Introdução. As radiações ionizantes têm a capacidade de alterar as características físico-químicas das moléculas de um determinado tecido biológico. As células com alta taxa de proliferação são mais sensíveis à radiação ionizante e são encontradas em tecidos de alta atividade mitótica ou tecidos denominados de resposta rápida,a radiossensibilidade é inversamente proporcional ao grau de diferenciação celular, portanto as células humanas mais radiossensíveis são as células da epiderme, os eritroblastos, as da medula óssea e os espermatozóides, ao contrário, as células nervosas ou musculares são mais resistentes(BIRAL,2002). A morte clonogênica ou falência reprodutiva da célula esta associada a resposta lenta do reparo conduzindo para a apoptose (SEGRETO,SEGRETO,2000). Objetivo. O objetivo deste trabalho é apresentar dados relativos aos riscos e efeitos biológicos das radiações em embriões e fetos humanos. Metodologia. A pesquisa é exploratória-descritiva utilizando-se bases de dados (PUBMED, LILACS e MEDLINE) dos anos de 2000 a 2005. Desenvolvimento. A literatura indica que os efeitos biológicos decorrentes das radiações ionizantes podem ser divididos em determinísticos e estocásticos. Os efeitos determinísticos são aqueles decorrentes à exposição de altas doses de radiação e os estocásticos ou aleatórios são aqueles não aparentes e acumulativos (SEGRETO,SEGRETO,2000). Neste contexto é oportuno lembrar que todos os seres vivos encontram-se expostos à radiação natural, conhecida como “background” que consiste na presença de radiações provenientes de radioisótopos normalmente presentes no meio ambiente e decorrentes de radiações da crosta terrestre, cósmica e outras que esta na média de 3 mSv/ano (BIRAL,2002). Para a gestante esses efeitos biológicos são idênticos aos sofridos por uma mulher que não esteja grávida por outro lado os efeitos biológicos ao feto merecem destaque e podem ser divididos em: a) óbito intra-uterino; b)malformações;c)distúrbios do crescimento e desenvolvimento;d)efeitos mutagênicos e carcinogênicos (VOLK et al.,2004). Altas doses de radiação, mesmo transitórias, são suficientes para causar o aborto com morte fetal, entretanto os embriões possuem uma resistência maior porém a exposição superior a 10 rad (100 mGy) causam óbitos e danos na organogênese entre a terceira e décima-quinta semanas de gestação(KALRA et al.,2005).Outros estudos demonstram que menos de 5% dos embriões irradiados com doses superiores a 10 rad (100 mGy) sofreram algum tipo de compromentimento (VOLK et al. ,2004). Conclusão. Podemos concluir que tanto os efeitos estocásticos quanto detrerminísticos devem ser avaliados quando da exposição de gestantes e fetos ao exames por emissão de radiações ionizantes e ainda não esta suficientemente esclarecido se esta exposição deve ocorrer durante a gestação ou precedê-la. A elucidação deste fato deve ser uma busca para o próximo qüinqüênio para os profissionais da área de radioproteção.



Referências bibliográficas

BIRAL, A.R. Radiações ionizantes para médicos, físicos e leigos. Florianópolis:Insular,2002.

SEGRETO, H.C.R.; SEGRETO,R.A. Revisão e atualização em radiobiologia: aspectos celulares, molecu7lares e clínicos. Folha Médica n119, 9-27,2000.

VOLK, M.; HAMER, O. W.;EUERBACH, S.; STROTZER, M. Dose reduction in skeletal and chest radiography using a large-area flat-panel detector base don amorphous silicon and thallium-doped cesium iodide: technical background, basic image quality parameters, and review of the literature. Eur Radiol, v14, 827-834,2004.

KALRA, M.K., PRASAD, S.; SAINI, S. Clinical comparasion of standard-dose and 50% reduced-dose abdominal CT: effect on image quality. AJR, vn.179, 1101-1106,2005.