Changes the biology of coral reef due to human activities and natural

Bruno Pandeló Brugger

Fabiana Ribeiro dos Santos

Fernanda Pyramides do Couto

Rafaella Gevegy Negrão

RESUMO: Os recifes de corais são formados por pólipos, que secretam um esqueleto externo, e vivem em associação simbiótica com as zooxantelas. Aparecem em diferentes tamanhos e formas, sendo os mais comunsagrupados em três categorias: atol, recife de barreira e recife de franja. Junto com as florestas tropicais, definem os ecossistemas mais complexos e de maior diversidade do planeta, sendo os responsáveis pela produção primária dos oceanos e estuários. Quando existe algum fator de estresse, como o aquecimento das águas oceânicas, a relação entre o coral e a alga pode se quebrar, ocasionando o branqueamento. Além do aumento da temperatura das águas, o excesso de radiação ultravioleta, baixa luminosidade, turbidez da água, sedimentação e variação na salinidade também podem ocasionar a morte dos corais. Dependendo do grau de intensidade do fenômeno, o comprometimento pode variar de um simples evento anual à morte de boa parte do recife, levando muitos anos para se refazer ou jamais se refaz. Caso ocorra a morte do recife coralino, estão ameaçadas várias espécies que dependem deste habitat para sobreviver.

Palavras-chave: Recifes de Corais; zooxantelas; branqueamento; biodiversidade marinha.

ABSTRACT: The coral reefs are formed by polyps, which secrete an external skeleton, and live in symbiotic association with the zooxantelas. Appear in different sizes and shapes and are the most commonly grouped into three categories: atoll, barrier reef and the reef of fringe. With tropical forests, ecosystems define more complex and greater diversity of the planet, being responsible for primary production of the oceans and estuaries. When there is a factor of stress such as heating, the relationship between coral and algae can break, causing the bleaching. Besides the increase in water temperature, excess ultraviolet radiation, low light, water turbidity, sedimentation and variation in salinity may also be causes of death of corals. Depending on the degree of intensity of the phenomenon, the involvement may vary from a single annual event to the death of much of the reef, which then takes many years to rebuild or never remade. In the event of death, are more endangered species that depend on this habitat to survive.

Keywords: coral reef; zooxantelas; bleaching; marine biodiversity.

1 – INTRODUÇÃO

Os recifes são formados ao longo de milhares de anos pelos corais que vão crescendo uns sobre os outros, construindo uma estrutura rígida, rochosa que serve de abrigo para inúmeras outras espécies.(RAMOS, 2006). Dentro da longa lista de importâncias, destacando-se a manutenção e a sustentabilidade da pesca, porque esses ambientes servem de berçário e sítio de reprodução para diversas espécies de importância econômica. (CRUZ, 2007). Estes ecossistemas são muito frágeis e sofrem com a ação humana em diversos aspectos, o que está levando à sua degradação. (JUNIOR, 2005).

Tensões ambientais naturais, como alterações climáticas, somadas à ações antrópicas, estão causando sérios danos aos recifes de corais. Os humanos não são apenas os possíveis responsáveis pelo aumento da temperatura das águas, que provoca o branqueamento dos corais, mas também os métodos de pesca que utilizam, a poluição que provocam e, até as ações aparentemente não relacionadas, como o desmatamento, prejudicam este ecossistema. (HORTON, 2008).

O objetivo desse artigo é evidenciar como os fenômenos naturais e a ação antrópica interferem biologicamente nos recifes de corais e suas conseqüências.

2 – REVISÃO DE LITERATURA

Os recifes coralinos existem há, aproximadamente, 200 milhões de anos e alcançaram seu nível atual de diversidade biológica há 50 milhões. Sob o ponto de vista geomorfológico, é uma estrutura resistente á ação das ondas e correntes marinhas. (RAMOS, 2006).São formados por animais pequenos, que secretam um esqueleto externo, constituído principalmente por calcário. Esses indivíduos, chamados pólipos, formam comunidades e vivem em simbiose com algas fotossintetizantes, que produzem alimento para ele e, devido a esse fator, se encontra na base das cadeias alimentares marinhas, uma posição fundamental do ponto de vista ecológico. (MARTINS, 2007).

Sua beleza e sua importância, são indiscutÍveis, por se tratar do ecossistema mais diverso dos mares e por concentrar, globalmente, a maior densidade de biodiversidade de todos ambientes marinhos. Devido a essa rica biodiversidade, os recifes de corais têm características muito importantes para o equilíbrio ecológico dos oceanos. Além de exportar matéria orgânica e nitrogênio para suas zonas circundantes, aumentando a produtividade dessas águas, os recifes de corais representam um importante local de reprodução e de crescimento juvenil para muitas espécies de peixes. (HORTON, 2008). Porém, na mesma intensidade em que a história evolutiva formou um ecossistema muito rico em vida, os recifes são sistemas extremamente frágeis e susceptíveis à perturbação natural e humana. (RAMOS, 2006).

Embora existam corais em todos os oceanos, somente nas águas tropicais se desenvolvem os recifes. Eles são comuns na costa leste da África, no oceano Índico, no Atlântico e no Pacífico, especialmente na costa das Filipinas, Papua Nova Guiné, Polinésia, nordeste da Austrália e nas ilhas do leste australiano até o Havaí. Os recifes estão ausentes ou são reduzidos nos limites das áreas tropicais, como na costa oeste da América do Sul e da África, devido a ausência das condições indispensáveis para seu desenvolvimento. (RAMOS, 2006).

Os ecossistemas coralinos possuem dois parâmetros físicos importantes, sendo estes as águas quentes e a luminosidade. Os corais formadores de recifes contém algas simbióticas gastrodérmicas (zooxantelas) que exigem luz para a realização da fotossíntese, conseqüentemente, a distribuição vertical dos corais de recifes vivos restringem-se a profundidade da penetração da luz. O número das espécies diminui rapidamente nas águas mais profundas. Devido a sua dependência de luz, os recifes requerem águas claras, logo, só são encontrados onde as águas circundantes contêm quantidades relativamente pequenas de material suspenso, ou seja, água de baixa turbidez. (HORTON, 2008). Restringem-se adicionalmente pela temperatura da água e ocorrem somente em mares tropicais e semitropicais, onde a temperatura média da água varia entre 20°C e 28°C. (MARTINS, 2007).

Devido às condições hidrológicas e geológicas que ocorrem em diferentes áreas dos trópicos, os recifes aparecem em diferentes tamanhos e, são agrupados em três categorias principais: atol, recife de barreira e recife de franja. (RAMOS, 2006). A distinção entre os recifes barreira e de franja é mais difícil, pois ambos são adjacentes a massas de terra.Os recifes de franja são os mais comuns originando-se diretamente da costa e se desenvolvem nas margens externas do solo, formando uma borda que se projeta para fora do oceano. Os recifes de barreira situam-se a uma maior distância da terra da qual está separado por um canal de água profunda. (RIBEIRO, 2007). A maior barreira de coral é a Grande Barreira de Recifes (GBR), que está situada ao longo da costa Nordeste da Austrália, com 2.300 km de comprimento, sendo considerada uma das sete maravilhas do mundo. A GBR não é um recife único, mas cerca de 3 mil recifes individuais que abriga mais de 400 espécies de corais, 2 mil espécies de peixes, 4 mil de moluscos e 6 das 7 espécies de tartarugas marinhas do mundo. (MARTINS, 2007).

Os atóis são facilmente distinguidos porque têm a forma de um anel que emerge de águas profundas, longe de terra firme, repousando nos cumes de vulcões submersos com uma lagoa no seu interior. (RIBEIRO, 2007). Durante muitos anos o Homem especulou sobre a origem dos atóis. Este interesse aumentou quando se descobriu que os recifes de corais não podiam viver a mais de 50-70m de profundidade. A explicação da origem dos atóis foi proposta por Charles Darwin, em 1830, depois da sua viagem de cinco anos abordo do navio Beagle, durante a qual teve oportunidade de estudar vários recifes. Segundo a teoria de subsidência de Darwin, o atol tem a sua origem quando os recifes de franja começam a crescer ao longo da costa de ilhas vulcânicas recentes. Ao longo do tempo, estas ilhas começam a subsidir. Se a subsidência não ocorrer muito rapidamente, os recifes conseguem adaptar-se, formando inicialmente um recife de franja, seguido do recife barreira e, finalmente, um atol, à medida que a ilha desaparece. (PIRES e CASTRO, 2007). Por volta dos anos cinquenta fizeram-se perfurações nas ilhas Marshall (atol de Eniwetok), até 1283 m de profundidade, onde se encontrou rocha vulcânica, confirmando assim a teoria de Darwin. Esta teoria liga os três tipos de recifes numa seqüência evolutiva, não sendo, no entanto, uma explicação para todos os recifes de franja e barreira (RAMOS, 2006).

Os Recifes de Corais atuam como baterias energéticas devido à produção fotossintética que, por estar na base das cadeias tróficas marinhas, é designada por produção primária. A produção primária nos domínios oceânicos e estuarinos pode ser definida como a quantidade de matéria orgânica sintetizada pelos organismos fotossintéticos e quimiossintéticos num determinado volume, numa determinada área e num certo intervalo de tempo, sendo o fitoplâncton responsável por grande parte dessa produção nos oceanos. (BIRKELAND, 1997).

Os recifes de corais suportam uma grande quantidade de espécies de invertebrados, vertebrados e plantas que vivem juntos com uma estreita associação, gerando uma biodiversidade tão grande que esses ecossistemas são freqüentemente comparados às florestas tropicais (MORAIS, 2004). No entanto, o grupo das algas pertencente à família das zooxantelas realça pela sua importância para a sobrevivência do coral. A relação simbiótica entre corais e zooxantelas contribuiu significativamente para a produtividade orgânica e para a estrutura carbonática dos recifes de corais. Esta associação tem uma importância fundamental na nutrição de muitos corais. O coral utiliza-se de parte dos compostos orgânicos produzidos pela fotossíntese realizada pelas algas e respiram absorvendo oxigênio proveniente das zooxantelas ou contido na água do mar, eliminando gás carbônico, amoníaco e compostos de nitrogênio e fósforo produzidos por seu metabolismo. As zooxantelas utilizam os produtos dos corais para realizar a fotossíntese, gerando mais oxigênio e matéria orgânica. ( MIGOTTO, 2007).

O gás carbônico utilizado pela alga é transformado em íons de carbonato e bicarbonato. Estes se combinam com íons de cálcio bombeados pela epiderme a base dos corais, formando o calcário que é depositado no esqueleto. (CORTEZ, 2009). Considera-se que este aumento na deposição de carbonato também foi fator de extrema relevância no surgimento dos recifes de coral. Quando existe algum fator de estresse (como aquecimento das águas oceânicas, o resfriamento, a poluição, a sedimentação, etc.), a relação entre o coral e a alga pode se quebrar e a alga ser expulsa ou absorvida pelo coral, podendo ainda perder seus pigmentos. (BIRKELAND, 1997).

Recentemente, o branqueamento de recifes de corais, um fenômeno preocupante, vem ocorrendo em todas as regiões recifais do globo e de forma maciça, colocando em risco a vida desses organismos. (MIGOTTO, 2008). Através de estudos de monitoramentos das condições climáticas e oceanográficas das regiões tropicais, estima-se que os eventos de branqueamento estejam aumentando em freqüência e intensidade. (MORAIS, 2004)

Tais eventos ocorrem pelo fato de que invertebrados associados com algas simbiontes (moluscos, vermes e esponjas) expelem suas algas e seus pigmentos acessórios, que lhes conferem cores, expondo a coloração branca de seus esqueletos carbonáticos, deixando–os suscetíveis a doenças e até mesmo à morte. (KELMO, 2008) Acredita-se que isso ocorra devido a elevações na temperatura média das águas, por períodos prolongados, provocando um colapso no sistema fotossintético das algas simbiontes, tornando-as tóxicas aos corais, pois este passa a produzir peróxidos que podem danificar as células e interferir nas vias bioquímicas. (MORAIS, 2004).

O branqueamento geralmente ocorre após um período cuja temperatura superficial da água do mar se eleva alguns graus acima da média histórica para aquele determinado momento e local. A exposição a temperaturas 4 a 5 ºC acima da média, por um a dois dias, pode ser suficiente para causar branqueamento e alta mortalidade, enquanto que a elevação de 2 a 3 ºC, e o mesmo tempo de exposição, leva a um branqueamento gradual e menor mortalidade. (MIGOTTO, 2008).

Geralmente, os tecidos de colônias branqueadas continuam vivos e intactos, porém, a ausência das algas simbiontes implica em jejum compulsório ao coral, uma vez que elas suprem a maior parte das necessidades nutricionais e ocorre também a diminuição das taxas de calcificação que impedem o crescimento do recife de corais. (MIGOTTO, 2008).

As colônias branqueadas podem recuperar a coloração em poucos dias ou até em mais de um ano dependendo da espécie e do grau de branqueamento. Do mesmo modo, baseado na espécie, intensidade e duração do estresse, a morte de parte ou de toda colônia pode ocorrer logo em seguida ao início do branqueamento, ou mesmo algum tempo depois. (KELMO, 1998).

O fenômeno de branqueamento produziu um número considerável de vítimas nos recifes de corais, a biodiversidade foi irreversivelmente afetada nos últimos anos. Durante o maior evento de branqueamento, ocorrido em 1998 nos mares tropicais, cerca de um sexto das colônias do mundo pereceram. (MORAIS, 2004).

Tipicamente, esse fato ocorria quando os oceanos eram aquecidos pelo El Niño ou causados por estresses claramente locais geralmente em áreas de circulação restrita ou em recifes atingidos por furacões. Em 2002, porém, o branqueamento ocorreu no mundo inteiro fora de fase com ele, o que demonstra a vulnerabilidade dos recifes e a complexidade desse processo. (ESA)

Cientistas acreditam que se a concentração de gás carbônico na atmosfera dobrar, os recifes não vão só desaparecer, como começarão a dissolver ao redor do planeta. Estudos já demonstraram que a acidificação e o aumento da temperatura da água inibem o crescimento dos recifes, mas, este é o primeiro estudo que avalia a possibilidade de que eles iniciem um processo irreversível de dissolução em poucas décadas, se os níveis de CO2 na atmosfera não forem reduzidos rapidamente. (CORTEZ, 2009).

Sabe-se que algumas espécies de corais são mais resistentes aos fenômenos de branqueamento, já que suportam períodos mais quentes por mais tempo. Isso pode ser decorrência do coral já estar adaptado a ambientes extremos (poças de marés, onde a temperatura da água oscila muito ao longo do dia) e/ou possuir variedades de zooxantelas mais resistentes. A maioria dos corais, quando passa por um evento de branqueamento, torna-se transparente apenas sem suas algas simbiontes e alguns pigmentos acessórios. Por serem dependentes dessas algas, existe um período em que o coral deve ser recolonizado. Se isso não ocorrer, o organismo definha e morre. Surge então uma questão: e se uma variedade de alga resistente à temperatura elevada colonizasse o coral e o tornasse resistente ao branqueamento? Cientistas do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (Australian Institute of Marine Science) propuseram então a hipótese do branqueamento adaptativo. (MORAIS, 2004).

Uma linha de pesquisa muito interessante a respeito dos efeitos das mudanças climáticas sobre as populações de corais está sendo desenvolvida no Golfo de Omã, na Jordânia. Trata-se de um ponto estratégico, localizado entre o Oceano Índico e o Mar Vermelho, dois lugares com enorme riqueza e diversidade de corais. Justamente nesse ponto intermediário, a riqueza de espécies é muito menor, porém constante. Isso se deve ao fato de, durante o verão, ocorrer o fenômeno da ressurgência, resultado da ação dos ventos alísios vindos de sudoeste. A quantidade de nutrientes chega a ser 100 vezes superior aos níveis normais e a temperatura cai para uma faixa de 15 a 19°C, considerada fora do ótimo para o desenvolvimento dos corais. Essa oscilação, aliada ao aquecimento natural das águas em períodos em que não ocorre a ressurgência (podendo alcançar 32°C), possivelmente fez com que os corais que ali habitam se adaptassem a essas flutuações. De um modo geral, as espécies encontradas no Golfo de Omã são também vistas em outras áreas do Oceano Índico e do Mar Vermelho, por exemplo. Sabe-se também que períodos de aquecimento das águas extremamente atípicos, chegando a até 39°C no verão, não foram suficientes para produzir fenômenos de branqueamento que causassem a morte de corais nessa região. Quais seriam os fatores responsáveis pela resistência ao branqueamento? Tratar-se-ia de um fator genético dos corais, das zooxantelas, ou ambos? A solução poderia estar na inoculação de variedades de zooxantelas resistentes em recifes onde elas não existem, em outras partes do mundo? (MORAIS, 2004).

No total, acredita-se que 500 milhões de pessoas que vivem em países em desenvolvimento têm algum tipo de dependência associada aos recifes de coral. A saúde desse ecossistema afeta diretamente essas pessoas. No entanto, os recifes de coral estão seriamente ameaçados. Estima-se que 27% dos recifes do mundo inteiro já foram degradados de forma irreversível. No ritmo atual, previsões indicam que uma perda semelhante ocorrerá nos próximos 30 anos. (WESTMACOTT, 2000).

Parte integrante e vital dos ecossistemas marinhos, os corais são igualmente fundamentais para as economias de muitos países. (JOHN, 2008). Pois esses ambientes servem de abrigo, berçário e sítio de reprodução para diversas espécies de importância econômica, formando regiões pesqueiras em seu entorno que são chamarizes para o turismo e ainda, segundo a ONU, os corais proporcionam benefícios da ordem de 30 bilhões de dólares anuais e produzem renda para 200 milhões de pessoas. (VIEIRA, 2008).

Além disso, favorecem as populações das regiões litorâneas, onde atuam como um escudo que absorve a movimentação dos mares e diminui a erosão costeira (VIEIRA, 2008). Estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas vivem nos litorais de países em desenvolvimento e, de acordo com estudos, a segurança destas populações está em risco com o desaparecimento dos recifes, que formam barreiras naturais e também minimizam o impacto de tempestades e outros fenômenos naturais (RIVAZ, 2007).De acordo com um estudo da ONU, o tsunami que se abateu sobre a Ásia em 2004 causou menos destruição nas áreas onde há recifes de corais. (VIEIRA, 2008). Isso foi comprovado cientificamente por um grupo de cientistas que instalou instrumentos de medição de pressão da água à frente e atrás dos recifes de corais na região de Puerto Morelos, no México, durante a passagem do furacão "Dean", e as medições mostram que o recife reduziu de 80% a 90% a pressão de água. (RIVAZ, 2007).

Porém, de todas essas, a conseqüência mais preocupante é com relação às espécies que habitam os recifes. Quando os corais se extinguem, o mesmo ocorre com as plantas e os animais que deles dependem para obter alimento e refúgio contra os predadores. Não se trata apenas da perda de alguns corais, mas da possibilidade de desaparecimento de enormes áreas desses ecossistemas num período de cinqüenta a cem anos, como afirmou Alex Rogers, da Zoological Society of London. (VIEIRA, 2008). Espécies que se alimentam de corais e aqueles que usam especificamente corais para o abrigo, tal como alguns peixes donzela, seria de esperar que declinassem primeiramente, no entanto, já existem alguns relatórios que sugerem que as primeiras mudanças podem estar na abundância dos que se alimentam de algas, em conseqüência das algas que crescem sobre os corais mortos. (WESTMACOTT et al, 2000). A morte dos corais ameaça seriamente as espécies de peixes, moluscos, crustáceos, tartarugas e baleias, que dependem deste habitat para sobreviver colocando em risco muitas cadeias alimentares, o que, direta ou indiretamente, ocasionará um desequilíbrio ecológico irreversível. (JOHN, 2002).

3 - CONCLUSÃO

Os seres humanos continuam a representar a maior ameaça aos recifes de coral e, com sua drástica diminuição, muitas cadeias alimentares dependentes deste ecossistema podem estar ameaçadas e correndo um sério risco de extinção. Alguns cientistas afirmam que a destruição da floresta submersa é uma grande ameaça, não só às espécies que dependem diretamente dos recifes, mas, de toda a vida no planeta. A maior parte da destruição poderia ter sido evitada ou, pelo menos, reduzida, isso se o homem tomar consciência que se continuar a destruir a natureza acabará por destruir a si próprio. É uma verdadeira reação em cadeia, cujo desastroso resultado é o desaparecimento da fauna e flora de regiões marinhas inteiras.

Por terem um potencial genético não explorado e participarem em grande porcentagem da cadeia nutricional dos ecossistemas marinhos, há muitos indícios de que as mesmas espécies, que hoje estão se extinguindo, estão levando consigo substâncias presentes em seus corpos, que poderiam ser a solução de muitas doenças.

Muitas medidas vem sendo utilizadas a fim de recuperar este ecossistema, felizmente, estão surgindo muitos grupos que visam salvar os recifes intensificando as pesquisas e os esforços de conservação. Uma quantidade maior de recifes está sendo designada como área de proteção marinha, alguns países estão reforçando a vigilância da pesca e algumas organizações ambientais estão dando a opção de se "adotar" um recife. Existem várias razões para que os recifes de coral sejam salvos e sua beleza e diversidade são apenas duas delas.

 

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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