ALMA DO CONDUTOR : UMA NOVA NATUREZA PARA UM TRÂNSITO SOLIDÁRIO

 

Converter o precário cenário do trânsito, numa perspectiva de mudança, semeada na evolução do individuo na condução veicular no trânsito, prospera, quando o condutor ao requerer movimentos práticos, propõe atuar com o propósito de firmar posse da excelência como salvaguarda. Tornar produtiva a ação no trânsito mediante ponderadas exigências normativa evidencia como úteis às atividades mecânicas cerebrais – percepção, reação – que incorporadas a sentimentos nobres de mútua convivência, compartilha da natureza do sujeito consciente, condição essencial na formação de princípios. Visa à importante inclusão do outro, no mesmo espaço de deslocamento, conectada a graus de elevada significação na vida do cidadão. Intenciona, nesse caso, promover um reino de excelência no trânsito que sugere ao condutor: poder realizar melhor a direção de um veículo, motorizado ou não, entendendo o requisito de uma nova natureza no agir do interesse da reciprocidade, afetivo e responsável. Os dados estatísticos divulgados deixam claros em termos comparativos os resultados que são indicadores de experiências de fracassos na convivência social do trânsito no Brasil. Enquanto os veículos, produtos de deslocamentos, avançam na qualidade material e tecnológica, favorece, no entanto, os serviços de benéfica aplicação. Os condutores não têm seguidos as mesmas linhas de aprimoramento dos recursos que inibem eventos prejudiciais e como conseqüência, acumulam-se os constantes registros de ocorrências de sinistros.

Deixar-se arrastar pela corrente de permanente eventualidade, sintetiza o difícil poder de transformação, processo este que compõe os elementos de equívocos culturais e os pensamentos que comprometem os atos de coesão. Incrivelmente a indústria automobilística em razão da manutenção da vida ou redução das seqüelas de acidentes, introduziu novas capacidades para feitura de dirigir, tipo automóvel focus titânio, que realiza o estacionamento com os recursos disponíveis no veículo, sem precisar da intervenção humana. Desse modo, desafiam a funcionalidade do veículo monitorado, dispensando o uso do condutor mediante providências legais necessárias. O agir humano  envolve um sentimento de completude, elemento essencial para o encontro com a desejada justiça social no trânsito. Uma característica do nosso tempo é a tentativa de oferecer solução ao complexo funcionamento do trânsito, mas, desfazer de obstáculos por mais simples que sejam é merecedor do prudente cuidado. A justiça social no trânsito deve ser encarada como conduta do cidadão que intenciona alcançar o prolongamento da coexistência, imbuído de valores de desempenho éticos cuja natureza das circunstâncias, também, absorve o âmbito espiritual. O individuo enquanto condutor, deve ser também tomado pelo sentimento de natureza sociável, técnico, por se tratar de risco individual no agir coletivo, algo que remete diretamente modelar a passagem do homem condutor para o homem integrador que impulsiona a construção de uma desejada conquista social no trânsito com base no comportamento instruído, solidário e coletivo, proteção no enfrentamento de grave doença social dos acidentes.

Explicitar diagnósticos de atuações sinistras acusa o abandono de conteúdos e princípios que de modo ingrato, tangenciam o conjunto das modalidades de culpas. Imaginar a perda de atenção provocada por um diálogo interior, desvios da racionalidade do pensamento no ato de dirigir; pensar nas insatisfações pessoais uso de equipamentos eletrônicos no ato de dirigir e outros, caracterizam dramas na vida do indivíduo, que podem repercutir na família e nos seus próximos, contribuem para resultados funestos por episódios provocados no trânsito com evidente desagrado. Gritos de alertas denunciam que as providências deliberadas e métodos usados para melhoria do sistema, não tem sensibilizado ou não mais abalam a consciência interativa dos usuários. É devido nesse ambiente, portanto, o ajustamento de uma consciência pessoal disciplinada, organizada no sentido da opção por medidas protetoras, portadoras de movimentos de excelência, que acredita e prioriza o modo solidário de dirigir como satisfatório, convertendo atos de movimentação no trânsito, que acontecem quando princípios operantes são apropriados as suas matrizes, concedida a devida relação de valor entre os protocolos de coerência.

Inferir o problema dos condutores de veículos motorizados como reconhecidamente um problema coletivo institucional, fruto das constantes questões de incompatibilidade entre os diferentes meios utilizados no mesmo espaço, que expressam a ausência de demandas significativas de aderência pessoal. Percebido, figura a mente modeladora no agir à disposição da preservação cuidadosa de domínio, proposta inteligente que vigora a pertinente idéia de abraçar a causa com definida convicção pessoal nas atitudes do agir humano, devendo ser dirigida para o bem, efeito solidário que representa o lado espiritual que harmoniza os usuários do trânsito entre si e os levam a um caráter indissociável de colaboração. A referida premissa transporta a participação dos condutores na exploração do uso do trânsito como condutor guardião no meio das incompatibilidades e conflitos, assume um padrão ético que inclina o condutor apoderar-se de instrumentos facilitadores, agradáveis, vantajoso com o mesmo intento do outro usuário.

Do ponto de vista da educação a tarefa da autoridade pública é meramente legal-social, e não individual. Declara ser uma boa educação para o governo, aquela que responde a ordem legal e social, não a destruindo nem a prejudicando (Educação do homem integral página 103, H.Rohden). Quando o mecanismo da boa condução é utilizado e contribui para um determinado fim, indica a aceitação da responsabilidade disciplinada para si e para outros. - Um veículo lançado a toda velocidade, não controlado por seu condutor, evoca, imagens, de uma possível catástrofe final-. Manter-se distante desse construto, é conveniente para assumirmos o nosso próprio destino, diante de demandas que nos expõe ao imprevisto, improvável e inusitado. Por que pessoas educadas, se inclui nos índices de acidentes no trânsito de modo significativo. Para estes a educação não é suficiente.  No plano sistemático é visível possibilidade de novos contornos, atenção especial a uma educação espiritual, inibidora mais profunda dos lamentáveis índices de tragédia que assola com sofreguidão a família brasileira. “Um aluno do curso CPOR, não esclarecido sobre a finalidade de percurso exigido, fez a seguinte pergunta ao General: Se o esforço de andar 48 quilômetros, com 25 quilos às costas, seria necessário, considerando que a hipótese de ir à guerra era remota e perderia a forma física com o tempo. O General redargüiu o que lhe serviu o resto da vida: ”Nós não estamos educando o seu físico. Estamos educando seu espírito” (Artigo - Folha de Pernambuco Pág.6 – 27.8.15).

Nesses termos, a qualidade do que tem valor digna de consideração, combina com a educação da vontade que segundo a psicologia clássica, representa a “faculdade apetitiva própria da alma racional” no que tem de mais essencial (dicionário ilustrado Álvaro Magalhães – página 590).

Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que deveria fazer para servir bem a Deus. Ele talvez esperasse o conselho de fechar o seu negócio e tornar-se pregador do Evangelho. Lutero respondeu: "Faça um bom sapato e venda-o por um preço justo". Ele serviria a Deus sendo um profissional competente e honesto (Michael Horton – O Cristão e a Cultura).

O que fazer para cuidar de si e dos outros no trânsito? Ajustar-se a finalidade de não cometer acidente, exercitar competência, colabora para ação de justiça social. É evidente no universo evangélico, índice de acidente extremamente baixo, resultado de uma educação espiritual que condiciona a mudança de comportamento solidário no trânsito.

Autor: Tiberio Melo de Araujo

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