Por: Arão Marques da Silva

Indústria cultural é o nome dado na década de 1940 pelos teóricos da Escola de Frankfurt Adorno e Horkhheimer as empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, jornais, rádios, revistas, cinema, televisão e outras formas de descontração, baseadas na cultura, visando o lucro. Sua origem se deu através da sociedade capitalista que transformou a cultura popular e erudita num produto comercializado.
Deste modo, Adorno refere-se à indústria cultural:
"Em nossos esboços tratava-se do problema da cultura de massa. Abandonamos essa expressão para substitui-la por ?indústria cultural? a fim de excluir de antemão a interpretação que agrada aos advogados da coisa; estes pretendem que se trata de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas, da forma contemporânea da arte popular. Ora, dessa arte a indústria cultural se distingue radicalmente [...] Na medida em que neste processo a indústria cultural inegavelmente especula sobre o estado de consciência e inconsciência de milhões de pessoas, as massas não são o fato primeiro, mas um elemento secundário, um elemento de cálculo; acessório da maquinaria " ( ADORNO, 1985: p. 60-70).

A principal forma cultural construída por essas indústrias é a televisão, que informa e forma indivíduos cada vez mais cedo. Nela podem-se observar diferentes temas e culturas expostas a qualquer horário e idade. Os conteúdos nela existentes possuem mensagens subliminares que conseguem escapar da consciência, o que tende a provocar alienação.
Diante disso, pode-se perceber este meio cultural como um produto bom que é capaz de mostrar conteúdos reveladores e contribuir para o desenvolvimento humano e um produto ruim capaz de alienar, ou seja, engessa uma pessoa, levando-a a pensar e agir como lhe é proposto sem qualquer tipo de argumentação.
No Brasil, a indústria cultural não é homogênea, pois foca temas, assuntos e culturas estrangeiras no lugar de ensinar e incentivar o interesse sobre a história e as tradições do próprio país. "A televisão como mcm ? meio de comunicação de massa, estaria aqui cumprindo seu principal papel: imobilizar e alienar o público..." (TOMAZI, 2000, p. 214). Infelizmente, a triste realidade brasileira é que são focados apenas objetos de compra e venda e não a propriamente cultura no qual esta se propunha.
Portanto, é importante destacar que na sociedade capitalista a produção realizada pela indústria cultural é centralizada no interesse lucrativo, o que impõe um determinado padrão a ser mostrado que transforma o espectador numa pessoa de crítica rebaixada e de mente adormecida. Ou seja, enquanto o proletário trabalha na fábrica, indústria ou comércio, a indústria cultural produz os grandes os produtos culturais de arte que ele ler, ouve ou assiste. O trabalhador não precisa pensar, pois alguém é encarregado de realizar essa função.

Fontes:
Adorno, T.W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
Adorno, T.W.; HORKHEIMER,M. Dialética do esclarecimento . Rio de Janeiro:Zahar, 1985.
Tomazi, N. D. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.