ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NAS SÉRIES INICIAIS

Gênova, Ana Cristina Saraiva

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 RODRIGUES,ANA PAULA

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RODRIGUES, CRISTINA SOUZA

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RESUMO

 

A decisão pela escolha do tema alfabetização e letramento apóia na necessidade de se responder a inquietações sobre os usos da leitura e da escrita, pois a aprendizagem da criança está fundamentada inicialmente na leitura, a escrita é uma conseqüência. Investigar tais teorias na qual, muitos profissionais da educação ainda não conseguem separar a diferença entre ambos. Há uma necessidade em observar aos requisitos metodológicos e teóricos contribuindo para a melhoria da prática educativa. Dissociar alfabetização e letramento é o único equívoco, pois alfabetização é o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, o letramento envolve a leitura e escrita nas práticas sociais, sendo processos simultâneos. Enfatiza-se que a alfabetização científica é uma atividade vitalícia, sendo sistematizada no espaço escolar, mas transcendendo suas dimensões para os espaços educativos não formais, permeados pelas diferentes mídias e linguagens. É apresentada uma estrutura de programação na qual se destacam algumas iniciativas didáticas metodológicas que, aliadas à apropriação do código escrito pelos alunos, podem contribuir ao processo de alfabetização científica que optamos pelo método qualitativo de pesquisa, utilizando a observação da dinâmica da sala de aula.

Palavras-Chaves: Alfabetizar e letrar : um desafio.

Introdução

 

            Objetivando buscar a compreensão de “alfabetização e letramento” e descrever os aspectos que constituem a leitura, elaborou-se este artigo. Sabe-se que a inserção da criança, no mundo da escrita, ocorre antes de sua entrada na escola. Pois seu desenvolvimento se faz numa sociedade grafocêntrica. Assim sendo, a capacidade de produção da escrita inicia-se na infância e amplia-se a medida que sua inserção cultural se desenvolve, distinguindo-se de dois conceitos: Alfabetização: aprendizado do alfabeto, domínio e apreensão da forma escrita, utilizada em duas funções que se inter-relacionam: ler e escrever; Letramento:relaciona-se diretamente ao ato de ler e de escrever, ampliando-se, a medida que se faz uso dessas funções na vida social, utilizando-os num processo mais amplo do que a decodificação de palavras, ou o registro delas.

O termo Letramento é então enraizado com o de alfabetização. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. O letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura. Dentro de uma visão dialética, torna-se  uma causa de transformações históricas.

Segundo Mary Kato, 1986(no mundo da escrita:uma perspectiva psicolingüística),diz acreditar que a língua falada culta “é conseqüência do letramento”

 

            O propósito, portanto, deste texto, será o de colaborar nas discussões sobre alfabetização e letramento, partindo de uma breve revisão bibliográfica e do envolvimento no debate aqui proposto, educadores possam encontrar argumentos que justifiquem suas próprias práticas, entendendo o que faz e por que faz.

Desenvolvimento

 

Alfabetizar letrando. O que significa alfabetizar?É tomar o indivíduo capaz de ler e escrever. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, por um indivíduo ou grupo de indivíduos. É o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia, técnicas para exercer a arte e ciência da escrita. O que significa letrar? É o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais e da escrita, ou seja, um conjunto de práticas sociais, que usam a escrita, enquanto sistema simbólico, enquanto tecnologia, em contextos específicos da escrita denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivo. A diferença entre alfabetização e letramento fica clara também na área das pesquisas em educação. As pesquisas que se voltam para o estudo do número de alfabetizados e analfabetos e sua distribuição (por região, por sexo, por idade, por época, por etnia, por nível socioeconômico, entre outras variáveis), ou que se voltam para o número de crianças que a escola consegue levar à aprendizagem da leitura e da escrita nas séries iniciais.

É letrada a pessoa que consegue tanto ler quanto escrever com compreensão uma frase simples e curta sobre sua vida cotidiana. É iletrada a pessoa que não consegue ler nem escrever com compreensão uma frase simples e curta sobre sua vida cotidiana (UNESCO, 1958, P,4).

O termo alfabetização definia o ensino/aprendizado do sistema alfabético de escrita. Isso significava decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e na escrita, a capacidade de codificar os sons da língua, transformando-os em sinais gráficos. Somente nos 80, o termo alfabetização foi ampliado graças as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita. O termo letramento, ainda sendo uma palavra desconhecida, ela pode não ser plenamente entendido pela maioria dos educadores, porque é uma palavra que entrou na nossa língua a pouco tempo. Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda Soares, designa práticas de leitura e escrita, a educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material de qualidade. Assim, ela se alfabetiza ao mesmo tempo letrada. Ao permitir Que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita e respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir criticamente na sociedade, a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alcançar-se à esfera política, evidentemente pelo que representa o investimento na formação humana. Nas palavras de Emilia ferreiras, a escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário. (2001).

Letramento é informar-se através da leitura,é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir com a imprensa diária, fazer uso dela, selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as tiras de quadrinhos.pg42 MAGDA SOARES.

 

            Alfabetizar passa a designar o aprendizado inicial de leitura e escrita enquanto letrar expressa o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever, bem como o uso de habilidades em práticas sociais, é um estado ou condição que adquire um grupo social. Partindo desse pressuposto, temos a afirmação de Paulo freire (2001), “aprender a ler e escrever, é aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem. Os estudos do letramento partem de uma concepção de leitura e de escrita como práticas discursivas, com múltiplas funções e inseparáveis dos contextos em que se desenvolvem. Na perspectiva social da escrita que vimos discutindo, uma situação comunicativa que envolve atividades que usam ou pressupõem o uso da língua escrita ─  letramento ─ não se diferencia de outras situações da vida social: envolve uma atividade coletiva, com vários participantes

            Percebemos com este estudo, com relação criança com a diversidade de textos, seja como ouvinte, como redator ou como leitor, enriquece significativamente o processo de aquisição da língua escrita. Nesse processo, o professor-letrador é o mediador desta relação sendo modelo de leitor, aquele que colabora para a formação de um sujeito letrado, de um futuro bom leitor. Se nos remetermos aos caminhos trilhados pela alfabetização aos longos dos anos, verificamos que estes foram marcados pela memorização, "decoreba", cópia descontextualizada. E essas são marcas que não fazem mais sentido neste processo, pois, no contexto atual a ênfase está na relação da criança com a textualização do mundo social.

O que se nota até aqui é que seria possível entrar na discussão da concepção dos alunos pela porta dos mitos sobre a linguagem, entretanto, diante da inquietação que senti perante a construção do conhecimento, passo a refletir sobre a relação entre ensino de gramática e “alfabetização”. Perguntei-me se isso não seria um processo pelo qual a pessoa tem bloqueada sua capacidade de formular hipóteses quanto à construção de escritos alfabéticos, já que predomina uma conceituação de gramática a partir de uma perspectiva grafocêntrica extremamente prescritiva. Em outras palavras, pensei que isso poderia ser o resultado da migração de uma ou mais normas que são especificas da escrita para a fala e da fala para escrita, ou ainda de uma enorme e confusa lista de normas despejada sobre o usuário da escrita em fase de alfabetização e (teoricamente) letramento. Estudiosos procuram entender e propor novos encaminhamentos, buscar e conhecer a prática do professor alfabetizador, observando a idéia de que alfabetizar era ensinar o alfabeto. Assim, tendo em vista que ensinar a ler e escrever continua sendo uma das tarefas especificamente escolares, mas devido à escola na maioria das vezes, desconsiderarmos a forma própria de pensar da criança, ou seja, suas construções individuais. A alfabetização deve-se  desenvolver em contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita como desenvolvimento de habilidades de uso de leitura e da escrita nas práticas sociais

Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20).

            O propósito, portanto, deste texto, será o de colaborar nas discussões sobre alfabetização e letramento, partindo de uma breve revisão bibliográfica e do envolvimento no debate aqui proposto, educadores possam encontrar argumentos que justifiquem suas próprias práticas, entendendo o que faz e por que faz.

Conclusão

            Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um assunto que não se esgotará facilmente, pois a sociedade vem impondo novos padrões de exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias psicológicas precisamos nos adaptar ao novo. Estudos sobre letramento apontam a necessidade de aproximar na educação a teoria e a prática. Indivíduos mesmo incapazes de ler e escrever compreende papéis sociais da escrita, distinguem gêneros ou reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade, pessoas alfabetizadas e pouco letradas. Em uma sociedade, o mais comum é que a alfabetização seja desencadeada por prática de letramento, pois indivíduos com baixo nível de letramento só tenham oportunidade de vivenciar tais práticas no ingresso na escola, com o início de alfabetização. Ver nossos alunos como seres humanos digno de respeito, valores inserido socialmente e acima de tudo feliz.

Referencias Bibliográficas

 

KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995,Texto leitor aspectos conitivos da leitura.

IBGE, Censo Demográfico, Mapa do analfabetismo no Brasil, Brasília, MEC/INEP, 2003

Tfouni, 1995, p. 20).

SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 1998

UNESCO, 1958, P,4.