FACULDADE SEREGY
CURSO DE PÓS ? GRADUAÇÃO
LATU SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA





ANA LUCIA RIOS LOPES: DEDICAÇÃO TOTAL A EDUCAÇÃO




AJIVÂNIA BARRETO










Nova Soure/BA
Junho de 2011




FACULDADE SEREGY
CURSO DE PÓS ? GRADUAÇÃO
LATU SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA




AJIVÂNIA BARRETO




ANA LUCIA RIOS LOPES: DEDICAÇÃO TOTAL A EDUCAÇÃO



Artigo apresentado no curso de pós-graduação da faculdade Serigy sob a orientação da professora Msc. Betisabel Vilar de Jesus Santos como pré-requisito para a obtenção da nota total da disciplina TCC.



Nova Soure/BA
Junho 2011












O conhecimento é a grande categoria do processo educacional: mas nem no plano subjetivo ? o da consciência do sujeito -, nem no plano objetivo, da cultura -, ele é algo de puramente especulativo, teórico, estratosférico. O conhecimento é estratégia fundamental e privilegiada de vida. Não de uma vida próxima que se constrói, histórico e socialmente, no cotidiano que emoldura e catalisa nossas experiências. (Vasconcellos, 2004, p.10)












RESUMO:
Esse artigo vem realizar uma reflexão sobre a vida e dedicação a Educação de Ana Lucia Rios Lopes nascida em 10/01/1952 destacando na comemoração de 23 anos no Educandário MendesRios como proprietária e diretora da mesma escola enfrentando momentos difíceis, mas suas motivações como educadora é maior. E uma maneira de prestar uma homenagem a não só educadora, mas também diretora que ama o que faz e trata também a educação de um modo digno, com ensino de qualidade. Refletir sobre Ana Lucia Rios Lopes é considerando que na sua caminhada profissional nunca se preocupou com flores; mas com aplausos direcionados a equipe. Assim fico feliz "Ana Lucia Rios Lopes".
PALAVRA CHAVE: Educação; exemplo; mobilização; trajetória; transformação.


RESUMEN:
Este artículo es reflexionar sobre la vida y la dedicación a la educación Ríos Ana Lucía López nació 10/01/1952 en destacar la celebración de 23anos MendesRios Educadario como propietario y director de la misma escuela se enfrenta tiempos difíciles, pero sus motivaciones como educador es mayor. Y una manera de rendir homenaje no sólo a un educador, sino también un director que ama lo que hace y es también la educación de una manera digna, con educación de calidad. Reflexionando sobre Ana Lucia Rios Lopez está considerando la posibilidad de que en su vida profesional no anda preocupado con las flores, pero con un aplauso dirigido al equipo. Así que estoy feliz "Ana Lucia Lopez Rios.".

PALABRAS CLAVE: Educación; ejemplo; movilización; trayectoria; transformación.



INTRODUÇÃO:

Em qualquer atividade da vida, quando sabemos por que vamos fazer aquilo que fazemos, a auto-estima e a motivação se elevam. Não desistimos tão facilmente das metas que buscamos. Buscamos uma educação que trabalhe nessa linha de pensamento. Uma educação que estimule seu aluno, que eleve sua auto-estima. Uma educação possível. Uma educação que trabalhe com os quatro pilares (ser, conhecer, conviver e fazer) de sustentação do ser humano enquanto indivíduo social.
e de transformação que é. Uma educação voltada para a amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta. Uma educação que seja problematizadora, ou seja, está intimamente ligado à realidade, ao contexto social em que vivem o professor e o aluno e onde o ato de conhecer não está separado daquilo que se conhece. O conhecimento está sempre dirigido para alguma coisa.
Muito se busca melhorar na educação. Uma educação ideal, que liberte o indivíduo das amarras sociais. Buscam-se novas metodologias, novas abordagens para que a educação realmente funcione. O que percebemos é, por mais que se sonhe com a educação ideal, ela está longe de acontecer, pelo simples fato de que cada escola está repleta de alunos que são únicos. Ou seja, enquanto a educação for pensada de forma unificada não vai ser uma educação possível, vai continuar sendo uma mera utopia. Pensando assim, a professora Ana Lúcia Rios procurou instituir em sua escola uma educação voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades, buscando uma educação possível, baseada na construção do conhecimento significativo.
Quem foi essa mulher? O que a motivou? Quem foi sua grande inspiradora? Essas indagações foram que mim motivarão a esse artigo. Tentando buscar algumas verdades da Profissão de Professor. Portanto, esse trabalho tem como objetivo mostrar a trajetória de vida educacional dessa professora sonhadora e idealizadora de uma educação de qualidade, bem como mostrar que é possível realizar um ensino de qualidade com uma educação libertadora.

2. EDUCADORES POR UMA EDUCAÇÃO POSSÍVEL

Paulo Freire (1997) afirma que basta o trabalho educacional e teremos o que queremos uma Educação verdadeira que dê conta das mudanças da realidade. Ele acreditava numa educação possível, por isso se dedicou inteiramente para provar que a educação pode transformar o ser humano e a sociedade em que vive. Ele nos sugere métodos para que essa educação aconteça. É como nos afirma na citação abaixo.
(...) que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos fatalismos (...) abertura à justiça, não é possível a prática pedagógico-progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica. (FREIRE, 1997, p.136).

Percebemos diante de tal afirmação que o primeiro passo está em sermos inteiramente humano. Ou seja, tratarmos os alunos como seres dotados de capacidades e habilidades diversas. Tratá-los acima de tudo com respeito às diferentes formas de aprendizagens e ao tempo que cada um utiliza para construir seu próprio conhecimento.
A Educação, para Freire, não é uma doação ou imposição, mas uma devolução dos conteúdos coletados na própria sociedade, que depois de sistematizados e organizados, são devolvidos aos indivíduos na busca de uma construção de consciências críticas frente ao mundo. A Educação, para ele, contrapondo-se ao que ele chama de "educação bancária", é acima de tudo problematizadora, ou seja, está intimamente ligado à realidade, ao contexto social em que vivem o professor e o aluno e onde o ato de conhecer não está separado daquilo que se conhece. O conhecimento está sempre dirigido para alguma coisa. Ou, é como nos afirma Delors.
(...) aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes (DELORS, 1996,77).

Leone (2009) afirma que o homem como um ser inacabado, toma consciência do seu inacabamento e busca, através da Educação, realizar mais plenamente sua pessoalidade. A partir desta visão torna-se tarefa primordial da Educação levar o ser humano o mais próximo possível da perfeição.
Para Bourdieu (2008), a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra. É nela que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural. Segundo ele, o legado econômico está diretamente relacionado ao desempenho dos alunos na sala de aula. Os alunos tendem a ser julgados pela quantidade e pela qualidade do conhecimento que já trazem de casa, além de várias "heranças", como a postura corporal e a habilidade de falar em público. Os próprios estudantes mais pobres acabam encarando a trajetória dos bem-sucedidos como resultante de um esforço recompensado. Ainda segundo ele uma mostra dos mecanismos de perpetuação da desigualdade está no fato, facilmente verificável, de que a frustração com o fracasso escolar leva muitos alunos e suas famílias a investir menos esforços no aprendizado formal, desenhando um círculo que se auto-alimenta.
Vemos aqui o retrato da educação atual. Uma educação que exclui em vez transformar o indivíduo e sua realidade. Uma educação que em vez de utilizar os conhecimentos trazidos de casa para aperfeiçoá-los, utiliza-os muitas vezes como rótulos para distinguir os que conseguirão chegar lá e os que não conseguirão.
Porém, uma educação possível oferece uma nova escola que assume o papel de central estimuladora de inteligência. Segundo Celso Antunes (1998), essa escola nova estimula o aluno a ir para a escola simplesmente para aprender a aprender, desenvolver suas habilidades e estimular suas inteligências. Portanto, a escola passa de central repassadora de informação à central estimuladora de inteligência, pois, aquela criança que tinha na escola e no professor um referencial informativo quase único, hoje tem acesso a múltiplos meios que a instigam e a provocam para acessar informações.

A VIDA DE ANA LUCIA RIOS LOPES E A EDUCAÇÃO

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. Como é o caso da Professora cuja trajetória descreveremos a seguir.
Ana Lucia rios Lopes nasceu na cidade Pé de Serra no estado da Bahia na região sisaleira em 10/01/1952. Filha de e Pedro Falconeri e Edelzira Carneiro Rios. Quando concluiu sua formação em magistério no instituto de Educação Gastão Guimarães, escola pública em Feira de Santana cursou a licenciatura plena em Estudos Sociais na UEFS. Casou-se com Sr. Jeovan Mendes Lopes, com quem teve cinco (5) filhos. Seu primeiro trabalho foi na Escola Luiz Coelho em 1974, antigo CNEC na cidade de Inhambupe - BA com a matéria didática, onde a mesma fez um curso de inglês, em 1975 passou em seu primeiro concurso, passou em 6º lugar. Foi lecionar na cidade de Ápora-Ba, pela rede estadual, lá mesmo ela ensinou um ano e meio, pedindo transferência para cidade de Inhambupe, na escola John Kennedy.
Seu coração triste por que seu pai era político na cidade Pé de Serra e gostaria que ela fosse trabalhar lá, pois para ele, era questão de orgulho ver sua filha trabalhando na cidade onde nasceu então em 1975 convenceu seu esposo e pediu transferência do estado para ensinar em Pé de Serra em escola estadual General Ozório e ao mesmo tempo pelo CNEC na escola Martins Rios. Em 1980 pediu transferência novamente para Feira de Santana-Ba. Seus filhos já estavam maiores e necessitava de escola com melhor qualidade, e a mesma foi ensinar na escola estadual Bernadino-BA em Feira de Santana no bairro do cruzeiro;
Em 1983 foi morar na cidade de Nova Soure ? BA assumiu a coordenação do CNEC. Com problemas políticos deixou a coordenação e começou a dar aulas novamente, e passou a ajudar seu esposo no comercio local que eles tinham. Entre 1984 e 1985 a cidade de Pé de Serra se emancipa e seu pai se torna prefeito e a convida para ser secretaria de educação, e ao mesmo tempo, coordenadora do município pelo estado, em 1986 houve eleição para governador, e quem ganha é a oposição de seu pai, e a mesma com medo de ser prejudicada em 1987 volta para cidade de Nova Soure onde ensinou na escola Estadual D. Pedro I.
Em 1992 assumiu a secretaria de educação de Nova Soure-BA, mas continua na escola D. Pedro I onde ficou até sua aposentadoria em 1998.
Em 1998 realizou seu grande sonho, funda uma escola particular para atender seus anseios e de suas colegas professoras por não ter uma escola de qualidade para seus filhos estudarem, a mesma tinha seus projetos, sua filosofia e tinha vontade de colocá-los em prática, de inicio com educação infantil, depois até fundamenta I, de acordo com as necessidades veio o fundamento II e até hoje ensino médio onde é considerada a melhor escola particular pelas cidades vizinhas.
A mesma acreditava numa educação problematizadora. A qual se caracteriza pela intencionalidade. Afirma e fundamenta que educar é conscientizar, enquanto capacidade de admirar, objetivar, desmistificar e criticar a realidade envolvente do mundo no qual o homem ao descobrir-se seu construtor descobre-se sujeito da cultura e como tal se afirma como sujeito livre contra qualquer regime de dominação que visa à massificação, numa luta pela transformação e conquista e efetivação da sua liberdade alcançada pela práxis.
Segundo ela, não se pode encarar a educação a não ser como um quefazer humano. Quefazer, portanto, que ocorre no tempo e no espaço, entre os homens, uns com os outros. Disso resulta que a consideração acerca da educação como um fenômeno humano. Envia-nos a uma análise, ainda que sumária, do homem. O que percebemos é que devemos conceber o educando como um ser humano dotado de capacidades e que a escola deve oferecer métodos que o estimulem na construção do conhecimento e na praticas de suas habilidades.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Para Hengemühle (2005), o sentido da educação é ajudar o ser humano a caminhar rumo à realização do seu grande desejo: entender porque as coisas são como são, porque dizemos aquilo que dizemos. E só então quando formos capazes de compreender e vivenciar tais questionamentos estará construindo uma educação de qualidade e formando cidadãos conscientes de seu papel de atuar e transformar a realidade em que vive.
Ana Lúcia, em sua trajetória pela Educação procurou demonstrar exatamente que a Educação precisa ao mesmo tempo trabalhar a unidade da espécie humana de forma integrada com a idéia de diversidade. O princípio da unidade/diversidade deve estar presente em todas as esferas.
Para tanto, torna-se necessário educar para os obstáculos à compreensão humana, combatendo o egocentrismo, o etnocentrismo e o sociocentrismo, que procuram colocar em posição secundária aspectos importantes para a vida das pessoas e das sociedades.

Para que a educação mude e se torne uma Educação possível é necessário desenvolver uma prática de ensino em que o conhecimento trabalhado em sala de aula não tenha um fim em si mesmo. O conhecimento tem sentido quando possibilita o compreender, o usufruir ou transformar a realidade. Uma educação possível significa oferecer instrumentos para que os indivíduos possam desenvolver-se e ampliar sua autonomia, que tenham capacidade de auto dirigir-se, de pensar com a própria cabeça, fazer escolhas e responsabilizar-se por elas.
Segundo o exemplo da professora Ana Lúcia, a tarefa do professor, ou melhor, do educador é a de problematizar aos educando os conteúdos que os mediatiza, e não a de dissertar sobre eles, de dá-los, de entendê-los, de entregá-los, como se tratasse de algo feito, elaborado, acabado, terminado. A construção do conhecimento nessa metodologia é construída pelo aluno na interação com o conteúdo problematizado. O conteúdo problematizado, de forma significativa, provoca sentido no aluno, provoca a trama, levanta a situação problemática que instiga a buscar respostas para novas significações e reconstruções.

REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas: Papirus,1995.

BORDIEU, Pierre. Educar para vencer. educarparacrescer.abril.com.br/.../pierre-bourdieu-307908.shtm. Publicado em 2008.