Alimentação e Sociedade

Wanderson Vitor Boareto
Graduado em História, Bacharel em Direito, Pós Graduado em História e Construção Social, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora
Palavras Chave:
Dieta, Alimentação, Doenças, Exercícios Físicos, Consumo

Resumo
Esse texto analisa as questões da má alimentação e suas consequências em relação as doenças geradas pelo sobre peso. Nesse sentido, temos uma análise histórica da evolução consumista e do prazer de se alimentar na atualidade.


A humanidade tem relação direta com a dieta usada em cada período histórico, através dos estudos da humanidade se percebe que a alimentação tem influência nas civilizações. Temos no estágio da caça e da coleta, uma dieta rica em proteína animal e vitaminas, através das coletas dos frutos das matas nativas já que nesse período o homem não conhecia a agricultura nem a criação de animais domésticos. No entanto, o gasto de energia, para se conseguir alimentos, dava um equilíbrio no sentido do sobre peso, pois as dificuldades eram grandes tanto para caça como para as coletas, devido a isso nesse período as tribos eram nômades, viviam se mudando atrás das caças e dos frutos.
"Nas sociedades primitivas a produção de vida material era organizada de forma a garantir apenas o consumo necessário a sobrevivência do grupo, sem a produção de excedentes ? os produtos materiais possuíam apenas valor de uso, não tendo valor de troca, já que esta praticamente inexistente."(ANDERY,PG16)
Com a chegada da agricultura este homem que até então vivia migrando, começa a fixar na terra no período das safras, já que muitas delas são anuais. Com o desenvolvimento da agricultura eleva-se o consumo de grãos por parte da população que domina esta técnica, é bom salientar que o processo de desenvolvimento se difere de região para região, o melhor exemplo para isso é quando os europeus chegaram ao Brasil e encontraram tribos que estão ainda no período migratório, já no oriente temos a China com um grande potencial de tecnologia e avanço no processo científico.
Esta diferença de tecnologia é afetada diretamente no campo nutricional, com a revolução industrial e as grandes navegações, a busca por novas técnicas de produção, mão de obra e matérias primas para suprir os avanços das manufaturas do ocidente. Com este avanço do comércio e da indústria as cidades vêm ganhando uma grande leva de trabalhadores que tem que se alimentar. Esta alimentação ordinária e de baixa qualidade devido aos preços e os baixos salários é um terreno fértil, para várias doenças contagiosas como a Peste Negra, a Varíola e tantas outras que vão aterrorizar a população das cidades.
"Na sociedade capitalista, as pessoas somente conseguem sobreviver se comprarem os produtos do trabalho uns dos outros, já que possuem atividades especializadas, não produzindo todos bens de que necessitam."(ANDERY,PG165)
No entanto, percebe-se uma mudança considerável nos comportamentos alimentares a partir da segunda Grande Guerra que vai devastar a Europa. Para se entender este fenômeno é só seguir pela lógica mercantil, com a paz entre os principais potencias e com o avanço das tecnologias de produção como a introdução das máquinas nas lavouras e dos adubos químicos, ouve uma produção em massa e um barateamento dos produtos de base e dos industrializados. Com tantas mudanças e com o correr da vida moderna a alimentação agora farta perde suas característica de só alimentar e vira um prazer do cotidiano. Nesse sentido com a chegada dos transportes modernos (carros, metrôs, aviões, ônibus) que cria meios para o sedentarismo das massas, além da chegada em grande escala a partir da década de 70 da televisão que vai proporcionar uma vida mais caseira com uma dieta mais rica em açúcar e carboidrato já que comer na frente da teve é tido como um prazer e um passa tempo. Nesse sentido temos os índices anuais mostrando uma população sedentária e acima do peso, com isso um grande aumento nas diabetes e nos problemas de coração, além de outras doenças que são agravadas, devido o sobre peso e a má alimentação.
Existe hoje, uma grande discussão dos efeitos maléficos da má alimentação e do sedentarismo moderno. Com a falta de programas voltados ao controle de alimentos mais saudáveis e de uma educação alimentar. Apesar dos meios de comunicação recomendar uma vida mais saudável com atividades físicas regulares e uma alimentação balanceada, não é isso que se vê na pratica, já que a realidade é outra devido às diferenças devido de classe e dos interesses individuais de cada um.
Os Estados Unidos lidera o ranque do sobre peso em relação aos outros países porém, o Brasil apresenta um grande aumento nas patologias relacionadas à alimentação. São vários os fatores que levam a estes problemas, capitalismo exacerbado em reação a sobrevivência e as classes mais pobres que não tem acesso a dietas proporcionais e sim excesso de nutrientes que aumentam o sobre preso. Temos ainda a depressão e a ansiedade que em muitos casos elevam o consumo de doces e alimentos ricos em carboidratos.
"A ética se relaciona, também, com a economia política como ciência das relações econômicas que os homens contraem no processo de produção. Esta vinculação se baseia na relação efetiva, na vida social, entre os fenômenos e o mundo moral". (VÁZQUEZ,PG33)
A falta de políticas nutricionais na base da sociedade que é a família, a escola e as igreja, que na prática poderão ser agentes amenizadores dos males do sobre peso e das doenças causadas pela obesidade eleva ainda mais as questões nutricionais nos grandes centros. Mas, para acabar com os males da má alimentação tem que haver uma reeducação alimentar, um controle dos produtos industrializados através dos rótulos e uma política de assistência médica e psicológica gratuita para os que enfrentam os males da má alimentação.

Bibliografia
ANDERY, Maria Amália, Para Compreender a Ciência, Ed Garamond Universitária, 2007, Rio de Janeiro ? RJ
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro - RJ