A alfabetização sempre teve uma grande ênfase no ensino, criança alfabetizada é criança que sabe ler e escrever, e essa concepção têm um grande destaque, no entanto procura-se distinguir e discernir a definição de alfabetização e letramento; considera o letramento importante e realça a importância dos métodos no ensino da alfabetização. Busca recuperar a evolução dos conceitos de letramento e alfabetização ao longo das duas últimas décadas, identificando, nesse período, um movimento de progressiva invenção da palavra e do conceito de letramento e concomitante desinvenção da alfabetização, entendida como a perda de especificidade desse processo, o que vem tendo como conseqüência uma nova modalidade de fracasso escolar; o precário nível de domínio da língua escrita em ciclos ou séries em que esse domínio já deveria ter sido alcançado. Discutem-se as causas dessa perda de especificidade do processo de alfabetização, e propõe-se uma distinção entre alfabetização e letramento que preserve a peculiaridade de cada um desses processos, ao mesmo tempo em que se afirma sua indissociabilidade e interdependência. Caracteriza-se o momento atual como sendo de tentativas de reinvenção da alfabetização, considerada necessária desde que entendida não como a volta a paradigmas do passado, mas como recuperação da especificidade da alfabetização em suas múltiplas facetas, e sua integração com o processo de letramento. A prática do ensino é sua essência é um processo de troca, um “feedback”, entre o educador e o alunado, incluindo nesse aprende/fazer os saberes prévios que cada aluno traz na sua bagagem, sem deixar de lado as relações e inter- relações sociais, e o meio a qual ele vive, sempre buscando a qualidade no ensino de forma coerente e eficaz, onde o protagonista, o sujeito seja sempre o aluno e não o professor. Soares (2010), no texto: "As muitas facetas da alfabetização", procura expor as diversas facetas inclusas na concepção de alfabetização, revela a existência de aspectos psicológicos, sociolingüísticos e culturais que precisam ser considerados dentro do contexto educacional, principalmente no que se diz respeito ao aprender/fazer e também no ensino/aprendizagem. Com base em Soares (2010) que adverte, mesmo em produções acadêmicas, o conceito de letramento e alfabetização ainda se confunde e tem muito a ser estudado; entretanto sempre devem andar paralelamente, concorda que ambas devem estar sempre em interação, porém suas diferenças conceituais devem ser preservadas e a atenção somente direcionada ao letramento pode acabar apagando a real concepção de alfabetização, ou seja, falta de especificidade do processo de alfabetização, que é, também, um dos motivos geradores do fracasso escolar. Alfabetizar é a técnica de aquisição da língua (oral e escrita) cujo processo é estático, ou seja, com tempo estipulado ou prazo para o aprendizado. No entanto, o desenvolvimento da linguagem (letramento) é um processo contínuo, no decorrer das nossas vidas, no nosso dia-a-dia que acontece, poderemos ter possibilidade de aprimorá-lo, acrescendo novas construções e conhecimentos. Ocorre uma grande pressão em cima dos professores no qual se exige pressa no aprendizado de leitura e escrita da criança, se a mesma tem um processo lento, muito pais já começam a criticar o professor, como se a responsabilidade de alfabetizar fosse toda dele, não levando em consideração a importância do acompanhamento familiar, como também o desenvolvimento de cada criança que se difere. A educação no Brasil sempre deixou muito a desejar, até aos anos 80, conforme o fracasso escolar não mudou muito, constatando que continuamos a fracassa no processo de alfabetizar, ai vem à questão, mais de quem é a culpa? Muito tem sido feito, pesquisa a respeito, no entanto essas pesquisas não chegam a uma conclusão definitiva, sempre a uma questão conclusiva. Com base em muitas áreas de conhecimento trabalham com pesquisas, mais, no entanto de forma separada, e só será possível uma perspectiva de mudança de todas trabalharem de forma conjunta. [...] essa multiplicidade de perspectiva e essa pluralidade de enfoques não trarão colaboração realmente efetiva enquanto não se articularem em uma teoria coerente da alfabetização que concilie resultados apenas aparentemente incompatíveis, que articule análises provenientes de diferentes áreas de conhecimento, que integre estruturadamente estudos sobre cada um dos componentes. (SOARES, 2010, p.14) Nas faces da alfabetização vem a questão em que está alfabetizado não e apenas aprender a ler e escrever, alfabetização vem também com a compreensão do que se ler, um processo que funciona em conjunto, como a cultura e o meio social em que cada criança está inserida. No processo de alfabetização e necessário levar em consideração os processos como diz a alfabetização é um processo de natureza não só psicológica e psicolingüística, como também de natureza sociolingüística, como também a questão social e política que contribuem para a evolução como também para o retrocesso. Convém uma visão mais ampla e divergente entre os processos de alfabetização e letramento, ambos devem andar lado a lado, embora o processo seja diferenciado, porém a aquisição do conhecimento destaca-se a aprendizagem do aluno, onde este é um ser que requer cuidados porque a escola é o fator principal na formação dele, enquanto cidadão. [...] o modelo que determina as práticas escolares é o modelo autônimo de letramento, que considera a aquisição da escrita como um processo neutro que, independentemente de considerações contextuais e sociais, deve promover aquelas atividades necessário para desenvolver no aluno, em última instância, como objetivo final do processo, a capacidade de interpretar e escrever textos abstratos, dos gêneros expositivos e argumentativos, dos quais o protótipo seria o texto tipo ensaio. (KLEIMAN, 1995, p. 44) A produção de textos é uma das habilidades da língua portuguesa que está entre os assuntos mais discutidos na atualidade quando se refere á educação, sendo esta uma problemática constante, a produção de textos precisa ser iniciada o quanto antes na vida dos aprendentes, ainda já na alfabetização o aluno tem que ser instruído a produzir textos e interpretá-los, quanto antes este contato com os textos ocorrer, mais facilidade ele terá em textos orais e em suas produções. “O professor alfabetizador de vê trabalhar, sempre que possível, com textos, os alunos também devem estar sempre envolvidos com a problemática da linguagem, analisando-a num contexto real de uso, ou dentro da própria linguagem, como é o caso do estudo das relações entre letras e sons. Isso faz com que os alunos passem da habilidade de produzir textos orais para a habilidade de produzir textos escritos.” (CAGLIARI, 2009, p.208 ) Embasado na citação à cima pode-se dizer que quando se fala em produção de textos, o professor também tem que saber lidar com esse público das series iniciais como na alfabetização, deixando-os a vontade e por dentro da realidade da problemática da língua portuguesa, pois, deixar que os alunos pensem e fiquem a vontade pra escrever sobre o que desejam, faz dessa atividade mais prazerosa, Professores e Pedagogos precisam criar essa consciência de não delimitar algo a ser feito, ou seja, a mania de determinar sobre o que se deve escrever, pelo contrario deixa seus alunos a vontade para escreverem sobre o que mais chama a atenção deles. A partir do momento em que ele se sente livre perde o medo da reprovação, de expor o que pensa isto está ligado ao professor também, pois os erros são mais valorizados do que os acertos, em outras palavras, o aluno é cobrado o tempo todo, outro ponto crucial é não deixar os acertos de lado, na leitura dos textos vale fazer elogios a cada acerto, incentivando o aluno a continuar escrevendo, uma das práticas mais admiráveis é quando professor e alunos lêem juntos e fazem uma auto avaliação em cima do texto produzido por ele, isso permite que os alunos consigam perceber seus erros e acertos, o aluno perceberá sua evolução e a professora através dos textos e dos erros mais freqüentes preparará suas futuras aulas, como cita a autora? Analisando o que os alunos elaboram, o professor acaba descobrindo, como os lingüistas, quais as hipóteses que regem o comportamento lingüístico das crianças e quais as regras que utilizaram na produção. O erro é mais revelador do que o acerto. O acerto pode ser fruto do acaso, mas o erro sempre é fruto de uma reflexão, de um uso indevido de algum conhecimento. (CAGLIARI, 2009, p.208) A partir destes erros torna-se possível fazer leituras em sala de aula, para corrigi-los fazendo uma reflexão dos erros e acertos e ainda mostrar para o aluno que seus textos têm leitores e que ele precisa escrever de forma que seus coleguinhas possam entender uma forma de incentivar, todas essas experiências talvez sejam novas para ele, aí é que ta o diferencial, o professor tem que ser alguém preocupado coma aprendizagem de seus alunos, mesmo que as instalações da instituição não estejam em boas condições, mesmo que o poder publico não ajude da forma que deveria, é dever do professor oferecer o melhor para que seu trabalho tenha frutos. Claro que na prática trabalhar com textos requer uma atenção especial, pois não é fácil produzir textos, ainda mais com as crianças que estão saindo do jardim, em muitos casos estás ainda não tiveram nem um contato com as letrinhas, não lhes foram apresentadas, e para chegar à produção a professora precisa fazer esse reparo, a maioria das salas de educação infantil são dotadas de desenhos e pouco com letras e números, é como se estas estivessem sendo privadas de “conhecer” o universo das letrinhas antes de chegar na alfabetização. Dessa forma todos os envolvidos no processo da educação devem ter em mente que alfabetizar não é apenas a criança aprender a ler e escrever, mais ler interpretar, como considerar a importância de sua realidade social, um profissional que deve este bem preparado em formação continua e sempre atento as varias face no processo de alfabetização. Referências CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o bá-bé-bí-bó-bú- São Paulo: Scipione, 2009. (Coleção pensamento e ação na sala de aula) KLEIMAN, Angela B. (Org.) O significados do letramento: Uma nova perspectiva sobre a pratica social da escrita. 2 ed. Campinas, Sp: Mercado de letras, 1995. SOARES, Magada. Alfabetização e Letramento. 6 ED. - São Paulo : contexto, 2010.