Adilson Motta, 08/2010

O estoicismo, como uma doutrina do século III a.C. não perdeu seu campo de ação e apriscos apesar de não ter quem a grasse. Espontaneamente ele tem muitos adeptos que nem o sabem que o são. O indivíduo estóico difere bem pouco do analfabeto político, onde também tem uma enorme massa de seguidores inconscientes.

Num passado remoto, o estoicismo foi o anestésico de populaçõesbárbaras e grande alimentadora da política do pão e circo de Roma. É muito provável que tenha nascido de ideologias dominantes com fins de assegurar a segurança do poder vigente.

Na atualidade, tanto o neo-estóico quanto o analfabeto político são sectários espontâneos dessas "espontâneas" ideologias que não perdem suas raízes, brotando noutras formas. Ambas são verdadeiras contribuições que dão asa e liberdade às ações espúrias de políticos vigaristas que se perpetuam, graças à ignorância e a omisão de muitos que não ponderam pela cidadania e agem em precipitude.
Os indivíduos estóicos são conformados, aceitam os males calados, ou reclamando pelos cantos - quietos e passivos condenando e aceitando o que sabem que é reprovável. Foram treinados para suportar o sofrimento e a dor.
Já o analfabeto político, como diz Bertold, um grande filósofo, não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos e por cima de tudo, odeia política. Não sabendo que toda sua sobrevivência é cotada em decisões políticas.

A panacéia para todos os males é uma educação que forme indivíduos pensantes, críticos e atuantes para a prática social. Enfim, a formação de uma sociedade cidadã que redunde na sua politização.

Adilson Motta/2005.