ANALISANDO NOS DOZE PRINCIPIOS DA APRENDIZAGEM DE BASE CEREBRAL COM ALUNOS LEITORES, PROFESSORES FORMADORES E UMA ESCOLA COMO APRENDIZAGEM EFETIVA.

 

Jeovane Soares Rodrigues

RESUMO:

Este artigo proposto busca analisar os doze princípios da aprendizagem de base cerebral em nossa prática pedagógica usando como base experiências observadas na Escola em Tempo Integral Professor Ayrton Viana Silva. Sendo assim, vamos analisar os principais pontos de interesse que são: a leitura para a formação de leitores, a avaliação como processo de aprendizagem, a formação do professor e o seu planejamento para uma aprendizagem efetiva e a escola enquanto lócus e instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Análise – Aprendizagem Efetiva – Prática Pedagógica.

ABSTRACT:

This proposed article analyzes the twelve principles of brain-based learning in our pedagogical practice using as observed in experiments based on Full Time Teacher Ayrton Silva Viana School. Therefore, we will analyze the main points of interest are: reading for the training of readers, evaluation as a learning process, teacher education and its planning for effective learning and school as locus institution.

KEY-WORD: Analyzes - Effective Learning - Pedagogical Practice.

                   A aprendizagem, por sua complexidade e importância, deve ocupar lugar de destaque nos estudos de especialistas, educadores e estudantes da área de Educação, uma vez que sua prática e domínio permitem ao homem um enriquecimento pessoal e uma compreensão de mundo mais crítica, ao tempo em que contribui para o crescimento econômico e social de uma classe.

                   Porém, o espaço reservado à aprendizagem vê-se assolado por uma crise educacional, pois muitos professores estão despreparados para estimulá-la, por uma crise econômica, que dificulta o acesso aos livros, e por uma crise particular, gerada pela concorrência com a televisão. É por essa mesma razão que se justifica uma análise mais detida a respeito das oportunidades de aprendizagem proporcionadas pela escola.

                   Reconhecendo a importância do assunto, levamos o texto para um planejamento em que foi lido e discutido. Após a discussão informal dos pontos, fizemos as anotações sobre a problemática de cada princípio na escola tendo em vista o sigilo de dados e pessoas. Os pontos em cheque foram à leitura na escola, o espaço físico da escola e a sua importância, a formação dos professores e por fim a avaliação como processo de aprendizagem.  A Escola Municipal em Tempo Integral Professor Ayrton Viana Silva é situada na cidade de Brumado no sudoeste baiano. Possuem dezoito professores, três coordenadores, vinte funcionários e um corpo de alunado composto em média de trezentos e vinte. Os mesmos residem na comunidade de um determinado bairro periférico da cidade e alguns alunos são oriundos das comunidades rurais. A realidade encontrada aqui é comum em todo país.  Agora veremos: Os Doze Princípios da Aprendizagem de Base Cerebral[1] elencados e as experiências narradas no planejamento.

                   O Princípio Um: O cérebro é um processador paralelo explicita que a qualidade do ensino e o preparo do professor em sala de aula como o seu planejamento, influencia no aprendizado, pois este busca alcançar a aprendizagem efetiva. Não tem como utilizar a mesma estratégia em classes diferentes. Temos alunos oriundos de diversos programas de ensino, alunos das zonas rurais, da zona urbana e áreas periféricas. Cada aluno será um universo. Temos nos preparar para cada realidade.  O professor mediará o aprendizado, porém é o condutor dessa locomotiva. Deverá saber a velocidade, a forma, os princípios básicos para conduzir os alunos.

                   O Princípio Dois: A aprendizagem envolve toda a fisiologia, este princípio aborda o ponto em relevância do trabalho. A aprender a ler.  Quando temos alunos que não alimentam ou dormem adequadamente, possuem uma família desestabilizada e a escola é a único apoio que eles encontram como haverá uma aprendizagem efetiva. Nossos professores reclamam que os alunos temem a leitura porque estão com dor de cabeça ou cansados. E os educadores encaram isso como preguiça ou desinteresse. Cabe a nós analisar todos os fatores intrínsecos no aprendizado escolar e no processo de leitura. Num caso específico, um determinado aluno queixando se dor após “a hora da leitura” estava comportando indisciplinadamente pelos padrões criados pela professora. Foi encaminhado a coordenação e o aluno continuou queixando de dor. O motivo era bem simples: FOME. Adiantamos o lanche do recreio e disse-nos que era a primeira coisa que estava comendo desde o dia seguinte antes de sair da escola. Como será o aprendizado se algo nos incomoda? Como este aluno será capaz de ler ou decodificar o texto após tanta exaustão? Esta é a maioria dos casos presentes em nossa escola. Mais uma vez, cabe ao educador à sensibilidade de entender a realidade que nos encontramos. Buscar os poucos meios para auxiliar o aprendizado desta(s) criança(s).

                   Já o Princípio Três: A procura por significado é inata. Se o cérebro busca e interpreta aquilo que é familiar, a informação deve ser adequada para a apreensão bem como o espaço físico adequado para a aprendizagem.

                   Contudo, mesmo conhecendo seu papel no que diz respeito à formação de leitores competentes, a escola vem negligenciando e se omitindo diante de tal questão. No lugar de aulas dinâmicas, criativas e que despertem a sensibilidade da criança para a leitura temos trabalhos repetitivos, exposições cansativas e o estudo mecânico de apenas alguns tipos de textos - tirando do aluno a possibilidade de conhecer e produzir textos variados e funcionais.

                   A leitura deixa de ser um desafio estimulante para se tornar uma prática enfadonha, o aluno sente-se incapaz e desmotivado para ler e a sala de aula se transforma num espaço de repreensão e monotonia, como acredita Zilberman (1993) que a sala de aula, antes de ser o território da inventividade, é, na maioria das vezes, o lugar onde se anulam as possibilidades de criação e inovação.

                    Não há um momento de questionamento, não há possiblidade de recriação, desafios, situações problemas, a resoluções de questões matemáticas nas aulas de leitura, porque não? A capacidade de interação dos conteúdos não é realizada como se os conteúdos fossem acéfalos, como ser não houvesse a capacidade de interação. Isso desenvolve e amplia não só a leitura, mas a fala, percepção, raciocínio logico e o senso crítico dos alunos. Sendo assim a sala de aula deixa der ser um local mágico e interessante para ser apenas uma sala com cadeiras, lousa, e painéis e pessoas sem propósito.

                   Analisando os Princípios Quatro: A procura por significado acontece por padronização e o Princípio Dez: O cérebro entende e lembra melhor quando os fatos e as habilidades estão encaixados na memória espacial natural. Assim sendo, sempre buscamos uma padronização mental, e na escola os projetos e os eixos temáticos são fundamentais para gerar e integrar a padronização de ideias e conceitos. Quando queremos que nossos alunos aprendam “o que é necessário” de acordo com todos os regimentos legislados pela escola, faz necessário um eixo padrão, ou seja, uma ideia central que una as informações de forma natural e organizada. O projeto apresentado na escola sobre a África, referente à Lei 10.639/2003 que torna obrigatório no ensino fundamental e médio leitura e projetos sobre a história da África, dos africanos e a luta dos negros no Brasil.

                   Mas, o que há em comum nas diversas áreas do conhecimento este assunto? Automaticamente, nós educadores não conseguimos analisar, pois já padronizamos a nossa área do conhecimento e iremos a defender a qualquer custo como refere o Princípio Quatro. Tirando o véu, sabemos que a África é o berço das civilizações, possui um dos biomas mais diversos do planeta, tem uma cultura toda oralizada, passando de geração a geração, os africanos foram explorados e escravizados, possui uma variante linguística complexa, um entrelaçado de línguas estrangeiras e dialetos e todo complexo mundo matemático tem origem africano também.  Ou seja, não é impossível trabalhar. O eixo nos direciona, e nos unem, e assim podemos organizar e padronizar as informações e os alunos serão capazes de relacionar, interagir, construir e desconstruir esses padrões colocando em  sua ordem natural de entendimento.

Salienta Paulo Freire (1975, p.44),

“(...) Ao trabalhar com projetos interdisciplinares, tanto educadores quanto educandos envoltos numa pesquisa, não serão mais os mesmos. Os resultados devem implicar em mais qualidade de vida, devem ser indicativos de mais cidadania, de mais participação nas decisões da vida cotidiana e da vida social. Devem, enfim, alimentar o sonho possível e a utopia necessária para uma nova lógica de vida''.

Conforme Lopes (2000, p.41)

“(...) A vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado situações bastante questionáveis neste sentido. Percebe-se, de início, que os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam confusos e desvinculados da realidade social. Os conteúdos a serem trabalhados, por sua vez, são definidos de uma forma autoritária, pois os professores, via de regra, não participam dessa tarefa. Nessas condições, tendem a mostrar-se sem elos significativos com experiências de vida dos alunos, seus interesses e necessidades.”

              Em conformidade do Princípio Cinco: As emoções têm importância crítica na padronização.  A afetividade entre aluno – professo r-aluno está em ponto de análise. Não tem como separar a emoção e a aprendizagem. A autoestima são pontos cruciais para o aprendizado. Segundo Branden (1995), autoestima é a confiança em nossa capacidade de pensar, de ser feliz e enfrentar os desafios básicos da vida. É a sensação de que temos valor, de que somos merecedores, de que temos o direito de expressar nossas necessidades e desejos, de desfrutar os resultados de nossos esforços.

              Sob a ótica desse autor, a autoestima reside no cerne de nosso ser, sendo um requisito essencial para a vida satisfatória, pois afeta crucialmente todos os aspectos de nossa existência. Ela é uma poderosa necessidade humana que contribui significativamente para o processo da vida, sendo indispensável para um desenvolvimento normal e saudável, tem valor de sobrevivência.

Argumenta Branden (1995), que a maneira como o professor desenvolve o seu trabalho em sala de aula - a postura, as expectativas, o relacionamento com os alunos, os métodos - tem grande influência na autoestima dos seus alunos.

              Para nutrir a autoestima dos alunos, o professor precisa estimular na escola a inovação e a criatividade, o entusiasmo e a lealdade; e, acima de tudo, a autoestima tem que ser baseada na realidade.

              Nesse sentido, o professor precisa criar, na sala de aula, um contexto no qual os alunos possam expressar as suas ideias, desejos e sentimentos sem medo do ridículo ou da censura. Isto é, o professor tem que tratar o aluno a partir da premissa do respeito e da benevolência.

              Prossegue Branden (1995), o professor tem que saber ouvir os alunos com serenidade, empatia e justiça. As crianças são extremamente sensíveis à equidade. Os bons profissionais sabem administrar os próprios sentimentos.

              O Princípio Seis: Todo cérebro simultaneamente cria partes e todos. Este princípio é a preocupação de todos os educadores da escola.  Em todos os cursos de formação de professores, aprendemos que o lado direito do cérebro é responsável pela capacidade musical e reconhecimento de imagens e o lado esquerdo responsável pela fala e o raciocínio, bem, analisando este ponto qualquer atividade da mais simples a mais complexa, estamos estimulando ambos os lados do cérebro. Vale ressaltar a necessidade de cada individuo tem para analisar qualquer coisa. Sempre devemos em nossa atividade/avaliação qualitativa, pensar em quais pontos queremos analisar no avanço de cada aluno. Isso está sendo possível devido o acompanhamento psicopedagógico escolar. Todas as atividades são orientadas e supervisionadas para o proposito de trabalhar todas as habilidades cognitivas dos alunos.

              No Princípio Sete: A aprendizagem envolve tanto a atenção concentrada como a percepção periférica. Este princípio está relacionado aos diversos ambientes de aprendizagem no qual citado em alguns princípios anteriores. Daremos o enfoque na sociabilização primária da criança que a família. A família está caracterizada em que o individuo inserido aprende as primeiras padronizações e o conceito de comunidade e a troca e a vivência de umas experiências. Neste espaço a criança desenvolve para poder adentrar numa sociabilização secundária que é a escola. É possível observar que nós enquanto escola é o primeiro local de aprendizagem da grande parte dos alunos e em segundo lugar os amigos dentro e fora da escola.  Sendo assim temos que desdobrar em atividades que estimulem as conexões cerebrais. Por outro lado, há um sufocamento para “ocupar” estes alunos. Muitas atividades são utilizadas com a concepção de cansar mentalmente e fisicamente as crianças. Outro detalhe interessante é a inércia dos pais. Eles gostam e apreciam a nossa escola, pois é em tempo integral. Há muitas atividades assim eles chegam cansados e alimentados. A Sala de Aula dentro do processo escolar seria o principal local onde ocorrem as primeiras relações com o contexto social, pelo o qual estamos inseridos e para que todos os objetivos sejam alcançados é necessário que o ser humano, professor, educador assume o papel consciente de seus objetivos para o educando. Como sabemos a vida seria tomada como a melhor sala de aula de cada um. Não são poucos os ditados populares que dizem, que “a melhor escola, e a escola da vida” ou, simplesmente o que a vida ensina. Pois a sala de aula não é aquele espaço físico inerte de instituição escolar, mas aquele espaço físico dinamizado, prioritariamente pela relação pedagógica. Retomando ao ponto somos o lócus de experiências e vivências citados no princípio sete.

              O Princípio Oito: A aprendizagem sempre envolve processos conscientes e inconscientes.  Em resumo a aprendizagem é continua e para toda a vida, bem como a avaliação. Avaliar no sempre amplo, representa ao individuo a pensar, refletir, participar, assumir a sua cidadania. Não podemos afirmar se o aluno A ou o aluno B não sabe ou não aprendeu aquilo que foi programado.  Para muitos professores o ato de avaliar consiste em medir a capacidade dos alunos.  A explicação para problemas como: evasão, repetência, fracasso escolar, como resultantes da ação educativa de nossas escolas, no que se refere à prática avaliativa.  Não sabemos o tempo que o aluno precisa para maturar o aprendizado. Por isso que avaliação dever ser constante de qualitativa para analisarmos o avanço escolar e rever nossas práticas e assim o aluno num futuro dirá “Ah! Agora entendi! Ou Eu já vi isso antes, mas era de outra forma”.

              Ainda seguindo a temática avaliação o Princípio Nove: Temos pelo menos dois tipos de memória: um sistema de memória espacial e um conjunto de sistemas para memória mecânica (NT – aprender de cor).  Afirma Luckesi(2006, p.32):

“(...) a avaliação da aprendizagem escolar será autoritária estando a serviço de uma pedagogia conservadora e, querendo estar atenta à transformação, terá de ser democrática e a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação da sociedade a favor do ser humano, de todos os seres humanos, igualmente”.

              Confundimos a ideia de avaliação com exame e sempre buscamos a mecanização do conhecimento. O senso crítico é dispensado pelo uso da memorização. A memorização de dados não é aprendizagem. Memorizamos números de telefones e senhas de bancos, pois faz parte do nosso dia-a-dia. Datas, contextos sociais e históricos não como memorizar e serem utilizados para a vida. Apenas para optar pela resposta mais rápida. Nossos alunos passam por exames de qualificação exigidos pelo MEC. Assim é mensurada a qualidade do ensino do Brasil. O sociólogo Gramsci em vários relatos que a educação interessada, aquela que o aluno precisa saber para profissionalizar-se em algo, empobrece a sociedade. Basta saber qual parafuso certo apertar para ter um emprego. A mecanização das ideias, da vida está presente. É uma luta constante em adequar qualidade de aprendizagem e a mecanização do conhecimento.

No Princípio Onze: A aprendizagem é melhorada com desafios e inibida com ameaças.

              A sala de aula é o espaço primordial, prioritário, essencial do seu trabalho docente. Algo descomprometido de relações políticas e que só tem a crescer no sentido de ampliar as potencialidades do educando, livres do compromisso social, econômico e político. Na sala de aula encontramos professores severos, intransigentes de consciência tradicionalista, que para eles o bom professor é aquele que dá todo o conteúdo e temos professores de várias categorias em diferentes aspectos. Só que esse tipo de professor tende a entrar em decadência, pois temos novos tempos e novas mudanças e novos rumos.

              E o professor que se preze deve tentar mudar por ele mesmo, melhorando não só a sua inteligência, mas procurando mudar esse sistema que ai está. A sala de aula seria um jogo de máscaras, papéis que faz de conta que se aprende. Não se esquecendo de que no processo educativo, o educador deve andar lado a lado do educando, pois estes vivem em comunhão ou pelo menos devem tentar. Onde o educador não deve esquecer que ele não só tem um compromisso educativo, mas como também um compromisso político. E que viver em comunhão é viver em sociedade é preparar os indivíduos esse espaço social em que estamos inseridos, repleto de contradições e de interesses. Cabe a você educador, professor e aluno mudar esta realidade. Somos mediadores, estão em constante aprendizado conjuntamente com os alunos.

              Com base em Drouet (1990), o professor é responsável pelo chamado “clima psicológico” da sala de aula. É ainda, segundo ela é muito comum observarem-se climas completamente diferentes nas diversas salas de aula. Como por exemplo, o professor trabalhando junto com os alunos, numa atividade interessante e motivadora. Em outra sala, ao contrário, vimos o professor em frente ao aluno fazendo um longo discurso e chamando atenção dos alunos desatentos e inquietos. Com isso alguns alunos acabam desenvolvendo comportamentos rebeldes sendo punidos pelo professor com castigo ou mesmo expulsão da classe, sobre isso Drouet (idem, p, 127), expressa:

“Os alunos tendem a reagir em classe, apresentando comportamentos que visam a contestar ou apoiar os professores, dependendo do tipo de liderança que esses exerçam. Portanto, o comportamento do professor condiciona o comportamento dos seus alunos.”

E por fim, o Princípio Doze: Atenta para os estilos de aprendizagem e modos singulares de padronização.  É sabido dizer que todo conhecimento humano é formado pela gama de informações biológicas, psicológicas e sociais a cada estágio da vida. Somos programados biologicamente. Assim desde o nascimento estamos inseridos nesta gama de informações e o meio será o fator crucial para a absorção de valores e capacidades. Enquanto individualidades têm a mesma capacidade, porém o que difere é a velocidade/modos que apreendemos. A aprendizagem não acontece isolada.  Segundo Vygotsky (1998, p.61):

“A história do desenvolvimento das funções psicológicas superiores seria impossível sem um estudo de sua história de suas raízes biológicas, e de seu arranjo orgânico. As raízes do desenvolvimento de suas formas fundamentais, culturais, de comportamento, surge durante a infância: o uso de instrumentos e a fala humana. Isso, por si só coloca a infância no centro  da pré-história e do desenvolvimento cultural.”

Buscando o significado de individuo, é o ser considerado isoladamente em relação à coletividade. E dentro de nossas individualidades, possuímos e percebemos o mundo diferente.  A influência do ambiente, das pessoas mediadoras, as metodologias, as leituras, as avaliações adequadas, tudo isso favorece ao aprendizado concreto. O professor deve estar apto a analisar todas as respostas dos alunos sem apressá-los, deve garantir a descoberta do novo, estimular a novos desafios, deve também ter o cuidado para não gerar um clima de competividade ou ansiedade, pois isso impedirá que alguns avancem.

Por fim, análise dos doze princípios da aprendizagem de base cerebral está intrinsecamente envolvida com aprendizagem  e o ensino. Após conversa informal com os professores da escola tivemos condições em produzir este trabalho e relatar as observações do cotidiano escolar vivido. Em suma, a aprendizagem e o ensino não é mecânico. Não é apenas uma transmissão entre o professor e aluno. Há trocas de experiências e saberes de ambas as partes e o meio que a escola é a fonte de tudo isso. Tudo adentra as paredes da escola. A aprendizagem de modo geral como a leitura para a formação de leitores, a avaliação como processo de aprendizagem, a formação do professor e o seu planejamento para uma aprendizagem efetiva e a escola enquanto lócus e instituição será eficaz quando todas as partes envolvidas estiverem o mesmo foco e a reciprocidade, a autoestima, a confiança, a capacitação dos professores que tem  o papel fundamental em descortinar e ser descortinado para o aprender a apreender.

A aprendizagem efetiva de uma escola do nosso porte precisa ainda mais depois da analise dos doze princípios são: estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de descoberta constante dentro e fora da escola, ou seja, em todos os ambientes. Que o alunado perceba e sinta-se seguro e confiante e que o professor é apenas organizador de ideias. Assim nossos alunos terão bagagem suficiente para a vida no meio social.

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BRANDEN, Nathaniel. O poder da auto-estima. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1995

DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Fundamentos da educação pré-escolar. 5. ed. São Paulo: Ática, 1990.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 2ª edição, 1975, p 44.

LOPES, Antonia Osima. Planejamento do ensino numa perspectiva de educação. In:VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática, 16ª. Ed. Campinas: Papirus, 2000. P.41

LUCKESI, Cipriano Carlos.  Avaliação da aprendizagem escolar.  14. ed.  São Paulo: Cortez, 2006.p.32.

VYGOTSKY, L. S.; COLE M. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p.61

VYGOTSKY, Lev Semenovictch. Pensamento e linguagem. Martins Fontes, 1993.

ZILBERMAN, Regina (org.).  Leitura em crise na escola.  11. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.



[1] Extraído do site:

http://www.psicopedagogavaleria.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=31:os-doze-principios-da-aprendizagem-de-base-cerebral&catid=1:artigos&Itemid=11