Quando minhas lágrimas de cristal líquido
Caírem sobre tua alma de tela plana
Talvez então o dia em cores néon amanheça
E o brilho de teu biônico olhar reflita-me a luz do sol

Quando minha saliva de gasoso carbono
Atingir o céu de tua boca cibernética
Talvez então a modernidade entardeça
Dentro desse nosso global arrebol

Quando meu imune sangue plasmático
Manchar tua tecnológica pele sintética
Talvez então todo implante anoiteça
Dentro de teu criogenico lençol

Quando então meu esperma de cromo
Atingir teu óvulo de espesso metal
Talvez na gestação dessa madrugada
O feto não mais se conserve em formol

Quando os sonhos não forem mais alienados
Por mensagens oriundas do ópio televisão
Os seres humanos deixem de serem teleguiados
Abandonado os modismos e seguindo a razão
           LEILSON LEÃO