corrigir uma a uma, sem formular um pensamento critico, copiar e responder as atividades em sala fazendo silêncio. A professora por sua vez soma esses aspectos a um teste no fim do mês e lhe atribui uma nota, com essa prática, diz está inserida no construtivismo, mas fica a indagação. Em que momento o aluno construiu seu aprendizado. Se na verdade apenas estava em sala como robô que apenas fazia o que lhe ordenavam através de comando.
No entanto a entrevista realizada constatou que a escola geralmente não valoriza o conhecimento que o aluno possui que é constituído ao longo da vida. "O saber" ou conhecimento valorizado é aquela adquirida na escola mesmo que seja mero "adestramento". O saber do aluno, quase sempre pode ser visto como um jogo, onde apenas um dos participantes conhece as "regras". Estas devem ser rígidas. Precisam ser construídas pelos participantes sempre que necessário. E discutidas no inicio e final do jogo.
Com base na configuração da rede das representações da avaliação escolar obtida pela análise pode supor a existência de uma relação de forças assimétricas o conformismo às regras. Do jogo da avaliação por parte dos alunos- o elemento mais fraco na cena pedagógica- constitui-se num processo para superar uma situação problemática, e o acerto entre as partes é embalado pelo movimento de aproximação e distanciamento, de aceitação e de repúdio que, contraditoriamente, marca as histórias de vida escolar sobre a avaliação.
Tabela 2 - caracterização dos alunos

IDADE SEXO MORA COM OS PAIS MORA COM AVÓS
MASCULINO 55% 8-10 anos 44% 49% 51%
FEMININO 45%12-15 anos 66% 62% 48%
TOTAL 100% 100% 100% 100%
Fonte: Secretaria da Escola Aluna Socorro Falcão
Na tabela acima foi trabalhada com o intuito de caracterizar o perfil da estrutura familiar de cada educando, analisando até que ponto este fator influencia em seu processo de desenvolvimento, pois esse trabalho é voltado para os alunos de forma geral, abordando assim o aprendizado como uma visão holística, considerando a individualidade de cada sujeito que participa desse processo.
Com o intuito de constatar possíveis fatores que interfere no aprendizado, foi colocado como foco para acrescentar e compreender os entrevistados, a questão familiar, sua conjuntura, para detectar com mais clareza, qual a real necessidade do aluno de forma generalizada, o que interfere em seu aprendizado, e como a professora acata esses fatos para associar no seu plano de ensino, para ampliar sua metodologia, partindo da realidade do aluno e indo além, na construção do processo ensino aprendizagem do seu aluno.
Buscando conhecer os anseios, angustias, e o que os alunos compreendem por avaliação, foi direcionado a estes um questionário no qual enfatiza o tema da aprendizagem como eixo central da discussão, e apesar de serem crianças já se percebe que a palavra avaliação é vista de forma negativa e percussora nesse processo, que atormentam os alunos em sua prática.
Para os mesmos, avaliar está diretamente ligado a um teste no qual, só restam dois caminhos: o sucesso e o fracasso. Pois quando se indagou a prova como medidor de conhecimento, o trabalho em equipe prova oral, escrita e como gostaria de ser avaliado. Estes surgiram assim como ponto negativo, pois os modos como percebem essa prática avaliativa, a nota assume o ápice do interesse do aluno para que consiga assim a aprovação escolar. Os entrevistados, por se tratarem de crianças, vêem esse processo é totalmente diferente e estranho sua forma de pensar, e este elemento denominado avaliação tornam-se impeditivos da aprendizagem afetiva e tornam-se elementos que contribui como fator primordial para formação de um aluno alienado. Espera-se com essa prática que o aluno formule uma relação passiva com o saber e uma atitude acrítica e aneutra perante os fatos. Portanto, é possível afirmar através dos dados colhidos que o aluno gostaria de ser avaliado pela suas construções, interagindo com o grupo e questionando com a professora, pois avaliar para os alunos se tornou filme de terror, e esse tabu construído na cabeça dessas crianças estão fazendo com que cada vez mais a avaliação seja vista de formas negativas.
Tendo em vista o grande número de problemas relacionados à avaliação escolar, que se buscou conhecer qual a visão dos alunos sobre o processo de avaliação, através desta pesquisa, e o resultado obtido através deste instrumento foi à insatisfação dos mesmos quanto a essa temática, porém o que se percebe é que os alunos só abordam o lado negativo que é percebido através de relatos dos mesmos apontando repercussões do ponto de vista pessoal e escolar. A análise evidenciou o rebaixamento da auto-estima como um reflexo importante visto que vem a ser um dos elementos que Indispõe o aluno para o estudo, para a aprendizagem e o afasta do convívio com os colegas tidos como "os melhores da sala" e a conseqüência da avaliação punitiva são muito sérios para sua vida futura e produtiva enquanto cidadão. E acrescenta a formação de medos, bloqueios e sentimentos de frustração que os acompanharão.
O resultado da pesquisa deixou evidenciada a dificuldade que o professor encontra em avaliar a aprendizagem dos alunos, pois o mesmo se detem em avaliar os conteúdos repassados através da provas bimestrais, como elemento chave de reprovação ou promoção do aluno para a série subseqüente, persistindo com isso na concepção de avaliar para uma nota e os alunos com isso não percebem um sentido real no processo de avaliar, demonstrando assim através de uma indiferença com a escola bem como sua insatisfação sobre o processo de avaliação escolar. Pois essa realidade foi detectada ao realizar uma pesquisa sobre avaliação na escola de ensino infantil e fundamental aluno socorro falcão com professores e alunos. O primeiro aceita que o método de avaliar estar contrário ao processo de avaliar mas não muda sua prática, o aluno fica muito tenso ao falar sobre avaliação ,pois o mesmo a vê como o bicho papão da escola e é um obstáculo que dificulta ainda mais a concepção de ensino e aprendizagem.,pois o aluno estuda para promoção de ano e não para construção de seu conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda existem educadores com uma prática voltada para conservadorismo e que, enfoca a avaliação como algo controlador do processo ensino-aprendizagem, que tem como objetivo primordial aprimorar o que está sendo avaliado, assim sendo a avaliação com esse propósito certifica apenas que o aluno repasse tudo que foi ministrado em sala numa função mecanizadora, e que logo em seguida todo aquele conteúdo trabalhado não foi favorável para o aluno.
Através das entrevistas realizadas foi possível observar as possibilidades que a escola possui para definir suas prioridades e de reconhecer que ações técnicas, administrativas e pedagógicas necessitam de mais apoio ou revisão, e assim sendo, fica uma indagação" quem é responsável por uma educação de qualidade?" porque o professor, culpa a direção? E esta por sua vez culpa o sistema? Que culpa o despreparo dos professores? Ficando assim uma problemática cíclica que gira em torno do mesmo eixo, e assim o aluno fica por si só penalizado por uma avaliação metódica, que tem como prioridade os conteúdos.
Mas privilegiando uma avaliação contínua e sistemática, esta passará a ser vista como um conjunto de ações que tem a finalidade de diagnosticar o estágio de aprendizagem do aluno possibilitando a este, uma tomada de decisões favorecendo positivamente para que o mesmo consiga obter um desempenho satisfatório em toda sua vida, a avaliação percebida por esse ângulo norteia o processo de construção de conhecimento, porém para que haja um maior entendimento sobre o conceito de avaliação é necessário um estudo constante para assim cada profissional aprimorar seus conhecimentos.
No entanto, ainda estamos muito distante de conseguirmos uma mudança na educação, pois, esta se transforma a médio e longo prazo e com isso ainda há conceitos que persistem em continuar ativo sem que haja possibilidades de mudar por completo, pois o sistema continua com uma celeuma que perdurará até que todos os educadores mudem sua forma de pensar e atuar na nossa realidade, pois não sabemos como será o amanhã, mas será como o professor o fizer.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE,P. pedagogia do oprimido. 3ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1975. FREITAS,Luiz Carlos de. Critica da Organização do Trabalho Pedagógico e da Didática. Campinas(S.P) Papirus, 1995.
GIL, a.C. técnicas de pesquisa em economia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
JAERGER, Zacarias Gamo, A avaliação na Escola de 2º Grau, 2a Edição, Campinas SP: Papirus 1997( coleção Magistério formação e trabalho pedagógico).
PILETTI. Claudino. Didática Geral. São Paulo, 1991.
TRIVINÕS, A.N.S. introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. É Paulo: Atlas, 1994.
VASCONCELLOS, C. dos S. avaliação: concepção Dialética libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1993.