ANÁLISE CRÍTICA

DE ALGUNS TÓPICOS DO TEXTO “A HISTÓRIA DA HISTÓRIA” 

Antes de qualquer abordagem crítica que se faça sobre o texto. Começando por esclarecer o que se entende por história, que é uma palavra de origem grega, que significa investigação, informação. Ela surge no século VI antes de Cristo (a.c). A história como hoje a entendemos, iniciou-se na região mediterrânea, ou seja, nas regiões do Oriente próximo da costa norte-americana e da Europa Ocidental.

“As sociedades eram mais complexas. Onde existia a escrita e um governo centralizado. Porém em uma hierarquia social.”

            Conclui-se daí que a igreja era o centro da ideologia. ”Esse governo é em geral monárquico, e a sua origem é sempre vista como divina.” Antigamente os reis representavam os deuses e são eles que tudo decidem, sendo seus atos registrados em anais.Com tudo isso, a história muitas vezes torna-se mito. Embora ele perda suas forças e não é válida como uma única forma de explicação da realidade, mas paralela a outras, como a história. A história nasce unida a filosofia, uma está ligada a outra, mas é a filosofia que vai tratar do conhecimento em geral.

Segundo o texto o campo filosófico abrange embrionariamente todas as áreas que na verdade hoje são autônomas como a matemática a biologia, a astronomia, a política a psicologia. Porém não é a filosofia que descobre a importância específica da história. São os próprios gregos. Percebe-se, portanto que os historiadores estão ligados a sua realidade mais imediata, espelhando a preocupação com questões do momento. (p.21)

           

“Os historiadores despertam no povo uma realidade concreta, ou seja, uma realidade específica da forma de vida que eles tinham”. Porém sabemos que um historiador ele deve ser “neútico”.

 

A HISTÓRIA TEOLÓGICA

               

“É uma visão unificada da humanidade, os judeus, povo do oriente médio dotado de uma religião e uma visão do mundo específico, atribuem em outro sentido.”

            Podemos ver neste contexto o cristianismo como fundamento e justificativa da história, ou seja, cristo torna-se homem e possibilita a salvação da humanidade. A história fica dividida em dois planos (a.c) e (d.c).Sendo assim,a realidade está dividida em dois planos:o superior perfeito.(Deus) e o inferior imperfeito (o homem).

“O sentido global da história da humanidade é revelado por Deus aos homens e a igreja é a responsável pela orientação da humanidade em sua busca da salvação.”

            O sentido global da humanidade é revelado por Deus aos homens e a igreja é a responsável pela a orientação da humanidade. Embora, seus interesses maior não seja orientar a humanidade e ganhar dinheiro.

A CRUDIÇÃO, A RAZÃO E O PROGRESSO NA HISTÓRIA.

“A sociedade europeia ocidental está, no período que é considerado como inicio da modernidade (séc.XVI),em plena desestruturação do sistema feudal.As condições de sociedade em crise permitem que um grupo social em formação a burguesia,em geral constituída por habilitantes das cidades,com interesses no comércio e na industria,de inicio manufatureira,vá se impor pouco a pouco,ao longo de alguns séculos,nem fenômeno  de urbanização inverso ao que se dera  no final do império romano,e que se prolonga até nossos dias de forma inexorável.”

            Podemos perceber que neste período houve uma mudança que foi o fim da idade média e o inicio da modernidade. Este período de transição onde a religião x filosofia e a razão explica outra corrente de pensamento, posteriormente se fortalece: O empirismo que enfatiza o papel da experiência no conhecimento, recusando explicações que não se apoiam nos fatos.

“Os estudiosos humanistas, numa linha que surge desde a segunda metade da idade média (séc.XII) em diante. revivem a tradição de crítica dos filósofos (estudiosos de texto) e historiadores da antiguidade.”

            Podemos perceber que foi utilizado de várias técnicas e esforços para ordenar os fatos históricos e criticá-los quanto ao seu grau de credibilidade.

O conhecimento se aproxima da verdade (“ iluminismo “vem de” luz”).Para esses filósofos,a humanidade irá cada vez mais dominar a natureza,numa evolução progressiva constante.”

            O iluminismo e o liberalismo duas forma de pensamento em busca da explicação de uma nova realidade. Os historiadores liberais e muitas vezes estadistas, homens envolvidas na política produzem suas obras, apenas de caráter político.

“Dentro desta visão nacionalista se encaixam alguns historiadores que são classificados como românticos, pois, dotados de uma certa contemplação sentimental da história,procuram uma volta ao passado cheia de nostalgia”.

            Séc.XIX histórias nacionalistas e contemplação sentimental da história uma análise fria: o passado deve ser ressuscitado em todo o seu ambiente próprio.

 

 

 

 

 

 

O MATERIALISMO HISTÓRICO E A HISTÓRIA ACADÊMICA.

            “No século XIX, temos a efetivação da sociedade, burguesa e a implantação do capitalismo é criticado como forma de organização da sociedade.”

            Os fatos narram com materialismo histórico, condições materiais e as relações entre os homens que em vão provocam as transformações. De acordo com o materialismo histórico,mostra que os homens para viver precisam transformar a natureza,ou seja,o meio em que vivem.Sabemos,que não depende apenas da vontade do homem,mas de várias outras razões e principalmente do mundo e dos meios que não utilizar para isso.

“O ponto de partida do conhecimento a realidade são as relações que os homens mantém com a natureza e com os outros homens; não são as ideias que vão provocar as transformações mas as condições materiais e as relações entre os homens.”

No ponto de vista materialista, não importa como os homens irão se relacionar, mas sim,as condições materiais.Para Max,é um processo dinâmico dialético e gera a transformação constante na história.

“Seus grandes legados à história, portanto, é a contribuição para análise da realidade.”

            Como podemos ver o marxismo na Rússia: dogmatismo e o autoritarismo em uma sociedade socialista, o dogmatismo leva a um empobrecimento do pensamento materialista, ou seja, marxista, pois a realidade não é vista como dialética.

“Na Europa, as primeiras universidades datam do séc.XIII, mas é somente no séc.XIX, que  o conhecimento histórico passa a ter presença específica em seus currículos”.

Neste século surge a história nas universidades, onde surge à critica e a transformação revolucionária da sociedade capitalista. 

PERSPECTIVAS ATUAIS 

“A expansão colonialista levou a Europa a entrar em contato com os outros povos,outras  formas de vida,outros costumes,outras instituições:mas essas outras formas de organização social eram sempre comparadas com a forma de organização europeia,que era considerada como o padrão.”

            Podemos analisar que de acordo com o eurocentrismo, a história é apresentada como um processo de desenvolvimento contínuo, desde a pré-história até o período contemporâneo; ela parece ter como meta final a civilização europeia ocidental conforme esta se apresente constituída no inicio do século com seu grande desenvolvimento técnico, econômico e cultural.

            Muitos começaram a trabalhar com a chamada “história social”,produzindo suas conclusões apartir de fontes de dados estatísticos organizados em unidades temporais homogêneas e comparáveis.

            Anos 70, herdeiros da “escola dos anoes”(nova história dos focos de pesquisa.Neste período.Há uma preocupação com os detalhes do cotidiano dos homens,em seus diversos grupos sociais. “[...] o grupo social dominante tenta sempre,por mecanismos muito complexos,impor aos outros grupos seu modo de ver a realidade,o que vai reforçar os seus interesses,pois lhe permite manter sua situação de privilégio.”

            Percebemos um período de construção da realidade pela classe dominante, ou seja,os interesses,os desejos são da chamada “classe dominante”.

            “Hoje ao terminar o século XX,cada vez mais a perspectiva de que uma obra de história é uma construção do próprio historiador se impõe:é ele quem escolhe seu objeto,escolhe como vai trabalha-lo,expô-lo,num abandono da crença positivista em uma possível neutralidade,pelo distanciamento entre o historiador e seu objeto de estudo.”

            A história não é neutra, ela não é apenas um passado, mas um olhar dirigido ao passado,ou seja,a história não é só reprodução,mas é tida como forma de conhecimento.

“A história é a história do homem, visto como um ser social, vivendo em sociedade. é a história das transformações humanas desde o seu aparecimento na terra até os dias em que estamos vivendo”

               

                A história do homem, e todos desempenha nela um papel, ou seja, uma ação concreta a desempenhar na história.Sendo assim,o conhecimento histórico entende a realidade tudo em vista a nossa atuação na história. “A função da história,desde seu inicio,foi a de fornecer à sociedade uma explicação sobre ela mesma. A história se coloca hoje em dia cada vez mais próxima às outras áreas do conhecimento”.

            O texto fala da interdisciplinaridade, cada área tem seu enfoque específico, ou seja,exige a cooperação entre as diversas áreas,é um trabalho interdisciplinar pois inclui diferentes disciplinas.A história procura entender as transformações e acontecem várias mudanças, crises e rupturas.

“O tempo é a dimensão de análise da história. O tempo Histórico através do qual se analisam os acontecimentos não corresponde ao tempo cronológico que vivemos e que é definido pelos relógios e calendários.”

            Analisamos o tempo e a história, percebemos mudanças e transformações lentas. Do ponto de vista da história, a evolução da sociedade europeia ocidental, com seu alto grau atual de desenvolvimento tecnológico. Sobre tudo, não podemos julgar por meio de comparações se a sociedade está “atrasada” ou “adiantada” em seu desenvolvimento histórico.

            Hoje em dia, ainda temos sociedades com formas de vidas primitivas que pode ser considerada como período pré-histórico. Então não se percebe ainda, como exemplo, uma linha constante e progressiva da passagem, a partir da antiguidade do trabalho escravo ao trabalho assalariado. Sendo assim, podemos dizer que existe um processo histórico, contínuo, progressista e as alterações são decorrentes da ação dos próprios homens, sujeitos e agentes da história.

“Explicar as transformações sociais esclarecendo seus comos e porquês levam a perceber que a situação de hoje é diferente da de ontem.”

            O texto deixa explícito o objetivo da história para a sociedade. O historiador dificilmente pode tratar ao mesmo tempo, de toda a humanidade, ao escrever a história, em geral ele se ocupa especificamente de uma determinada realidade concreta, situada no tempo e no espaço.Percebemos então,uma determinação da história no tempo e espaço.

     

“Conforme o presente que vivem os historiadores, são diferentes as perguntas que eles fazem ao passado e diferentes são as projeções de interesses, perspectivas e valores que lançam no passado.”

            Quando analisamos, um passado que nos parece remoto, portanto é necessário que o estudo é feito com indagações e perguntas para avaliar a significação desse passado e sua relação.Nos dias de hoje a história tem sido,vista apenas como o estudo do passado,embora ela seja um estudo do passado mas em função do presente.

            A história tem uma ligação com o futuro,mesmo sendo sutil.Mesmo quando analisamos um passado que nos parece remoto.Isso se resume bem na frase: “A história é filha de seu tempo”.A história  não se faz só de documentos apesar de serem registrados e documentados para a posteridade.O homem tem  história desde de sua existência na terra.

            Não podemos afirmar que os documentos são fontes fieis da realidades,mas uma representação de parte ou momentos,ou seja,de acontecimentos que ocorreram naquele período.Portanto é necessário que o historiador tenha cuidado com os documentos e critérios rigorosos,muito recurso e técnicas especiais.É importante analisar que a história não é só um levantamento de dados ou fatos.Mas ela procura desvendar,revelar,sistematizar conhecimento,ou seja, ela organiza a sucessão de diferentes períodos cronológicos,e como já sabemos,existe uma divisão na história humana dita como universal ou geral é dividida,tradicional e impropriamente como em  idades antiga,média,moderna e contemporânea.Sendo que esta divisão se aplica realmente só a história do mundo ocidental,o restante do globo fica em segundo plano.Embora, essa divisão está arraigada em nosso currículos universitários e escolares quanto em nossas mentalidades.

 

HISTÓRIA DO BRASIL

 

“Nós aqui no Brasil (como nos outros países da América), somos herdeiros da civilização europeia ocidental. Dela herdamos instituições, técnicas, valores etc.”.

            Como podemos perceber, toda a nossa formação histórica está ligada, desde o inicio de nosso período colonial, à metrópole portuguesa que nos coloniza.

            O Brasil já era um país politicamente independente desde terceira década. O sistema capitalista é composto essencialmente de partes  e relacionadas entre si,não podemos pensar que necessariamente vamos seguir o modelo de desenvolvimento das outras partes do sistema.

            Temos uma história oficial: uma versão escrita pelos cronistas em  gêneros de histórias narrativas e registros dos  fatos.”Na visão ampla que chega ao público maior- de forma leve e esporádica,devido ao desinteresse geral pela história.É uma história conservadora do branco vencedor em sua democracia racial.”

            Neste ponto de vista, analisamos uma história brasileira dominante e conservadora do branco, deixando de lado a figura principal do nosso palco o índio que foi utilizado apenas como escravos, ou seja, uma história feita de vilões e heróis, uma divisão maniqueísta. Uma luta entre o bem e o mal.

REFERÊNCIA 

  • VAVY PACHECO BORGES. O QUE É HISTÓRIA, 3ª EDIÇÃO. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 2003.