Este trabalho tem por foco o setor de telecomunicações, em que as mudanças enfrentadas com a desregulamentação foram acentuadas por transformações nas estratégias adotadas e nas competências impostas pelo mercado. O objetivo deste trabalho é verificar em que nível e em quais possessos se efetiva a relação entre competências organizacionais e estratégias competitivas em uma das unidades da a Telemar-CE, e quais seriam as implicações de inter-relação das competências em as estratégias de recursos humanos. O comportamento estratégico do setor, antes identificado pelo monopólio e pelo protecionismo estatal, foi substituído pelas regras de livre mercado. No novo contexto, a dinâmica setorial sustenta-se pela constante mobilização dos recursos disponíveis, em busca de competências diferenciadoras. Constata-se há décadas a tendência de substituição gradual da economia movida a produtos baseada em ativos tangíveis pela economia movida a conhecimento e serviços, baseada em ativos intangíveis. Para os autores, a estratégia de uma organização descreve como ela pretende criar valor para seus acionistas, clientes e cidadãos. E a gestão de competências oferece a base de sustentação para o gerenciamento e desenvolvimento das capacidades que diferenciarão a organização das demais. O artigo visa verificar em que nível e em quais processos se efetiva a relação entre competências organizacionais e estratégias competitivas. O tema competência associa-se a diferentes instancias: pessoas (competências do individuo), organizacionais (competências centrais) e países (sistemas educacionais e formação de competências), sendo desenvolvido sob perspectivas diferentes, mas complementares. A competência é um traço subjacente a uma pessoa que pode ser relacionado com desempenho superior. Assim, diferencia-se competência de aptidões (talentos naturais, que podem vir a ser aprimorados), de habilidades (demonstrações de talentos particulares na prática) e de conhecimento (o que a pessoa precisa saber para desempenhar uma tarefa) (MCCLELLAND, 1973). O desdobramento das competências organizacionais projeta uma segunda dimensão de competências. Ao se colocar lado-a-lado as organizações e as pessoas, verifica-se um processo contínuo de troca de competências. Segundo Kaplan e Norton (2004) e Aaker (2001), o alinhamento entre estratégias e competências permite as organizações: 1) identificar as necessidades de competências; 2) analisar a lacuna entre os empregados e; 3) desenvolver programas para fechar a lacuna entre demanda e disponibilidade. A avaliação do grau de prontidão do capital humano começa com a identificação das competências. A concorrência baseada em competências sugere que as principais peças de uma estratégia de negócio não são produtos e mercados, mas sim processos de negócios (AAKER, 2001). O investimento na construção e na administração de um processo que suplante a concorrência pode levar a uma vantagem competitiva sustentável. No que se refere à unidade da Telemar no Ceará, ela está subdividida em quatro gerencias: varejo, relações institucionais, operações e RH. Quanto à gestão de pessoas, a unidade submete-se à diretoria executiva nacional, que é representada nas regionais por células operacionais de RH, subordinadas à gerencia da respectiva regional. A investigação das estratégias e competências desenvolvidas na Telemar-CE, evidenciou aspectos críticos para a organização, bem como deixou à mostra a relevância do contexto maior em que esta se insere. O setor de telecomunicações está em crescente competitividade; logo, o desenvolvimento de estratégias ágeis e de competências eficazes proporciona as vantagens competitivas que sustentam a organização. Quanto ao objetivo principal de verificar em que nível e em quais processos se efetiva a relação entre competências organizacionais e estratégias, conclui-se que isso se dá ao nível dos processos internos críticos, também chamados aqui de funções críticas. Pergunta para Análise: Explique porque o desenvolvimento de estratégias ágeis e de competências eficazes proporciona as vantagens competitivas que sustentam a organização.