Amor, Romance
ou Traição?
Isaac Guedes


Podemos amar sem ser amados; o que não po-demos é viver sem amar.

I
O TERCEIRO AUTOR

Posso ser uma egoísta, porém é preciso dizer que por mais que eu tente não poderia deixar de ser o primeiro a escrever neste livro.
Tudo que começa termina este livro está apenas se inician-do, e seu fim está distante, mas o que vem ao caso é que eu sou o terceiro autor; no entanto, o primeiro a escrever.
No momento, se estiver interessado, o que apenas precisa saber, é que...
Eis que a vida é cheia de mistérios, há coisas que deveriam ser primeiras, mas acabam sendo últimas, assim se cinco mais cinco são dez então posso afirmar que para tudo tem uma razão ― ou talvez não?
Contanto o segundo capítulo não serei eu quem escreverá, mas sim alguém que já o escreveu e que já morreu. Sendo assim vamos ao segundo capítulo.


II
SEM TÍTULO
― Tenho 75 anos, já não sou o mesmo de ou-trora; a velhice me tornou fraco, contudo tirei forças dessa fraqueza. Este é o meu primeiro livro, o único que escreverei, isto é, caso consiga terminá-lo.
III
RARA EMOÇÃO

Na minha juventude tive muitas aventuras, nas quais eu lembro perfeitamente: quando tinha quinze anos, eu era um garoto rebelde, incompreensivo, incapaz de entender algo. Não sabia dar valor às coisas mais importantes da vida, mas nunca me esqueço de algo raro que me fez muito feliz, às vezes nos deparamos com coisas que não entendemos, não digo por que não temos capacidade de entender, porque, na verdade, todos nós pensamos e somos capazes de fazer o que desejamos.
Eis que amei uma linda garota. Não que nunca houvesse amado, uma vez que amava a minha família; na verdade apesar de minha rebeldia eu sabia que a família era o bem mais importante que eu tinha. Eu era órfão, mas aos três anos fui adotado por pessoas maravilhosas que me deram todo o amor que eu precisava; estes, sim, foram os meus verdadeiros pais.
Amei Juliana, de tal forma que este amor excedia tudo e to-dos. Juliana também me amou.
Certo dia, ela disse-me:
― Icaas, você não existe.
― Por quê? ― perguntei.
Mas ela apenas respondeu que era a garota mais feliz do mundo, por me amar e ser amada por mim.
Chorei, e não havia como não chorar...
Eu espero, leitor, que você não fique triste, pois essa não é minha intenção, sendo assim mudarei de capítulo porque este é de rara emoção.