Alena





















Dedico este poema a Berthold Brechet e todos os outros alemães que não participaram dessa tragédia para que sua voz não se silencie.

Música Clássica

O despertar do Violino: Entre luzes e sombras
Tradução e prefácio de
Antônio Albuquerque de Almeida

1963

Livraria Alvorada
Rio de Janeiro



















Cada música sente a minha Alma arrebentar
Do Sonho, de Revolta e Tristeza.
Apesar de sentir a Pureza, o Sublime.
A Angustia, a Beleza e a Alegria.
Palpita a Alma e a Tortura
Entre as Velhas Paredes do Cárcere
Atinjo as estrelas e o Mar, o Imortal.

(Werner Schumacher (1865-1943)).










































Prefácio

A primeira parte dessa obra são suas memórias em que o músico escreve internado no sanatório.
Werner Schumacher nasceu em Augsburg nas proximidades de Munique, na Bavária Alemanha.
Teve uma infância humilde cheia de maus percursos que marcaram sua alma sensível e emotiva para sempre, e percebe nas suas obras.
Em sua genealogia como dos grandes músicos existem vários músicos em sua família, mas seu pai desprezava o dom que via na esposa e nos seus ancestrais.
Teve uma vida reclusa nada boemia, foi sempre um solitário.
Sempre teve que enfrentar a depressão, viciado no ópio trouxe mais ainda os momentos de alegria e tristeza que teve que conviver até o seu fim.
Patriota ,nacionalista com influencia de Fechai, valorizava o que era alemão, sendo ardoroso patriota, mas sem o extremismo que caracterizaram o seu tempo de juventude e idade adulta.
O seu canto era uma recordação dos minnesänger, do século doze e até meados do século catorze. Falava como eles de amor (minne do alemão falado amor) uma mistura de poesia e canção amor.
O anti-semitismo jamais se percebeu em suas obras, mas por estar presente na suas vivencias na cidade de Munique, para onde mudou jovem ainda tentando fazer o sucesso musical que só veio quando não podia mais compor e estava encarcerado no Hospital Psiquiátrico onde era como se não vivesse jamais, pois estava confuso, meio paranóico, alguns achavam até meio louco. Por isso , para muitos ele estava morto.
E assim pereceram seus últimos dias, morrendo de causa desconhecida.
Por outro lado não fez nenhuma obra dizendo que tinha amigos judeus.
E o que fez trazer o seu nome para posteridade como nazista foi seu amor patriótico, querido pela Alemanha já no inicio dos conturbados anos da Republica de Weimar, Adolf Hitler amante da música e conhecedor de seu patriotismo, usou o seu nome e a sua música para difundir o amor pela Alemanha, para cativar mais partidários e abafar a voz de opositores.
Perdido entre a surdez e a insanidade não pode fazer nada para se defender .
E virou instrumento da tirania ele que sempre acreditou na democracia ,pois na sua obra não é feito apenas de grandes figuras como Bismarck mas todos os alemães , nenhum foi esquecido.
A sua musica é uma poesia celestial, todos que o ouviam se encantava como eu na magia de seus versos.
A presente obra é dividida em duas partes , a primeira suas memórias de cárcere e a sua última música em alemão , Os teutões.
As suas memórias está sendo publicada nessa primeira 20 anos após sua morte.
Esquecido e desprezado como se fosse um músico nazista pelas nações vencedoras somente por ser alemão e ter vivido nessa época terrível , e não ter feito nada para impedir o nazismo,mas ao contrario a sua musica foi bastante ouvida nos anos iniciais que espalhou o nazismo, não somente para judeus.
Foi esquecido até entre seus compatriotas como uma lembrança daqueles dias terríveis que queriam esquecer.
Eu apaixonado pela música erudita, mas incapaz de compor algo digno , sempre o apreciei, fui conhecer o local durante o meu exílio durante o regime militar ,em que passou seus últimos dias e ao conversar com a enfermeira Agnes que cuidava dele, me mostrou meio emocionada e encabulada os seus escritos derradeiros.
E suas últimas partituras .aproveite-a com todo o respeito com todo o amor pela Alemanha não pela sua suposta superioridade ariana.
Como sabem leitores em muitos países é visto como um compositor nazista , se é delinqüência , o único que fez foi nascer e amar e amá-la, em seu grande amor pela música se sente um dos maiores músicos do século vinte.
Nesse rapaz franzino,pálido nada especial havia nele sem ser seus olhares vivazes que se percebia a alma turbulenta de um grande músico.A sua aparência doentia mostrava mais que escondia uma alma atormentada por problemas emocionais que cedo o levaria para longe dos que o idolatravam nas platéias fanáticas em pleno Terceiro Reich.
Percebe em suas obras um sólido conhecimento histórico ,geográfico e da música clássica por quem se influenciou mas não se deixou se sufocar.
Com seu espírito livre e irrequieto experimentou novos horizontes, dando um frescor sempre moderno em suas obras.
Seu canto foi sufocado como tantos outros na época de Hitler sofria de esquizofrenia.Com a lei de 14 de julho de 1933 ,Lei de da proteção da hereditariedade, a morte de 2 milhões de pessoas entre eles muito alemães com esquizofrenia, e outros que eram maníaco- depressiva ,Entre suas vitimas estava Werner o mal que sofria seus escritos nos trouxe o seu testemunho .A Alena faz parte de sua fantasia ou de sua paranóia ou a solidão de sua alma castigada pela vida .
O governo nazista ao descobrir essa obra a queima em praça publica e suas memórias . E condenada ao esquecimento como se fosse de um esquizofrênico.
Não acreditei no achado Werner fez uma musica inédita que ninguém conhecia.Mas a enfermeira Agnes a guardou o manuscrito com as mal traçadas linhas ,precisando ainda da ultima polida , mas não foi.
E agora trago em suas mãos
Ao traduzir a obra de Schumacher do original em alemão não é uma das tarefas mais simples.
É difícil mesmo para um professor de musica apreender todo o pensamento do músico e poeta.
Há muitas palavras no alemão da virada do século dezenove que não se usa mais.
As rimas e a métrica no vernáculo português que preferi abstrair a perder o seu espírito.
O original germânico é todo em rimas, mas não perco as suas idéias me prendo, mas as a estas, do que as rimas temem o artificialismo da minha tradução.
Infelizmente mesmo com o desprendimento de anos a tradução que tentei realizar trazem falhas.
É um trabalho que deve ser revisto e meditado muitas vezes mesmo depois de ter chegado a frente aos seus olhos leitor e amante da música. Jamais igualará a obra de Werner Schumacher, por isso o ideal é sempre lê-la no original também,
Amedronta-me às vezes quando vejo a empresa grande que me dedico e macular a sua grande obra, mas fiz por amor e respeito a esse grande compositor alemão que entre grandes compositores foi um dos que mais me influenciou, trago anexo a sua obra inédita Os teutões.
Morreu misteriosamente, mas eu sou curioso, eu encontrei documentos no hospital que atestam que morreu durante o regime nazista.
Curioso um espírito não com o desconhecido fui averiguar como fã com os próprios olhos e mãos a causa de sua morte.
Documentos eram para cair no esquecimento mas eu os ressuscitei amante da Historia , acho que todos devem conhecer o passado e redescobri-lo de forma critica ,reflexiva e a ajudando como agentes da historia na sua construção.
Como outros dois milhões de alemães por sofrer de doenças mentais .

Antonio Albuquerque de Almeida
Rio de Janeiro, 1963





Entre luzes e sombras ?
O despertar do violino
Werner Schumacher


































Capitulo Primeiro


Fico triste em ver que meu canto serve de mortalha para meu povo se mate ,e leve tantos a destruição.
Quando escrevi cada uma dessas palavras não sabia que dava a semente para a destruição. O fim do mundo que vivíamos.
Mas minha voz presa nesse tumulo é só uma murmúrio.
Só ouve sussurros que ninguém para ouvir, se ninguém para ouvir os vivos muito menos os mortos.
Todos me julgam morto ou pior louco , que perdi a razão,se nunca vi tão claro , apesar das escuridão opressiva que me envolve me parece o meu corpo estar preso no subterrâneo com pesados grilhões .
Mas minha alma célere voa deixando essa carcaça insignificante para traz.
Completando o infinito, o eterno em toda a sua plenitude.Sentindo Bruno.
Nessas longas horas de tristeza faz brotar a esperança, a poesia.
Capitulo Segundo
A angustia me consome,sinto uma catástrofe iminentes ,nada esta bom tudo perdido, a chuva que cai aumenta mais a situação de abandono e solidão, sinto que tudo que quis esta tão perto que temo ainda mais perder tudo...
Esse medo me sufoca me acelera o coração me aperta e sinto fraca , presa da minha própria insegurança... O meu coração angustiante me consome ,me devora...
Hoje sinto o desespero me corroer a alma ...
Porque estou tão angustiado? Tão infeliz ...
Peço a luz a você meu pai ...
Afasta-me da escuridão ...
Olho-me no espelho vejo dois olhos gigantescos ...
Nos últimos que passo aqui nessa masmorra, não animo o fugidio sol que consegue penetrar na minha cela.
A minha pele perdeu a cor de antes, está pálida tão branca que parece translúcida vejo as veias dilatadas de tanto que essas enfermeiras verdadeiras carcereiras me tiram o sangue.
Capitulo Terceiro
Sempre amei Bethoven com ele sinto a musica que quero transpassar para meus tristes versos.
Capitulo Quarto
Uma canção me invade o quarto silencioso fazendo os átomos tomar a magia gritante da musica.
Essa canção não tem a leveza de um valsa que parece o sussurro envolvente do vento , o bater leve das asas da borboleta , o simples bocejar do sol,singelo e profundo .
Nem a magia do piano , o toque lento como gotas que caem escorregadas ,moles ,gota a gota no ralo.Simples mas capaz de tocar o Céu e o mais profundo ser da Terra.
Mas é para o soldado esquecido. De farda parda ,esfarrapada pela longa batalha.
Entre tantos rostos, o seu foi esquecido não sei se na neve fria ou no tiro seco daquele passeio selvagem.
Esse canto triste enrouquecido é para não esquecer que você não é uma simples arma, um numero .
Poeta : Vejo um soldado desconhecido
Como milhões de alemães
Hermann,
Dedico esses versos de espírito ferido
A esse soldado desconhecido
Seu nome podia ser Johannes ou outro Engano
Não importa,terão o mesmo Destino
Ao inexpressivo Cinzento de sua expressão
Cansada e oprimida que
.Nunca foi cantada e louvada
Talvez fosse esquecida a Dureza de sua face entre a multidão
A voz velada,leve ,quase um gemido.
Seria um apelo?Não o silencio de um lamento
Sua voz hoje me é um tormento
Suas roupas são trapos
Seus alimentos, migalhas
Seus sonhos são farrapos
O seu lar,é apenas palhas
Vejo sentado na sarjeta, um homem
Aproximando-me mais me detenho, é você soldado
De uniforme roto cobre o seu corpo enfraquecido
A perna uma a guerra levou
Espera a esmola
Aqui conta a sua historia
A essa expressão, cansada e oprimida
De fronte baixa, de cenho franzido
A essa voz velada, leve
Nunca deve ser esquecida, sempre enaltecida
Suas roupas, são trapos, farrapos
Pela vida despedaçados
A bota mal cobre o pé
Esses olhos tristonhos ,úmidos ,tantos tormentos
Tempestuosos, será que os vi onde?
Esses espelhos atormentados, rasgados
A perna cansada, com dificuldade caminha até onde?
Com dificuldade busca novas estradas
Só encontra mágoas
A Esperança e a Temperança são suas amigas
Será que vão até aonde?
Há tantas vidas esquecidas,
Apenas fantasmas

Que a sua fala é apenas um eco que ecoa
Um sopro nas folhas
Um sopro de asas pássaro
Você é asas de Pégaso


Ó Soldado desconhecido
Que caminha entre brumas, perdido,
A guerra é implacável
Com a crueldade das Fúrias,a vil
Como suas asas de fogo voa
Feliz partiu o jovem soldado
Assim como parte as borboletas
Como se fossem encontrar
Novas flores,novas pétalas ,novos perfumes ,coitadas
Vejo ainda seus ombros erguidos, destemidos
O novo uniforme envergando
Novos caminhos buscando
Não pode mas é o mesmo rosto que vi ontem
O largo sorriso confiante partia no trem
Onde foi parar?
Naqueles olhos brilhantes como a Luz das estrelas
Nele espelhada como o orvalho e bolhas
Vejo a Grandeza da juventude
Será onde vou encontrar?
Os seus dedos despedem, um adeus
Não parece uma despedida
Parece já aproxima da chegada
Não podia ser, o ultimo vulto .Meu Deus!
Onde caminharei para essa alegria buscar?
Hoje são cinzas
Da desesperança tristezas
Como Encaro com suas asas de sonhos
Podia não ser um Cavaleiro Teutônico
Mas o seu brasão era a Honra
O seu ideal a Pátria
Lutar mas em breve seria ceder
O improvável vencer
O seu rosto erguido
Era um Herói
Vi,Cavaleiro ,suas asas de cera derreter
Não era um Cavaleiro era um soldado



Mas as garras afiada e impiedosa da guerra
Do rosto, escultora fez o busto
Tiraram do rosto os traços juvenis
Hoje só uma foto preta e branca
Conserva os traços de outrora
Endureceu o rosto, com o cinzel
Como feita de pedra bruta a face
A mão, o martelo e o cinzel,
Nos traços revela uma beleza que renasce
Em cada magoa ,moldou uma rusga
Da pedra tem a cor cinza
E espectro da desesperança
Os seus cabelos eram louros,
Vivo, não pálido
Das lamparinas tinha a Luz
Pois hoje são apenas reflexos
O Cinza, a Vida, A Luz apagada
Cada nesga , uma magoa
O seu rosto tinha luzes
Agora estava mergulhado em sombras
Contorcido pelas Fúrias
Vi com a mão que antes segurava
A mão da moça
No compasso da valsa
Agora tiravam vidas
A Honra a perdeu enquanto destroçava cidades
Fumaças viravam os mantimentos
Como um pintor escolhia as cores,
As melhores para seu realismo pintar as telas piores
A cor vermelha, do sangue
A miséria da Humanidade, marrom
A queda dos corpos, a palidez doentia.
Naqueles corpos tombados
As construções apenas paredes ocas,
Buracos um manto de tiros
Cinza chumbados


No campo de batalha
Seus amigos estavam mortos
Os sonhos desfeitos
Caminharam para o Walhala?
Tantos mortos, na multidão de sangue
Todos eram pardos
Nos seus sonhos, os assombram
Estrondos ,tiros
Surdo não ficou a Dor
Nem ficou mudo ao Sofrimento
Seus olhos feridos ,cegos ...





A Morte é o melhor telescópio para ver como todos são iguais
A guerra, a doença não perdoa ninguém. Atinge a todos
Sejam ricos e pobres. Bandidos e nobres. Bons e injustos. Crianças e velhos
Tudo a guerra leva, nada perdoa com a sua língua de fogo ,
Tudo devora e molda com a destruição
Rança de seus lares as almas , os risos , alegria e a vida
Nada sobra ,nada resta
Nem o perdão
Mas as garras afiadas e monstruosas da Guerra
Como do rosto, escultora vil, fez o busto
Os traços juvenis, arrancou do rosto
Hoje só uma foto preta e branca
Conserva os traços de outrora
Endurecesse como feita de pedra a face
A pedra é bruta, mão foi polida.
Das mãos humanas se conheceu a ternura foi apagado pelo barulho ensurdecedor das bombas
Em cada magoa moldou uma ruga
Quanto mais profunda maior a rusga
A sua pele perdeu o viço e frescor tem a cor macilenta
È o espectro da desesperança
Os seus cabelos eram loiros tinha a cor de lamparina
Lembro-me vivos não pálidos, a alamparina apagou .
Tiros,ecoavam na escuridão
Era um pesadelo dantesco
Fuligem e sangue, no seu rosto se confundem
O céu azul como se água clara
Tornou-se turva
Um rastro de sangue
Uma tira de corpos
Seus amigos mortos
Sedento, de esperança.
Em cada palavra na sua carta reuniu
A sua casa, a sua família.
Parecia tão querida
O seu lar nunca lhe apareceu tão aconchegante
Em seus braços queria retornar
Nas praças o sorriso alegre tilintar
Como pássaro que cantam
Reuniam as moçadas na praça
Doce paraíso, que com o coração carregado pela saudade aumentava.
Quando volta a primeira coisa
Que lembra uma velha promessa
A Igreja visitar
Eram sós escombros
Não existia mais
As lagrimas se ainda existem
Naqueles olhos umedecidos
Por ter vindo,perdidos
Tudo acabado
Pelo seu rosto, teriam escorrido
Mas seu coração angustiado
Encheu de expectativa
Para a casa iria
A esposa abraçaria
Com os filhos que viria
Como as flores renasceria
Renasceria como a manhã primaveril

A sua esposa sem receber,noticias suas
Julgava o morto
Suas cartas marcadas com as lagrimas
E cada palavra uma magoa
Fechado os parágrafos com o ponto da esperança
Perderam-se
Uniu-se com outros por algumas moedas


Seus filhos voltou encantado
Seu filho tão pequeno ainda uma criança
Mal tinha treze anos
O outro o deixara no berço
Seus dedos enroscava em suas mãos
Dos pais inimigos
Vieram homens que invadiram as nossas terras
Invasores o mataram
Nem um grito de apelo
Nem um gesto de fúria

Não corria,suas pernas pesavam como chumbo
Voltaria para a casa de suas mães
Humildes a recolheria
A sua mãe viria
O cheiro gostoso do forno no seu colo
Mas onde ela estava
Eram pedaços de um pesadelo
No lugar se erguia uma indústria de armas abandonada

Tanta miséria,onde foi para a misericórdia
Rastros de sangue ,tristeza
Uma trilha de sangue
Todos haviam morrido
Nestas noites longas
Que nunca terminam
Escuridão, estrondos terror
A comida só no mercado negro
Uma fila imensa para uma sopa rala de batata
Seguiu-se para a praça descansar
Na sombra se sentar
Ali lembrava com o coração esquecido
Crianças brincavam em roda
Ali namorou a sua esposa
A praça estava silenciosa
A relva pisoteada
As flores arrancadas
Os sonhos desfeitos
Naquela tarde estival
O sorriso alegre desmanchado
O sorriso arrancado
Com a bota do soldado

Os sonhos tinham sido desfeitos
A Cantiga cantada em roda
Não mais se ouvia
Só uma musica triste morta
Buscaria uma nova vida
Procuraria ,um emprego
Uma fila de desempregados ,interminável
Que queria esquecer...

-Não desanime, soldado desconhecido
Em cada rosto, ali na praça
Também há uma magoa
Um tormento, uma angustia
Você não esta sozinho
Veja aquele senhor ali sentado
Seu rosto tanto sofrimento
Também carrega uma dor
Uma saudade
Você não está sozinho




Mais do que uma vida ,uma tempestade de sonhos.
E no sorriso antes de partir , não pode ser perdido,tão cheio de esperanças naquele trem.
A sua obra não pode ser, perdida e interrompida ...
Naquele tumulo entre tantos , nos cemitérios,não é só mais um, que o tempo mostra uma data distante,como se fosse algo não tangível.
Você esteve ali naquela igreja marcada pela guerra orou, caminhou pelas mesmas ruas que eu, sonhou ...
Capitulo Quinto

A vida é como o sopro da brisa , suave as vezes furiosa, uma esperança,o ar preenche o meu peito de vida. Assim o ar sempre me guiou os meus dias como o barco de vela .
Assim de menino me tornei com a brisa que passa a velhice.
Para mim o ar é como a música , necessito dele para viver.
A musica sempre me acompanhou como o sopro do vento, ouvi seus suaves murmúrios, é um sopro, uma esperança, assim como ouço a música ,as vezes são gritos angustiantes ,sussurros , até gritos de minha musa inspiradora. Sim, Germânia.
A música nascia no intimo do meu coração ,em cada instante ao passar pelas ruas , caminho pensativo, sons dos carros , no barulho dos cascos dos cavalos , no suave perfume dos lírios , no som do choro de uma criança , na voz da mãe que afaga a criança chorosa no colo, tragédias da guerra que ainda trago em minhas lembranças...
Você pode ouvir é só entregar a sua alma e deixar a magia da musica ...Sozinho ouço a se desprender de meu espirito
Pois até na morte surge a poesia , poesia sem vida sem esperança.
Surge no sorriso de encanto entre os apaixonados ...
A minha mão procura a cadência para acompanhar ao deslizar os dedos pelo violino as notas que me surgem no pensamento, no coração quando surgem mudanças confusas .
Não conseguiu pensar em viver sem suas mãos unirem para uma nova canção.
Era como a vida parasse , perdesse a luz que inspira as pétalas se abrirem da rosa.E abrir suaves fragancia .
O mundo para mim não era feito de átomos ,era de notas .
A Alemanha, foi a sua musa inspiradora.
Amava a música.Amava o seu violino.
Amava profundamente o som deste instrumento, que seguia a música os seus ouvidos desde que se lembrava da existência , hoje eles não me obedecem mais ,mas no minha alma ainda posso escutá-la.
O violino sempre foi meu amigo, confidente e companheiro.Ao piano confessava as alegrias e suas tristezas...
Quando deslizo meus dedos sinto a minha alma desprender do corpo e mergulhar entre as estrelas , a imortalidade , a transcendentalidade da poesia .
Através de cada nota via a minha alma derramada expressando os seus verdadeiros sentimentos,nela sentia o pulsar de meu coração e a vibração da sua alma.
Se tive um grande amor ,esse amor foi a musica .
Sim ,a musica era a minha verdadeira paixão, a que nunca o traiu.A que nunca deixou de amar.A quem me entregava nos momentos de profunda depressão e euforia.
Em cada nota, som sentia o profundo sentimento humano, lírico.
O grande amor , minha grande paixão é a música.
Sonhei como muitos de meu tempo com a liberdade e a vi virar só um sopro de esperança para não se entregar de vez a loucura dos dias que vivemos e que anda cada dia mais difícil sair sem um respingo.

Capitulo Sexto
Sinto nesses dias de abismo, já não vivo rastejo ,não vivo mais só sinto a poesia, a música


Capitulo Sétimo
Nesses dias de profunda melancolia ,vejo a verdadeira faceta do amor.
Os poetas o pintam com belas cores , vermelho mas para mim a sua cor é morta.
O amor é cinza, sim cinza.
Cinzento como as chuvas que tornam Munique tão sombria .
Um cinza transparente, puro e cristalino.
Etéreo, mágico.
Pois a magia existe é ela que eu queria prender na musica que componho.
Assim como caçador ao tentar pegar a borboleta.
Queria pegar o levante das asas ,suave balançar das asas contra o vento.
O leve reclinar sobre as flores.
Mas se morta, cai despedaçada , sem o ar que a animava, fica petrificada.
É assim o amor.
Acho-o cinza não apenas pelo seu sofrimento que traz as pessoas.
E não devia pois o amor devia trazer só cinzas , é uma chuva fina.
Cinza porque o amor tem a pureza e a transparência.


Capitulo Oitavo
Olhei-me no espelho, com espanto e dor...
...pouco via a luz minha pele estava tão branca que parecia translúcida.
Na minha imagem que vejo nesse pedaço de espelho, seus traços mostrava uma alma frágil, doente...
Minha alma é emotiva , dos clássicos não herdei a métrica e a harmonia perfeita ,mas uma alma ferida ,doente, sempre emotiva
Me refugiava cada vez mais dentro de minha casa, em mim em meus textos só assim sentia minha alma nascer ,vibrar ...
Sabe sentia que tudo está errado, que sentiu que na sua vida tudo que compreendeu , não tem sentido.
Sentia-me miserável e mesquinha . Egoísta e má quando achava antes que era a retidão e o caráter.
Sentia-se que todos são imperfeitos , tortos mas são apenas humanos .Fracos.
Você sente que está cansado de verem cometer os mesmos erros ,sempre os mesmos .
Sente-se que virará as costas vai acaba ficar só , com a própria tristeza.
E criticando os outros ,sentindo-se melhor que os outros.
E você é um deles e tão má que não consegue nem conviver com os outros .
O coração corroído pela semente e do rancor.
Capitulo
Sempre ouvi a musica, no farfalhar das folhas ... no passo macio na grama ,no canto da gaivota que voa ...
No suave murmúrio das águas transparente que me vejo mergulhado nas águas transparentes do jardim
No canto do amor que é uma dança que une na força do ritmo dos corações que se roçam se buscam...
A música está no suave silencio da oração... ou na voz que se eleva na igreja...



Capitulo Nono
Sim me refugiei nesse mundo escuro e frio ... Posso ver seus olhos se afastando dessas ultimas linhas, desprezo, asco por ser frágil...
Presa fácil dos medos e insegurança ,um ser humano apenas ...
Fugi nessa cova escura para escapar a dor , da magoa e da tristeza ...
Mas quando mais mergulhava no vicio mais eu mergulhava na dor , na magoa , na tristeza...
Mais só eu estava e mais cheio em mim do vicio...
E na tristeza , caminhava cada vez mais entre sombras ,num lugar úmido e frio cheio de magoas.
Capitulo Décimo
A liberdade ...
Antes sentia nos bosques a liberdade
De repente se viram enjaulados
Mortos vivos
Pois a escravidão é isso, você está morto é apenas um instrumento na mão de seu senhor...
Nunca entendi porque as pessoas aceitavam se escravas
A morte é preferível a esse prolongado sofrimento
Mas hoje sou velho , o peso dos ano , entendo pelo menos há um fio de esperança com a morte tudo termina
Sou também escravo, de uma idéia ,de um tempo...
E as minhas palavras são inúteis, contra esses grilhões
Até você vejo percebo a distancia e o retraimento deve me achar louco.
Pois são assim que me chamam meus conhecidos , até desconhecidos , me apontam o dedo e caçoam...
Ou de sonhador...
Capítulo Onze
Sou um triste poeta que caminho solitário. Nesses dias amargos sem fim.
Num sinto mais a chuva que, neve fria
Não sinto mais dor , pois sou a Dor
Vivo sem a esperança ,já não se vive se arrasta...
Não respira,mendiga ...
Não sorri,faz um abre boca
Não anda se humilha
A musica tem o sofrimento, a tristeza da voz do lírico.
-Não há esperanças só a tristeza
A musica é a desesperança e a descrença de uma vida marcada pelas desilusões
-É o desanimo , a depressão
A musica é o silencio
-As vezes não tem o que cantar
A musica é a alegria do sorriso da criança
-Há tanta alegria que só o refrão pode cantar
A Musica é a esperança
-Sempre haverá um amanhã
A Musica é o amor
-Que une os corações
A musica é a vida
-Que nasce na natureza em festa
A vida sempre renasce na vida ,são lembrança
A musica esta em mim por isso escrevo.

Tanta tristeza e dor , lagrimas em cada palavra um lamento triste, choro , estremeço soluço tanta dor sinto em sua voz que meus olhos se emudessem
Tristeza magoa , sofro em cada nota a dor
Sinto feridas ,dói ouvir seu canto do sofrimento sinto a sua dor como minha ,sinto como poeta.


Capitulo Doze
Sempre senti a música ,a sua poesia nasce em mim como o sol depois de cada noite sempre,a musica rompe o silencio, une mesmo na distancia.A poesia de suas letras traz poesia e festividade. No ritmo contagiante do violino meus dedos escorrem .
O violino toma vida em minhas mãos eu apenas executo as letras que tomam forma.
A música enleva a alma.
Como se a desprendesse do corpo....
Tocasse nas estrelas...
E sua alma fosse maresia...
O suave perfume da marina.
Quando perdi a audição me deprimi , quase enlouqueci, mas foi então que percebi que tudo em minha volta mesmo no silencio existe a música, pois mesmo no silencio existe o ritmo, o movimento, sim o movimento mudo das constelações em contínua expansão, da alvorada , o colorido do carnaval ,o brilho transparente das estrelas, as pernas que cruzam no jogo de futebol, num ritmo sinuoso, o pulsar rítmico de meu coração , da minha alma ,o misturar das águas do Reno, o se perder na consciência do espaço-tempo ...entre o ontem e hoje...compreender o ilimitado, a linguagem da alma humana é a musica , universal...
Ritmo , pura poesia ;sons luzes ,e sombras ; silêncios e ruídos ;estruturas que engendram formas vivas... que nascem a música
Música é tensão e relaxamento,puro arrebentamento , expectativa preenchida ou não,organização e liberdade de abolir uma ordem escolhida ; controle e acaso.
A música é sentir , pensar, sonhar ...
A musica é a magia que une dois tempos, como se fosse um; dois corações que se fundem, como se a dor fosse uma só , não mais existisse eu e você , o ontem e hoje... tudo fosse uma linha , um filete de luz ...
Mas a musica que estava em mim ,quando lhes comunicava os meus caros conterrâneos ,se sentia que a musica que a musica que me aproximava deles.
Sentia que me afastava deles ,pois ninguém a ouvia , apenas.
Apesar da grande alegria que a musica me trazia ,sentia uma grande tristeza ,estava cada dia mais só.Pois quando mais me arrastava atrás da musica,bêbado a bebia, vazava a noite sem sobre mim,descer o espírito do sono.
Mais sentia-me distante pois ninguém me compreendia, a minha dor e angustia, que soava em cada nota.
Sentia-me solitário apesar da companhia da musica de quem não conseguia vive-me sozinho.

Capitulo Treze
Ao longo dos dias que escorrem sempre fui um solitário como um lobo na estepe me identifiquei com os músicos e poetas, assim minha solidão diminuiu apesar da distancia do tempo que existe
"Musica é a ciência que pode fazer-nos rir cantar e dançar "
Guillaume de Machaut (c. 1300 -1377)
" A musica é uma disciplina que torna as pessoas mais pacientes e doces , mais modestas e razoáveis .(...) Ela é um dom de Deus e não dos homens .(...) Com ela se esquecem, a cólera e todos os vícios.Por isso, não temo afirmar que depois da teologia nenhuma arte pode ser equiparada a musica "
Martinho Lutero (1483-1546)
" Tão grande é a correspondência entre a música e a nossa alma que muitos procurando cuidadosamente a essência desta ,ajuizaram que ela está repleta de acordes harmoniosos desta,ajuizaram que ela está repleta de acordes harmoniosos-pura harmonia ,na verdade.Toda a Natureza,a bem dizer ,não é outra coisa senão uma perfeita música, que o Criador faz ressoar nos ouvidos do entendimento do homem , a fim de dar a ele prazer e atraí-lo docemente para Si."
Ian Sweelinck (1562-1621)

" A música ( em comparação com a poesia ) possui a sua prosa e os seus versos ... Há , para mim, na nossa maneira de escrever música ,defeitos que se relacionam com a maneira de escrever nossa língua; é que nós escrevemos diferentemente de como tocamos "
François Couperin (1688-1733)

" Assim como as paixões , violentas ou não ,jamais devem produzir asco, a música, ainda que nas situações as mais terríveis,nunca deve ofender o ouvido, mas continuar a agradar ,continuar a se música enfim"
(Mozart(1756-1791)
" Quem uma vez tenha compreendeu minha musica será livre da miséria que os outros se arrastam"
Beethoven (1770-1827)



Capitulo Dezesseis

Ao ver-se me surdo , a minha musica mais radical reviveu, ressuscitou de dentro de meu peito , ainda mais ao ver o mundo conturbado que me cerca tão perdido , contesto em cada musica que brota em minha alma é uma semente de protesto contra esse mundo seco que minha alma cerca.
Se antes minhas musicas tinham um patriotismo fanatismo cego ,agora veem cada nota um engajamento que nunca tive , isso é devido ao medo e a preocupação dos dias que apesar do afastamento ou melhor por causa dele consigo ver para onde um homem tirano vil e cruel que deu o golpe de Estado guia alguns zumbis nessa loucura e outros com medo segue seu ritmo para não desaparecer como muitos de meus velhos que jamais voltaram aqui e ninguém tem noticias deles Mayanna e Enrique.Penso nas horas de reflexões e conjunturas que me leva ao mais profundo desespero para onde a mão do Führer nos levara ?
Eu aqui preso nesse sanatório e taxado por louco nada podendo fazer para ajudar , e eu que nada posso fazer alem do grito mudo das minhas canções e nessas memórias que desabafo o meu desespero.
Mas nem o sonho de publicá-las tão cedo posso ter , pois não sou mais o dono de mim mesmo , minha família me internou e me esqueceu dentro dessa masmorra a um passo do precipício.
E mesmo se fosse doce esperança , a liberdade de expressão morreu , podem só publicar livros , musicas que agradem o ditador .
Na sua mão de ferro tudo controla das coisas mais simples como casar lembro do amor impossível de Alexei e de Raquel agora se tornou mais difícil ainda de se realizar por causa do tirano até jornais ,televisão e filme.



Capitulo Dezessete

Há alguns anos atrás , estava viajando em Roma , a tão conhecida cidade eterna , retornava depois de tantos anos de ausência .
Nunca apreciei a cidade,sentia em seu ar um cheiro de morte e carnificina lembranças sem duvida da época do Império Romano .
Mas de passagem ao visitara a encantadora Veneza , a visitei...
Em cada pedaço parecia me trazer lembranças daqueles dias um aqueduto , arco de Constantino erguido em 315 a.C, mede alto cerca de 21 metros de altura e é ricamente decorado em relevos e esculturas ,as ruínas do Coliseu o maior anfiteatro de Roma com seu espetáculo vil...,a Via Ápia com a morte brutal do herói trácio Spartacus, a escultura de Augusto tão majestoso e soberbo.Otavio , sim este era seu nome , soube conservar e melhorar as construções colossais . Grande Homem ! Mas nem por isso menos impiedoso, soube usar os meios possíveis e outros que só seus olhos argutos visualizavam para conseguir o almejado poder onde tantos tentaram e fracassaram e não menos grandiosos e cruéis Julio César e Marco Antonio ...
Como um chamado o cemitério me chamava ,pensei que talvez fosse por eu ser musico e amante da historia de ver as obras artísticas que o enfeitam ,são magníficos monumentos ,pois não aprecio nenhum pouco esses lugares sempre me deprimem, a presença forte da morte me colocava comovido.
Entre as catacumbas silenciosas onde só ouvia o barulho célere do meu coração, caminhei silencioso quase arrependido, definitivamente não gostava desse lugar... Não por temer fantasmas.
Uma escultura de casal prendeu meus olhos com uma força de imã e uma atração irresistível.
Pareciam tão distantes , como as folhas e as raízes de uma arvore , tão diferentes mas por isso mesmo tão harmoniosos .Era como o morango de tão acido que ao paladar se torna doce. As cascas entre meus dedos macia e áspera as sementes .
Ela parecia tão livre... Seus cabelos selvagens , parecia que em suas veias não corria o sangue latino, mas de outras terras mais distantes , além dos Alpes e ele tão romano , parecia em cada célula ter o sangue latino , parecia um general romano, podia até vê-lo caminhar com seu cavalo imponente célere entre as verdes campinas , forte e destemido , com seus soldados o seguindo em busca de novas conquistas; Abaixei os olhos e vi a inscrição na lapide Adriano e Al...( a.C ) ,o nome da jovem que me atraiu estava apagado, o meu coração gelado até que parece que parou de bater.
Não me conformei com esse mal sem solução, pois ninguém sabia quem era e séculos nos separavam.Mas sentia-me tão próximo,aquele casal me perfurava na alma com seus olhos cravados.
Mas como? Olhei as estrelas ,as mesmas que a jovem tantas vezes tinha contemplado ... e a senti tão próximo a jovem na cortina de sono que me mergulhei.



Capitulo Dezenove
O seu nome,este se apagou não consigo recuperar se apagou, como uma imensa esponja o tivesse apagado. Só tivesse ficado as letras iniciais .
Seu nome podia ser Aline ou não importa.Chamarei de Alena, mas podia se eleitor podia ser outro, por favor não se prenda a esse detalhe insignificante.
Só a chamei assim porque achei delicado como os seus gestos que parecia de uma Ondina em forma de cisne deslizando nas águas do Danúbio. E forte como as suas águas quando não estão de bom humor.
Qualquer outro talvez o teria esquecido mas seus olhos verdes eu não me despdedi...
Queria achar o compasso perfeito para aqueles olhos mas não encontrava
Mas o som da musica me perseguia ouvia a nota da vitrola, na voz sonora da lavadeira, até o tilintar dos passaros , ou do garoto triste.
Embora na hora de reuni-los par dizer que havia na expressão de seus olhos...
Sabia que seus olhos são suaves matizes ...
Verdes ,azuis,dormentes ,relampejantes...
Delicados tão profundos
Mergulhar no verde, um passo para o precipício
Liberta-me , sonhos ...
Encontra-me , e pedir-me nos seus olhos
Quando parti,podia ter dito adeus...
Sabia que os seus cabelos tinham a cor do fogo, não podiam ter outra cor...
"Eram chamas , chamejantes
Fogaréu ,fumegante
Seus cabelos que ondeiam
Cachos que rebelam"
(Os teutões , W.S)
Despedi-me com convicção de que os esqueceria...
Jamais apreciei a Itália , os dias que passei ali caia estranhamente uma chuva úmida , quando partia saiu um sol radioso. Parece que as cidades dos Cesares também não se dava muito bem comigo, estava feliz quando me viu partir...
Nunca gostei da Itália principalmente de Roma, ao caminhar pelas suas ruas , parecia ouvir os gritos de apelo da escravidão , a voz de Virgilio se silenciava ao adentrar pela Via Apia.
Minha irmã e meu cunhado vivia ali e haviam-me convidado para visitá-los.Pagando as despesas da viagem , pois como era meu habito vivia sem dinheiro.
Musica e sentir não apenas com o ouvido, mas cada um dos sentidos ... Ouvir a voz do bem-te-vi,sentir com os dedos cada nota , ritmo suava da sua melodia, olhar como se caminhasse num outro mundo entre partituras ,cheirar o seu gosto de cafezinho,fresco , desgustar
Capitulo Vinte
Antes de adentrar neste tumulo e eu me despedir da minha existência , as minhas musicas eram pouco conhecidas mal davam para o sustento.Vivo sempre nenhum dinheiro no bolso. E na cabeça cheia de sonhos , letras...
Não sei porque componho, provavelmente não é para ficar rico, pois vivo cheio de agiotas nas portas .
Mas a musica me acompanha,persistente assim como Alena...
Não queria mais pensar nela mas estava lá...
Sou um musico não muito querido, mal compreendem, o meu grito.
É apenas um grito silencioso que se perde....
Queria acreditar para alegria um pouco esse triste fim da minha vida, que me entenderiam ,mas para minha tristeza quando achei que me compreenderiam na verdade o meu canto que fala do amor pela Alemanha e conta em seus versos a sua historia foi levantado em todo o pais, num canto carregado de desejo de guerra e mais destruição...
O meu grito de protesto é louvado mas não compreendido, pois os que me cantam são os mesmos que me condenavam.
Imagine amigo , eu no tumulo vejo me apreciarem...enquanto em vida vivi na miséria...
Minha irmã e meu cunhado , me enterraram neste mausoléu , que alguns chamam de sanatório.Pois aqui já não vivo, me arrasto esperando o dia que morrerei, ou eu mesmo me desfaço da existência com o lençol , e todo brilho da vida se apaga em sombras...
Se a ultima canção que trago todo o meu tormento foi recusada " Thusnelda " na dor da amada de Hermann procuro colocar em cada nota minha magoa.Viraram-lhe as costas e me deixaram sem nenhum vintém.
Não pense que sou um grande musico que merecia louvores, sou o poeta menor, que no manuseio terá algumas linhas no Panteão da Musicas e varias alfinetadas desses críticos.
Entretanto apesar de saber que não sou dono de um grande talento a musica me chama , na melancolia do piano , na suavidade do violino, na alegria do saxofone.
Talvez seria mais feliz se fosse como muitos na taverna desgustar cerveja,charutos ,entretanto nesses prazeres que encanta os homens em mim só traz insatisfação ...
Na musica eu me encontro. Acha você que me lê um estúpido , talvez eu seja, mas sinto ao ouvir a nota da canção que é que você não ouviu a musica.
Musica e sentir não apenas com o ouvido , mas cada um dos sentidos ... Ouvir a voz do bem-te-vi, sentir com os dedos cada nota, ritmo suave da sua melodia , olhar como se caminhasse num outro mundo entre partituras cheirar o seu gosto de cafezinho fresco,degustar cada nota como fina iguaria.
Queria ser como Bethoven e ser um grande musico, mas não sou ,só sinto a musica.
Mas quando tento buscá-la e colocar uma escala musical, se afasta.
Assim como Alena tentava buscá-la e fugia escapava por entre os meus dedos...
Capitulo Vinte e dois
A nota buscava sempre , pois mais que eu buscava nunca parecia por entre os meus dedos.
A nota a buscava sempre , pois mais que eu buscava nunca parecia perfeita.
As minhas canções saiam sempre longe do ideal.
" Com licença , Poesia
Queria a voz do lírico Goethe
Queria a dramaticidade psicológica de Shakespeare
Queria a sobriedade de Camões
Queria a melancolia e lirismo de Bocage
Queria a sensualidade de Boccacio
Queria a mordacidade de Balzac
Num único poema
Na minha não é o tempero que falta
A minha voz é de um péssimo lírico "

( Poesia ,W.S)
Capitulo Vinte e três
Voltei para casa .Pois é assim que eu me sinto na Alemanha, como se retornasse para dentro de mim mesmo.
Alemanha é a minha musa inspiradora , o tema que sempre nas minhas partituras retornam..
Fui nesses dias que queria esquecer Alena pois por mais esforçava não saia em meu canto rude toda a sua tragédia que me perseguia em sonhos e pesadelos .
E as vezes meus sonhos se confundiam com a minha realidade, seu rosto era uma sombra na minha vida, ou uma luz que enchia minha vida carregada de tédio.
Seus olhos verdes se confundia com a presença vibrante de Mayanna.Essa jovem militante da esquerda me parecer Mayanna em vida.
Quando queria fugir ali estava , Alena e esta se confundia as vezes com a minha inspiração ,Alemanha.Nas águas embaçadas do Reno.
E agora estou nesse mausoléu ,estou nessa tumba , pois para o cárcere o que não faltam são dias longos e intermináveis.
Talvez Alena seja fruto disso tudo de um delírio ...
Eu não sei quando percebi, que tudo em minha volta se transforma em poesia e melodia.
É como se em minha alma a sombra dessa musica , em cada vez que lembrava dos bárbaros , ou dessas idéias que somos descendentes dos arianos a raça mais pura...Tênue e efêmera,tinha que ouvi-la com emoção ,se dedica e se concentra para vê-la.
Para reunir cada nota na partitura para elevar aquele momento,para aquele instante pequeno e único ,fosse intenso e profundo como a língua alemã.
Tão forte e sólida, áspera como as torres de Catedral...Queria que ela soubesse trazer em meus versos ainda mudo a tristeza que senti pela Morte do meu gatinho. A alegria quando vi a liberdade, depois de anos de afastamento.
Queria reunir em cada ritmo a solidão que sinto .Pois sou muito sozinha . E a união , a musica aproximava as pessoas.
Com as mãos leves e firmes.Busco no violino a voz do espírito.Busco e não encontro.Com os meus olhos atormentados e cansados de uma busca interminável, quase encontro, a musica a ouço, minhas mãos buscam o caderno de minhas anotações .
Fatigado, cansado ,típico de mim no sono encontro , a musica , a ouço, minhas mãos buscam o caderno de minhas anotações.

Sinto que Alena é a obra da minha maturidade,tudo o que aprendi sobre a alma humana. Foi feita para a Alemanha. Esta sinto no meu coração é a obra - prima
Mas é para a minha doce ALEMANHA QUE APRENDI TOCAR... NÃO TOCAR SEI SE DAREI CONTA,MAS COM A SUA LUZ ALCANÇAR ESSA SINFONIA.
NOS SONHOS ALCANÇO A PERFEIÇÃO QUE DESEJO ALCANÇAR
SONHEI COM ADRIANO E ALENA ESTA NOITE ,VIVOS , IMENSOS
ESSA IMENSIDÃO QUERO DAR QUE VEJO NO CEU INFINITO
A FORÇA DAS TEMPESTADES E A DOÇURA FRESCA DE DANÇA SOB AS SUAS GOTAS
ESTA É A HOMENAGEM A PATRIA QUE ME DEU A VIDA E A INSPIRAÇÃO
POIS É A MINHA MUSA INSPIRADORA
A IMENSIDÃO DO CEU E DO MAR
O SEU AZUL TÃO DENSO E PRISMATICO....
O INFINITO DE SEU AMOR...
Em lenda e paixão
Fogo e ternura
A ternura em seus olhos e mãos que conquistou, que conquistou mais que a força bruta ... pois são nos pequenos gestos que estão os grandes momento...
O instante ... no olhar, no seu toque morno quero isso ,teimo e fio
Em seus olhos chamejantes ,brilhantes, é fogo selvagem... Mas beleza ... Força
A ternura em seus olhos conquistou mais que a força bruta
Os seus cabelos são vermelhos cores de chamas das fogueiras que alimentam as aldeias germânicas
Seus olhos verdes , profundos podia ter a cor das esmeraldas ,sim, mas não eram verdes ,flamejantes
Seus cabelos estavam curtos , maltratados num corte que a castigava que não a favorecia , mas assim revelava como do botão abre em fina rosa , os cabelos não tinha a cor das chamas, mas estava chamuscado
Mas a sua beleza ultrapassa os limites de meus versos e sobrepunha
Se destacava , no tronco amarrada com as costas abrindo chagas para o chicote que sibilava , ainda era bela... a mulher mais bela que as terras germânicas já fez ...
O seu olhar não era de Dor e piedade
Era revolta ,por ser franca, no seu íntimo sentia Dor...
E rebeldia e fúria ...
Desafios ...
Não queria piedade ...
Quando chegou cansado e fatigado foi a primeira imagem que reviu
Tão bela e forte
Era a mulher que desejava...
A sua perna até não doía mais a cansativa viagem já não sentia
Mal sabia pobre legionário que não era o seu olhar , a sua beleza,
A sua distancia mas todos por ela se apaixonam
Capitulo Vinte e Nove
Escrevo estas últimas palavras não é como as últimas pois por muito tempo, elas aqui permanecem entre os ouvidos de quem fica.
Estas últimas pedaços de pedaços vão também a ultima folha da saudade , do suspiro,de um amor que aqui não jaz, pois quando mergulha no ultimo adeus do infinito , ali onde o sol mergulha nas águas plácidas do amor ,ele renascerá com as minhas cinzas que espalham com o sopro do vento em cada morada da saudade.
Aqui não é o ultimo ar inalado mas os seus passos ainda ali estavam onde estive, me verão mas meus pés agora sem estarem presos pelas tiaras da vida e ecoam por onde jamais estive.
Estas são minhas últimas palavras anteriores a um novo tempo.
Coloco cada nota como um sonâmbulo como louco e aquela canção que já existia e eu só era um espectador, que o via de minha janela, renasce as folhas sujas ,rabiscadas , algumas arrancadas.
Surge como sempre estivesse ali.Era minha velha musica como estava ali.
Resolvi , neste quarto horrível de um hospício. Isso mesmo, leitor não ouviu mal hospício .Sei que o nome é desagradável e terrível ainda mais para você que se julga normal e livre das garras dessa cadeia .
Eu também sempre olhei, com desprezo por estes homens e mulheres ,que vivem a margem pela sociedade.Parece que foi ontem, mas alguns anos já separa este homem envelhecido daquele outro ,que ficou preso em algum espelho que não sei qual.
Se aquele jovem me visse hoje não reconheceria nesse velho que sou ele mesmo, este rosto sulcado, de mão fraca , de olhar febril, era tão otimista frente ao futuro.
Mas nós somos a mesma face da mesma moeda ,só que de faces diferentes e ao mesmo tempo iguais.
Estou muito só mas nunca estive mais próximo da minha musica.
A minha irmã aqui me enterrou me julgam louco, até meus fãs, se sou? Talvez um pouco...
Ma me encurralaram aqui, neste quarto que é a minha cela, que só tem a minha cama, uma cadeira e nada , nada mais, um vazio enorme, um silencio opressivo que se rompe com alguns gritos angustiantes dos outros moradores desse lugar assombroso.
Eu sempre tive a alma emotiva e sentia cada emoção no corpo e na alma , mas não era assim como hoje. Fiquei sem ver um caminho a seguir quando perdi a audição , pois era o meu órgão mais importante .E não é ? Não sabia fazer outra coisa alem de viver para a musica.
Como poderia leitor compor as minhas musicas sem ouvir. Um absurdo ,um disparate ,se penso nisso , minha cabeça dói e sinto que enlouqueço.
Pouco a pouco fui a perdendo e com ela tudo o que mais amava, a musica.
Chorava como uma donzela ofendida. Lamuriava ,essas lagrimas que escorrem pelos meus olhos não secaram.
Xingava , blasfemava ,brigava com todos como se fossem culpados , cúmplices desse crime. Eles ouvia e eu não.Logo eu que precisava mais da audição que eles.
Estava surdo completamente surdo. Totalmente perdido. Não ouvia mais o piano, com seu canto de lagrimas. Nem o som envolvente do violino.
A musica estava morta . Eu estava morto. Sim ,morto . Eu era morto. Eu era a canção que eu tocava se ela não existia, eu também não existia.
Minha irmã e meu cunhado , e aqueles que julgavam meu amigo Robert, me internaram nesse lugar assombrado.
Tudo ali era desalento e dor. Tudo havia perdido seu significado. Naquele antro de horror.
E o estranho que quando cai nessa masmorra minha musica num instante ficou conhecida em toda a Alemanha, principalmente as que glorifico o passado alemão e canto a dor de ver em nossa volta tudo destruído.
As lagrimas não secaram, molhou um terreno que eu julgava infértil. Sem ao menos esperar , nascia ali uma plantinha naquele terreno endurecido, e ressequido, a musica surgia.
Não apenas como o meu tormento interno, que me cativa e me oprimia, mas como o canto dos pássaros, o pousar da libélula na flor, o farfalhar do vestido, as orgias escorrendo pelos meus dedos.
A musica voou nos meus ouvidos.Límpidos e clara como cristal. Mas eu não ouvia.Como era possivel?
A musica ecoava dentro de mim como o canto das sereias para os navegantes incautos.
De repente fui percebendo, quando mais tentava cheirar,desgustá-la ,tatear cada nota que surgua que nunca a tinha ouvido tão bem.
Percebi que a Sinfonia de Berlim estava em mim. Ri,feliz , a musica ecoava em mim.
Corregia os erros, os desvios da letra, melhorava , aprimorava.Senti que a musica que levantava do silencio era minha melhor musica.
Pelo meu bom comportamento, reuni em cada palavra ,tudo. Renascia de novo para vida e para o mundo. Voava como os cisnes na lagoa , leve. Delirava , febril ,convulsivamente
Mas na busca eterna daquela nota eu renascia quando tudo o que havia feito eu julgava perdido.
Depositavam sem for essa minha intenção , uma moeda, uma nota.
Percebia nas linhas daquelas mãos toda a sua historia que não era muito distante da minha. Em suas vozes, algumas apagadas e rompidas pelo sofrimento,outros violentos eram as notas que buscava e encontrava com meu interior.
Por onde vi seus passos,
Ao lado do leito do Reno,
Nas ruas de Roma ...
Só um momento que num instante surgiu ...
Nas lembranças de Hadrian para sempre eterna,
Mas um instante surgiu,
Nas lembranças de Hadrian para sempre eterna,
Mas um instante que como a estrela que cai,
No esquecimento e se apaga
E num minuto tudo se mergulha na escuridão ...
De você só a imagem fugia que me invade o quarto

Escrevi sem parar durante horas sem parar,sem comer , as primeiras linhas de Os teutões .
Não pense amigo que foi fácil era difícil , pois a criação deve ?se mais a transpiração, do que a própria inspiração, como disse um contemporâneo meu que não lembro o nome.
Assim tracei os primeiros rabiscos.,,

Capitulo Vinte e cinco

Cada música sinto a minha Alma arrebentar
Do Sonho , de Revolta e Tristeza
Apesar de sentir a Pureza,Sublime
A Angustia, a Beleza e a Alegria
Palpita a Alma e a Tortura
Entre as Velhas Paredes do Cárcere
Atinjo as estrelas e o Mar , o Sublime

Capitulo Vinte e Seis


É uma canção cuja 3º estrofe é o Hino da Alemanha, foi escritor por August Heinrich Hoffmann von Faltersteben em 1841, na Ilha de Helgoland, sobre a melodia da peça do Quarteto do Imperador composta por Joseph Haydin de 1794.
Há poucos anos , nossa meu Deus como o tempo passa são 20 anos , essa canção foi elevada a hino nacional
Capitulo Vinte e oito
Pintei tantas vezes o amor ,mas dele poucos momentos bons tenho.
Apesar de no peito ter me ferido , o amor ,dele só me retribui o sorriso da amizade mais pura
Jamais da paixão seus lábios se abriram mais pura.
Jamais da paixão ,seus lábios se abriam para mim.
Seu nome é Mayanna.
Apesar do grande amor que me uniu a sua presença.
Hoje seus traços se mesclam em minhas recordações com Alena.
Capitulo Vinte e nove
Nos últimos cantos que escrevo minhas forças se esvaem em cada nota, em cada esforço ,esboço vejo seu rosto
Eu sinto na alma e no corpo ,os sentimentos dos grandes músicos.
Mas a dor da grande alma. Não e deu o canto para colocar na nota toda a poesia que ouço surgir em minha volta.
A música está no silencio...
A música está na tristeza, dos dias que passaram que mas que deixaram marcas...
A música nasce do sofrimento da minha alma e dos que vejo pintado em seus semblantes.
A música dos dias alegres que passei entre a vida ,antes de cair nesse pesado sepulcro.
A musica é esse suave canto do pássaro.
A música está nesse cair de tarde.
A música como o botão de rosa abre com a luz , brinca com a sua luminosidade e a beija sensualmente
A musica desperta em mim como a vida que surge.
Está em minha alma, meu coração, meu ser.
Sinto que a vida há em min é a própria musica que surge


Capitulo Trinta
Mudo triste sinto a poesia já não vive não nasce pois já não vivo...
Tristes são esses longos dias desde que perdi a audição,para ouvir a nota
A vida sem a musica já não vive...
Capitulo Trinta e um
É uma miragem , esse triste canto que trago da luz que me iluminou com a sua fronte luminosa desde que invade nesse mar de sombras ...

Das Lied der Deutsschen

I
Deutschland , Deutschland über alles,
Uber alls in de Welt,
Wenn is stets zu Schutz und Trutze
Brüderlich zusammenhält
Von der Maar bis na die Mernel
Von der Etsch bis na den Belte

II
Deutsche Frauen ,deutsche Treue
Deutscher Wein und deutscher sang
Sollen in der Welt behalten
Ihren alten schönen Klang
Uns zu edler Tat bergeistern
Unser ganzes Leben lang
Deutsche Frauen ,deutsche Treue
Deutscher Wein und deutscher sang

III

Eingkeit und Recht und Treiheit
Für das deutsche Vaterland!
Danach laβt uns alle streben
Brüderlich mit Herz und Hand!
Einigkeit und Reicht und Freicheit
Sind des Glückes Unterpfand
Blüch! Im Glanze dieses Glückes ,
Blüche ,deutsche Vaterland

Canção dos Alemães

Canção dos Alemães

I

Alemanha, Alemanha acima de tudo
Acima de todas as coisas do mundo
Quando sempre , na defesa e proteção
Se mostra unida como irmão
Do Maarl ao Mermel,
Do Etsch ao Pequeno Belt,


II

Alemanha, Alemanha acima de tudo
Acima de todas as coisas do mundo
Mulheres alemãs , alemã de fidelidade
Ouvindo e os cânticos da Alemanha
Deverão continua a ser no mundo
Estimamos pela sua beleza e som,
Inspirados nos um animo nobre
Todos os dias de nossa vida,
Mulheres alemãs ,alemã fidelidade
Vinho e cânticos da Alemanha


Capitulo Trinta e dois
As vezes a musica para quando acontece uma ininterrupção da nossa vida, a musica alegre guiado pelo Maestro para tocar uma musica triste

Capitulo Trinta e três

Solto um riso seco, sem alegria ... Mal me conhece...
Preso estou nessa tumba vivo...
Nem posso me defender ...
Minha musica a doce musica soa como uma canção a idolatra...
Eu vitima de um sonho...
Num quarto pequeno ,abafado com uma cama estreita ,uma cadeira dura de madeira...
Um peso batido , um teto com a tinta descorada ...
Só a minha imaginação volátil permitia ver algo além daquela fileira,sonhe com o teto da Capela Sistina .
As vezes pensava e nos últimos tempos com mais freqüência acabar com tudo ...
Era tão fácil , mas tão difícil.
Capitulo Trinta e quatro
Sempre quis ser musico não é bem assim, a musica sempre esteve dentro de mim, aqui onde bate mais forte no coração.
Parecia que tudo de angustiante que eu passiva conseguia passar na minha imaginação em acordes de profundas ondas sonoras .
O meu êxtase e a minha perda em versos que preenchem de melodia.
Não sei porque componho dizem que é porque sou sensível.Será ? Na realidade não sei se sou , é que é , muitas vezes não compreendo as pessoas como é você leitor não se comove quando vê aquele mendigo, na beira da sarjeta.
Quando um cachorro ferido, mal o olha e o chuta ...
Quando ouço os Nibelungem não se sentia toda dor e Revolta de Cremilda .
Pois sinto como se a sua dor fosse nossa ,provavelmente deve ser por isso.Julgo as vezes , e ultimamente depois que estou aqui nesse presídio. Mais um mal do que um bem. Por ser tão emotivo , me julgavam louco e me encarceraram aqui.
As dores que sinto tão fortes , parecendo que irei morrer , dizem que irei morrer ,dizem os médicos são imaginarias.
Se fosse provavelmente não sofreria tanto,não veria que as pessoas veria que as pessoas aqui perdem o que mais dão valor. O orgulho, a auto-estima, como a chuva que cai ,vai tudo para o ralo ...
Dizem quando não me chamaram de louco , que sou nervoso ou sofro dos nervos? Exatamente...
Eu não vejo mas em compensação me angustio profundamente.
Sofro ao ver a guerra perdida , o sonho louco caído por terra.
Não é só o meu povo que vi ali caído ,vi outros também...
Quando caídos mal se perceberam se eram franceses ou alemães ... Eram apenas homens.
Não me angustio apenas porque com meu prato ruim e insosso ter conseguido no mercado negro. Mesmo que um comida assim nunca foi tão saborosa e cara.
Mas lembro-me das outras mãos famintas que nem tinham isso... A minha consciência chama " Será que tu estúpido não se contenta com a própria Dor?"
Eu sou estúpido , não consigo esquecer os olhos úmidos daquela mulher sem emprego e a esperança morta.
Acho as vezes como as que me eternizam aqui que sou doente.
Sempre fui muito emotivo, muito mais que um latino.Sem perceber isso foi tornado um problema.
Dores de cabeça terríveis, com ânsias e vomito no momento de maior angustia.
Meu pai julgava um fraco e culpava a minha mãe,coitada.Talvez seja fraco mesmo, não sei lidar com os meus sentimentos.
Com o tempo como percebo mas outras que sofrem do meu mal, comecei a ter dores no estomago fortíssimas ,que coincidia com os problemas que me acometia.
Não que me preocupasse e lamuriasse em demasia. Mas sentia um cansaço,seria desanimo como um medico amigo,disse Dr Martin?
Coincidência combinava com os momentos que fazia as canções. Irônico a vida é mesmo muito engraçada , enquanto eu sofria , outros se divertiam e delirariam com meus momentos de tristeza.
A minha musica era alimenta pela minha carniça. E os abutres se alegravam.
Não me preocupasse e lamuriasse em demasia.
Capitulo
Resolvi agora reunir estas musicas ,restos sufocadas da esperança...
Musicas que escrevi nesta masmorra e contar um pouco da minha dor ,como vê agora essas paginas são simples de papel.
As vezes sinto uma angustia no peito será que vou morrer? E depois quando as encontrarem não as jogará ,sem nem ao menos voltar os olhos.
Seus olhos não se verterão ,comoverão com esse ultimo sopro de esperança.
Mas que importa eu já estarei morto nada mais terá importância .Mas leitor ainda meu coração vive. E me importo.
Lembre-se quando pegar entre os dedos ,essas folhas de um papel qualquer ,estão a minha alma.
Capitulo Trinta e cinco
Eu me chamo de Werner ,sei que não é surpresa para você.
Leu no prontuário , quando veio enfermeira fazer a visita de rotina e encontrou esses papeis.
Sei que sou hoje reconhecido , isso ao invés de me trazer alegria como esperava nos sonhos da juventude muito me desagradava.
Pois não ouvem o velho Werner, ouvi um outro que desconheço em mim mesmo
Quando fiz as minhas musicas era para homenagear a minha pátria, a Alemanha sim:
A Alemanha é seu povo ...
O que sei me horroriza ...
O que sempre amei no meu povo,desviado por um sonho louvo.Por um patrimônio doentio.
Espero que um dia a vinda se desfaça... Eu tenho certeza que a mãe de vocês o esperou...
Tive parar, pois as lagrimas me obscureceu a vista e na mão conseguiu traçar essas mal traçadas linhas.
Capitulo Trinta e seis
Como sempre digo a vida é uma piada. Hoje curiosamente sou reconhecido em toda a Alemanha , até na Áustria e na Suíça ouvem minha musica , mas nunca isso me serviu para nada.
O passado que antes enchia meu coração de amargura, daria tudo para te-lo de novo...
O cheiro do colo macio de minha mãe misturado com o trabalho no campo,com o cheiro da cuca saindo do forno.
Adoraria poder tocar is meus sonhos e as esperanças daquele momento. Mas algo se rompeu...
Não consegui reunir numa sonata esse tempo que se perdeu de mim.
Talvez por que olho esse tempo com uma tolerância, um amor que a saudade formou.

Capitulo Trinta e sete
Quando visitei Roma, havia sido naquele tempo que o historiador , Dr Stephie Mayer , havia encontrado a escultura romana.
A beleza da peça logo se tornou famosa e surgiram replicas que decidi ter uma.
Acharam só indícios de que existiu ali, jóias , uma aliança , nessa horas meu espírito se encontra com a realidade ? O que é um homem? Nada...
Era estranho, mágico e triste a existencia, esses jovens como eu passo pelas ruas de Roma, mas foram em tempos anteriores
Passou pela Via Apia, sonhou , lutou , num simples instante tênue e de repente como numa peça teatral tudo se apagou como uma chama fugaz tudo cessou...
Nas catacumbas pouco de seu corpo antes jovem e formoso sobrou apenas um crânio e um fêmur . O tempo varreu aqueles dias
Os vermes pouco deixaram apenas um crânio e um fêmur...
Quem eram? O silencio trágico era a única resposta.


Capitulo Trinta e oito
Não se percebi a raça... Só a supunha estar em Roma e os traços fisionômicos do homem.
Acharam após anos de pesquisa e estudo algo que me deixou maravilhado assim como o grupo de arqueólogos, equipe do Dr Mayer.
Restos de anotações num rolo de papel.
Amarelado,com algumas manchas faltando alguns pedaços ... mas surpreendentemente bem conservados.
Naquele papel roído de papel, saltou dos meus olhos duas iniciais quando os vi
Al...
Eram a narrativa de um romance inacretitavel ,para não dizer impossível.
Trago as copias comigo.
Ela povoa os meus sonhos e pesadelos ...
Gastei uma fortuna fornecida pelos patrocinadores que conquistei para pesquisar algo do casal...
E encontrei aquelas folhas incompletas mas de um valor inestimável.
Um dia descobri que tudo isso não passou de um delírio, que as folhas a pesquisa não passou esse instante fugaz de um surto.
A sua escultura na catacumba não passou desse momento . ninguém perder tempo para ver se no local que descrevia estava ali, a escultura, me julgaram apenas louco e me internaram nessa sepultura.
Que mesmo vivo pareço mais morto.
Capitulo Trinta e nove
Meus pais foram expulsos do campo, como outros milhares de homens sem nome ,que são um trecho que a historia não escreveu nos livros mudos das bibliotecas.
Não foi muito fácil... Meu pai desapareceu no copo de cerveja e minha mãe na fumaça cinzenta das industrias.
Suas mãos calosas ,feridas pelas maquinas brutais atrás de homens frios e sedentos de lucro como Herr Schunemann
Mas para mim atrás do trabalho incessante e irritante do som rítmico e depressivo surgia.
A fumaça, os rostos duros esculpidos pela pobreza , dava o toque final de melancolia.
Perdendo entre essas nuvens os sonhos...

A melodia ,acho que o meu coração que tocava o momento.
Ao invés desse coração ficar preocupado apenas com sua Dor foi se envolver com cada alemão que não estava nada fácil com os dias que viviam....
Ate com o cachorro abandonado, o gato faminto, com o miado triste que saia do interior daquele corpo magricela,,tão magrinho que percebia as costelas...
Ferido pela fome e pelos pontapés de pessoas cruéis, de frio os pelos arrepiados, tão mal tratado
Seus olhos verdes tão angustiante para atravessar a rua.
Nesse instante tão desesperador esperava que não fosse o ultimo suspiro.
Capitulo Quarenta
Já pensou na Morte... Com certeza sim. A nossa vida gira em torno dela.
Assim como a terra em torno do sol... guiados pela mão do maestro.
No começo a temia ,meu precioso corpo ser devorado pelas bactérias .
Mas de uns tempos para ca ,depois que perdi a audição, parece que tudo se perdeu.
O teatro, onde encenava as minhas musicas tudo se perdeu.
A vida inteira vivi para a musica e de repente,deixou de existir para mim
Então a Morte para mim se tornou uma necessidade, uma obsessão.
Olhava a lamina que rasgava a carne no meu prato com o desejo intimo de enterrá-la no coração.
Maioria das vezes deitava no chão especulando o melhor jeito de terminar com tudo.
Queria retira a ultima fibra do meu corpo que temia em respirar.Se lhe neguei esse direito.
Não entendo a existencia ,seu sentido se é que realmente existe uma ordem nesse caos,não apreendo.
Desejo apagar a chama que alimenta esse coração envelhecido ... Mas tantos teimam em viver.
Para que aumentar esses últimos instantes de sofrimento que é a eternidade.
Porque não finalizo com tudo? Com um corpo de veneno ? Aqui não tem como entrar.
Com remédio, vivo entre médicos ,qual é o assunto que eles mais entende?
Resolvi aceitar com tristeza, a desventura da vida. Queria aceitá-la com sabedoria e paciência, mas o mundo despenca do ao meu redor... Não é possível continuar.
A Dor que sinto passo nessa linha sem me preocupar com o caos e a ordem.
O meu povo estava mergulhado na desesperança...encontrou a mão do que o levava para a destruição.
Capitulo Quarenta e um
A minha mãe trabalhava o dia todos, infeliz foram seus dias !Nas horas vagas , não sei como naquele corpo frágil arrumava forças para lavar para fora.
Quando consegui minhas mãos alcançar, os parafusos ,começou naqueles dias cinzentos em trabalhar.
Não sei se o acorde ouvia a musica , mas ela já estava contente no canto de sua mãe, nas aguas da tina que tomava banho. Nos gritos de seu pai.
Mas os sons suaves melodiosos melancólicos e se ouvia.
Nos rostos marcados pelas angustias e sofrimentos daqueles operários que caminhavam para a Fabrica hostil.Que era apenas um mancha escura naquele manhã de neblina.
Tristes e oprimidos naquela marcha de miséria. Naqueles passos tristes naqueles rostos cinzentos, gastos ,rostos como as roupas . Senti a poesia da sua letra.
Ouvia as cordas dolentes e tristes do violino, tocando, senti a musica .
No violino despejava as suas magoas e angustias ,com o tempo aqueles rostos marcados pelas maquinas ruidosas transformaram e musica.
Com seus míseros soldos ajudava a familia . Sua familia implicava com seus devaneios onde caminhava de encontro com as notas.
Caminhava entre as linhas das partituras sonhava com a musica.
Louco, estúpido, mal comia para comprar o seu violino.
Com o ouvido atento, concentração , aprendi a tocar. Apesar de escutar a musica.
Os seus dedos teimosos errava, tocando o cadência errada.
Mas numa tarde triste em que tudo produzia efeito errado , que nada podia dar mal e o pior aconteceu. Perdeu o emprego.
Conseguiu com sua alma triste e ferida, a mão desfiar canções , num choro triste e lamentoso.Em cada contato atingia a lagrima de sua alma ferida.
Egoísta,traduzia em cada verso o seu tormento interior , as suas notas mais do que perfeição eram alcançadas com triste emoção, com o ritmo de seu coração.
Aproximava a beleza do imaterial de cada melodia , com os cabelos mal penteados, sem viço. Que importância tinha? Estava desempregado ...
Não sei como mas as notas mas estavam temperadas com as minhas magoas .
Com o véu da noite que descia sobre nós, as casas ,os antigos monumentos, as notas preencheram o cortiço, algumas pessoas olharam sem saber porque enternecidas.
A musica era um laço que as prendia, apesar de não compreende-la , a magia da musica as prendia.
Aquele cortiço amarelento pelos anos , as paredes descascadas , o chão mal asfaltados, por um momento se prendeu na voz do violino envolvente.
A sua mão como a hipnose os prendia nas notas vibrantes que surgia.
Então aquele sonho se quebrou.Frágil como a porcelana de Dresden se dissolveu, cacos que feriram e ferem tanto que nunca mais voltei ali.Rompeu como a fumaça do charuto fugitiva.
Meu pai como sempre de deu um chute, cai me ferindo, as criança riu, os casais de vizinhos mais distantes uma gargalhada, o meu nariz sangrava com impacto contra o chão.
-Seu vagabundo, não é sem razão que perdeu seu emprego.Vive sonhando acordado, apesar de bêbado e cambaleante era mais forte do que eu um rapazola, magricela, de face avermelhada e saudosista pelo sol, e os cabelos de espiga, desciam com porventura pancadas desajeitado, deu um soco que lhe aceito em cheio, sentiu os ossos todos quebrados.
Seu pai vivia batendo nele e nos irmãos mas ele era o maior alvo, pos causa de um comportamento até pior
Estava cansado das humilhações mas o que faria? Não tinha nem dinheiro para alugar um pequeno quarto...
-Seu pivete ao invés de trabalhar fica aí com seu violino...
Olhou para trás e viu sua irmã,Adele o único ser que amava naquela casa seus olhos tristes e magoados pela fúria de seu pai foi suficiente, a força que precisava para partir.
Não se lembrava mais tinha dito adeus ou não queria lembrar,só ficou o momento que pegou sua pequena trouxa.E partiu? Para que lugar? Meu coração silencioso nem ele sabia a resposta...
Os seus passos o levaram como se soubesse um caminho, uma praça, um banco, ali deitou, ali ficou...
Adormeci no outro dia viu a loucura que tinha feito, mas não voltaria.
Não senti um peso e um mudo do que o futuro me reservava.
Mas apesar do medo, não desisti como gostaria ainda de ter essa coragem de antes.
Os anos me pesavam minhas mãos estão fracas, temo as dores do meu reumatismo .
Naquele tempo,trabalhava nos empregos que encontrava.
E o meu violino, me entregava,sedutor ele me envolvia, com seu ritmo que era um convite para a dança para esse leque de sonhos que ele se abria.
Percebi no rosto daqueles homens que caminhavam apressados com seu chapéu de coco , que também em seu rosto de cerâmica também eram esculpidos ,tormentas e perdas.
Na minha mente como um martelo ficcava na busca de canção que traria nas notas do violino toda essa angustia.
Como o vento que balançava as folhas das arvores no parque com seu sopro quente e fresco o meu violono tocava o coração dos pedrestes que caminhava. Compartilhando, o seu tormento e o seu lamento.
Como o vento que sopra a vela do barco, trocados para pegar algumas devidas que surgiu como do lugar que eu morava.
Mas eu não sabia tocar sem sentimento, os meus dedos foram como que sozinho para as cordas . Como um amante experiente carregado de volúpia ,soltava gemidos de prazer e de dor...
Plangentes e violentas eram as notas que se destavava no recinto.
Como fitas transparentes foram prendendo tenue esvoaçantes nas firmes os compassos, tocando aqueles corações rudes, marcados pela mão que empresta a vida.
Seus olhos , os ouvidos eram como prendidos sentissem que juntos tocavam a mesma musica
Como se todos apesar de silenciosos e presos, formavam um coral de ouvintes.
As minhas almas se sentimos presos,formassem um coral de ouvintes mudos.
As minhas almas se levantavam sentirmos presos naquele infinito naquele lugar, ontem do céu , os mais pertinho possivel do Éden.
Naquele momento sentiu separado das algemas que a vida nos prende,transportado pela vertigem para um lugar, que só quem estava lá pode compreender.
O incrível é que todos que me ouviam pareciam transportados para aquele mesmo local.
Assim tocando compondo e sempre buscando melhorar. Compus algumas peças que traz os teatros de hoje.
No bar. Conheci um cantor de opera muito conhecido na época Ferdinand Suddermann era seu nome.
Tinha uma voz vibrante e violenta que parecia conjugada para cantar as minhas musicas e juntos atingiam as portas do Paraíso.
Nos tornamos na musica amigo na musica nos parecíamos um espírito único , mas na vida éramos distante.
Não era muito chegando em amizades.
Não é que eu gostasse da solidão mas as pessoas quase sempre me irritava e cansava e me distanciava.
Lamento as vezes ter sido assim , mas eu sou assim.
Capitulo quarenta e dois
Percebo que o único caminho me resta é a Morte. Antes a temia, agora ela me atraia .
Se antes era minha inimiga.
Agora é o que mais me desejava.
Entregar-me ao seu fim...
Alena a vejo ...
A minha amada Alemanha, novamente a reencontro.
Os comprimidos não consigo torná-lo mais...
O frasco cai ...
Eu queria fazer isso. Mas sou um covarde.
Não consigo me matar, tenho medo de sentir Dor e padecer, até o derradeiro momento.
Nem para isso sirvo. Só olho o nadar.
Esse nadar sou eu.
É uma parte em mim.

Capitulo Quarenta e tres

A canção triste me lembra os dias que me perdi ,nas ruas escuras.
O dom da musica deu sempre a nota em capta palavra mas a tristeza, o desanimo.
Sempre quis ser o dom dos grandes músicos, mas não tenho,apenas herdei de ouvi-los o semblante do desalento,no coração o desanimo e na mão em cada nota uma profunda depressão.
Quando mais sinto só e triste, a musica se tornou a minha vida, o meu ar, a minha obsessão.
Quando me afastava, mais me isolava mais entrega ao vicio.
Não sei quando começou ,mas que está em mim como a musica.
Quando mais fujo, mais a encontro, em mim, em cada baforada, me desvio,me encontro na canção e na luz dos olhos seus Alena.
Capitulo Quarenta e quatro
Depositavam sem for essa minha intenção, uma moeda ,uma nota.
Percebia nas linhas daquelas mãos toda a sua historia que não era muito distante da minha
Em suas vozes algumas apagadas e rompidas pelos sofrimentos ,outros violentos eram as notas que buscava encontrar no meu violino.
As vezes queria buscar o brilho de estrelas naquele rosto alegre daquele menino ali sentado, Riller, não uma pessoa mas todo seu interior, o sofrimento de toda miséria alemã,mas também queria ser capaz de pintar com s musa, cara musa que me ouve aí superior, dos brilhos fugindo dos olhos que perderam a esperança.
Dedico ,penso,sonho,luto com as notas. Para buscar a minha canção .E você aí sorri desdenhosa, serena musa .Sabe o quero, e que tudo o que minha caneta, tinteiro compõe é apenas uma sombra do que sonhei.
Musa, que sussurrou as palavras mais profundas naqueles corações , porque não cante pelos menos um pouco para poeta menor.
Pois sei que apesar da mina musica tocar tantos corações podia ter alcançado um valor maior.
Pois querida musa, queria tocar o inexpremivel, o inefável , o mistério. O intocável , a noite, a fugacidade, da vida,as diferentes tonalidades do por- do -sol .
Não apenas com uma letra , mas que a musica integrasse , o impar, a fugacidade do espírito , o verso que é o sol.
A vertigem do amanhã que ainda não surgiu.
Na musica tivesse todo o colorido doce e azedo da poesia que busco e não palavras tolas que escrevi.
De repente não , com muito esforço comecei tocar em taverna e lares.
Era comum cada um ficar ligando mas para o seu corpo de bebericar o chá ,o charuto que fumava, o seu papo, do que para o palhaço que ali tocava para ganhar uns trocados
Por isso preferia ficar ali para garantir ...



































Alena







Cantar da mãe alemã

Meu filho, eu te fiz presente.
Das botas e dessa camisa parda;
Soubesse o que sei agora,
Preferia me enforcar.

Meu filho, quando eu via tua mão.
Erguida na saudação hitlerista,
Não sabia que aqueles que o saudavam
Havia de ficar com a mão seca.

Meu filho, eu te escutava perorar
Sobre uma raça de heróis;
E não sabia, não via, não pressentia.
Que eras seu valete de torturas.

Meu filho, eu ia ver-te desfilar
Nas pegadas de Hitler
E não sabia que quem com ele seguisse
Nunca mais haveria de voltar

Meu filho, tu dizias:- A Alemanha
Vai ficar de não te reconhecer!
Eu não sabia que iria ficar
Em cinzas e pedras tintas de sangue

Vendo-te por tua camisa parda,
Eu contra aquilo não dizia nada
-pois então não sabia o que sei hoje;
Que ela te servia de mortalha
(Berthold Brechet)






























Peça : Os teutões
(Werner Schumacher)






























Dedicatória:
Poeta :Passeava pelo bosque quando vi uma jovem,
Seria uma camponesa ?Uma valquiria ?
Vestia uma túnica de linho branca
com uma delicada fita amarela,
Seria uma guerreira ?
essa sombra triste e alegre ?
Com um rosto Sereno e Terno.
Carregado de Amor e Ternura .
Entre versos vejo surgir a poesia.
Queria entre linhas eternizar sua face,
Que me surge mesmo na distancia do tempo
Que me separa as lembranças do canto
entre as sombras do claustro.
Em sua mão direita havia a espada,
Na esquerda , o escudo que tantos guerreiros temem.
São pinturas com cores rústicas ,
Na fronte o elmo maciço de ouro ,sinto tudo vê
È apenas uma miragem
De algo que se perdeu...
Vigia-me e me aguarda na sabia morada,
Seu manto vermelho e branco incrustado com o ouro,
Suas vestes muitas vezes não parece de uma rainha ,
Mas de uma camponesa.
Transforma-se misteriosamente,
Vela os espíritos dos sábios ,
Despertando ?os a Inteligência outrora adormecida
A sua voz é o canto de um pássaro,rouxinol
Leva o espírito do compositor
a abraçar a música que já não ouvia .
Aos poetas fazem os seus versos
despertados para o lirismo não comedido.
Mas sem artifícios...
A sua pele branca como leite,
Do lírio tinha a pureza,
Delicada como o alabastro,
De curvas delicadas como violino,
Desperta a inspiração a tantos artistas,
A você dedico estes versos de rústico poeta.
Ato Um : A tristeza da mãe alemã
Poeta : Aproximo-me sorrateiro ,
Da bela donzela ,
Seus cabelos louros,
Como o trigo maduro,
Mal via o seu rosto,
A mão o cobria .
Imersa estava a deusa,
Meu coração descompassado batia,
só podia ser a minha musa,
Que me invade os sonhos a existência
Mais bela que a lua ,luminosa como as estrelas,
Que carrega de luz a minha existência
carregada de sombras.
Majestosa e soberana como a deusa Hera ,
Rainha de todos os deuses .
Mas seu rosto pela Dor e Tristeza estavam contraídos,
Nem por isso da formosura menos tomado,
Meu espírito curioso por tanta beleza
Pergunta-se que cor seriam seus olhos?
Vejo os quando me fitam discretamente,
Unidos ,da alegria despidos
Dois olhos vejo quando me devolve o rosto ,
cravados e apagados,
Eram azuis , da safira rara ,
Deveria ter-lhes emprestado a cor,
Molhados pelas lagrimas que vertiam pelo rosto,
Como dois braços de um rio,carregados pela Dor,
Tormentas e tempestades o cobriam ,
Seu rosto quero eternizar ,
Seu rosto pequeno,formato de um coração,
Seus lábios ,desejo para invadir o mel dos prazeres,
Seus cabelos são cachos anelados,
Seus cabelos são fios de ouro ,
Uma aureola coroa de flores,
Cobre a fronte ,
Seus olhos são tormentos ,relampejos,do espírito ,
Seus lábios são ricto, são marcas da amargura
Seus lábios ,desejo desfrutá-lo para o mel dos meus prazeres,
Seus olhos são tormentos ,relampejos ,do espírito tumultuado
Seus olhos são como as gotas cristalinas ,
Seus olhos azuis tão claros ,puros,
Nos mais suaves e carregados tons de matizes,
Dormentes e relampejantes
Nuances claras e escuras ,
Azuis ,verdes ,verdes escuros como o lago Maschso.
Surpreendente suaviza da emoção súbita
em tons claros, verdes escuros como o Bosque Spae,
Tocada pela pétala da emoção
se transformam em águas,
Pequenos pontinhos lilases quando chora,
Parecem as águas do Golfo do México,
Com a fronte quente,
suas águas são torrentes ,
escuras, claras matizes ,
Nuances confusas,
Quero que essa canção
seja um abismo
que atinja o seu âmago ser
Sentada num banco ,desolada ,
Estava pelos inimigos agora
despojada do escudo e espada
Sem defesa ,despojada de suas riquezas
Entregue nas mãos dos inimigos
Poeta :
Queria poder tirar de sua face,
Esse sorriso tristonho,
Queria com meus dedos secar suas lagrimas...
O que pode ter a ferido, jovem ?
Se forem as rosas ,
delas tirarei os espinhos...
Alemanha: Poeta, a minha Dor é de uma mãe,
Que viu seus filhos ,
enveredar por um caminho desprezível,
E nada pode fazer...
Queria poder prende-los nos pés do leito
E impedir de seguir esse escuro percurso.
Preferiria abraçar seu corpo frio,
despojado da vida
Do que hasteando essa bandeira da vergonha
Meus filhos cobriram o mundo de cinzas
Encheu de escombros, desejo semeado pela ambição
Por um louco e pela vingança...
Éris arrastou meus filhos mais sagazes e autoritários
E também ( a voz se cala pela emoção)
Seus irmãos , uma multidão de famintos e maltrapilhos
Semeado pelo seu medo,repulsa e silencio
Entregaram seus próprios irmãos a morte
Agora parecem estar arrependidos.
Poeta: Então os apóie,
a mais bela nereida ,
que faz de Tetis um espectro,
Não os abandone neste recomeço,
Todos merecem uma nova chance ...
Alemanha: Sim, como uma mãe e amiga,
Entrego-lhe a minha mão,
Com ela repreendo quando erra com ternura,
E também afago os cabelos,
Assim sempre estou lá com meu ombro amigo
Poeta: Não deixei de ver as sombras de sua couraça
Só pode ser uma valquiria (sussurra para si)
Não chore com seu amor,
E o valor de seus filhos
que não podem ser esquecidos
Encontrarão o caminho da retidão
Alemanha: Não sabe Poeta,
O tamanho da minha Dor,
O vazio que cobre minha Alma,
O abismo que a fúria
E o rancor que não conhece o perdão
Os seus inimigos e até seus amigos por vê-los perdido os sonhos
Viraram ?lhe as costas ,
As oprimem e a desprezam
E meus filhos agora separados ,
Ah! Que magoa no peito,
A intriga de seus inimigos os separaram
Poeta:
Canta Serena Musa ...
Como começou a Dor em seu canto
Alemanha:Do distante Indo levantaram,
Deste ramo também surgiram minhas irmãs
Mais velhas as Medas e as Persas
Próximo às águas do Reno chegaram,
Meus filhos de Arianos receberam o nome ,
Os seus rastros o tempo engoliu,
Dos que foram só sobraram miragens,
Sombras de um tempo que não retorna,
Só as nascentes do Indo e do Reno sabem as respostas ,
Apenas o murmúrio de suas águas são as respostas,
Os arianos se expandiram para o Leste,
Pelo vale dos Ganges,
Partiram da Trácia ,pelo estreito do Bósforo,
Entre a Europa e Ásia,
Viviam errantes ,
Do Vístula ao Monte Cárpatos,
Do Mar Báltico,
Ao Mar Germânico,
Ao Monte Kalenberg ao Danúbio,
Nômades caminharam entre os vales e as montanhas ...
Trouxe as margens do Reno e Danuvius ,
A língua e a agricultura,
Chamavam os gregos antigos,
Heródoto seu historiador,
de Citas Keltoi ou galatai
Os Romanos perceberam que eram outros povos,
Quando se bateram com eles nos Danuvius,
Os galeses os chamavam de Germanos,
Da língua germânica alta estatura ,
Arianos seu nome foi revelado em sânscrito
"melhores espécimes da humanidade"
Tu Espírito Turbulento,
Que moras nesta morada obscura ,
Sussurre num lamento a poesia,
Os romanos com sangue querem apagar
A sua saga e bravura,
Nobres, rudes guerreiros,
A sua voz foi distorcida,
Mas o seu sopro de vida,
Ainda sente seu frescor ao caminhar
Entre as terras que passaram
Onde ergue só uma sombra das arvores que existiram
Guerreiros :
(Uma sombra se levanta)
Chamam-nos de brutos
Somos valentes,rudes guerreiros
Chamam-nos grosseiros
Só porque desprezamos o luxo,
Não apreciamos o conforto ,
Preferíamos o canto guerreiro,
Denominam-nos de larápios
Não somos pois para nós não existe propriedade
Roma é que roubou tantas terras
Para formar um grande Império
E viver no luxo e na opulência
Denominamo-nos assassinos
Mas eram os romanos se divertiam
Com espetáculos cruéis .
Sim somos Nômades ,
Pois amamos a liberdade
Nada nos prende nem a ultima morada .
Somos livres como os pássaros
As casas com as nossas mãos as construímos ,
De barro e de madeira eram nossas moradas,
Esta aqui perto de mim é de minha família ,
Lá longe perto da fonte é de meus pais ,
Esta vendo a clareira
é onde mora o chefe da tribo meu tio.
Trazemos no peito uma única saudade,
Da última batalha conquistada,
Do tilintar da espada,
Para nós a guerra é o cálice da vida,
A paz é uma abstinência da força,
Entregamos ao ócio ,bebemos e comemos ,
E aos jogos nos entregamos ,
Alegre bebemos a cerveja,
Comemos faustosamente,
Vemos belas mulheres dançando,
Num espetáculo sensual e sinuoso ,
Como o movimento da cobra.
Selvagens e Bárbaros,
Mas se isso é ser Bárbaro
Para mim isso se tornou uma honra
Pois ser civilizado e se divertir como os Romanos.
É esquecer a honra em cada conquista ,
É se divertir com um espetáculo pérfido,
Vestir,comer com aquele garfo,
Do que sentir com a mão o alimento,
E experimentá-lo ,saboreando,
Prefiro ser um Bárbaro,
Prefiro o nosso cânticos guerreiros,
Do que aquelas musicas estranhas,
Quando estava lá ,
Senti tanta falta .
Cai entre nós , parece que vivemos numa terra mágica
Entre,fontes,lagos que cantarolam,
Serpeadas por arvores verdejantes,
Habitadas pelos duendes,
Que mal senti a luz do sol,
transformam-se em pedras,
Violentos e belicosos
Quem rouba a pureza de nossas filhas
E invade as nossas terras
E derrama o sangue inocente
O nosso caminho é a Liberdade
Sem a presença é a melhora Morte
Como os pássaros que voam
Livre, leve
Solto, suave,sentindo o sopro do vento
Pois que adianta atrás das grades cantar
Senão há motivos gorjeia
Pois não posso bebericar as águas das fontes
Não posso comer os grãos que escolhi
Terei que esperar a mão me estender o trigo
Não poderei subir a arvore frondosa
Não poderei correr pelos campos
Seguir caminhos abrindo novas fronteiras
Prefiro o abrigo da Morte
Pois com ela conseguirei me libertar.Será?
M as sei que tudo aqui me prende,
não mais me respeitam
Eu aprecio mais completar pela fechadura
O sol radiante da liberdade
Do que nos sonhos
Rever com saudade o dia de outrora

Alemanha:Nômades , mas nobres guerreiros
São os filhos do Reno...
Deste pequenos são treinados ,
a serem os mais valorosos ,
querer a vida sem a guerra não tem sentido
Para suas almas valorosas ...
Bebiam a bebida fermentada da cevada ...
Comeram até fartar...
A ausência da guerra para esses corações é ruim.
Todos são bravos ...
Andam errantes...
Meus pais sim eram os Árias ...
Nascemos eu e minhas irmãs a Índia e a Pérsia
Nas margens do Rio Indo.
Das minhas irmãs ,
fui a que se aventurei mais longe,
Apesar de ser a mais jovem,
A minha irmã do meio Pérsia,
Começou a viver ,
Na região do Planalto Irã ,
Num lugar lindo que qualquer artista,
Adoraria eternizar em suas obras,
Ali se afixou,
Cercada de cadeias de montanhas,
Entre vales, mas com poucas terras férteis ,
Com o mar , de um azul profundo...
Muitas das suas águas eram salgadas ,
Desertos extensos ...
Coqueiros verdejantes a sombrear ...
As águas ricas em minérios e metais preciosos,
Mas as terras não davam para alimentar seus filhos,
Que mais cresciam ao lado do Golfo Pérsico
Mas a terra não conseguiu alimentá-los ,
Entretanto destemidos e impetuosos ,
Partiram para conquistar novas terras.
Hoje os Palácios são apenas um tempo Morto,
Veja Persepolis, onde viviam, só restou o silêncio,
Mas viva em cada escrita no livro sagrado
de Zoroastro, Zend-Vesta
Que hoje as suas luzes ,
e sombras renascem na civilização Islâmica e Cristã
Seus rostos já me confundo como eram?
Faz tanto tempo que os vi...
Mas mato a saudade quando vejo os iranianos,
Mas poeta, os historiadores buscam
desesperados o seu passado entre as paredes
Do palácio de Xerxes mas estão tristes e vazios ,
em ruínas,
Só se ouve silencio pesado,
Veja aquele soldado de barba pesada ,
E de olhar penetrante,
Dario tão majestoso e ereto,
Interrogo aqueles rostos em baixo-relevo ,
mas não ouve mais respostas
Só o deserto que ri zombador
de vã tentativas toda magnífica
De voltar no tempo de Sártrapas
A minha outra irmã talvez por vê os sofrimentos que a nossa irmã passou no deserto,
Sossegou-se ali mesmo,
não muito longe de onde nascemos
Seus filhos tinham uma tez morena ,
que suavizava o ardente sol
Juntos seus filhos foram formados uma terra para eles
Alguns filhos esqueceram que eram todos irmãos
e puseram a Índia muito triste...
Eu lembro que chorava copiosamente... de suas lágrimas,
Formou as águas dos Ganges,
pois são lamurias de uma mãe...
Como se os mais humildes não fossem filhos do Criador,
Mas Gaitama comovido com a Dor da mãe ,
partiu do Palácio em que vivia no meio do luxo faustoso em busca de paz,
Paciência e equilíbrio
No caminho dessa busca percebeu
que os seus irmãos viviam no sofrimento e miséria
O Homem é o sofrimento
Mas com persistência e meditação
Encontra o equilíbrio de ser Homem
E propõe a sua conquista do Nirvana
Mas acho que vai além disso convida
Cada um, a busca a si mesmo
E só cada um conhece a chave
que abre as 500 portas de Walhala
que é o seu interior
( A Alemanha para e suspira comovida por lembrar de seus sobrinhos tão queridos)
Alemanha : Lembro-me de meus filhos quando pequenos,
Os segurava contra o regaço,
Os seus cabelos ralos,
Mal nascidos,
Das cores do mel possuíam a cor.
Nas águas do Indo, eu os banhei e os batizei
No sol daquelas terras distantes com o fulgor do meu amor.
Sussurrei ao seu ouvido que seu futuro seria numa outra terra,
Com um sol menos quente, o inverno podia até ser hostil,
As suas terras podiam não ser mais férteis,
Nelas não tem as sombras mais frondosas.
Mas ali seria seu destino.
Com as águas do Reno ,
Que corre no meu seio como leite fresco
E com o leite eu os alimentei
Dei-lhe o nome de muitos de meus filhos:
Francos, Saxões , Suabos ,,,, e Bávaros.
Carinhosamente como mãe terna ,
chamei-os de Alamanos ou teutões
Coro: Altos, fortes, robustos
Claros, lindos, olhos azulados
Cabelos loiros acobreados
Destemidos,bravos guerreiros

(Uma velha aproxima-se do rio com passos rastejantes)
Poeta: Vejo doce e arguta rainha, uma velha horrível,
de aspecto tenebroso,uma pose majestosa,
Como se fosse a senhora do mundo.
Seus cabelos esbranquiçados quase cinzentos
Descendo como um redemoinho violento,
A sua pele gasta, amarelada
O viço da juventude perdida,
Os olhos negros esbugalhados ...
As suas pupilas dilatadas
Como se fossem saltar das suas órbitas
O seu rosto vincado com sulcos profundos...
Esquálida , macérrima,terrível
O seu rosto se outrora foi belo,
Foi monstruosamente apagada pelas chamas do fogo.
A sua vestimenta vermelha parecia ter tido a cor púrpura
Mas ficou desbotada.
Parecia um espectro, uma sombra do que foi, mas é horrível.
O seu passo rastejante como a serpente,
sinto um toque repulsivo,
Sinto a perigosa como este réptil
Alemanha: É Roma... (treme a voz)
Roma: Seus filhos são jocosamente chamados de bárbaros
Sem piedade ,ferozes guerreiros
Eram incultos nem sabiam o latim,
Falavam uma língua selvagem,
Parecem uma fechadura a ranger
Um timbre ruidoso e áspero a romper
Não obedecerem a César ,independentes
Não trabalham,dolentes
Passaram o dia beber, esses glutões
Esses beberrões enchem a cara,
comem como porco ,
Não sabiam nem comer decente
Rancavam a carne por entre os dentes
Não sabia honrar seus deuses em versos
Nem honravam seus deuses em Templos luxuosos
Mas numa musica grosseira
Mas num hino ásperos
Com os animais se confundiam
Até com o gado dormiam
Com a pele de animais se cobriam
Com manteiga os cabelos se enfeitavam
De barros ,cobriam as casas de madeiras
Nômades andavam sempre contra as poeiras
A honra das donzelas tiravam
As nossas cidades saqueavam
Tomavam a vida dos romanos soldados

( Alemanha a cabeça loura desolada, despenca como a maça madura ,um choro mudo contido , uma magoa que sabia sem resposta , mas corajosa levanta a fronte soberana):
Alemanha :Nornes , virgens do presente e do passado
Dispa esse poeta de preconceitos estúpidos,
Faça-o libertar ?se dos preconceitos ,
Faça-se levantar o seu grito,
Que tome a sabedoria do abelheiro ,
Que cubra o seu corpo de sangue inteiro
Poeta:Musa, desse poeta pequeno,
Não precisa mais se entristecer
Que cantarei os teutões ,
O meu rude violino,
A honra de seus filhos ,
Espero que não se enrubesça
Com a minha voz sem tempera
( Alemanha aproxima-se do leito do Reno que estendia como uma estrada aos seus pés, as suas águas pardas subitamente se transformaram em águas claras, parecia um espelho que via a fronte de Skuld , o Reno, como o violino de Strandivarius as suas cordas plangentes )
Reno: Adormecida está a divina dádiva
Carregada de desgosto e desespero
De dor, desamparo e decadência
A profundidade e a suavidade fecunda.Dó
Desperte o fado agudo
O brado sepultado do mendigo
A suavidade despertada das nereidas
E a dureza do deserto. Dó.
Rouco, range é áspera
Como o motor desarticulado e vibrante do carro
Carregado, de lirismo e ritmo. Ré
Musicalidade ,melodia ,sublime
Mistérios e magoas ,tormentas
Melancolias do medo e amor .Mi
Uma lufada de flores frágeis e femininas
Sejam inflamadas de perfumes as estrofes
Um caminho inflorescente e fecundo
Como uma flauta que flutua fresca. Fá
Atinja o limite da loucura
Que vertam lagrimas cristalinas e claras
Pelos soluços do lírio desolado
Dilúvios do vendaval .Lá
Harpas preencha de harmonias inesquecíveis
Emoções ,sentimentos e desespero
Sopros violentos e tempestades
Estrelas prateadas serenos .Si
Lânguidas amarelecidas lendas
Dourados agora despedaçada
E da Ferocidade Plácida
Que explode na imensidão acridoce da vida
Dó ?Dó ?Ré ?Mi ?Fa-La- Si-Dó
Poeta : Busco nestes versos algo perdido,
Algo nunca cantado,
Mas nele há um lirismo ingrato,
Muito velho e gasto,
Busco palavras límpidas e claras,
Mas parecem cada vez mais obscuras,
Romper como imaterial,
Encontrar o inexprimível,
O maldito retratar,
O belo cantar,
Mas é uma sombra frágil,
Um canto pueril
A voz do violino é vibrante,
Busco um verso envolvente,
Violenta como a Dor convulsa,
Suave e leve como as aves,
A volúpia das nuvens ,
Os vapores dos véus velados,
Vibrações velhas da primavera ,
Também as velas ,vibrantes nas trevas ,
E a vastidão das vagas visões ,
E o dilúvio que vomita ,
Os veleiros nos mares bravios,
Quero lançar a voz perversa,
A suavidade das flores,
Que o vento acariciava e soltava,
A lua prateada é o desejo,
Com a sua magia e mistério,
Com seu cheiro da noite,
Com a sua música de lírio
Com o som da paixão e da Morte
Busco, Reno a sua voz que é Murmúrio
Busco, Reno a sua voz que é Suspiro
Busco, Reno a sua voz que é Ronco
É um lamento e uma poesia,
Pura canção da antiga melodia,
Um choro convulsivo,
As vezes devora ,embarcações perverso,
Uma força que pasma violenta,
Assim como Sansão seus cabelos empresta,
Aos seus filhos promete a força bruta,
E a doçura dos poetas,
Noites dos lamentos plangentes,
Suas águas rugindo furiosas como teutões,
Roucas e ásperas como leões ,
Diga-me como eram os bárbaros ?
Como eram os germânicos ?
Para que seu nome possa louvar
Que nestas notas medíocres cantar
(Uma música melancólica preencheu a imensidão de Dor.Era um lamento sem esperança de um poeta menor que ouve uma canção insistente,sem esperanças de aprumar o Canto.Mesmo com os ouvidos vazios, ocos tentar o mais imaginável aproximar o Canto )
Poeta : Hermann vejo seu rosto
Que saem das águas do Reno
Esculpido em Pedra, em Detmold
Forte e vigoroso.Uma Sombra do que era
Meu coração pergunta. Será que seu rosto foi assim?
Não, são apenas restos , uma miragem.
De um tempo que não volta
Só em sonhos ,delírios retorna ...
O sonho de um escultor de talhar na pedra a sua fisionomia,
Assim como eu agora,
O seu rosto que trago
é apenas uma imagem esculpida
em material ruim nas Argilas do Pensamento,
As Águas , o Vento e o Tempo
apagam a sua imagem,
E eu numa tentativa vã ,
Entrego-me a gravá-lo nessas linhas,
Hermann, ou seria Armínius?
Não sei , jamais saberemos,
O seu nome Guerreiro foi sepultado ,
Pelo tumulo do Esquecimento,
Sei que de algum lugar entre estrelas,
E a partitura em que escrevo você está me vendo,
Apesar de seu Nome,
Sua face terem sido Esquecidos ...
O seu destemor ,nunca foi ignorado,
Nem sempre ganhou batalhas ,
Guerreiro, mas jamais foi Derrotado
Pois Bravo jamais se entregou ao Desanimo,
Hermann ,chefe cheruschi,
Vejo seu rosto encoberto pela bruma,
O seu rosto é um pedido ...
Para limpar manchas sobre ,
a mancha do nome de seu povo.
" Ferozes e atrozes Guerreiros"
Cena II Alemanha
Poeta:Desde que eu a encontrei ao pé do Reno,
Alemanha ... o seu grito me atormenta ,
Persegue-me ,pede-me ,não esqueças o seu nome,
Das tribos que escondem
entre as Florestas e Pântanos
Pareço ouvir :
"Entre Tambores ,Clamores ,Rumores , Temores,
Ouço o eco rítmico do seu som
No Batuque ,na batucada .Bah!"
Thusnelda a posso ver desesperada pela perda do amado,
Dos verdugos ,a levando,
Posso ouvir seu grito de Profetiza,
As Correntes e as piores Tempestades a ferindo
Também você ,Vercingoterix,
Ouço seus gemidos surdos pelo tempo que não volta
Entre as torturas de César,
Atormenta-me ,o seu espírito é meu pesadelo,
Vejo o seu grito de ajuda na jaula,
Ouço o suspiro de desalento desse Gâles,
Tão destemido queria libertar o seu povo,
Do domínio de Roma,
O seu sonho de liberdade pagou com a vida,
Ouço a voz de César:
"Pacíficos nem lutaram"
Mas meus olhos veem os gemidos das jovens violadas ,
Pelos soldados romanos me tortura...
Tiradas a força, o que conservava como um tesouro,
Para entregar ao seu marido.
Arrancados de suas terras ,
De livres transformados em escravos ,
Transformados em objetos que fala,
Para servir aos seus senhores,
Parecia todos me chamando
Até Cartago
No sonho me invade

(Uma voz sepulcral se ouve, parece alguém falando no fundo do poço ,num eco, parece uma imagem pouco nítida é um fantasma ,mal dá para ver quem é ,a sua voz , um lamento condoído pois foi destruída por Roma )
Cartago: Vejo meus filhos ilustres entre os Alpes,
O vermelho e o branco se fundem numa união.
A nevoa confunde todos parecem iguais.
Elefantes ,ouço seus passos, pesados...
Na espreita os Romanos.
Gemidos,grunhidos,gritos
Sangue ,angustia!
Fogos,chamas ,carnificina
Aníbal ,um exercito
Apesar de sua derrota ,prospera parecia invencível
Hoje olho-me e não me reconheço,
Que se sabe nem são destroços ,é um rastro
É o que águia romana cortou ...
São 8 dias que mais parecem 80 anos
Delenga est Cartago ,ainda ouço essa ameaça terrível
Vejo-me e não me reconheço ,eu era um Império terrível
Para os Romanos eu era um obstáculo intransponível
Catão sempre terminava dessa forma os seus discursos,
Só sobrou a destruição
e as minhas lagrimas
de ver meus filhos mortos brutalmente,
Polibio pintou as cenas macabras,
A cidade que meus filhos fizeram para me homenagear,
Toda destruída,
A destruição foi horrível,
Roma:Meus filhos bravos e destemidos de uma cidade pequena sumido ao longo do Tibre ,
Começou a buscar novas terras pois estas não davam sustento aos seus filhos.
Desejava a guerra , me alimento deste sangue
Desejava o lucro, o ouro
O Mare Nostrum . O mundo teria que ser meu
Cartago era uma entrave nos meus sonhos...
Eh! Para os meus filhos...
Plebeu:Mas para mim nada sobrou,nem trabalho
,os escravos me tornaram ocioso.
Sem ter o que comer...
Roma: Cale a boca !
Dei-lhe pão e circo
Cartago:
O mar era mil riquezas.
Antes Europa,Noruega ...
Roma: O Mar era Nostrum ...
( debruça sobre as águas )
Nas suas águas que é um espelho
Vejo ?me como eu era antes em outros tempos velhos
Hoje que tormento sou da imagem do vulto,
Do alimento a miragem do espectro,
A imagem do que fui,
A miragem ,quero tocar mas fugidia escapa...
(Com a mão toca a sua imagem antiga)
inclina sobre o leito com a mão toca a imagem
que forma vários círculos e desaparece(.Mas volta a se formar quando tirar os dedos trêmulos pela ansiedade das águas escuras, se interpõe contra a luz)

(Na imagem uma escrava ajeitava os longos cabelos da Patrícia,
Com ricos enfeites .A outra arrumava a longa indumentária,
Carregada de renda e lindos broches.
Uma terceira zelava pela maquilagem bem cuidada com as mãos hábeis)
Roma:Escuros como uma noite sem luar ...
Das noites quentes do Mediterrâneo ,sem luar ...
Meus cabelos,
Tão bem cuidados
Em cachos enrolados
Negros lustrosos
Num penteado elaborado.
Como a noite macia,
São meus olhos,
Com longos cílios...
Minha boca carnuda,
Com o morango suculento,
Meus braços ,ricos braceletes...
Lindos adornos nas orelhas ...
E no longo pescoço,
Minha boca é carnuda como o morango suculento
Na mão levarei a sombrinha
Para o meu passeio
Proteger-me do ardente Sol
Não acho nenhuma ruga
Esse potes de creme egípcios são maravilhosos
Minhas vestimentas eram
Da mais vermelha púrpura ...
Meus lábios como borboletas se abriam
A mil prazeres e deleites se prometiam.
Requintes de jóias raras...
Na fronte uma coroa de louro cingidas,
Eu era senhora do mundo ,
Para enaltecer e levantar o meu nome
Palácios ,Monumentos, Construções,
Estatuas, Aquedutos,
Hoje são apenas lembranças de um tempo que se perdeu,
Ruínas, pedaços são o Coliseu ...
Virgilio para sempre elevou meu nome
O Vesúvio com suas larvas levou Pompéia ,
Os Arcos honrando os nomes de meus filhos ,
Panteões enchendo de louros,
Mare Nostrum,
A minha língua, o latim ,
vejo decaída , uma sombra do Lácio ...
( Ajeitava com a mão o cinto e levantava a saia e começa voar sobre o vasto Império
Transforma espantosamente
em uma jovem senhora patrícia)
Na mão a sombrinha trazia
Que sempre me protegia do sol
Potes e cremes egípcios na face
Já não sou tão jovem
( Olhava para as minas no interior da África).
Que enchiam seus cofres de ouro e prata)
Das minhas mãos sibilava o chicote como serpente,
Rasgava as costas nuas da África
África: Das minhas costas nuas sangravam
Abertas pela sua mão feroz
Corria pelo vale dos meus seios
Lagrimas de sangue
No pranto percebo em lagrimas
Que a última flor do Lácio
Gerarão mais sofrimento e Dor
Roma: Invejava África a dádiva da ventura
Ainda posso me ver jovem
(Subitamente se transforma em Roma jovem)
Que os deuses me presentearam
Nasci para ser servida
Não para servir ,escrava
Precisava de mais
É pouco as jóias que tinha
Varias se estendiam aos meus pés
Incontáveis
São de ouro,prata e bronze
De lápis-lazúli outras jóias
Incrustações de ametista , ônix , rubis
Chicoteia o pobre escrava
Preciso de algodão ,sedas,para os meus vestidos
Linda vejo me no reflexo do espelho ...
Legionário:Trago apenas a sombra fraca de um sorriso,
Quando lembro de minha mãe...
Roma:Morto por estes violentos e belicosos bárbaros,
A sua dor me enche de tristeza,
Mas era necessário...
Se não como alimentaria os meus banquetes, o meu vinho ...
A minha veste como a mais preciosa seda da china ,cor de carmesim
Como os mais ricos broches
Quando voltasse para casa ,erma matar a fome dos prazeres
Esses escravos cada dia andavam mais preguiçosos,
Meu vestido, quando sentia-o tão caidinho
Sabia que precisava sempre de mais seda ,chinesa,
Para as minhas novas indumentárias,
Eu queria a púrpura...
Com as mais finas rendas e brocados
Sentia a necessidade de perder uns quilinhos
Também com a vida sob as águas dos Thermas
E os mais faustosos banquetes
Anda tão difícil
Hoje são apenas lembranças de um tempo morto
Cartago: Em meus braço na Dor vejo meu filho morto pela sua ambição desmedida...( o canto para abruptamente não encontro a fala)
Desesperado tomou a vida não queria ser prisioneiro pois sabia as atrocidades que o aguardava, pobrezinho do meu menino ...
Poeta: São vestígios, fantasmas
Rastros ,pegadas
Indícios ,semblantes
Assombração,aparição.
Fugaz ,fugitivo
(Legionário, vira o rosto para Roma)
Roma:Aquela pobre caveira
Não se viam mais , o globo ocular
Apenas o osso ocular
E na bochecha, se viam os vermes que se divertiam com tanta comida ...
Poeta :Oh! Que horror ...(um murmúrio com um que de espanto mal se ouve)
Legionário: As mãos que tanto homens feri
Estava caída
Mal vejo os meus dedos
Alguns vermes já roeram
O que sobrou de carne
O sol abrasador ,queime em brasa
A Dor que antes havia, terminou
Trago em mim apenas a sombra fraca de um sorriso
Quando lembro de minha mãe
Roma: Morto por estes homens violentos
Estes belicosos bárbaros
Legionário:A Dor que antes havia ,terminou
Trago em mim apenas a sombra fraca de um sorriso
Quando lembro de minha mãe
Como é mesmo seu nome?
Tantos morreram que seus nomes
Foram cobertos pelo véu do esquecimento (sussurra para si)
Mas entende, a guerra era necessária
Senão como eu viveria..
Não teríamos mais o alimento
Nem escravos para nos servir

Vesúvio vil não se comoveu de Pompéia,minha filha(com o canto triste)
Os Arcos que honraram os meus filhos herois permaneceram
Panteões são só lembranças de um tempo grandioso que não deseja voltar
Vejo o tibre era o nosso Mare Nostrum
Hoje são só minhas pegadas que vejo na areia
Sou a assombração que ronda todos os lugares onde meus filhos chegaram
Minha língua que Horacio eternizou vejo decaída
Seu som poético é uma triste lembranças dos dias de outrora
Alemanha: Em seus olhos vejo a centelha de ambição a mesma que a destruiu
Legionário: Eu que me achava um rapaz tão bonito
E agora um verme lhe pergunto o que sobrou?
Apenas restos que você devora com sofreguidão
Parece que os únicos que são felizes na guerra
São os vermes que nunca viu tanta bonança
A harpia já se aproxima...
Estou aos pés da harpia,
Tenho um destino mais triste que os animais possuem um refugio
Porém nós não temos nada mais o ar que enche nossos pulmões de volta
Entre companheiros e inimigos
Para você ,sou apenas um pedaço de carne
Sou apenas uma carcaça
Ninguém nem perceberá a minha ausência
Apenas minha mãe,
Não tenho mais olhos,
Não há aqui companheiros , nem inimigos
O cabelo preto, trago o grudado na face
Sangue seco que ali jorra ...
A língua que tantas bebida sorvi,
Estava dormente ...
As mãos que tantos homens ferí ...
Está caída...
Mal vejo os meus dedos
Alguns vermes já
A Morte nos iguala
E o sol que nos empresta o tom dourado.
Cada um de nós morremos não para melhorar as nossas vidas
Nem de nossos filhos, mulheres
Sem lar, sem casa, vivem andando sem rumo com a sua companhia
Morremos não para nossa vida melhorar
Mas para sustentar a riqueza ofensiva dos poderosos
Chamam-nos de senhores do mundo,
Mas não somos,
Não temo um pedaço de terra para dela tirar o trigo para fazer o pão de saciar a fome de meus filhos.
A guerra pouco bem me trouxe
Prazeres,vis, vinho encontrei
Mas encontrei na minha frente apenas a Morte
Riqueza, não a vi
Só enchi seus cofres, do saque e da desesperança.
Mulheres violei, apenas para encher o seus lábios de riso histérico
Homens matei...
Mas vejo que as suas terras são férteis
O que nós precisamos mais do que nos dá
E cuidamos dela para nossos filhos
Roma:Eram selvagens...
Legionário: Eram homens ,que tinham família
Que só tentavam protegê-la e alimentá-la
E tudo só para aumentar a sua ambição
Nas suas terras tantos escravos
Nas suas minas tanta riqueza
E ainda não se senti feliz
Quis penetrar nas florestas temidas do Norte
Morri por um sonho que não era meu
Roma: Maldito ,traiu na sua angustia pessoal
Um bem maior que é Roma
Maldito seja você
(Para todo o sempre as sombras a envolve,Roma transforma-se de forma assustadora numa criatura horrenda,envolto pelas sombras , o rosto perde toda beleza se transforma num espectro terrível,envolto pelas sombras , o rosto perde toda a beleza , mostrando uma feiúra horrenda.A única coisa que restou da beleza de antes são as jóias e a vestimenta)

Cartago: Veja Roma o que sua ambição desmedida
Mata seus próprios filhos
Roma:Você tem a inveja no coração
Você é apenas a miséria
Que mata seus próprios filhos
Suas vestes são apenas farrapos
Traz os cabelos desgrenhados
O rosto marcado pela pobreza
Que lhe trouxe os meus preciosos filhos
Poeta :Roma construiu o seu poder
dos que mais foram castigados
Com sua ambição
Os escravos e soldados
Cartago:Inveja não.... A alma trago-a ferida
Ainda vejo meus filhos renderem-se
Oh! Asdrúbal,até meu primogênito,
Meu favorito...
Oh! Que é pior se entregar a crueza romana
Se entregar a uma vida que se esvai
As chamas devoraram a sua esposa e seus pequenos...
Ao se jogar de casa
O que é pior a lenta agonia
Ou a feroz chamas que as devoravam
As chamas de sua língua de fogo
Apagaram as sombras da vida ali havia
Criando uma macabra obra de arte
Nua e crua
Meus olhos perderam a luz
E mergulharam nas sombras
As marcas do fogaréu que queiram
Trago as no rosto e nos braços
No coração guardo lembranças dos meus filhos
Mergulhados nas chamas
Muitos nobres mergulham nas chamas
Meus filhos mais humildes foram entregues escravos à Roma
Poeta:Em sua voz um canto de ninar
Com seu filho morto nos braços
Cartago:Não chores pobre criança
Mamãe está aqui para lhe ninar
Roma:Delenga est cartago
Cartago:Destruíram ?me ,
mas renasço das sombras
Como um espectro tremulante que a chama do lampejo
Produz na parede
Sou apenas o que a Morte me deixou
Pálida como a luz da noite sombria
Uma imagem horrenda
No meu peito trago o horror quando o vejo
Não vejo mais minha imagem quando olho-me
Nas águas do Mediterrâneo
No meu rosto trago um sorriso morto
Pois ele não existe mais
Em seu lugar apenas uma imagem de Destruição
Onde as chamas apagaram todas as lembranças da beleza
Roma: Eu a matei ...
Cartago:Você ao me matar
Não se escutou mais o meu nome
Mas em cada construção que cresceu sobre as minhas ruínas
Há o meu sangue que escorre como as lagrimas
Ouça os gritos dos meus filhos
Queimando entre frias labaredas
Ouça o sibilar do chicote
Que tirou o protesto mudo no rosto crispado pela Dor
Entre homens ,elefantes ,Aníbal Mortos
Ouça o pedido mudo da misericórdia
Roma: Não, não ...
Sou apenas a fumaça
Que restou das chamas que apagaram as antigas imagens grandiosas
Restituindo-as por uma beleza grotesca
Coliseu :
(Anfiteatro Flavio )
Hoje sou escombros do que fui
Só uma imagem fugaz dos tempos submersos
Pelos anos que me separa dos grandes Cesares
Mas aqui ainda povoa aparições
Que não me deixam descansar
Ali ouço os grilhões se arrastar
Vejo o rugir do leão
Os lamentos de Cristãos
E as risadas que se divertiam com esse triste espetáculo
Ali vejo as miragens de dois gladiadores
Sinto em mim o cheiro de sangue de tantas vidas perdidas
O grito de desespero de tantos inocentes
O que mais me incomoda são as risadas
Dos que se divertiam com esse triste espetáculo
Poeta:Posso ouvir no silencio que cai com a
Dor
Posso ouvir seus gritos
Posso ouvir seus sussurros
Vejo um pobre leão ferido mortalmente
Vejo em seus olhos a escuridão da magoa
O sangue espesso derrama na arena...
Apesar de tanto tempo posso ver o gladiador morto
A morte divertia estes que se julgavam civilizados
Posso se abaixo seu ultimo suspiro
Posso ver seu ultimo olhar gladiador
Antes que a vida lhe abandone
São espetáculos cobertos de sangue e morbidez.
Dois gladiadores lutam desesperadamente
Por algo que já não lhes pertence a vida
Só um nos restará,
Otavio o dedo implacável
Indica o jovem
Todo ferido e machucado deve morrer,
Tanta mortandade , pedaços e sangue de gente cobre a arena
Retira o corpo joga a areia no solo para o sangue,
Mas o cheiro podre não sai do ar
As marcas do sofrimento torna o ar difícil
Depois quem somos selvagens somos nós
A corrida sangrenta perigosa,
Corridas de cavalos puxados por cavalos,
Muitos caiam e eram prontamente pisoteadas
Vento: Guerreiro bravo destemido
Como eu não teme as adversidades
Trarei para longe de ti o odor nauseabundo
Que exala desse corpo
Não adianta lamuriar amarga Roma
O que o Destino escreveu será
A sua destruição chegará
Roma: Mas toda a civilização surgiu de meu ventre
Germânia: Irradiou toda a civilização
Como posso deixar ser corrompida
Por esses seres vis e cruéis
Poeta: Também musa
Sou um de seus filhos
Certamente não sou o mais ilustre
Mas com meu humilde canto a sua saga,
O seu triste destino
E no meu canto eternizar a sua Dor
São apenas palavras e dor que trago nas notas
Pois da guerra ter o canto do Wagner
A poesia de Goethe
Mas não herdei seus finos dons
Apenas o vicio de Byron
A tristeza de Werther
Nem a obra grandiloquente de Virgilio
A grandiosidade de Camões e Homero
Que sei que o tempo as leva para longe
E eternizar mesmo quando forem folhas
Apenas amarelas,
E meu canto expira,
Meu canto acaba...

Poeta:
Dois lideres Mussolini e Hitler ,
Nas mãos desses tiranos o futuro do mundo
Na união das mãos desses dois homens o mundo , eis o sonho
Por traz do bigode o sorriso da esperança
A quepe na mão demonstra como pela força militar ,
tantas mortes por um sonho louco
Hitler se envolvia nos sonhos dantescos de Mussolini
Trazendo o fascismo para a Alemanha
Tanta dor esses rostos duros trouxe e deixará suas marcas no
Mundo.
E Alemanha chora copiosamente é a sua Dor
Que traz no espírito sereno o pranto
Sim esse é o motivo das lagrimas
Roma: Minhas ruínas vejo espalhadas pelos quatro cantos do mundo
Para onde chegou meu vasto Império
Em Trier na Alemanha, vejo as minhas Thermas
Na cidade de Aspendos, Anfiteatro na Turquia
Vejo até na distante Argélia e em Pula na Croácia
Em cada pedaço é um retrato de meu passado glorioso
Que mesmo com os sonhos de meu bambino Benito Mussolini
Não conseguiu retornar mesmo após as vitórias os tempos a derrota chegou
Afastando as esperanças de voltar os dias de poderio de antes
A única coisa que me resta
São as ruínas e o Cristianismo que nos une apesar das fronteiras artificiais
A sombra de uma mãe plebéia :Com o rosto caído , olho-o
Não tenho mais forças para ergue-lo
Em meus braços, semi-desfalecido
Eu nada posso fazer para salvá-lo
Das suas dores
Eu tão velha e ressequida
Não preciso mais de vida
Você tão jovem e pequeno
Criança: Com meus dedos,
Pequenos fracos
Mal alcançavam suas lagrimas
Não chore , não lhe peço
Antes que meus olhos
que mal se mantem abertos
Se fechem pela ultima vez
Não chore, mãe na Morte
Encontrarei o pão
Não sentirei mais essa dor na barriga
Nem enjôo
Deixa ver os seus olhos
Antes que a centelha
Das fogueiras da vida
Se apague pela ultima vez
Alemanha: Meus filhos são grandes poetas,
Grandes músicos
Enchem ?me de orgulho
Mas humilhados
Destituídos de seu respeito
Como zumbis vi os seguindo um caminho
Carregado de vergonha
Matam uns aos outros
Por ter um sonho diferente ...
Mas são meus filhos
Derrotados,
Muitos por serem irmãos
Carregam a sentença da culpa
Se são só irmãos
Muito tempo essa Dor carregarei em meu coração
Se não para sempre
Como mãe deveria ter sentido pressentido
Para não permitisse que trilhasse esse caminho
Um erro grave que tornará
a trilha da sua existência
Mais penosa e difícil
Poeta: Nesta lira destemperada e enrouquecida
Que não tem a leveza de Goethe
Nem a profundidade de Camões
Só tem esperança de despejar na partitura
A minha alma ferida
Por ver tanta Dor
E eu um poeta menor
Que não tem o talento dos poetas
Entretanto tem a mesma Dor
Que carregou nos corações
Ao escrever cada verso
Mas nem a sombra de seu talento
Alemanha: Vejo mesmo depois de tantos anos
O peso do crime,e nos ombros dos inocentes
Mesmo depois de tantos anos
O peso do crime nos ombros de inocentes
Que nem participaram do crime
Nos seus olhos e em seu rosto
Vejo o mesmo sofrimento que trago no corpo as marcas
Sei que nem todos os meus filhos participaram do crime
Mas nós todos nós levamos a culpa
Alena: A sua tristeza é sua e de todo o meu povo
Nos seus olhos são gotas cristalinas que escorrem
Compadeço de sua Dor
Comovo pois sinto que é a Dor
a sua Dor é a minha
E a de todo meu povo
Na musica desse triste canto
Ouço a canção amarga da guerra
Fizeram em nome da tribo minha tribo
A guerra mais atroz em nosso nome
A sua Dor me renasce a chama dos tempos
Que aqui passei...
Mesmo fugazmente...
Poeta :
O medo da miséria despertou a angustia
A miséria fez despertar o anseio a guerra
A miséria não tem poesia
A miséria é uma poesia morta
Como entoar cantos para a miséria
Como louvar a Dor
Só tem tristeza, desespero, desanimo.
Nossa alma chorando no piano
Não chore deusa alemã
Não chore deusa Atena
Não chore deusa Alena
-É inevitável
As Lagrimas sob luares sofrimento
Não há magia em comer o prato de sopa ralo
Nem filas de desempregados,desgraça atingindo a todos
Nas praças o povo ,
Com as palmas próximas prostradas
Em cada traço dor, tristeza
Em cada rusga, uma mágoa, um nesga, uma lagrima
Rompido,perdido o coração , a ilusão
Batatas, sopas em latas de conserva...
Não há música,só magoas
Em cada traço, dor,tristeza
Rompido perdido o coração, a ilusão.
Batatas,sopas em latas de conserva
Não há música,só magoas
Só arrependimento,rancor ,revolta
Em roubar mãos desesperados,mortas ,o humor
Pois só sobra à desesperança
A esperança, a temperança, foi esquecida
Pois o roncar do estomago não faz esquecer a fome
Não há canção ,nem razão para cantar,sonhar
Como o filho que se perdeu , o marido que não voltou
A lira ficou esquecida,desalinhada
Enrouquecida,destemperada
O canto,não sei da garganta umedecida,pelas lagrimas
Quando vê pequenas mãos macias
Furtar a horta do morador ao lado, vergonha...
A fome,fraqueza ,febre
Tuberculose, tifo, cólera ,gripe mataram
Não há musica na morte
Silencio, lábios
Acampamentos de desempregados
Barraco na rua,cão e família
Essa é a Canção dos Miseráveis
Eu queria que como se fosse o sopro do vento
Que toca o meu rosto
Que brinca com os cachinhos
Do cabelo da menina
Eu pudesse voltar no tempo
E me perdi no espaço
Como se o tempo pudesse voltar
Como as ondas do mar que batem entre os meus pés
Mas se nem elas são estáticas
Heráclito porque foi tirar minha ilusão
Mas nada permanece igual
Mas nada permanece igual
Não se pode notar naquele instante
Apenas um momento , não peço nada mais
Para que meu sussurro de péssima lírica
Apenas umas poucas palavras
Aquele homem de terno surrado que passa
Ou o outro com jornal da mão
Aquele pobre mendigo que pede...
A mulher que alimenta com o seio o filho faminto....
Sussurraria apenas algumas poucas palavras,mais profundos ,
Que se lembrassem delas...
As casas ao fundo ,tão próximas dos meus dedos
Na foto preto e branca ,tão distantes no tempo ...
As palavras será que alcançaria aquele coração ferido,
Faminto ,desejoso da vingança?
Eu gostaria que sim, que essas palavras mudassem
um futuro cruel
Que faria o rosto do homem de terno, do jornal ,do mendigo,da mulher até o bebe se baixassem de vergonha
Poeta : Vejo um soldado desconhecido
Como milhões de alemães
Hermann,
Dedico esses versos de espírito ferido
A esse soldado desconhecido
Seu nome podia ser Johannes ou outro Engano
Não importa,terão o mesmo Destino
Ao inexpressivo Cinzento de sua expressão
Cansada e oprimida que
.Nunca foi cantada e louvada
Talvez fosse esquecida a Dureza de sua face entre a multidão
A voz velada,leve ,quase um gemido.
Seria um apelo?Não o silencio de um lamento
Sua voz hoje me é um tormento
Suas roupas são trapos
Seus alimentos, migalhas
Seus sonhos são farrapos
O seu lar,é apenas palhas
Vejo sentado na sarjeta, um homem
Aproximando-me mais me detenho, é você soldado
De uniforme roto cobre o seu corpo enfraquecido
A perna uma a guerra levou
Espera a esmola
Aqui conta a sua historia
A essa expressão, cansada e oprimida
De fronte baixa, de cenho franzido
A essa voz velada, leve
Nunca deve ser esquecida, sempre enaltecida
Suas roupas, são trapos, farrapos
Pela vida despedaçados
A bota mal cobre o pé
Esses olhos tristonhos ,úmidos ,tantos tormentos
Tempestuosos, será que os vi onde?
Esses espelhos atormentados, rasgados
A perna cansada, com dificuldade caminha até onde?
Com dificuldade busca novas estradas
Só encontra mágoas
A Esperança e a Temperança são suas amigas
Será que vão até aonde?
Há tantas vidas esquecidas,
Apenas fantasmas

Que a sua fala é apenas um eco que ecoa
Um sopro nas folhas
Um sopro de asas pássaro
Você é asas de Pégaso


Ó Soldado desconhecido
Que caminha entre brumas, perdido,
A guerra é implacável
Com a crueldade das Fúrias,a vil
Como suas asas de fogo voa
Feliz partiu o jovem soldado
Assim como parte as borboletas
Como se fossem encontrar
Novas flores,novas pétalas ,novos perfumes ,coitadas
Vejo ainda seus ombros erguidos, destemidos
O novo uniforme envergando
Novos caminhos buscando
Não pode mas é o mesmo rosto que vi ontem
O largo sorriso confiante partia no trem
Onde foi parar?
Naqueles olhos brilhantes como a Luz das estrelas
Nele espelhada como o orvalho e bolhas
Vejo a Grandeza da juventude
Será onde vou encontrar?
Os seus dedos despedem, um adeus
Não parece uma despedida
Parece já aproxima da chegada
Não podia ser, o ultimo vulto .Meu Deus!
Onde caminharei para essa alegria buscar?
Hoje são cinzas
Da desesperança tristezas
Como Encaro com suas asas de sonhos
Podia não ser um Cavaleiro Teutônico
Mas o seu brasão era a Honra
O seu ideal a Pátria
Lutar mas em breve seria ceder
O improvável vencer
O seu rosto erguido
Era um Herói
Vi,Cavaleiro ,suas asas de cera derreter
Não era um Cavaleiro era um soldado



Mas as garras afiada e impiedosa da guerra
Do rosto, escultora fez o busto
Tiraram do rosto os traços juvenis
Hoje só uma foto preta e branca
Conserva os traços de outrora
Endureceu o rosto, com o cinzel
Como feita de pedra bruta a face
A mão, o martelo e o cinzel,
Nos traços revela uma beleza que renasce
Em cada magoa ,moldou uma rusga
Da pedra tem a cor cinza
E espectro da desesperança
Os seus cabelos eram louros,
Vivo, não pálido
Das lamparinas tinha a Luz
Pois hoje são apenas reflexos
O Cinza, a Vida, A Luz apagada
Cada nesga , uma magoa
O seu rosto tinha luzes
Agora estava mergulhado em sombras
Contorcido pelas Fúrias
Vi com a mão que antes segurava
A mão da moça
No compasso da valsa
Agora tiravam vidas
A Honra a perdeu enquanto destroçava cidades
Fumaças viravam os mantimentos
Como um pintor escolhia as cores,
As melhores para seu realismo pintar as telas piores
A cor vermelha, do sangue
A miséria da Humanidade, marrom
A queda dos corpos, a palidez doentia.
Naqueles corpos tombados
As construções apenas paredes ocas,
Buracos um manto de tiros
Cinza chumbados


No campo de batalha
Seus amigos estavam mortos
Os sonhos desfeitos
Caminharam para o Walhala?
Tantos mortos, na multidão de sangue
Todos eram pardos
Nos seus sonhos, os assombram
Estrondos ,tiros
Surdo não ficou a Dor
Nem ficou mudo ao Sofrimento
Seus olhos feridos ,cegos ...





A Morte é o melhor telescópio para ver como todos são iguais
A guerra, a doença não perdoa ninguém. Atinge a todos
Sejam ricos e pobres. Bandidos e nobres. Bons e injustos. Crianças e velhos
Tudo a guerra leva, nada perdoa com a sua língua de fogo ,
Tudo devora e molda com a destruição
Rança de seus lares as almas , os risos , alegria e a vida
Nada sobra ,nada resta
Nem o perdão
Mas as garras afiadas e monstruosas da Guerra
Como do rosto, escultora vil, fez o busto
Os traços juvenis, arrancou do rosto
Hoje só uma foto preta e branca
Conserva os traços de outrora
Endurecesse como feita de pedra a face
A pedra é bruta, mão foi polida.
Das mãos humanas se conheceu a ternura foi apagado pelo barulho ensurdecedor das bombas
Em cada magoa moldou uma ruga
Quanto mais profunda maior a rusga
A sua pele perdeu o viço e frescor tem a cor macilenta
È o espectro da desesperança
Os seus cabelos eram loiros tinha a cor de lamparina
Lembro-me vivos não pálidos, a alamparina apagou .
Tiros,ecoavam na escuridão
Era um pesadelo dantesco
Fuligem e sangue, no seu rosto se confundem
O céu azul como se água clara
Tornou-se turva
Um rastro de sangue
Uma tira de corpos
Seus amigos mortos
Sedento, de esperança.
Em cada palavra na sua carta reuniu
A sua casa, a sua família.
Parecia tão querida
O seu lar nunca lhe apareceu tão aconchegante
Em seus braços queria retornar
Nas praças o sorriso alegre tilintar
Como pássaro que cantam
Reuniam as moçadas na praça
Doce paraíso, que com o coração carregado pela saudade aumentava.
Quando volta a primeira coisa
Que lembra uma velha promessa
A Igreja visitar
Eram sós escombros
Não existia mais
As lagrimas se ainda existem
Naqueles olhos umedecidos
Por ter vindo,perdidos
Tudo acabado
Pelo seu rosto, teriam escorrido
Mas seu coração angustiado
Encheu de expectativa
Para a casa iria
A esposa abraçaria
Com os filhos que viria
Como as flores renasceria
Renasceria como a manhã primaveril

A sua esposa sem receber,noticias suas
Julgava o morto
Suas cartas marcadas com as lagrimas
E cada palavra uma magoa
Fechado os parágrafos com o ponto da esperança
Perderam-se
Uniu-se com outros por algumas moedas


Seus filhos voltou encantado
Seu filho tão pequeno ainda uma criança
Mal tinha treze anos
O outro o deixara no berço
Seus dedos enroscava em suas mãos
Dos pais inimigos
Vieram homens que invadiram as nossas terras
Invasores o mataram
Nem um grito de apelo
Nem um gesto de fúria

Não corria,suas pernas pesavam como chumbo
Voltaria para a casa de suas mães
Humildes a recolheria
A sua mãe viria
O cheiro gostoso do forno no seu colo
Mas onde ela estava
Eram pedaços de um pesadelo
No lugar se erguia uma indústria de armas abandonada

Tanta miséria,onde foi para a misericórdia
Rastros de sangue ,tristeza
Uma trilha de sangue
Todos haviam morrido
Nestas noites longas
Que nunca terminam
Escuridão, estrondos terror
A comida só no mercado negro
Uma fila imensa para uma sopa rala de batata
Seguiu-se para a praça descansar
Na sombra se sentar
Ali lembrava com o coração esquecido
Crianças brincavam em roda
Ali namorou a sua esposa
A praça estava silenciosa
A relva pisoteada
As flores arrancadas
Os sonhos desfeitos
Naquela tarde estival
O sorriso alegre desmanchado
O sorriso arrancado
Com a bota do soldado

Os sonhos tinham sido desfeitos
A Cantiga cantada em roda
Não mais se ouvia
Só uma musica triste morta
Buscaria uma nova vida
Procuraria ,um emprego
Uma fila de desempregados ,interminável
Que queria esquecer...

-Não desanime, soldado desconhecido
Em cada rosto, ali na praça
Também há uma magoa
Um tormento, uma angustia
Você não esta sozinho
Veja aquele senhor ali sentado
Seu rosto tanto sofrimento
Também carrega uma dor
Uma saudade
Você não está sozinho


Poeta: O vento sopra traz no ar triste
uma musica que me comove
É a musica de August Heinrich
Nota :Após a 2º guerra estava sem hino, apenas em 1952 com Theodor Heuss, era presidente e o primeiro-ministro,Konrad Adenauer


Coro:

Das Lied der Deutsschen

I
Deutschland , Deutschland über alles,
Uber alls in de Welt,
Wenn is stets zu Schutz und Trutze
Brüderlich zusammenhält
Von der Maar bis na die Mernel
Von der Etsch bis na den Belte

II
Deutsche Frauen ,deutsche Treue
Deutscher Wein und deutscher sang
Sollen in der Welt behalten
Ihren alten schönen Klang
Uns zu edler Tat bergeistern
Unser ganzes Leben lang
Deutsche Frauen ,deutsche Treue
Deutscher Wein und deutscher sang

III

Eingkeit und Recht und Treiheit
Für das deutsche Vaterland!
Danach laβt uns alle streben
Brüderlich mit Herz und Hand!
Einigkeit und Reicht und Freicheit
Sind des Glückes Unterpfand
Blüch! Im Glanze dieses Glückes ,
Blüche ,deutsche Vaterland

Canção dos Alemães

I

Alemanha, Alemanha acima de tudo
Acima de todas as coisas do mundo
Quando sempre , na defesa e proteção
Se mostra unida como irmão
Do Maarl ao Mermel,
Do Etsch ao Pequeno Belt,


II

Alemanha, Alemanha acima de tudo
Acima de todas as coisas do mundo
Mulheres alemãs , alemã de fidelidade
Ouvindo e os cânticos da Alemanha
Deverão continua a ser no mundo
Estimamos pela sua beleza e som,
Inspirados nos um animo nobre
Todos os dias de nossa vida,
Mulheres alemãs ,alemã fidelidade
Vinho e cânticos da Alemanha
(Roma em prantos , jogada ao chão)

Alemanha: Meus filhos são grandes poetas,
Grandes músicos
Enchem ?me de orgulho
Mas humilhados
Destituídos de seu respeito
Como zumbis vi os seguindo um caminho
Carregado de vergonha
Matam uns aos outros
Por ter um sonho diferente ...
Mas são meus filhos
Derrotados,
Muitos por serem irmãos
Carregam a sentença da culpa
Se são só irmãos
Muito tempo essa Dor carregarei em meu coração
Se não para sempre
Como mãe deveria ter sentido pressentido
Para não permitisse que trilhasse esse caminho
Um erro grave que tornará
a trilha da sua existência
Mais penosa e difícil
Poeta:Os bárbaros estão chegando
parece mais uma sentença
Com seus carroções furiosos
Atravessam os Alpes
Seus cabelos vermelhos
Roma tão poderosa agora uma presa frágil
Piedade? Senão teve piedade de nós
Parece dizer as carroças que ferem
Que aproxima e despedaça
Cada pedra
Era esperança e o desejo
Que fazia essas carroças correrem
Velozes ferindo o vento
Que esvoaçava as longas tranças vermelhas

Roma: Escuros são meus cabelos com a noite sem luar
Meus olhos prateados pelo mar
Das estrelas quentes
Meus olhos sãos os rastros de seu reflexo
Minha vestimenta púrpura poeta que vê
É só um espectro
Meus lábios com as asas da borboleta se abrem
Amiga e amante de Dionisio
Se entrega ao vinho ,banquete e ao balneário
Hoje as minhas ricas jóias de prata e ouro
Tem um brilho fugaz não tenho mais ornamentos de lapiz ?lazuli
As minhas glorias e conquistas são cinzas
Que meu filho Mussolini tenta retornar
E trazer de novo para mim na fronte uma coroa de louros cerzidos
Eu outrora era a senhora do mundo
O meu nome para sempre enaltecidos e levantado
Pelos meus filhos ,
Eneida de Virgilio sempre me honra quando ouço seus versos
Dos Alpes vejo os elevados cumes
Sempre brancos
Nas ravina se movia
Os ventos e alavancas costumavam
Pelas geladas encostas
Desfalecida, pela surpresa quando desperto
Que me vejo sem meus ricos, braceletes
Minhas fascinantes jóias
Fragilizada ,saqueada pelos meus inimigos
Aqueles brutos,bárbaros
Vejo fileiras de homens com suas carroças ,tochas
Meus cabelos estão despontados ,secos ,quebradiços
Desbotados sem brilho
Eu humilhada ,toda despedaçada
Rompida as roupas trago
Soluços sacodem o meu peito
Nas suas águas ,vejo que sou um vestígio
Minha elegância são apenas um indicio
Inclina-me sobre o leito
Com a mão toco este rastro
Formam vários círculos e desvanece
E o meu rosto se entristece
Os dedos trêmulos pela ânsia
Desfaz a imagem fugidia
Desfalecida, quando desperto
Que me vejo sem meus ricos, braceletes
Minhas fascinantes jóias
Fragilizada ,saqueada pelos meus inimigos
Aqueles brutos,bárbaros
Vejo fileiras de homens com suas carroças ,tochas
Meus cabelos estão despontados ,secos ,quebradiços
Desbotados sem brilho
Eu humilhada ,toda despedaçada
Rompida as roupas trago
Soluços sacodem o meu peito
Nas suas águas ,vejo que sou um vestígio
Minha elegância são apenas um indicio
Inclina-me sobre o leito
Com a mão toco este rastro
Formam vários círculos e desvanece
E o meu rosto se entristece
Os dedos trêmulos pela ânsia
Desfaz a imagem fugidia
Poeta: os cabelos no rosto se interpõe contra luz
Eram só sombras
Seu rosto contorcido pela Dor de ter visto as glorias perdidas
E desaparece no meio de franjas e rendas de sua valiosa indumentária )
Poeta: os cabelos no rosto se interpõe contra luz
Eram só sombras
Seu rosto contorcido pela dor de ter visto as glorias perdidas
Poeta: Nesta lira destempera e enrouquecida
Que não tem a leveza de Goethe
Nem a profundidade de Camões
Só tem esperança de despejar na partitura
A minha alma ferida
Por ver tanta Dor
E eu um poeta menor
Que não tem o talento dos poetas
Entretanto tem a mesma Dor
Que carregou nos corações
Ao escrever cada verso
Mas nem a sombra de seu talento
Eu preso num convite para fechar os olhos
E ouvir o sussurro do Reno
Cavalo branco é deus ... revela mistérios
Pasta ali na verde campina onde via tantas vezes uma jovem bela caminhar
Portador de mistérios segredos ...
Alemanha : Não se afaste Poeta
Não entregue essa alma posta
Não toque outros acordes
A Dor ... Acorde...
(A última tentativa do Poeta, de se afastar das Partituras que saíam como prontas da Voz da Verdandi , vê frustado, , começam juntos a irem numa viagem jamais testemunhada ,com o tapete mágico voam. )
Poetas :As suas mãos da musa ,
entre as suas não são macias ,
mas tem marcas terríveis da corda ,
sente a áspera como se a tivesse entregado a um trabalho
Muito árduo como a reconstrução das lares de seus filhos
Pareço musa vê-la entre os operários
Carregando argamassa e tijolo
E das mãos ,dos destroços saindo as
Casas , as Igrejas e as novas Fabricas
Piano: Em cada toque é a batida do seu coração
É a Dor da sua perda
É o amor que renascia em cada nota
Em cada onda a musica atinge a sua alma do
Ouvinte
Você também tivesse perdido o seu Amor
Compadecesse a sua Dor
Como a Dor de seu Amor
Fosse a nossa angustia
O nosso tormento , as tempestades
Como se o piano despertasse aquela dor antiga
Que nós já julgávamos
Só as cicatrizes havia da 2 guerra mundial
Alemanha: Tu, poeta veja as minhas mãos
Foram amarradas ,ainda trago-lhe as marcas
Nas lembranças vivas as magoas
Vejo o meu pais,todo em ruínas
As minhas casas são pedaços
Dos maus passos dos meus filhos
Os transportes paralisados
Faltam-lhes alimentos,roupas
São prisioneiros desprezados
Desabrigados em conseqüência dos bombardeios
De sua terra expulsa
Querem terminar com os meus dias, a Rússia e a França
O meu resgate 20 bilhões que nem todas as zonas juntas poderiam
Cerca de 80 % das industrias
Deixar-me despida das armas
Viver da agricultura
Plano Morgentha, setembro de 1944.
A ambição dos meus inimigos mantem meus filhos separados
Queria que eu desaparecesse do mapa
A França remodelou os meus estados
O piano:
O piano é uma lagrima
Cristalina, tranqüila
Como gotas derramadas
Com almas despedaçadas
Como desse rio serenos gotículas
Como dessas tormentas
Magoas, maculas....


Primeiro Ato:

Cena :Monologo de Alena que num lapso segundo vê o futuro
Alena :Mas sinto atordoada e melancólica
(Ainda menina descalça , com vestimenta branca )
Poeta :Longas melenas ruivas contra
o cenário de profundo misticismo e abandono
se estendia até um ponto no infinito
Contrariando a sensação de transtorno reinava a sensação de tranquílidade e serenidade
Alena :Presa minha alma no futuro vaga entre os antigos altares de pedras agora coberta de juncos
Naveguei estranha ,
Entre terras estranhas,
Meu espírito tristonho,
A escultura arrancada ao norte resta o silencio,
Entre fontes e arvores de cumes frondosos e a praia de 1000 léguas dos meus pés
Estou presa num lugar encantado
Entre meus pés onde deveria ter duendes que da Escuridão ao sentir a luz obliqua do dia
Se transforma em pedras
Era uma paisagem bucólica,
Mas o meu coração atormentado.
Desfigurado o meu rosto
Dava um ar de angustia
Entre as colinas de relva espessa
Chamam-nos esses malditos romanos
De selvagens , grosseiros
Os seus textos tornam nos germânicos, arianos
Como se fossemos teutões
Se somos uma tribo sem Rosto,
Pintam nos iguais se éramos diferentes
Apenas a crença em Thor nos unia
Nossos altares deuses vejo serão profanados
Serão das pedras pedaços
Nossos antigos altares ....
Serão o culto a todos os nossos deuses abandonados
Ali onde estava o altar só resta o vazio
Onde havia os nossos cantos fortes inflamados
Sobrara somente o silencio
Nossos bravos guerreiros
Serão taxados como ferozes assassinos
Da riqueza de Roma larápios
A dor das mulheres arianas ,só um canto adormecido
Que vejo a figura de um pálido poeta despertando o seu canto áspero
Nós somos uma triste tribo sem rosto,
Nossa língua o tempo apagou ,
Por não ter deixado dela nenhum testemunho
Nosso nome se arrastou rumo ao esquecimento
Reno que conheceu os nossos passos
Só o murmúrio é sua resposta de nossa origem
Não reconheço nossa tribo sem rosto
Foi toda distorcida e não me reencontro
Vejo homens estranhos vestidos de pardo
Julgam nossos descendentes
Mas de nós é só uma sombra fugaz
Nas suas mãos se constrói a guerra mais terrível que a humanidade já construiu
São superiores por ser nossos descendentes ?!
Se Roma nos julga inferiores e selvagens ,
minha cabeça dói ...


Cena : Alena , a profetisa
( As casas eram construídas em madeira recoberta com uma fina camada de terra, o telhado era de palha)
Irmão : Alena desperte desse delírio
Encontrei, a adormecida
E a trouxe para nossa casa
Pois não estava ferida
Pai : Minha filha muito me desgosta
Não percebe sua louca que as feras poderiam te-la despedaçado
Que tem minha filha ? Ainda traz o rosto pálido
Alena : Tive um sonho horrível
Não um pesadelo terrível
Meu pai não grite estou tão cansada
Trago o rosto úmido de suor
O peito carregado de angustia
Deixa eu repousar
Do sono voltei tão cansada
Do pesadelo que esgota

Pai : Alena vejo as plaquetas do rosto da minha filha
Sempre com as cores mais vivas das rosas
Apagada com o branco do lírio
Meu coração se compadece
Que Freia lhe proteja
Ao invés de se entregar a sonhos
Você vive num mundo de fantasias
Entregue-se ao trabalho de agulha

Cena :Monologo do poeta, infeliz , que vê os sonhos da empreitada de cantar os bárbaros, dificultado pois suas paginas foram arrancadas dos livros de Historia e o que se encontra foi distorcido
Poeta: Entre os Pântanos úmidos ,
Florestas pesadas de abetos ,
Clima rigoroso e implacável,
Solo pobre e infértil,
Escreveu os seus nomes ,
O historiador aos estudar os sarmatas,
Mas acabou os confundindo com os citas
Do Reno, ao Vístula
Aos Montes Cárpatos ao Mar Báltico,
Ao Mar Germânico
Do Danuvius aos Monte Cetus
São dos povos os mais diversos
Que de comum o andar errante
Em busca de novos sonhos
Sempre guerreando,comendo ,bebendo
Sempre da alegria embriagados
Tácito ,caro historiador
Devemos o pouco que conhecemos a você
Poeta :
Que das suas palavras em latim o eternizou
Em sua obra a Germânia,
César em sua Gália
Mas sem amor a esses guerreiros
Os separou em grupos artificiais
Procuro achar essa tribo sem Rosto
Nessa confusão de nomes
Aquela tribo,César você a esqueceu
Seu nome acabou na sua escrita cheia de maneirismos
Com os galeses
São diversos povos
Da Escandinávia ,do Euxurio ao Danuvius
Se denominam Dacios
Extensa Floresta da Hercunia,
São seus ossos entre a Floresta Negra,Hartwald,
Os bosques das Turíngia,
Alces ,bisões ,os ursos era o alvo mais desejado
Da flecha que adentrava caçadora
Com vinhas saborosas na planície
E outras arvores frutíferas dos pés colhiam frescas seus sabores
Virou uma tribo sem rosto ,
Uma tribo sem nome,
Seu nome acabou perdido ...
Entre as trevas da morada escura ,
Entre as sombras do Esquecimento,
Vivia nas margens das águas ,
Devia chamá-la de vândalos ?
Mas que nome se chamavam
Que nome Danúbio ...
Só as suas águas e do Reno sabem
Mas suas respostas é só um murmúrio
Pinheiro:O mais triste Poeta entristecido
Solitário Poeta é ter seu nome apagado
Coro:Não é ter seu nome deturpado
Pois o que é um nome?
Pinheiro: O nome é algo escrito nas praias
As águas espumosas apagam as marcas na areia
Pintam os Romanos
Pintam os Modernos
As cores mais escuras
Mais pesadas e carregadas
Ferozes ,selvagens as semeia
Não tem cultura
Só pensam em guerra
Mas quem rouba terra ?É Roma
Subjuga os vizinhos ?É Roma
Bate impiedosamente nos vizinhos? É Roma
Quem corta o grito surdo da garganta pela liberdade? É Roma:
Quem deixar o corpo vivo esperando a podridão na cruz ? É Roma:
Os crucifixos deixaram só a tristeza ? É Roma
Quem só pensava em despojos ? É Roma
Assentou sobre o flanco do cavalo o mundo ? É Roma
Ferozes?Quem extinguiu com tortura a vida? É Roma
Quem deflorou jovens ,matou mães ?É Roma
Vândalos são larápios .Mas quem sobrecarrega de tributos pesados ?É Roma
Cotovia: Quem? Quem?
É Roma ... É Roma
Poeta :Alguns anos antes de Jesus Cristo
Qual seria esse ano?Se perdeu no esquecimento
Nas margens do rio Reno
Esse ano as suas águas a apagaram
Se perderam na escuridão de suas águas

Cena: Cena canta a beleza de Alena
Poeta : Nessa terra carregada de magia ,
Vejo Freia despida na fonte,
A água delicada descia moldando as curvas,
As suaves curvas de violão ,
Suaves melenas a ondeiam,
"Eram chamas , chamejantes
Fogaréu ,fumegante
Seus cabelos que ondeiam
Cachos que rebelam"
Olhos claros cílios longos
Profundos vejo o seu espírito
A alma meiga
O mar é forte
Era mais bela e querida das deusas,
Com suas mechas longas ruivas
Nasceu em Vanehein,
Deusa dos Vanes
Também Vanebrida
Todos deuses caíram por ela apaixonados,
Por suas tristezas e elegância ,
Concederam-lhe o reino de Folkvang,
E o grande Palácio de Sessymmir,
Onde a Deusa poderia acomodar,
Todos os seus admiradores
E os espíritos guerreiros no batalha,
Filha de Njord ,deus do mar,
Gigante Skadr,
Senhora dos invernos,
E caçadora das montanhas,
Fréia e Frigga são duas faces da mesma deusa,
Freya é o aspecto da donzela,
Frigga o aspecto materno,
A jovem se veste
Caminha saltitante e rodopiando em torno de si mesma
A jovem: Paro e contemplo a fonte
Caminho e olho o fulgurante sol
Sonhei em caminhar no meio de raios de luz
No fim do túnel escuro entre vários guerreiros
Encontrar o meu Amor
Com eles valsar ,como as flores que descem em meio dos meus cabelos ...
Formaremos um anel de luz, luminosos
Sob a magia da lua e das estrelas ... entregar ao seu beijo de fogo
Suas mãos me ensina a magia das danças
Em seus braços me envolver
Ao seu lado caminharmos rumo as estrelas
Ousei sonhar
Seria um belo príncipe com seu robusto cavalo
Com seu peito me proteger contra as tempestades
Ao seu lado lutarmos por um mundo bom para os nossos filhos
Ser uma grande guerreira, a mais brava entre essas densas florestas
Mas meu pai é um brutos
Maltrata a minha mãe ,não apenas com socos e pontapés
Mas com a sua voz rude ...
O seu ar prepotente,tão masculino.
Vi em outros homens ,em outras bocas
Obriga a esconder a sua beleza através de véus,amor,ciúme.
Sei ...
É posse o homem do momento que a prende com a aliança, jamais a liberta
Controla nossos passos ,nós somos apenas a sua sombra
Vi atravez da mascara bajuladora de meus pretendes,
o olhar quente , as mãos pegajosas e suadas me tocando
Minha mãe , diz que todas as mulheres tem que suportar o que acontece , mas eu não!
Eu cortarei a cabeça deles no meio antes com a ponta da minha espada.
Diz minha irmã que precisamos da corrente de seus carinhos
Feitos com descaso ...
Precisa ser dourados ...
E não somos capazes de viver sozinha?
Também como poderíamos ser quando
Fecham todas as portas?
Quero ser o vento;
Quero ser o tempo;
Quero voar no vôo do pássaro ;
Quero abraçar o horizonte;
Quero alcançar o raio de Luz ;
Quero mergulhar nas profundezas do sol;
Quero me deleitar em cada doce perfume , desse jardim
Quero beber perfumes ;
Quero alcançar as nuvens ;
Quero ser grande para alcançar a altura das estrelas ...
Quero abraçar o Horizonte;
Quero tocar o infinito ;
Quero ser as águas dos Mares que se buscam;
Quero ser as águas dos que se reencontram;
Quero ser as águas que se desmancham;
Poeta:A fala sai empolgada que suas pernas ganham vida
Dança como uma gazela saltitante,
Os olhos vivazes ,
Serenos e tumultuados
Como se cada estrofe se realizasse ,
Para inclina e cabecinha e murmura
Salgueiro : Algo tão baixo que para ouvir tive que me inclinar todo curioso
Alena:Mas não posso ;
Sou tão ínfima;
Sou pequena ,como uma s simples semente de terra ,que o vento a leva, para longe.
Serei como um arbusto,
Que sem o sol ,
A água fresca ,
Serei impedido de crescer ,
Sem deixar crescer as folhas estas não surgirão ,
Serão apenas promessas vazias
Os frutos apodrecerão sem conhecer a vida
Poeta :Senta entristecida e muda enxuga-se,
Mistura-se com harmonias cores fortes e vivazes ,
Tão alegres esperava que emprestasse
um pouco da vida de suas cores para si
É só silencio ,só a natureza faz um som suave que dá um toque mágico e etéreo (murmúrio)
Entre as campinas verdes
Pétalas de flores a cobrem
Doces perfumes
Como a deusa entre as águas do riacho
Alvo de seu rosto formoso
A jovem : Quem é ?
Poeta : Estremeço jovem donzela não por medo ou fúria
Mas por sua beleza e de curiosidade
Eu não sou nada
Sou só um singelo poeta
Que canta com a voz rude musicas que nascem de uma alma ressequida
Eu sou poeta e por isso fui convidado a conviver entre as sombras pelas musas
As luzes só dificilmente surgem entre as nuvens cinzentas que aparentam a minha alma
Pela minha natureza emotiva que cada vez mais me atormenta
Tenho dores horríveis na cabeça
Dizem que não tenho.Mas e se estiverem enganados e eu ter?
Jamais consegui me prender na vida
Parece que as leis me orientam
A poesia me deu uma alma sensível
Mas nada adianta ao ver minha Alemanha mergulhada entre sombras
Não são as mesmas que orientam os outros
E que é a senhorita ?
Alena : Meu nome é Alena
Engana-se não sou a mais bela
Mas a mais infeliz das mulheres
( a jovem desaparece como por encanto)
Cena O casamento para Alena
(A casa era da nobreza ,mais rica do que as dos camponeses da aldeia.Feita de barro,alicerçada em madeira.Que formavam desenhos ,delicados e sinuosos. De perto ouvia o balir das vacas e os rosnar dos porcos.
A mãe bordava delicadamente ,sentada na mobília de madeira bem talhada, Thor com sua parelha de cabras, a sua maça que jogava longe e voltava . Fazendo as cabras trotarem , ecoava seus cascos, os trovoes ameaçador . O sorriso do deus parecia de um menino travesso.
Mãe : Bordo
Para Thor proteger meus filhos
Deveria aprender menina
Para presentear seu futuro esposo
Filho: Esposo ...Desgosto(suspira)
Não pretendo ter esse desgosto
Passar os meus dias na escravidão do casamento
Não pretendo tomar os meus dias tristonhos
As minhas noites sombrias, é medonho
Mãe : Você deixa o meu coração entristecido
E muito preocupado
Será como uma arvore de casca seca
Sem ter conhecido o amor de um homem
Seca e murcha , sem a alegria dos amores
Não terão flores seus dias será sempre inverno
Serão longos esses dias de estiagem
Os seus braços ressequidos
Não colocarão frutos
Estará sozinha
E invejosa olhará suas amigas
Que conheceu o casamento
Sozinha sem raízes
Não terá um marido que será seu forte tronco
Proteja-a do vento e do machado tosco
Sozinha venerará
Seus dias chorará
Da amargura do arrependimento encherá seu coração
Filha : Engana-se minha mãe
Não tenho motivos para invejar minhas amigas
A senhora ,espera o seu marido
Como um pêssego
Rosado e macio
Agora é um pêssego murcho
Espera e fia , o retorno do seu marido
Planta e cuida do gado
Aquece a linha e o caminho no fogo
Para quando voltar de seus braços encontrar um lar
Nem repara , nem agradece
Parte para jogar e divertir com os amigos
Os seus frutos serão roubados
Quando estiverem maduros
Mãe : Você deixa o meu coração entristecido
Alena ,você precisa de um marido
Que lhe eduque,
Nem que seja com um porrete
Pois é muito rebelde e sempre descontente
Má filha ao abrir a boca cobre o nosso nome de vergonha
Nem que seja obrigada entrar na barganha
Você uma princesa
Dona de uma vasta beleza
Pois as minhas palmadas
Nem as surras e pancadas
De seu pai a endireitou,
Este terá que ser duro
Para fazer curvar o rosto
Filha:Não percebe minha mãe
Desejar a mim mesma o mesmo mal que a ti
Encurvou os ombros
Transformou em ricto o sorriso de outrora
Encurvar-me aos desejos do esposo
No leito e na vida
Eu um simples objeto
Arrastar as suas vontades
Desprezar a minha felicidade
Queria ser livre como as Amazonas
Fazer parte do séqüito das bravas Guerreiras
Vivem dos homens afastadas
Tem um vasto império, ouro e prata
Precisam os homens apenas para a procriação
Despida do seio direito
Maneja a espada que luta mais que um homem
Cavalga veloz pelos verdes prados
Mãe: Não diga as asneiras menina
O seu marido a protegeria
Com seus braços fortes a guiará
E seus filhos serão sua alegria
Filha:Mas como a águia
Que cria seus filhotes no ninho
Mas um dias esses criarão asas e não voltarão
Não sentirá o seu gosto doce
Apenas o amargo
Estarei também sozinha
As mulheres sempre estão solitárias
Pelo menos serei livres como os pássaros
Poderei cantar os meus próprios cantos
Tocar a minha citara
Não do meu marido a lira
Antes a sua lira só podia ser do meu amado
Suave como canto da colibri
Mas com o tempo parecerá o grasnar do abutre

Poeta:Essa mão paterna ,pesada ,carregada.
Com calos , unhas mal cuidadas
Alena aprecia a sua força bruta
As mulheres não eram vistas como iguais
Devendo obedecer a seu pai, seu irmão ao seu marido
Podia num único gesto
Silenciar a voz do pequeno ser
Teria esse direito ?
Mas o que horroriza vocês ,homens do meu tempo
Não devia ...
O pai era o senhor da casa .
O que um deficiente faria ,seria sempre atrapalhando.
Não poderia ser guerreiro lutar .
Como um pai podia virar as costas para aquele pequeno ser ?
Mas você vira ,hoje não há espaços para eles
Não somos capazes de ajudá-los a superar a deficiência
Podemos tranquilamente atravessar uma rampa mas construímos escadas
Não somos capazes mesmo de surdos ensiná-los
Mas deixemos ?os renegados ao esquecimento
O que pior a Morte rápida
Ou um abandono sutil e que envenenar pouco a pouco...

Cena Os ensinamentos do velho príncipe

Roma :Entre densas Florestas abre um novo caminho
Um rastro de sangue ali se espalha
Onde lava a sinceridade ... infelicidade
Alegria ... lagrimas
Sorrisos... soluços

Pai :Eu era o velho príncipe ,
Era o governante ,
Pela bravura e destemor
Que orientava os meus filhos para orientar os meus passos
Futuros guerreiros
seus filhos como Alarico
seu primogênito guiaria o cavalo
.com sangue e coragem nas veias,
via em cada gesto que brandia a espada,
Já se viam os longos cabelos ruivos
E atrás da barba que despontava (que acariciava)
brilhantes olhos azuis
Mas uma cena me contrai o rosto
de traços já envelhecidos
Pelas longas batalhas
E a vida errante aproximou se severo
(Alena estava sobre Borix, com a espada)
O velho príncipe:Alena não vê menina ,
Rebelde humilha o próprio irmão
É mulher, e devia saber o seu lugar entre agulhas e panelas
Não lutar (diz com desprezo)
Que isso é tarefa dos homens
Assim apesar de ser a mais bela da Aldeia
E de toda Germânia
Nenhum homem apesar de seu rico dote
Desejará se casar com você
Não valerá um rico dote
Mal sabe cozinhar,
Bordar túnicas
Cuidar do gado e dos porcos
Nem colhe frutos silvestres para o jantar
Alena :
Não pretendo me casar,
Mas a língua mordo
Não pretendia do pai a surra
Mas deixar lutar
Tão bem quanto Alarico
Seu irmão mais velho
Seu herói que logo partiria para Roma
Para estudar como outros príncipes,
Mas papai eu também tenho que treinar,
Nem que seja só um pouquinho(mostra com os dedos )
Senão como ajudarei na defesa da minha honra
Como participarei da batalha ,
E trarei na ponta da espada a cabeça de nossos inimigos
Alarico: Veja meu pai Alena
A razão está com ele
Um inimigo que traga
De vergonha nos envergara

Cena: Alena estava muito triste
Alena: Entristeço e alegro-me
Tudo ao mesmo tempo
O sentimento da tristeza
Confunde-se com a alegria
Triste - os perdi para as trevas de Hell
Mas um dia nos reencontraremos
Essa data que se aproxima
Lembro-me mais dos meus avos
Acho que é o frio
Com o cheiro do fogo quente
Que a chama crepita da lareira
Sim, de meus avos ,pois estes eram muito unidos
Que nem nas lembranças consigo separá-los
Pareciam um casal de pombinhos
A minha avó era eu a mais chegada
Como era carinhosa e terna
Com seu sorriso doce e profundo
Como conhecesse todos os segredos do mundo
E os meus mais íntimos
Sentia em seu colo tão bem
Bebia sedenta e curiosa
Cada uma de suas palavras
Que teriam e me prendiam em sua historia
De nossa tribo e família
Essa data que se aproxima
Lembro-me quando os perdi,
Primeiro a minha avó
Depois meu avô
Os seus olhos e lábios
Se moviam devagar,
A boca já quase sem dentes,
Levando-me para caminhos vovozinha,
Aos meus até então desconhecidos
Ah! Os seus olhos
Tão quentes e brilhantes
Transformam as lembranças
Que seus lábios canta em realidade
Vivazes e mais felizes
Dos que foram um dia
As suas mãos eram hábeis e precisas
Apesar das dores que sentia
Nas juntas que as deformavam
Avó: Com paciência e delicadeza
Com a agulha ,bordaremos
Lindos e delicados arabescos
Temas e peças de linho
Delicadas peças de algodão
Recolheremos a palha seca
Para fazer uma cama macia
Para descansar os seus corpos ressequidos
Gravetos secos guardaremos
Para fazer lenha
Espantando as feras
Aquecer os nossos ossos
Alena: Ainda ao lado estava meus irmãos
Aos seus pés em circulo
Acompanhados os seus movimento
Mas as brincadeiras que mais apreciava
Era correr ao lado de meus irmãos
Eu era infelizmente a única mulher
Nascida no ventre de minha mãe
Para desgosto de meu pai
Apesar de gostar das peraltices
Dos meninos
Não trocaria a graça feminina
Que estar em ter o dom de dar a vida
A sensibilidade aos perfumes das flores
Que nascem no verde prado
De ouvir com amor o canto dos pássaros
Aos seus pés em circulo
Observadora tenaz,
Seguia seus passos
( Um artesão na tenda,ouvia-o avô)
Metalúrgico :Hábil
Que dizia que aprendeu
Com os anões da floresta
E agora lhe ensinaria os segredos
Aos netos
Avô: Tinha uma fala arrastada
Grave e rouca
Avô: Garotos, ouça esse velho
Essa machadinha é para abrir espaço
Para adentrar na floresta
Para abrir sonhos
Desbravar o mundo
Com ela podemos
Abrir a cabeça dos inimigos Hi-He
Kopf-Kopf
Alena: Uma risada desagradável e ruidosa
Mas aos ouvidos dos meninos festiva
Coro dos velhos: Enquanto trabalhamos da tribo
Eles nos seguem atentos
Vão aprendendo
Vão brincando

Avô:Faço para você uma machadinha
Uma espadinha
Uma lança
Para a caça
Avó: E para você uma panela pequena (para a menina)
Alena: Eu só sou uma de maneira (olha o presente)
Mas já sei o que Destino me reserva canta tristemente
Exaurir-me em trabalho
Avó: Veja Alena esses delicados bordados
Com a agulha pequenos desenhos ...
Alena :Enquanto meu marido
Diverte-se joga dados
Bebe cerveja no chifre
Ainda agirá como meu dono
Pois até me comprou por um rico dote
Chegará suado e fedorento na minha cama
Que com tanto cuidado limpei
Virá resmungando, rabugento
Com tudo o que faço
Terei que tocar conforme a sua musica
Avó: Mas um dia pequena
O seu coraçãozinho como as flores
Que ornam o nosso bosque
Desabrochará
Então ao seu senhor servirá
Feliz como eu ao meu velho
Será seu espelho
Agradará os pratos .
mais gostosos
A porta abrirá
O cheiro azedo da cerveja
Parecerá a cereja
Sedento a comerá
Sedento a beberá

Coro das crianças: Ferida por Freia desabrochará
A porta de seu coração abrirá
Sedenta como beija-flor o amor beberá
Cada momento aguardará

Alena: Não pretendo ser sapatos
Para seguir os seus rastros
"Ele" ser os meus passos

Guerreiro : O nosso caminho é a Liberdade
Sem a presença é a melhora Morte
Como os pássaros que voam
Livre, leve
Solto, suave,sentindo o sopro do vento
Pois que adianta atrás das grades cantar
Senão há motivos gorjeia
Pois não posso bebericar as águas das fontes
Não posso comer os grãos que escolhi
Terei que esperar a mão me estender o trigo
Não poderei subir a arvore frondosa
Não poderei correr pelos campos
Seguir caminhos abrindo novas fronteiras
Prefiro o abrigo da Morte
Pois com ela conseguirei me libertar.Será?
M as sei que tudo aqui me prende,
não mais me respeitam
Eu aprecio mais completar pela fechadura
O sol radiante da liberdade
Do que nos sonhos
Rever com saudade o dia de outrora
Cena ( Alena passeia pensativa no jardim de flores
Silvestres ,vê uma libélula)
Vejo uma borboleta
De asas coloridas
Tão suaves e delicadas
Batem,Bate,libélulas

Podem viajar,sonhar
Com suas asas o vento abraçar
Minha mãe é como as flores
Precisa de suas pétalas
Da luz do sol
Queria ser como uma estrela
Não precisava ter os braços maiores
Mais ter a sua própria luz
Brilhante ,cristalina,clara
Não precisa da luz do sol
Mas não é só ela,
Há muitas flores nesse jardim
Não queria ser como elas
Queria ser como libélulas sonhar
Como as estrelas ter luz
Não ser uma sombra
Estrela:Eu menina temo por ti
Será como eu uma estrela solitária
Não por falta de amantes
Pois muitos me admiram
O meu raio de luz muitos desejam
Tantos poetas tocaram a sua lira para mim
Mas como você sempre sou a Incompreendida
Navego nesse Céu ,que é a vida
Sempre sozinha,
Pois não entendem o poeta a língua estrelar
Sou mais que a Poesia
E o lirismo Pegajoso
Os físicos também nunca compreenderão
Que sou mais que formulas matemáticas
Não sou a estrela que Van Gogh captou
Para o revolucionário sou a liberdade,
Para o crente sou a promessa que o dia de amanhã renasce,
Sim sou quase isso tudo,
Mas muito mais que isso
A resposta do que eu sou
Está entre as nuvens que envolve meu intimo
Borboleta: Sou livre Alena,
Mas sou escrava da minha liberdade
Nem sei quem sou
Nem sei onde me encontro
Sempre bato as minhas asas
Em busca de novas estradas
Cena ( a mãe estava muito preocupada ,as servas da casa a acompanham)
Esposa: Sou uma mãe ,
Mas agora sou uma mulher preocupar
Temo pelo meu marido
Coro das servas : Até agora não chega
Disse que ia jogar dados
Beber uma cervejinha com os amigos
Coro: Até agora não voltou
As servas: Volto a esquentar a comida
Não há de ser nada
Mas ainda assim fico preocupada
Espero novamente pela janela
Para ver se eu vejo nela
Para ver se eu o vejo nela
Se ouço seus passos
Se ouço o barulho dos cascos
Mas o barulho dos grilos não conta
É a única resposta
Já é tarde
Caio triste
Ouço passos
Mas não são arrastados
Nem pesados
Quem será?
Ilda: As minhas lagrimas
Embaçam-me as vestes
Engasga-me a fala
Engasga-me a língua
Choro copiosamente
Caem tantas lagrimas
Como as das chuvas
Mãe : Fale minha filha
Não me aflijas
Fale para sua mãe
Aconteceu algo com seu pai?
Ilda:Muito pior que a Morte
Preferia vê-lo morto
(A mãe assustada mal agüente o peso das pernas)
Alena: ( aproxima-se preocupada)
Ilda, irmã não nos aflija,
O que é que lhe corta a alma?
O que é que lhe tirou da cama?
Conte a sua peleja
Mãe: Vou-me sentar
Não agüento mais as pernas a bambear
Ilda: Meu coração confiava
Crédulo fiava
Em meu marido
Mas agora trago-o desiludido
Já algum tempo desconfiava
Mas queria acreditar, então teimava
Mas estava descontente,
Sempre tão distante,
Procurava nos seus olhos profundos
Um pouco de esperança,
Mas os encontrava
Segui-os suave
Eu então os vi
Aos braços de uma mulher
Ao seu lado e estava o pai
Ao se lado, mãe ,estava o pai
Não só, com outra

Cena
( Os pais conversam sentados nas poltrona ornamentadas,próximos a uma fogueira, na parte central da sala,o chão era elegantemente revestido de palha)
Mãe: A dor que sinto me esvai a alma
É uma facada no peito
Na esperança de tudo que construímos juntos
Vê desmoronando tudo
É como se tudo que me apegava
Desaparecia e despencava
A casa que eu zelava com tanto carinho e cuidado
Para da janela esperá-lo
O meu amorzinho com desvê-lo
Cada pão do centeio
Carne assada
Cada prato do jeito que aprecia
Eu ditosa ,
Sempre pronta como apaixonada esposa
Com delicadas adereços
Um penteado elaborado
Que desmanchava zeloso
Véus os mais finos
Esperando-o
Sempre aguardando-o
Enquanto num único olhar ,
Tudo como fumaça desmanchar

Pai: Não vê querida ,estou arrependido
Andei por caminhos errados
Mas trago no coração "mil desculpas"
Não voltarei a fazer , nunca mais

Alena: ( interrompe o dialogo)
Mãe não é a primeira vez
E certamente não é a ultima vez

Pai: Cale?se isso não é de seu direito
Isso não lhe diz respeito
Cale-se ou um soco lhe darei nesse queixo pontudo
Sairá machucado
Ensaguêntado
Mãe: Obedeça , pare de ser tão teimosa (Alena sai)
Pai: Vejo, os meu estão implorando
Minhas mãos estão pedindo
Estou tão arrasado
Estou tão arrependido (abaixa a fronte como se comovesse)
Por ter seguido o mal caminho.Estou desesperado
É a você que eu amor e a quero por esposa
As outras (faz um gesto com a mão) são aventuras inconseqüentes
Que não me desviam de nossa casa
Alena: (espia na porta e cochicha)
Ih! Mamãe já está perdida
Novamente presa no laço da mentira descarada
Mãe ( chora) É eu sei , desde que fui mãe
Não fui mais tão boa esposa
Duvido o meu tempo com as crianças
Pai : Não prepara nem mais a coalhada
Entre afazeres domésticos ,perdida
Mãe:Não se preocupe,
Preparei-lhe,
E procurarei ser melhor mulher ...
Alena: ( ainda espiando)
Não sei se tenho pena ou desprezo( com cinismo)
Cena: (Ilda havia sido expulsa de seu lar,
Cortou as longas melenas douradas
Alena tristemente fita a cena grotesca)
Alena: O mais triste nesta vida
Não são as magoas-cicatrizam
Não sãos as lagrimas-secam
Não são as lamurias- cristalizam
É estar frente ao sofrimento
E nada poder fazer alem do pranto
Sentir que você mais um espectador
E uma atriz coadjuvante no espetáculo
Eu e minha irmã Ilda
Não sei se pela diferença de idade
Nunca fomos muito chegadas
Verde ramagem:Isso sai como desculpa(na ramagem que se agita como um sussurro:
Alena: Mas apesar de tudo sempre a amei
Agora mais que nunca percebo
Como isso é verdade
Minha irmã talvez cansada de ser esposa
E buscando ser mulher
Ou vingança Verde ramagem
( com a mão captura a flor campestre e aspira o seu suave perfume)
Talvez flor já tinha um amante
Vocês sabem a resposta
Mas para mim é mistério
Seus lábios manteve cerrados
Não se abriam para me contar segredos
Mas meu cunhado descobriu o seus segredos
E cobriu o seu nome de vergonha
E a afastou dos meus braços
E do convívio familiar
Uma distancia maior agora nos separa
Mas nunca me pareceu tão próxima
Vejo o seu rosto altivo
Os olhos traziam graves tormentos
Mas a boca comprimida
Segura a vergonha?
Segura o medo?
A mão que lhe tosou os cabelos
Delicados fios de anéis de ouro
Cobriam o rosto angelical
Mas a tornou mostrava
Uma nova mulher
Que seria tirada
Dos braços ,da família desgarrada
Como a ovelha
Mas se estava com vergonha
Olhava a todos sem baixar o rosto
Era uma princesa ,mesmo humilhada
não perdia a honra
Medo via em seus olhos
Se confundindo com o desafio
Enfrentá-los-ia
Não deixaria vencê-la
A mão que me afastou
Para sempre de meus braços
Levantou o chicote
Como a sentença de um juiz
Enchendo de ultraje
Atravessou toda a aldeia

Coro da multidão: A adultera
As suas costas se abriram
Como as terras que se abrem
Mostrando que escondia
Sangue escorria
Aquela mão que segurava o chicote
Parecia uma cobra preparada para o bote
As marcas que se abriam
Só não eram mais profundas
Que as minhas magoas
Eu paralisada nada fiz
Cordas, que vergonha, não me prendiam
Apenas algemas invisíveis
O medo de juntar-se, ao invés de ser uma ,dias
São segundos que passam tanta coisas na mente
A inutilidade do meu gesto
De estender a mão para salvá-la
Silenciou-a antes de estende-la
Coro: Somos a voz apreciava da multidão
Silenciosa,abafada,entre murmúrios
Somos gritos, ferozes que amedrontam
As nossas mãos levantavam violentas
Podem extinguir a vida
Como juízes condenamos
Como capatazes puniremos
Nossas mãos com pedra a despedaçaremos
Como pode trair seu marido
Tão bom, dono de terras
Que enchem a mesa de fartura
Nunca deixou-lhe falta
Nós a julgamos e condenamos
Os melhores vestidos,
Jóias,
Véus,
A afastamos de nosso convívio
Não olharemos mais o seu rosto
Não olharemos mais o seu rosto
Nossas ações e palavras ferirão
Mais quer as pedras
Serão tanta como o fio de navalha
Será como a doença
Que enfraquece lentamente os membros
O nosso desprezo e ostracismo
O nosso silencio será a sua agonia
Pai: Como você educou mal a sua filha
Semeou no seio
Da vergonha a família
E nos separou ao meio
A minha alma dilacerada
Pergunta, onde foi que errei
O que foi que fiz
Mãe: Meu bom marido
A culpa me deixa ferida
Minha alma quebrada
Muda é a resposta
Contra o peito acalentei o seu corpo
Vestia seu corpo tão pequeno
Com o mesmo cuidado, a vesti
Com o mesmo cuidado a vesti
E a cobri com o véu de noiva e a beijei
Olho esses olhos
É o mesmo
Que vi no rosto do bebe
No rosto jovem
E no rosto de mulher
Não sei onde a deixei e parti
Cena
(Ilda sentada num canto da aldeia)
Ilda: Meus cabelos é o menor dos meus males,
Apenas na nuca,
Uma suave penugem,
Mas é tão triste tê-los perdido,
É o símbolo do fim de um período,
Do meu casamento,
Não choro por seu fim,
Como minhas roupas,
Pedaços,farrapos,sujos,
Era assim muito tempo,
Meu pai o escolheu para mim,
Tive que me sujeito,
Até que não era um mal marido
Não encostava o dedo em mim
Mas sabia que não era a única (murmúrio)
Não nos entrosava nem na cama
Mas eu boa esposa o obedecia
Mas não sei se foi a rotina
Busque novos caminhos
Agora estou aqui
Estendendo a mão
Mal me olham, imagina estender um pedaço de pão
Não sei onde buscar o recomeço
Se todas as portas
Estão travadas
Até da minha mãe

Mãe: Mal a olhei
Meus olhos só tinham desprezo
Meus olhos estavam superiores
Meu olhar não a via
Como pode chegar tão baixo
A porta trago fechada
Assim como as portas do coração cerradas


Ilda:Não pode mais suportar
Senão tinha antes lar
Agora não tenho
Nem mais casa
Nem mais esperança
Ilda:Marginalizada pelo meu povo
Perdida entre os romanos ,
Mas alegre cortesã
Filas de homens me querem
Por alguns agrados,
Vou acumulando um rico tesouro

( A mãe de Ilda tece telas na roca mas a sua mãe chora )

Mãe : Eu seria a única mãe que sofre
Por não ver a filha enveredar por um mal caminho
Mas por não te-la impedido
Eu a desprezo por ser tão mal esposa
Por ser má filha
Mas esperar de tudo isso eu
Não sei como ainda a amo
Fere-me todas virarem lhe as costas
Fere-me esta ter caído na desgraça
Não pode protegê-la
Como a gata aos seus filhotes
Meu marido me impede eu tentar protegê-la
Ajudá-la
Eu sofro muito, mas nada posso fazer
Sou apenas uma mulher e da mãe


Cena A Dor de uma mãe

( O poeta olha tristemente as águas pardacentas do Reno)
(Olha para o alto e vê uma ave)
Poeta: É uma águia que voa
Suas asas ressoam
Defendo-me com seus braços
Gestos bruscos e violentos
A águia pousa com gestos
Surpreendente delicados
Transforma-se na Alemanha
Como o sol que surge na cinzenta manhã
Apesar de reclinada no peso das grandes tristezas
Seus olhos são nuvens cinzentas
Poeta: As suas águas são gotas
Gotas de lagrimas da Magoa
Gotículas ...
Como as da torneira
São as tribos da Germânia
Todas as gotas mesmo sem saber
Passam por esse caminho
Que chamamos de vida
E são as correntes de um rio
É apenas não se unem apenas
Para alimentar o leito
Com seu leito enriquecer o solo
Matar a sede que consome
Mas com seu furor destruir
Com as forças de suas águas opressivas
Assim são as tribos filhas da mesma mãe
Apesar de tão próximas
Falarem a mesma língua áspera e rude
Que fere os sensíveis ouvidos romanos
Não sabe se unirem
Muitos tentaram ,mas falharam
E a voz daquele foi calada com um punhal
Até hoje não sabe se unirem ou se mantem afastados
Formam uma nação
Mas são tão distante e próximas
Como óleo e água
Juntas no mesmo copo
Mas jamais unidas
Ao meio do burburinho
Tão indiferente um ao outro
Isso muito comove a mãe alemã
Alemanha: Criei os para serem livres
Mas não inimigos infelizes

Poeta: Rio Reno rugem ruidosas
Bravias ,ásperas e ferozes
Ásperas ,serenas e sauves
Tranqüilas
Como do violino as notas
Toque os seus segredos
Como lagrimas
Nas águas calmas
Despejam sobre minhas mãos
Parece um espelho
Uma gota de orvalho
De tão clara
Límpida e cristalina
Uma testemunha
Onipresente e terna
Em cada gota que cai são lembranças doloridas e alegres
Que o violino evoque com seus versos
Violentos e ternos
Suaves ,velhas primaveras
Alvoreceres virgens
Que sua voz voe vigorosa
Explosiva
Viva os vícios e virtudes
Que seja velada como os ventos
Que leva a vela
Vibrante como Vênus
Na volúpia que rejuvenesce
O vulcão Vesúvio
Vermelho e alvo
Que reviva em cada verso
Como tormentas adormecidas
e prazer idílicos
tempos imemoráveis que se buscam
Nas suas notas ,doces,
Suaves plangentes
Como duas ondas,
Dois amantes que se desmancham
Como duas correntes que cruzam,
Simples espumas
-Ó pobre mãe alemã
Como é triste ver suas lagrimas
Doces e salgados
Formaram o Báltico,porque tantas magaas ?
Nas águas escuras
Vejo seus filhos cativo
Em Roma, simples escrava
Nas gotas são lagrimas
São a liberdade
O seu corpo são cicatrizes
Só na alma lembranças dos dias felizes
Ó que crueldade
Vierem seus filhos maltratados
E ouvir a voz que corta como punhal
" são só escravos"
Ouço seu grito mudo:
São meus filhos tem piedade
Ó pátria alemã
Não chore ,
O tristemente por magoas
Mas meu peito amigo poeta
Rasga como me arrancasse o último pedaço de carne
Rasgasse o meu ser
E minhas magoas são apenas palavras vazias
Que de consolo pouco valem
Ver seus filhos cativos
Alemanha: Rançados para longe de meu regaço
Como poderia abraçá-lo
Mas me levaram para longe de mim
Rancaram para longe de meu seio
Nos montes bávaros,
Onde escorria leite fresco
Poeta:Não chore é tão triste ver em seus olhos,
A tristeza,
Sem o brilho ,as lagrimas a apagaram ...

Ato 2 :O casamento

Cena: Lua Nova

Poeta: Algo que nunca foi cantado,
Precisa ser lembrado,
Não pode com a fumaça encobrir,
O que o tempo apagou,
Como era terrível,
A noiva tinha que aceitar o marido,
Que lhe era imposto pelo pai tirano,
E seguir seus rastros,
seus passos como sombra,
Não importava seu destino teria que aceitar,
Amaldiçoado eram os dias das mulheres,
Seus dias eram destinados a vestir de beleza,
Bordar as roupas,
Cozinhar para o marido,
O sonho das mulheres,
Era encontrar um terno marido,
Para lhe diminuir as chagas,
Rico para lhe prover fartura,
E não ter que pegar no pesado,
As estrelas do amor em um casamento foram tocadas,
Mas uma nuvem de poeira cobriu seu martírio,
As mulheres foram negadas o direito de pensar,
Alena sofria porque ousou pensar,
Ousou sonhar,
Então se conformou com o destino as mulheres...
Mas Alena viu o brilho cintilante das estrelas,
A imensidão infinita do Mar...
O encontro no infinito dessa amplidão numa fusão de cores,
Amarelo, laranja, rosa, o sol mergulhando nas profundezas de suas águas...
Sonhou, ousou acreditar em seus sonhos...
Em ser um pequeno raio luminoso de sol
Ser livre como a gaivota que canta o seu grito de liberdade,
Na vastidão do céu que prometia a liberdade,
Uma promessa ilusória,
Pois escrava se tornou de seu brilho,
E continuava presa da opressão,
Sempre as ordens de um homem...
As estrelas estavam imensas,
Um brilho na escuridão gritante da noite macia,
Mas uma a uma caíram,
Como dentes de uma criança,
O vento veio e cobri o céu de rosa,
Um véu de prata cobriu a aldeia,
Gotas de chuva,
Fininha cobria as casas,
No silencio do saxofone mudo,
E esta resposta que procuro,
Entre os tambores ocos estão à resposta,
Alena olhou o brilho das estrelas e ousou sonhar,
Almejava um sonho diferente...
Assim como as estrelas,
Ter um brilho próprio ser livre,
Caminhando entre estrelas,
Sonhando em ter os braços livres,
Como os raios de prata das estrelas,
Caminhando entre elas, perdidas.
Cena: O sonho é mau
Poeta: O sonho é mau,
Faz nós acreditarmos que as coisas poderiam ser diferentes,
Melhores, sonhos, que dão esperança e ferem,
Quando veem difíceis de alcançar,
Assim ao ouvir os conselhos de sua mãe,
Escutar a sabedoria de gerações...
Mãe: Filha será horrível,
Mas reze aos deuses para agüentar,
Esse suplício...
Alena: Eu recusarei não me curvarei diante de um homem.
Mãe: Não blasfeme minha menina.
É o dever da esposa e você deve aceitar.
E você vai aceitar (a ultima fala autoritária)
Cena: Os noivos
Noivo 1: Com voz rouca e sedutora,
Tentei envolver Alena nas artimanhas do amor,
E promessas que morrerão mal desabrocham o nosso amor,
Flores preenchem seus dias...
Espinhos suas noites,
Sempre não importa o caminho tortuoso que sigo,
Que sempre para ela retornarei
Noivo 2: Todo zeloso e carinhoso,
Não saio de seu lado,
Pois o amor renasce de ficar juntinho,
Renasce ao ficar coladinho
Noivo 3: Sou o valentão comigo,
Ninguém bate de frente ,
Quero vê quem se põe no caminho,
A minha mulher sempre deve me servir,
Comida sobre a mesa com a toalha bordada,
A taça carregada de vinho,
Esperando com um penteado elaborado,
Um vestido com manto,
Com os longos cabelos vermelhos sem o lenço,
Com ricos adereços e enfeites,
Beijo quente espera ao me retornar,
Alena: joguei-lhe o que havia ao seu alcance,
O buquê, vaso com água,
E um chute num lugar entre as pernas,
De uma forma que a gentileza abandona.
Alena: Atrás da mascara de gentileza,
E de amante apaixonado,
Sabia que escondia o temível marido,
Que a prenderia e a subjugaria,
Com a força do casamento,
Não seria mais livre,
Nem para sorrir,
O seu sorriso seria seu,
A roupa teria que vestir para ele,
A comida tinha que ser a seu gosto,
Nem que odiasse pernil,
Teria que comer para agradá-lo,
Não tinha o animo das jovens,
De unir seu destino ao dele,
Até que a Morte os espera,
Agüenta 30 ou mais verões quentes ao seu lado,
Era mais que podia suportar,
Por isso fez de tudo para o noivado ser desfeito,
Mas dessa vez não resolveu,
Chegava atrasada ao compromisso,
Vestia de maneira inadequada,
Comentava sobre guerras, jogos,
Nada adequado a uma nobre,
Falava sobre a vida dos camponeses,
Cena: Muda o cenário completamente como por encanto, está ao lado da água do rio Reno, lavando os cabelos como princesa é a primeira que lava os cabelos.
Hirodyes s: Veja o meu anel não é lindo
Vou em breve, unir ao meu marido,
Com o guerreiro mais viril,
De lindas tranças de mel...
Signy: O meu pode não ser tão belo,
Mais do que adiantará ser tão formoso,
Para um guerreiro tão valoroso ,
Hirodyes: Mas Alena quem lhe acaricia?
Nas noites longas e frias do inverno,
Quem os segredos da paixão lhe rebelara,
Quem princesa esperará no outono.
Signy: Quem te protegerá,
Como a um manto protetor,
Quem a envolverá,
Como seu sorriso tolo e tão encantador,
Também tão orgulhosa,
Só porque é uma princesa,
Diz os guerreiros que não há outra mais linda na aldeia.
Senão em toda Germânia,
Quem sabe o que vai a seu coração?
Sonha talvez com o cobiçoso varão ,
Que conquistou muitas terras,
Grandes riquezas,
Pois um você quebrou o vaso na cabeça,
Outro recusou a recebê-lo,
Outros que vieram de mais longe, da Gália.
De terras Romanas ...
Cena: Ele estava morrendo...
Alena: Ouvi a voz muda da tempestade,
Como gotas do desespero da alma caem,
Descem sobre o corpo em meus braços desfalecido,
Como gotas do desespero da alma caem,
Descem sobre o corpo desfalecido,
Do pobre guerreiro batido,
As águas limpam as chagas de seu corpo,
Mas o sangue teima em jorrar,
O coração que batia célere,
Quando lhe roubava os beijos...
Agora tão lentamente,
São as ultimas notas de uma vida,
Em seus olhos as sombras do Walhala lhe roubaram o brilho,
A pele perdeu todo o vigor,
Os seus cabelos jazem descuidados sobre o rosto viril,
Lutou para bater entre homens de vermelho,
Os odiados romanos,
Mas ferido mortalmente pelas mãos germânicas,
Arrastou para fora do Campo de batalha,
Sabendo que nada mais lhe restava,
De seus dedos saia o sangue...
Sabia que um dia as valquirias iriam buscá-lo...
Mas não sabia que ia ser tão logo,
As chagas queimavam como fogueiras em brasa,
As suas pernas não queriam mais se mover,
Mal as sentiam...
A palidez triste que só cobre os rostos moribundos,
Já os cobria,
Ele estava morrendo...
Acordei assustada,
Transpirando e com frio,
Abraçada a mim mesma como a um pequeno feto,
Assustei-me com o pesadelo, mas logo se dissipou como fumaça, o medo...
Nunca tinha visto aquele rosto envolto pelas sombras,
Com os olhos fatigados e os lábios crispados pela dor.
Talvez o pesadelo mostrasse a ameaça que andava vivendo...
Seus pais para me casar,
Não sabia direito o que desejava,
Que sonhos alcançar e como chegar...
Abraçar o imensidão infinita do mar ,
Para acabar com a pouca liberdade que tinha .
Nas mãos de um déspota , o marido,
As mulheres só tinham uma escolha o casamento.
Mas ao contrario das jovens ,
não via o casamento,
não via o casamento com cores de rosa,
Temia-o o e não era covarde.
Mas queria algo mais ...a constelação .
Do Céu a imensidão.
Não queria mais sentir a fúria de um homem no corpo.
Só porque era incapaz de obedecer ordens ...
Poeta: Em seus olhos vejo a dor , a tristeza , a magoa ,
Parecem dois pratos de água cristalina,
Mas não são rasos,
São profundos,
Ponte para transportar.Tormentas,
Indomável como uma selvagem,
Tempestuosa,
Sonhava em ser livre ,
Não ser como as mulheres,
Escrava de seus maridos,
Queria ser como as águas,
Do rio ...
Livre ,
Mas todos Alena somos escravos,
Escravos das nossas paixões , da vida,
As águas dependem das chuvas ,
A vela ao vento,
A musica a poesia ...
Cena : O casamento
(As festas eram realizadas numa grande tenda,
no assento alto via sentado o príncipe germânico)
Artixes : Eu sou o príncipe germânico ,
me sentia o nobre mais poderoso ,
Havia conquistado a tribo inimiga,
Seu prestigio de grande guerreiro ,
Atraiu a tribo sem Rosto,
Que caiu como tantas outras no Esquecimento,
E tinha a mais bela donzela ,
Que era comentado a sua beleza em toda Germânia ,
Tinha o maior dote,
Era uma feiticeira,
Desejava-a porque para ele era o símbolo da conquista ...
Alena: Uni meu Destino para sempre ao dele,
As servas me ajudou a vestir o fino tecido,
Que formava o vestido que me cobria,
As ricas jóias me enfeitavam ,
me distinguia como princesa das camponesas,
As duas maneiras são desprezíveis ,
Artixes :As mulheres para mim se dividem em dois grupos,
As que nos divertem e a que nos divertimos,
Alena ,apesar da sua imensa beleza .
Nasceu para esposa ,filha do sacerdote da aldeia .
Doce feiticeira dos homens e visionaria ,
Como o pai tinha o dom da previsão augúrios ,
Via ordálio ...
Através do ramo de arvore ... revelava mistérios
Cavalos sagrados que pastam ... revelava segredos
Artixes :Conhecia seu gênio indomável,
Que vários homens desistiram em dominar ,desposá-la,
Apesar do dote elevado,
Mas a educaria faria dela digna do titulo de princesa ,
As taças de prata circulavam de mão a mão .
Artixes :Pena, que tinha um gênio indomável,
Mas a educaria era a sua noiva,
( A mesa posta com a toalha com pães de centeio em pratos e taças feitos de prata rústica)
"Mulher não consegue viver sem homem",
Vejo poeta que apesar dos tempos que os anos nos separam,
Varias idéias antiquadas sobre o relacionamento de homem e mulher se mantem
Como se o casamento fosse o que a mulher mais desejasse, ainda permanecesse em seus corações,
Não queria fitá-lo,
E ver que aquele estranho é meu marido,
Preferia fitar,
A mesa com a rica toalha ornamentada,
Do que aquele estranho é meu dono,
Bebi tristemente a água com mel,
O veneno para mim seria mais precioso,
O dever...
Em cada presente que minha família ,
Deram-lhe lembrava das obrigações penosas ,
Uma parelha de boi,
Um cavalo com rédeas,
Uma espada,
Uma lança,
Um escudo ,
O presente de armas dou-lhe ...
Alena: Mas o destino das mulheres era servir,
Enquanto esses homens bebem, jogam... Nós cozinhamos
Enquanto esses homens faustosamente comem ... Nós lavamos
Enquanto esses homens bravamente lutam... Nós rezamos
Enquanto esses homens se divertem...Nós esperamos,
Enquanto esses homens guerreiam ... Nós padecemos

Cena:Alena conversa com a Lua e as estrelas
(Morre o marido de Alena em situações misteriosas logo após a concepção da lua de mel)


Alena: A Lua é um espelho ,
Vejo em sua face o meu sonho de liberdade,
É minha amiga,confidente
Tantas vezes , chorei contigo dores e angustias ,
Tantas vezes lhe contei os meus sonhos mais íntimos ,
Nessa imensidão negra que é o Céu,
Vejo a minha alma que soluça ,
As estrelas com a minha Dor se apagaram ,
Nas mãos unidas dos instrumentos que abrem no ritmo da melodia,
Que eleva o meu espírito na amplitude do dilatado Céu,
Que chamo música e outros de liberdade,
Nas águas do Reno vejo a minha alma que grita ,
Na mão do violinista que toca sinto a minha alma mortificada ,
O som finíssimo do violino é infinito ,
Nas páginas que escrevo no Céu guardei minha alma e lembrei de mim mesma,
Sinto a alma pura aflição e consternação
É triste que mesmo numa alma arrebentada pela agonia,
Ainda mesmo que dilacerada acreditar na Dor,
Não sou senhora de mim mesma ,
É na música que fujo nos momentos ,
Difíceis de esquecer,
Que tornei em versos íntimos,
Onde em cada palavra,
Minha dor de alma,
O violino tem um som puro e cristalino,
O piano é suave, delicado (suspira profundamente)
Prefiria a lida no campo a sua presença,
Prefiria a Morte que a força de seu corpo pesadão
Um vulto se aproxima ,
Na calada da noite ele se torna mais assustador ,
Seu aspecto é vil ,
Seu aspecto era terrível ,
No seu espectro,
Não há beleza ,
Cabelos cacheados ,tumultuados,
Com pequenos pontos escuros,
eram seus olhos duros,
Seu rosto era achatado,
A barba não nascia,
Os cortes na face impediu seu nascimento,
Só a feiúra,
Grotesco ,tosco,
Sob o elmo feito com pele de rato,
Os cabelos escuros eriçados,
Sinto um cheiro podre de asco,
Sinto um arrepio de medo e terror
O estranho:Tanto terror espalhei
Sangue e destruição
Não conheço a piedade
Nem a misericórdia ( o som era abjeto e cruel)
O desejo do poder
Descaso pelo outro
O que é uma vida
Senão uma arma que posso usufruí-la

Uma voz surge no interior das águas mansas :
Não chores,doce jovem,
Já fui jovem como tu,
Chorei pelas mesmas amarguras,
Ser uma peça no tabuleiro de xadrez da vida ,
Dos que dominam o poder,
Meu pai morreu como o seu na mão de um bruto,
Sei o tamanho de sua dor ,
Eu o matei na noite do casamento,
Com um vaso amassei seu crânio,
O sangue escorria na boca,
E a vida deixava esse vil.
Sim eu o matei .
Tirei a vida dessa ratazana,
Nas notas me derramo,
O meu sofrimento pela ansiedade,
Eu matei e faria de novo,
Não permitira que me tocasse
Alena : Jovem vejo pelas suas roupas que é de outra tribo,
Parece ?me vinda de outros tempos
O que a tornava intocável

Poeta : Nas notas me derramo
O meu sofrimento pela amargura
Alena: Nos seus olhos há tanta valentia e ousadia .
Quem é ?
Espectro mergulhado entre as sombras,
Sinto ?a tão próxima a mim,
Como se pudesse senti-la e tocá-la
Compartilhamos a mesma Dor
Só quem passou por isso pode partilhar a mesma Dor
No pranto,
A Dor,
Desse triste canto,
É a lagrima ,
Escorre cristalina,
É a magoa de sofrimento,
Mas vi em seus olhos que me compreendeu,
Eu sei que conhece o meu sofrimento,
A minha magoa ,
Em meu corpo como no seu vejo as marcas do abuso de um selvagem, de um homem
Olho-a como se fosse o espelho de sua alma e sofrimento
Sinto minha irmã de angustia

A voz : Meu nome é Ildico ,
Vim de tempos tristes que chegarão ,
E esse espírito mal que atormenta,
É de Atila , o rei dos hunos,
Seu rosto traz cortes não de batalhas ,
Mas de suas mãos para impedir o crescimento da barba,
Seu corpo fede é de seus crimes ,
É um ser grotesco e seus homens os grotescos e terríveis hunos,
Vieram de muito longe,
São chineses mongóis ,
Nessas terras distantes Hong-nou,
Sinto em seus olhos ,
Nas mãos tremulas ,
Por ter cometido um crime
A mesma dor a mesma angustia ,
Vejo em seus olhos
Nas mãos trêmulos ,
Por ter cometidos um crime a mesma Dor ,
A mesma angustia viu em seus olhos claros ,
A mesma dor,
No seu corpo sentia alem do mesmo desgosto,
A mesma humilhação em sua face ,
Como se fosse indigno e sujo,
Em minhas mãos o punhal sujo de sangue,
Nas águas do Reno se olha e se vê com desprezo e nojo
Nas águas do Reno se via seus olhos ,
estes se confundem com os meus
Com outros olhos ,
Em seus olhos puros vejo uma gota cristalina que derrama
Nas águas do Reno vejo seus olhos ,
Estes se confundiram com outros olhos que sofreram o mesmo trauma,
Roubada a sua virgindade pela força bruta,
De seus olhos claros vejo lagrimas que escorrem ,
Uma gota do mar azul,
Vitima de um pai vil,
Entregue a um noivo cruel,

Cena : As águas do Reno
Alena:Reno nas suas águas percorria uma caldeira pantanosa,
Mesmo com outros rios grandes,
Cujas inundações se estendiam com o furor,
Água sabia ,sobre o frescor,
Ao pé do leito serpenteia,
Que lhe roí a raiz,
Em suas águas espelho de minha alma,
Vejo minhas dores e sofrimento ,
É a resposta nas suas águas das minhas angustias,
O seu suave som é o barulho do Reno,
São seus suaves murmúrios a resposta ,
Vejo em suas águas que se aproximam,
Não meu rosto mas outra imagem ,
A minha língua é mais áspera
mas lembra o barulho rouco do Reno
Reno: Deixei testemunhos sobre os dias em que passei no leito que traz as marcas da minha força,
Minhas águas percorrem toda a Alemanha ,nasço nos Alpes e atravesso diversas terras da França,Alemanha e Países Baixos
As minhas margens atravessam o Vale do Ruhr,
As minhas águas se unem com outras águas
Danúbio :Eu seu irmão entendo por diversas terras nasço na Alemanha atravesso oito paises até desembocar nas águas do Mar Negro
Elba: Atravesso a parte oriental alemã
(Uma jovem nobre de raça dos nibelungem ,está vestida com o mais fino linho ,está conversando com a Fonte , próximo das águas do Reno)
Uma jovem: Fonte, meu rosto no regaço
Vejo como mudei, hoje só um pedaço,
Um fiapo apenas de antes da jovem ,
Que vivia na terra da tribo Sem rosto
Suas águas são tão serenas,
Clara, transparente, cristalina.
Você não sabe o tamanho da minha Dor,
O meu rosto só resta a beleza,
A alegria como a minha juventude estão mortas ,
Onde será que as perdi?Águas rasas ?
Ouço outros lamentos que não meus
Quem chora ?
Como se as lagrimas fossem romper toda a Dor
Reno:Ouço,Suspiros,Sussurros,Murmúrios.
Trêmulos,Soluços pelos Lábios.
Lagrimas ,Blefes são Gritos .
Dores ,Tristezas ,Gemidos.
Queixumes ,murmúrios.
Lagrimas e Suspiros
Cena : Cremilda
Poeta: A resposta é só o barulho da nascente.
Que parece um triste lamento.
A noite desce como um bálsamo para a sua Dor,
A lua vai alta no Céu ,
Uma chuva de repente irrompe.
Descendo como um manto das lagrimas,
Num ritmo primitivo dança,
Como se quisesse conversar com os espíritos sobrenaturais ...
Reno:Minhas águas pela Tristeza,
Estão Pardas,Cinzas , Brancas,
Numa confusão cromática como a Alma,
De suas lagrimas que tanto chora,
Sobre o meu leito ,
Compadeço-me de seu sofrimento,
Então lhe pergunto,
Porque chora jovem?
A sua beleza é maior que o Jasmim,
Seus olhos condoídos pela Dor ,
São Azulados,Escuros ,Magoados,
Tão profundos e extenso são os seus olhos,
Sombreados pelos cílios,
Jovem :Eu sou a mais desventurada das filhas do Reno,
Sou Cremilda,
O motivo que as chamas da vida crepitava
em meu coração morreu,
A luz argentina da Lua quando via o rosto de Siegfried esmoreceu,
O tilintar dos pássaros não tem mais , o canto melodioso de antes ,morreu...
O meu quarto onde havia Alegria ...Agora é só a tristeza
Meu namorado eterno morreu
(O rio Rugiu,como se remoesse impropérios respondeu relutante)
Reno:Todos morrem minha filha,
Veja essa flor perderá os seus perfumes , murchará,
Amarelecerá,
Morrerá,
Veja o Céu salpicado de estrelas ,
A Brancura de sua luz,
Suavemente apagaram,
E desviam o seu percurso,
Tudo passa ,
Veja os Montes Bávaros ,
Lentamente sob a força dos ventos ,
Chuvas , desfalecem como pó,
Com as mãos do Escultor ,
Outros contornos vão surgindo,
Formando Volutas delicadas ,
Ornando os capites ,
Tudo muda ...
Cremilda: Tão triste , é a perda do ente amado,
Se ali antes no peito arfava o ar,
Agora inerte , não há mais o respirar,
Se a luz brincava no seu olhar ,agora se apagou,
Tão triste saber que antes sentia de seu corpo o calor,
Como da vela o ardor,
Silencioso, gélido e frio,
Voltará a ser pó,
Não verei mais o sorriso maroto,
Nem sentirei a aspereza da barba do rosto,
A sua força do seu corpo rígido ,
Nem poderei enche-lo de beijos,
Não mais voltará ,
Vazia será a espera,
Nem terei como consolar,
Meus irmãos que lhe a vida roubaram,
Nem sobre seu corpo poderei chorar,
Pois até isso eles me tiram,
Saber que há vida em Hagen no seu rosto,
Por traição , meu amor estava morto,
A espada que meu marido empunhava,
Aquele homem vil que a abraçava,
Não me abandone meu amado,
Ainda em lagrimas,
Sinto o gosto de seus beijos apaixonados,
Seus braços que me acariciava,
Seus braços que me amava,
Mas era um mancebo,
E robusto,
A Morte não mereceu,
Nem como um Bravo morreu,
Nem a Doença,
Tirou-lhe a Força,
Morreu porque seus irmãos,
Mataram-no ,
Morreu porque meus irmãos,
A vida lhe roubaram,
Com o sangue misturam,
Se tornando irmão,
E pela traição,
Matou-o irmão.
Coro: Ò Desventurada Cremilda,
Tanto sofrimento trará ,desgraçada ,
Por suas lagrimas,
Não limpou suas magoas,
Como do Rio, as Chuvas,
Lavam a sua margem com suas águas ...
A jovem: Eu desdenhosa, zombava daqueles que sofrem.
Por causa dos amores ,
Achava que o destino pertencia a mim e não aos deuses ,
Jamais amar e casar com um homem (riu um riso sem alegria),
Sofrem quando entregam o coração as mulheres,
Não a respeitam,
A maltratam,
A humilham,
Nornes porque me roubaram?
Por que meus irmãos o tiraram?
Não ouvi o que foi revelado?
Por que contei do Siegfried o segredo?
Um falcão com todo o amor o velou,
Mas duas águias cruéis o despedaçaram,
Meus irmãos o destroçaram,
Da dor terrível, no sonho chorei ,
Estremeço,
Padeço,
Soluço,
Danço,
Minhas lagrimas ,
Misturaram com suas lagrimas Alena.
Mas Reno você não sabe o tamanho de meu amor,
É do Infinito das estrelas maior ,
É mais doce perfume das flores,
Tem da Paixão os diferentes Matizes,
A Melodia que ouve em seus beijos ,
Em seus braços,
É mais terna que o tilintar os pássaros ...
Poeta: Canta Serena Musa,
Canta, o Musa como fala o grande poeta,
A Dor da bela donzela,
A razão de tanto sofrimento,
A ira do filho de Sigmundo,
Tetis a delicada ninfa das águas de Poseidon,
Seu filho o bravo, destemido Aquiles,
Queria como mãe protegê-lo da Morte inimiga,
Pelo tornozelo o segurou,
Para banhá-lo com o líquido sagrado ,
Mas a sua mão deixou o tornozelo descoberto,
Siegfried também se protegeu,
No sangue do dragão também mergulhou,
Mas pobre de você Aquiles , nas espáduas nuas folhas de tílias, a fragilidade
Nernas, dê-me a sabedoria secreta,
Dos abelheiros,
Tomemos o vinho desse sangue,
Abra o meu corpo,
A minha voz carrega de murmúrios,
Simples música e poesia, suspiros.
Que cante a Dor e a alegria
Ninfas que habitam o velho Reno,
Como uma lufada do vento sussurre,
Despertem esses versos ainda mudos,
Sejam profundos e serenos,
Dedico a você Alemanha,
Nernas me de a sabedoria secreta,
Dos abelheiros,
Tome como vinho esse sangue,
Para compreender duro coração humano,
As sutilezas e ardis,
A sua generosidade e mesquinhas,
A sua grandeza e baixeza,
Ao rígido rouco do Reno,
Arrebente as cordas do ultimo ser ,
Sobre a montanha, vi um fogaréu,
Chamas que se erguiam até o Céu ,
Labaredas ardiam atingir o Céu ,
A montanha no alto o castelo era envolto para um fogaréu
Bravo guerreiro estava em Hindarfiall.
Destemido, cortou a couraça do sono profundo a despertou
A cólera furiosa dos poderosos a manteve adormecida,
O guerreiro por todos os valentes corações,
Vós Reno ,que adormeceis aos meus pés,
Desperteis sussurre,
Brunilda,por cada guerreiro destemido,
Sente-se seu coração pelo cupido ferido,
E incerta o tempo para levá-los,
Queria levar para o Walhala,bela Brunilda,
Por um guerreiro sem protetor,
Infiltra para protegê-los sem temor,
A valquiria ficou frágil ante a furiosa cólera,
Muito ofereceu deus Odin,
Num espinho a bela princesa caiu adormecida ,
Sobre a alta montanha,subia um fogaréu,
Era a mais querida valquiria de Wotan,
Labaredas ardentes erguiam até o Céu ...
Brunilda :Como as nobres damas que tecem delicados bordados ,
Vão tecendo nas peças e os desejos contidos,
Saudosos sonhos de outrora em cada obra,
Em cada peça com a agulha tece as iniciais do amado, uma lembrança ,
Também trazia no peito sonhos acalentados,
Que na prisão se tornam mais caros , mesmo adormecida,
Queria levar os meus braços no Walhala,
Odin lembro-me estava tão furioso,
Mesmo temerosa , segui desafiante,
Em cada batalha,
Os seus olhos tão poderosos,
Um desafio, descontente,
Vi um guerreiro ,sem recursos ,indefeso,
Eu tremi vacilante,
Mesmo temerosa segui vacilante,
Os seus olhos um desafio,
Julgava-se tão poderoso,
Vi um guerreiro,sem forças ,indefeso ...
Poeta:Gram, ameaçadora, branca,
A tudo matava ,
Forte, fendeu o capacete que cobria a cabeça,
A armadura desceu de dura couraça,
Lynge jazia-me a vingança,
Paredes cobertas de escudos ...
O prêmio seria o meu coração,
O guiaria pelo conhecimento de todos os mistérios,
Das Runas pela mão,
Seremos amigos ternos,
Amantes sinceros ,
Meus sonhos não pareciam fantasias,
Talvez por estar tão solitária ...
Sozinha apenas com companhia os meus pensamentos,
Eu já o via se aproximando ,tão alto,
Ambiciosa talvez por estar a tanto tempo conversando,
Com o fio dos meus pensamentos,
Sonhei que conquistaria o maior tesouro,
Os meus sonhos ali viviam os meus martírios,
E entregava aos delírios românticos.
Mas será que um dia desse chão seco e árido,
Nascerá uma flor?
Romperá a Dor?
A esperança é terrível ...
Mas é o que sobrevivia a esse peito entristecido,
Em pesadas couraçadas,,
Estava presa Alena pelo deus cruel,
Mesmo assim meu corpo ardia ,
Delirava em sonhos febril,
Uma bandeira sobre a armadura ,despiu-a,
Depois cortou a couraça,ao remover o capacete
Quem cortou o capacete?
Quem cortou a couraça?
Foi o filho de Sigmundo
Quem é ele? Siegfried
Sussurre, musa serena
Esses versos antigos da poesia
A música e a força,
Quem foi Siegfried?
(Odin ,descendente era do deus destemido
Com seu olho caolho
Protegia seu filho)
Vento soprava na praia ...
Trompa de hidromel a bela valquiria ofereceu
O dragão protegia e cobria de ouro
Gnitaheide ali vivia o dragão
Entre as garras protegia e guardava o precioso
Com uma única garra arranca um valente coração
Cabeça ,fazia motivações e caudas ameaçadas...
Guarda o anel de Fafner
Anel de ouro Andravari, conquistou o valente guerreiro.
Juras de amor e voltaria
Para seus braços
Hialmgunnar, velho Odin vitória.
Agnar, não tinha ninguém que o protege-me.
Anunciou-lhe que seriam mais vitórias nas guerras
Sofreria a servidão no casamento

Brunilda jurou que casaria com quem a libertasse ,
Bravo, este corajoso guerreiro era.
Canta ó deusa da primavera.
Não silencie a sua voz doce,
Sussurre as flores na primavera
Brunilda, brava guerreira.
Valorosa, Valente Valquiria.
Não perdia para nenhum guerreiro
Loura, com traças de Mel.
Olhos azulados
Claros como o lago,
Seu nariz era delicado,
Mas comprido levemente erguido,
Mostrando a sua força,
Nada a deixava temerosa ,
Nem mesmo Odin,
Mas se o coração femenil,
Sua arma encheu de ardil ,
Queria-os no Walhala
Coitado,os protegia- o como a uma mãe ao seu filho no colo,
morno como fornalha
Odin ficou desconsolado
Protegia o outro guerreiro destemido
(Nesse momento cala-se pensativa, triste , mas não arrependida da sua astúcia,
E piedosa, quis impedir o Destino vil
Quando golpeava em suas cavalgadas
Lançava com o brilho dos escudos,
Produzindo no Céu do Norte
Uma luz estranha,
A aurora boreal
Coro:
Frente a fúria ficou
Com um espinho ferido
Caiu adormecida
Em pesadas couraças estava vulnerável
Pela fúria do deus implacável
Adormeceu profundamente
Chama envolvia o castelo que estava adormecido
Somente, podia transportá-la,
Guerreiro valente
Brunilda apesar de sua beleza
De ser uma valquiria
Uma mulher destemida e corajosa
Mas ainda assim era pouca coisa
Brunilda:
(O espírito da Brunilda estava sentado ao lado da cama em que seu corpo descansava. Estava triste e deprimida. Lembrava dos dias que pensava que jamais sairia daquele castelo. Com a escrita runa grafada contando o seu Destino).
Tantas algemas grades, grades, grilhões.
Tantas tempestades, tormentas, tufões.
Tanta tensão angustia temores.
Será que um dia terminará mus clamores?
A Morte cedo ou tarde virá
Mansa ou rápida certeira
A minha mão ficará inerte
Sim, a minha mão ficará para sempre inerte.
Sim, a minha voz será silenciada eternamente.
Meus sonhos jazem mortos
As minhas lagrimas já secaram
A alegria do sorriso e dos olhos sepultados
Mataram-nos a inveja, a tristeza e o desrespeito.
A Angustia no peito era inimiga
É como uma erva daninha
A felicidade seca definha
A esperança como fria adaga
Era um pontinho de luz no Infinito
Amá-lo-ia eternamente
Partiu-o esperei confiante
Fiava em sua promessa de amor,
Feita sob a luz das chamas,
A rainha Wote ,
Mas Lokai envenenou o espírito
No vinho tombou o esquecimento
Como o pode o maldito, o perjurado.
Como pode o desventurado
Esquecer-me por completo
Por causa de uma poção mágica
O nosso amor devia se maior
Esqueceu-me por Cremilda (abaixou a voz num sussurro de lagrimas contidas)
Não me conformo que uma simples humana
Conquistou-o por uma valquiria
Ainda posso ouvir no ouvido as suas palavras zombeteiras no leito do Rio....(observa com os olhos fitos nas águas serenas do rio )
Siegfried como pode contar os nossos segredos mais íntimos...(a voz em desespero e alta)
Talvez poderia perdoá-lo por ter me abandonado , por ter-me deixado,
Mas não por ter-me traído,
Por uma mulher apenas
Poeta:
Como arrebentasse a ultima fibra da alegria e tristeza de Brunilda :As palavras eram vãs
Não conseguiu colocar toda a tristeza da sua prisão.
A alegria de seus sonhos que na minha imaginação pareciam tão reais.
O piano era suas lagrimas que escorriam tristemente
A viola o acompanhava era o seu tumulto interior
A alegria, a sua esperança.
De se libertar da prisão que Odin a condenou
Cremilda:Choro como se a sua vida ,
Dependesse das minhas lagrimas,
Busquei em vão entre as sombras ,
O seu rosto amigo,
Chorei como se fosse arrebentar,
A ultima fibra de minha existência,
Mas o seu rosto não voltou,
Ouvi o murmúrio triste dos pássaros,
As tílias balançavam o corpo desconsolada,
Onde estava o meu amado?
Se ele havia partido para a guerra,
Ele não podia ter me deixado,
Quando as lagrimas secaram ,
Assim como as chuvas pararam,
No peito machucado pela dor,
Ferido pela magoa e angustia,
Busquei a justiça,
Mas esta se transformou em vingança,
Grant e todos os outros eu os queria mortos ,
Meu coração parecia seus pelas lagrimas,
Onde havia amor ficou desfigurado,
Pelas chamas cruéis do ódio,
Eram meus irmãos que o haviam matado,
Enchia o meu peito dilacerado,
De mais fúria e rancor ,
Queria-os mortos,
Assim como Siegfried,
O meu desespero sem torna maior ,
Procuro homens para me proteger ,
Roubaram o meu ouro,
Rancaram seu marido e o ouro,
Tinha que esquecê-lo ...
A sua revolta contra esses imundos ,
Achavam que era apenas bobagem de mulher ,
Nem que rasgasse o seu ser ,
Destruiria os burgundios
Lembrava que seus desejos,
Nunca foram respeitados ,
Sempre sujeita aos desejos dos irmãos
Como por ser mulher, fosse uma incapaz,
O piano é como se tocasse o coração,
Como e fosse um fiapo humano.
Não tivesse importância.
Pela violência, sem respeito.
Foi usufruída, como um animal.
Tinha que ceder pela brutalidade.
A sua voz não tinha valor,
Tinha que respeitar o seu senhor,
Nem que ao seu mais o que não suportasse
Reno: As mãos do cadáver não permitiram,
Prostrada e endurecida,
O saque de Gunther ,
O ouro e anel mergulharam nas minhas águas,
De quem era filho, Musa dormente?
Coro:Homem de aspecto Tenebroso,
Que matara o vigoroso Esposo,
Peito forte e largo ,Garboso,
Traiçoeira , na surdina matou o Guerreiro,
Reno ,Cante, com a sua plangente, lira
Com suas velhas notas despertas,
Reno:Brunilda, se envolvia um fogaréu
Rosáceas, a cobriam,cor de carmesim
De corpo virgem
Ò Odin, ode roso e destemido.
Em seu Palácio Walhala tudo vigia e aguarda
Caolho, simples velho dos campos, despercebido.
Apesar de onipresente tudo treme com o brutal( cajado)
Seu filho ,
Brunilda:Tantos sonhos acalentados ,
Carregados de esperança,
Tantos sonhos perdidos,
Nem sobrou agora a temperança
Tantos Sonhos Acalentados
Carregados de Esperança,
Sua alma como pombas que voa ,
No horizonte o Sol adormecia,
São lamentos que ecoa,
São lamentos que entristece,
Encheu de sonhos e fantasia,
Como as jovens virgens e solitárias,
Em todos os bordados tecia,
Os sonhos distantes na manhã fria,
Sonha com o guerreiro com o seu corcel,
Transpor as chamas que ardia,
Sonhou ,mais alto, a esperança que nascia ,
Conquistaria também dos nibelungem ,o anel,
Lindo, seria seu ,com seus cabelos louros escuros
Como o trigo maduro
Os olhos azuis claros
Como água rasa
Nas suas veias correria o sangue alimentá-lo-ia
Com hidromel ,ser filho de um deus destemido
O seu coração ser atingido, pela flecha de deus vendado
Reno :Mas isso o temor,tomou sonhos velhos
Sonhadora,Cega, Perdida
Apaixonou-se pelo guerreiro desconhecido
Seu rosto já encheu de beijos
Mas ela era apenas uma sombra, tecido pelos seus desejos
Brunilda:Tanta algemas, grades,grilhões
Tantas tempestades ,tormentos ,tufões
Tanta tensão ,angustia e temores
Serão que terá um fim , um dia esses clamores?
A morte cedo ou tarde virá
Mansa ou rápida mas certeira
Aquela voz mas que levanta ,será apenas algo inerte
Sim, a sua voz será silenciada eternamente
Meus sonhos jazem mortos
As minhas lagrimas já secaram
As alegrias no sorriso e nos olhos sepultaram
A inveja, a tristeza e o desrespeito
A angustia no peito como a morte inimiga
É como uma erva daninha
A felicidade seca definha
E a esperança é como uma fria adaga
Mas será que um dia nesse chão seco e árido
Nascerá uma flor?
Romperá essa dor ?
A esperança é amarga, mas é o que sobrou
Nascerá uma flor ?
Romperá essa dor?
A esse respeito entristecido
Em pesadas couraças estava presa, pelo deus cruel
Mesmo assim seu corpo ardia, dilema febril.
Poeta: Como era o rosto das nove valquirias de Wotan
Ó elfos empresta as cores do lírio
Para com palavras pintar o rosto alvo de Brunilda
Empreste o azul celeste dos céus
Para em seus olhos colocar toda a sua cor
A cor do ouro de nibelungo para pintar as suas melenas
Pois eu pobre poeta não tenho a força da pena e a pincelada
Para desenhar e tingir com letras o seu semblante
Cremilda: O Destino das mulheres é o sofrimento ,
Por isso nunca desejei as algemas do casamento,
Jovem é sujeita ao poder tirânico dos pais e irmãos,
Casada, aos modos rudes do esposo ,
Sua voz nunca tem valor,
Sempre tem que respeitar o seu senhor,
Pode apanhar ,como criança,
Como se necessitasse de corretivo,
De palmada para mostrar o caminho,
De o marido indicar-lhe o caminho,
Eu sou a rainha ,
E valho quanto uma escrava,
A minha voz é apenas um sopro,
Mas minha voz logo se tornou um furacão violento,
Destrui-os com artimanhas (sussurros)
Como se temesse as flechas do Cupido
Quando vi os olhos transparentes do meu amado,
Quando vi seus cabelos claros como de branco pálido,
Quando vi sua fisionomia viril e rígida,
Quando vi seus ombros largos tão fortes,
Onde indefesa procurava abrigo,
Naufraguei como um barco no azul de seu olhar
Minha mãe a rainha Uote.
Queria que eu o desposasse
Mas só as ordens dos mares de seus olhos valiam
Seus olhos fortes e corajosos
Calmos como as águas do lago
Mas risonhos ,ternos , carinhosos se transformam
Quando vira no nosso filho Sigmundo
Mas agora queriam lhe ver
Casada de novo como se fosse capaz de esquecer os olhos seus...
O cheiro forte de seu peito quando chegava do cavalo Grani.
Os músculos rijos quando se lavava nas águas do Reno ....
Os seus cabelos , longos cabelos que envolvem o meu corpo , no leito.
Como se outro o substituísse ,isso me enfurece ainda mais...
E pelo meu amor ainda choro...
Assim aos meus olhos magoados mostram seu crime
Nas águas de Reno vejo Hagen com vários carros
Carregados de tesouro
Como jamais foi visto
Poeta: Qualquer coração fraco os ambicionaria
Hagen: As mulheres são impudentes
E frágeis como as flores
Precisa sempre dos homens , a sua Proteção
São tão incapazes , pobrezinhas
Só sabem usar o coração
Agora a delicada Rainha
Presa suave da artimanha
Está com todo esse tesouros
Não saberá cuidar nem administrar
Atrairá temíveis inimigos
E eu gentil guerreiro a protegerei de si mesma
Na cautela , ladina , na espreita
Observo como raposa
O melhor momento para capturar a presa
Cremilda: Convenci o rei dos Burgundios
Pois cativava valentes guerreiros
Que se comoviam com a sua perda
E podiam lançar mão a Espada
Para vingar a morte de Siegfried
Elfos:Tantas tragédias leva a cobiça
Quantas ainda levará ,Musa?
Deus Odin, o intrépido
Sem desejar,deixou de Morte ferido

Coro : Gunther havia jurado
Mais um juramento quebrado
De não mais magoar a irmã
De não faze-la mais chorar
Hagen: Mas eu Reno ,sou muito esperto
Hum, quero dizer ... sensato
Fiz ver o perigo
Nas salas e quartos do castelos guardei
As jóias tomei
Agora jogo as nas águas do Reno nas suas águas
Os olhos irmãos se revoltaram
Gernot e Gesiller se opuseram
Mas a expedição fez calor
E Cremilda mulher sozinha
Não pode ?se rebelar
Nas suas águas Reno
Está a maior riqueza deste mundo
Pela honraria dos Nibelungem
E para protegê-la
Imagine águas do Reno não foi por cobiça
Na esperança de desfrutá-lo
Na esperança de resgata-lo
Reno você sabe como eu sou honesto
Como sou um servidor de Gunther honrado
(murmura para si mesmo)
Então porque minha mão treme?
Por que será que os meus pés tremem?
Meu coração pela ansiedade palpita


Poeta: Triste canto a saga de Siegfried ,intrépido
Veloz como a flecha
Não tinha melhor caçador
Inveja corria ao seu redor
No peito,uma brecha
Sua única fraqueza
Filho era de Siegmundo
Não há maior herói no mundo
No sangue corre o sangue de Odin
Alena : com o fim da tragédia
Paralisa a Cena no fundo e canto desconsolada
Brunilda cega pelo ciúme.
Da cobiça encheu o coração de Gunther
Carregado de ardil
Arrumou um plano vil
Para matar o Siegfried Valente
E para fazer a sua justiça , a Valquiria descontente
E cometer um crime
( a cena retoma a vida)
Cremilda chorava desconsolada
Lagrimas silenciosas
Enquanto ria a desgraçada
Nos seus braços o corpo Siegfried ensangüentado
O seu peito rasgado
Aqueles foi amigo fiel
Na mão o anel que tanta desgraça trouxe
Traíram-no ,Gunther vil
Cremilda,deu ultimo beijo
Naquele rosto belo,barbudo
Uma dor, de vingança encheu de desejo
Pois o seu peito despedaçado
Não cabia tanta dor
Queria caminhar para o Létis
Mas não era hora de ir com seu amor
No Walhala,viveriam eternamente
Chamas ardia , o fogo tremulava
Em coro Reno e
Danúbio : Brunilda triunfava
Não teria de volta o seu amado
Mas traria justiça,
Chamas no corpo morto ardiam
E seu coração amargurado tecia
Alena dirige-se a Cremilda :
No mundo jovem
Há tantas almas que vagam perdidas
Não foi a única a sofrer da amargura
Não foi a única
Não sabia que mais triste que a perda do amado
É nunca de seus perfumes ter-se embebedado
Uma tristeza maior
È o choro da mãe ou da esposa
Nem morto nem vivo
Não pode sepultá-lo na lapide fria
Uma dor agonizante Desaparecido
Não sabe o que passou passa?
Ou o Furacão brusco levou todos os rostos
Só sobraram em seus sonhos destroços
Da vida que sobrou pedaços
Tomou a defesa em suas próprias mãos
E tingiu de sangue os irmãos
As quatro estações:
Como o inverno vai passar
Suas lagrimas vão secar
Suas lagrimas serão
Apenas gotas do espelho cristalino
Destes dias tristonhos
Que apenas as lembranças ficaram
Cremilda para a Primavera:
As flores para mim nunca tiveram um perfume azedo
Até o suave balanço das Gôndolas me irrita
As arvores ,renasce ,rejuvenesce ,floresce
Mas para mim o seu renascimento
Irrita-me pois os pássaros com seu tilintar
Anuncia a primavera
Pois a vida continua
Mesmo sem a voz grave de Siegfried
Não queria que na primavera as flores entrasse no meu jardim
Para o Outono :
As lagrimas que descem de meus olhos
São como as arvores que perdem as suas folhas outonais
O meu rosto se torna pálido, amarelece como as folhas
A minha pele está amarelecida, de palidez
Como as folhas não suportam mais o sol
Criou marcas tornando feias as suaves texturas
As flores outonais cobriam o parque como as minhas lagrimas
As lagrimas que descem dos meus olhos são como as arvores que perdem as suas folhas outonais.
Sob os meus cílios longos
Formam ondas como os mares
Assim como minhas lagrimas escorrem
As folhas acumulam e caem
Eu sou o Outono
Pouco a pouco as minhas esperanças
como as folhas verdes que nasciam
na primavera sob a luz do sol,
agora se tornam amarelas.
Se antes do rosto feliz brilhava no sorriso
a esperança agora como as folhas que cobrem o chão
,se enrugam,envelhecem e morrem.
Como um mar,caminhos de folhas mortas são os meus sonhos.
Não sepultados pois como as folhas do caminho ainda ferem.
Para o Inverno:
Como o inverno eu me sinto agora, fria e gelada.
Uma imensidão branca cobre este caminho, sem horizonte, como destino, sem objetivo.
O céu todo branco,
Gelado trago o meu coração,
Duro com gelo pelo rancor e ressentimento,
Fria trago a alma povoada de amarguras,
Um vento glacial sopra são os obstáculos terríveis
que me atrapalham, esses cumes gelados
Pois eu almejo a vingança
O chão frio contra o meu pé descalço,
Tudo deserto e solidão,
E agora os meus irmãos querem que caiam,
Como uma boneca que faz tudo que pedem,
E como seu problema fosse marido,
Se arrumassem outro , esqueceria meu querido Siegfried.
(A neve desce sobre Cremilda ,mas o frio é tanto em sua alma enregelada que nem percebe quando rodopia em torno de seu eixo)
Para o Verão:

E no verão o sol me ilumina o caminho
As águas da praia levasse toda a tristeza
Mas só o que sinto é esse frio terrível
O sol está quente lá fora
Parece que o sol nunca foi tão quente
O meu corpo está frio
Mas quando olho o céu
Só vejo nuvens cinzentas
Nebulosas, Cinzentas, Véus, Diáfanos
A luz da transparência
Não pode refletir a sua fronte o nosso amor
Mas para eu saber ainda que o sol sorri
Para mim a luz devia ser apagado
pois não pode devolver a cor de bronze a face pálida de Siegfried
Chamava-os seus irmãos
Misturam o sangue tornando-os irmãos
Matou-o próprio irmão
Não pode cingir a fronte
Com uma suave aureola
O arco Íris não devia existir
Pois não há motivos
De vê-lo no Rio
Siegfried não estava lá comigo lânguido
Para nos banharmos e nos amarmos

Tílias:
Cabisbaixa, choro
Chora Cremilda
Como Chuviscos
Chuvas que choram
As lagrimas molham de orvalho

As suas dores e tristezas
Seus queixumes e murmúrios
Suas lagrimas e suspiros
Meus braços estão fixos
Meus braços estão prostrados
Não consigo me mover
Apesar do vendaval
Não consigo acalentá-la contra o colo
Não consigo secar as lagrimas
Minhas frutas caem como as gotas
Sim, seus pomos caem contra o solo.
Como a Cremilda caiu contra o solo com as suas mãos socava o chão,
Rançavam os cabelo,s
Batia no peito,
Descabelava ,
Temores ,trevas ,sombras
Clamores ,
Tambores ,
Com os lábios em riste,
A dor de vê-la tão triste,
Meus pés não sabem se pela angustia ,
Não consigo socorrê-la , estão rígidos,
Pobrezinha sofre , blasfema ,seu corpo escorrega,
Cai sob o marido,
Vão molharem de lagrimas ,
Como gotículas das lagrimas de orvalhos,
Vão derrubar as folhas,
Como as lagrimas que escorrem ,
Amarelecem como os sonhos,
As folhas que caem,
Como perdido,
Sofro pela doce Cremilda
Abraça-se a si mesma como ao esposo
Que perdeu seu amado
Minha folha queria protegê-lo
Com a sombra das minhas folhas
Nada consola
Meus pés estão gelados
Pelo frio
Vão milhares de lagrimas , tílias
Como gotículas das lagrimas de orvalhos
Vão derrubar as folhas que caem
Como os sonhos que apodrecem
Os sonhos que caem,apodrecem
Como perduro,
Sofro pela doce Cremilda,
Minhas folhas queria protegê-la,
Com a sombra das minhas folhas,
Meus pés gelados pelo frio,
pela sua magoa
Não consigo silenciar a sua angustia,
As pétalas das minhas flores cobrem misturando as suas lagrimas ,
Nos seus cabelos ,cachos
Que sombreiam a sua fronte
Formam coroa de flores
Os seus olhos a luz
Do Amor foi apagado a alegria que ali brincava
Transformavam de tormento a angustia
Uma dor sem limite
Transformou-se em tormentas
Sombra seus olhos
Distorcendo a face delicada
Distorce os restos de braços delicados e femenis
Sobre os joelhos entregue ao peito
As magoas profundas
Os seus cabelos são uma torrente
Os meus troncos a abraçam
Mas são insuficientes para suavizar os seus soluços ,frêmitos
Zonzas ,zumbindo ,cortam o Zênite

Cremilda: Ainda os pássaros gorjeiam
Ainda as nuvens andam
Ainda as águas do Reno correm
Ainda as arvores florescem
Ainda tem o perfume as flores
Ainda as chuvas caem
Pare tudo,meu amado morreu
Minhas lagrimas não aqueceram o gelo
Nada mais tem sentido
A neve que desce do Céu
Afundando os seus pés entre as neves fofas,flocos
Gélido pela magoa , nem sente mais o sopro gelado
A palidez do seu rosto,face
O sol , a Liberdade é só uma nuance pouco nítida
Sussurros,Suspiros,Murmúrios
Lábios ,Trêmulos
Soluços , Gritos ,Blasfêmia
Afundando os pés entre as folhas de outono
Minhas ervas não são consolo para seu sofrimento
Poeta: A fronte sobre o queixo ,desiludida
Arrebentam as lagrimas como a última a fibra do seu ser
Como a última corda do violino que arrebenta
Os seus lábios em riste
Os seus cabelos cordas selvagens
Vento:( um elfo ,gênio da atmosfera )
Brinca e dança
Etéreo diáfano
Grande beleza
Trajam vestimentas diáfanas
Somos os Espíritos Diáfanos
A Brancura da Luz
A Claridade das Estrelas
Cremilda: O Diáfano do espiritual
A Brancura transparente da luz
A claridade das estrelas
Chamo-os Espíritos Etéreos
Vento:
Minha Dança Peralta
Como as criança
Como as Crianças
Numa Valsa
Vai e vem
Furacões
Tufões
Tudo leva
Tormenta , Tempestades Destroços,
Arrasta,
Temporal
Casas,
Sonhos
Num
único
sopro
Somos você que entristece Brumas,Brisas, Breves
Ventos , Suaves , Velas
O frêmito frenesi
O violencista
vento ,
vibra ,
veredas
Vagos ,
Vestígios,
Vigor
O Invisível Inalienável
Vocábulos ,
viaja
Volante ,
Volátil,
Evapora
Como o
Vesúvio
Vomita
Minha dança
Peralta ,Sinuosa
Como as crianças
Numa valsa
Vai e vem
Vem e Vai
Na fanfarrice
no farfalhar das folhas
Faceiras,Flores

Floresciam
Floreios
Os Floreios
A Flecha

Na face
Brumas
Brisas
Breves
Vagos são vestígios
Vigas ,vinhetas
Meus vocábulos
Vojeiam volátil
Sou o violencista
Vibra veredas
Vagas
Vinhetas
Meus vocábulos
Viajam
Volátil
Apenas
São vapores

Cremilda: Não quero do vento a leveza
Leve
Suave
Como a ave
Quero a crueza,
A aspereza
E a dureza
Forte
Chicote
Vento
Violento
Tudo destroça
Tudo despedaça
Tudo arrasa
Leva casas
Leva tílias
Leva pessoas
Brutal
Trovoa
Ecoa
O martelo de Thor
Quero tudo destroça
Arrasar
Arrancar
Nem que a morte me espere
Nem que eu mate
Mas como o vento leva
Como tormenta
Tudo destroça
Tudo levará
Vento: Uivo
Veloz
Violento
Como Vesúvio
Vomito
Larvas
Cremilda :Não quero a sua leveza
Leve suave como a ave
Quero a sua aspereza e crueza
Quero a força do chicote violento
Tudo destroça
Tudo despedaça
Tudo arrasta
Leva casas
Leva telhas
Leva pessoas
As pessoas brotam , trovão de Thor
Quero tudo destroçar
Quero tudo arrasar
Quero tudo arrancar
Nem que eu
Me destrua
Nem que eu mate
Que até mais
Ame
Mas como o vento tudo
Tudo destruiu
Alemanha:
Quem semeia ventos colhem tempestades (murmura triste)

Ondinas: Cisnes ,deslizam fluidamente
Nas minhas águas calmas serenas
Mas a tempestade que se aproximam elevam
As suas águas furiosas, turbulentas
Cremilda: Achava que a vida era uma dança
Que podia aproveitar cada compasso
Até calos ,descalça
Mas a harmonia quebrou
Mas a sinfonia arrebentou
O sonho morreu
A lira pereceu
(Triste viu a leveza do vento que só agitava levemente as folhas em círculos,diz com uma notação furiosa.
São magoas, tristezas
A minha alma estão como as nuvens cinzentas
Minhas pernas estão pesadas
Ando até descalça, descabelada
O meu peito arrebenta
Em trovoes
Em soluços
Em furacões
Tudo está perdido
Tudo está sem sentido
As estrelas estão embaçadas
Com o meu futuro,só vejo vingança
Chuva: Sob as trevas da Escuridão
Sob a Brancura transparente da luz
Sob a Sombra Luzidia da Lua
Pranteia
Prantos
No prado
Perdida
Pobrezinha
Poeta: Quem semeia ventos
Colhe tempestades (murmura triste)
Cremilda: Chove ,porque será?
Faz tanto frio agora
Estremeço ,tremula , a alma
Poeta: Como o piano
Cremilda:Como a minha alma que sofrem
Mas lá fora o dia está claro
As chuvas pararam , já veio a calmaria
É os meus olhos que choram
É o meu coração que sofre
Mas o frio que sinto
Meu coração estremece
Se o sol vai alto!
Deve ser a falta de seu aconchego,seu peito
De seu calor
Mas se o dia vai claro
Porque vejo tudo tão escuro
Deve ser a sua ausência
Da sua ausência
Poeta:Neste pedaço desta estrofe
A lira está quebrada
A mão violinista não acha a nota
Louca,achava que o maior sofrimento
não existia,
Desconsolada
Encurralada
Achou-se no direito de matar
De ser a balança da justiça
Não sabe a ingrata quantas jovens nem conhecera
Ela bebeu seus doces e amargos perfumes
Não sabe a desconsolada, quantas mães nunca mais completaram face do filho. Nem morto, nem vivo
Como uma chaga terrível faziam seus dias terríveis
Desaparecido....
Sabe os seus ouvidos estão ocos ,quantos homens perderam as famílias inteiras ,levadas por um terrível furacão...
Terrível ...que tudo levou com seu sopro de morte... só sobrando escombros ,destroços , da vida pedaços...
Danúbio : Não queria deixá-lo passar sabia o seu Destino
Transbordava as águas
Hagen: Ouviu a minha voz e teme ...
Percebe que no meio muitos guerreiros
Cisnes fêmeas ,Ondinas
Conhecem o futuro
Revestem brancas plumagens
Conhecem o futuro
Violino:
Um uivo violento e breve
É do violino a voz suave
Violino é um sussurro
Um breve suspiro
Leve, envolvente
Sutil, suspenso
Veladamente, vibrante
Na danças, sedutor, garboso.
Veloz o vento vela
Gracioso, Sereno
Como um pássaro voa
Cada nota ecoa
Vagas visões
Sensualidade casta
Mas como a visões vagas.
Larvas, selvagens

Reno: Se conheceu um grande amor Cremilda
Você devia esquecer ,recomeçar uma nova empreitada
Cuidar de seu filho Sigmundo
Constituir uma nova família arrumar um marido
Cremilda :Não entende Reno
Nada tem sentido
( Ela continuou o seu caminho com seu choro triste , não conformada com a sua amargura da perda de Siegfried)
Derrama lagrimas de tristeza porque tudo continua o seu curso , apesar de seu amigo)
Porque os pássaros cantam?
Porque as flores abrem?
Porque as estrelas cintilam?
Porque as águas do Reno correm?
Tudo continua igual
Se nada está certo
Meu amor partiu
Os pássaros não tem mais motivos
Para sussurrar seu canto
As flores deveriam estar murcha
As estrelas apagados
As águas do Reno secas
Poeta:
Como cantar o inexprimível
Abrir as portas do inatingível
Num único canto,
Num único lamento,
Como cantar o sonho?
Como cantar a morte ?
Como os sons trazer toda a tristeza ?
Como as notas trazem a alegria?
Como as notas trazem a angustia ?
Será que esse simples piano
Deixa-me tão triste,sereno
A musica pode cantar o crime?
Vivificar a historia e o crime ?
São simples ondas sonoras ,
São simples ondas no ar

Cremilda: O canto da melancolia ouço
Meu coração bate descompassado ,entristeço...
Estou infeliz ,
A musica me desperta tanta paz
A musica traz saudade
Compartilhamos , a mesma dor
Nesta harmonia que ouço,
Nesta sinfonia sinto que compartilho seu amor
Poeta: Neste som de violino distante
Sinto que mergulho ,nos
Braços dos amantes,
Esta música sinto meus olhos úmidos
Sem motivo , aparente

Poeta:
(evoca)
Mas na verdade eternamente
São dores distantes que
Dores que a musica traz
Que machucar esta alma,
São simples sons de violino,
Que traz sentimentos não adormecidos
Que esses sons sãos as lagrimas contidas,
Por todas dor que trago no peito ,desperto
(rasgado)
A música pode contar o ciúme,
Vivificar a historia de um crime


Terceiro Ato: O sonho da liberdade
Poeta:Há muitos anos a Germânia lutava bravamente contra a escravidão de Roma.
Roma estava nos últimos raios da Republica Romana,
nas mãos de Otavio desapareceria para sempre esses últimos raios no horizonte.
Poeta : Spartacus já tinha dado seu último suspiro na cruz,
César que havia destruído os galeses se despediu com as ultimas palavras que se tornou com o passar dos horizontes imortais :
" Até tu Brutus ?"
Surpresa nessas curtas palavras , mas César não devia a traição vem sempre de perto. O seu erro estava nesse ponto, espera a traição longínqua de um inimigo , de um estranho, não de um filho, esse foi seu erro e de muitos homens , quando menos vê é apunhalado pelas costas.
Os bravos guerreiros lutavam obstinadamente pela liberdade
A Alemanha alimentava a sua força,soprava em seus ouvidos a fagulha da coragem.
Os romanos pressentiam que alguém alimentava a ousadia e a obstinação, pois o mundo inteiro era Romano, menos aquele pedacinho de terra...
Nem de longe era a mais fértil... De clima mais ameno...
O que fazia ganharem à batalha era a teimosia , o amor pela liberdade.
Hermann, ainda não tinha nascido para libertar o seu povo.
Mas algo no coração da Europa, pois ela localiza exatamente no seu coração
E dele saiam às veias que alimentam a Europa, a aorta é o Reno e suas artérias e veias sãos os vários que nela correm o Elba ,o Danúbio .
Alguém ali deveria fazer a guerra prolongar ,aumentar a sua tenacidade .Pelo sonho da liberdade.
Já fazia muitos anos que a Germânia lutava bravamente contra a escravidão de Roma.
Os bravos guerreiros lutavam obstinadamente pela liberdade que usufruíam. Antes a morte a escravidão.
A Alemanha é que alimentava a sua força, soprava em seus ouvidos a fagulha da coragem.
Os romanos pressentiam que alguém alimentava a ousadia e a obstinação, pois o mundo inteiro era Romano, menos aquele pedacinho de terra...
Nem de longe era a mais fértil... De clima mais ameno...
O que fazia ganharem a batalha era a teimosia.
Hermann, ainda não tinha nascido para libertar o seu povo.
Alguém ali deveria fazer a guerra prolongar, aumentar a sua tenacidade.
Entre as florestas negras
Surgiu a lenda
Um guerreiro,sim alimentava , o guerreiro que cada capturado descrevia-o com pinturas terríveis que fazia o mais valente romano fraquejar.
Era um grandalhão forte,impiedoso ,robusto como os Montes bávaros,
Um guerreiro, sim alimentava cada guerreiro capturado que Hadrian lhe dizia,
Manejava a espada com a força e agilidade de uma águia,
Desejava capturá-lo , então a Germânia estaria liquidada,
Entre as florestas negras,
Surgiu a lenda ,
Soprava os ventos que os romanos estavam próximo atacando as tribos vizinhas ,
Otavio:Nada podia perder a César,
Chama-se seu mês de Julius ,
O meu será Augustus,
Se em seu louvor são 31 dias,
A mim não terá menos do que isso,
Se ele conquistou a Gália ,
A Germânia eu conquistara,
Cena : A chegada dos romanos
(Quando voltava do passeio atravessou a aldeia destruída da tribo , a fumaça das chamas ainda sopravam as suas ultimas labaredas, cinzentas ,viu uma criança magricela, que
completava a ruína )

Desengano :Quando voltava viu o sofrimento,
Viu uma criança magricela
Que completava a aldeia

Alena : A minha casa ,
Que ficava ali na aldeia
A aldeia , onde brincava com meus amigos e meus ... irmãos
O fogo tudo apagou
Só não conseguiu tirar as minhas lembranças
E a tristeza ...
De quando feria o dedo
Ouvi a voz doce da minha mãe
Cuidando como fosse um ferimento e greve
A sua voz melodiosa carregada de lirismo ...
Até isso tiraram os anos passarão
E a sua imagem se desvanecerá
Só lembranças fugazmente seu rosto
Como as fumaças nuvens que desvanece
Até o seu sorriso só lembranças da ternura,
Mas não a sua ternura
Intensidade
Nem a sua voz entre suave e áspera
Com um sotaque forte mas sem amor
Parecia tão delicado,
Os seus olhos também esqueceu o seu ar tristonho
E preocupado
Ao me ver furioso
Quando me atravessar
Esquecerei... (neste momento parar, com os olhos comovidos e úmidos pela emoção)
Sentirei até falta de sua ausência
Daquela ânsia de vê-lo
Do temor pelas artes cometidas
E pelas surras que viveram
Até da casinha tão simples
Parecida com tantas outras
Mas em cada canto havia sua presença
Até das brigas dos irmãos
Pois até nos brigávamos
Agora percebo
Quando tudo se silenciou
Não ouço mais a voz jocosa
As provocações e os beliscões
As minhas mãos das vidas que salvei trago as queimadas ...
Das vidas que busquei encontrar
Trago as mãos queimadas
Socorrer inocentes
Poeta:
Sinta o gosto do aroma de cada sentimento
Viva a alegria e a tristeza das flores nascidas
Florescem belas e delicadas, morrem despedaçadas
Ouça a voz do lirismo do sofrimento
Não esquecendo no piano a leveza das aves
Quero tatear o sabor das lagrimas e as sombras do sorriso raro
Ver a fúria contorcer,antes o belo rosto
Pintar com as cores vivas a beleza trágica da Morte.
O piano: É a alma que revive nas notas
É como se o tempo não existisse só a música
O piano é a pureza e a leveza
A força e a grandeza
Será que é esta a música ?
Será que minha alma grita?
Por causa desse murmúrio
Desse choro,sem lagrimas
Apenas um lamento
Mas uma Dor desperta
Que rompe o pranto
No silencio do saxofone mudo
Esta a resposta que procuro
A nota que busco para esta melodia
Entre os tambores ocos está a reposta
Roma: Eu era a grande Senhora do mundo
Entre as densas florestas ,predominava a barbárie
A " civilização" ali não tinha aproximado

Cena : Alena se reencontra
Alena : Julgaram me inocente do crime,
A Morte culpava os invasores,
Viam-me como a pobre viúva,
Que mal teve o prazer desfrutar o casamento,
Não apreciava os trabalho de agulha,
Mas sim seguir os homens como outras mulheres no campo de batalha,
Incitando a coragem e o desejo de liberdade
Curando os feridos
Com a morte de meu marido me libertei pude seguir com os cabelos rentes os homens como guerreira
Vento sopra:Alena nascido um homem
Era valente guerreira
Cena Os Cimbros
( Despojados por uma erupção terrível do mar terrível do mar, os cimbros desceram ,em número de 300 mil atravessaram o Danúbio)

Alena: De mim se aproxima de cavalo branco,
Sagrado entra em contato direto com os deuses,
Se aproxima com seus olhos grandes,
Brilhantes, Assustados e Confiantes
É um convite, o acaricio tão macio,
De sua boca solta um relincho,
São como falas desconexas ,
Mas em seus olhos reflexos de um lugar distante,
Neles entro , caminho.
Cimbros ,vejo os seus rostos,
Desolados e Despojados
Pelo mar uma erupção terrível
Tantas crianças ,esperanças
Os Alpes desceram,
O Danúbio atravessaram,
A Itália a riqueza o atravessaram,
Clima ameno, terras férteis
Pai:O meu Destino é seguir errante
Sempre buscando novos caminhos, andante
Assim como as aves não tenho algemas ,
Sigo ,sempre em busca de novas terras
Nem , a Morte não é o meu Limite
Nela quando me entregarei alcançarei o Inalcançável
Nela chegarei nos braços do Inalienável
Trilharei os caminhos do Infinito
Alcançarei a profundidade do Ignoto
(vestia um manto de lã grosseira)

Cimbros :Mas por enquanto sou como as areias do Norte,
Guiado pelo vento,caminho sempre em diante
Espero encontrar nada mais do que um lugar para construir minha casa.
Conseguir, para meus filhos, alimentos
E partir como as areias que se partem,
Que se cruzam e se reencontram
( Uma túnica de algodão cru esbranquiçada)
Mãe: Sujeita sigo o esposo
Não importa se alegre ou triste
Sou apenas o seu Rastro Apagado
Com as minhas mãos grossas e os meus braços
Cultivo a terra ,cuido do gado
Alimento esses guerreiros
Filha: Quando crescer como minha mãe formarei o meu ninho
Vestirei meu vestido gracioso cheio de fitas de linho
Unir-me-ei ao meu esposo
E atrás dele ,meus filhotes e eu caminharemos
Filho: Eu serei como meu pai um bravo
Sou filho das tribos dos Cimbros
Serei como meu pai o mais destemido guerreiro
Por isso, sou aprendiz,
Meu guia é meu pai que me orienta e ensina
A levarem os meus inimigos prostarem
Serei um Intrépido como meu pai
Elevarei com a espada o nome da família
Defenderei com a armadura a nossa dignidade
Mas antes participarei do Ritual
Sonho com minha mão elevando a espada na Assembléia
Da casa paterna entregarei a tribo
Seremos um corpo único
Serei destemido como meu pai
Poeta:Ouço ainda os seus rostos partindo
Ouço as carroças zumbindo
Partiram cheio de ilusões
Esperanças vãs em seus corações
Assim como estes espíritos também partimos cheio de sonhos
Fomos e somos Crédulos,Ingênuos,Humanos
Mas estes sonhos são como os Pássaros
Um a um partem na Primavera
Cada dia menos pássaros vejo e nossos corações menos sonhos,ficando sozinhos com nossa amargura
Pelas mãos de Caio Mario as vozes foram para sempre silenciadas
São apenas espíritos,
Quando se passa entre Turim e Milão não se veem mais nem suas pegadas
O tempo, os apagaram,menos os seus desejos
Vi enquanto passava entre os Rostos.Espectros
A minha alma já sofreu todas torturas
Para sobreviver muitas vezes minha alma se descola do corpo
A pior Dor é não estar trancado por ferrolhos
É saber a Dor que lhes infligiu
E não poder impedir
A minha voz que ouve
É o grito silencioso que não terá eco
Mas é alguém desesperado
Que ouviu seus amigos ...
Que ouviu seus irmãos ...
Que ouviu suas mulheres ...
Que ouviu seus filhos(essa ultima palavra sai como presa por um soluço)
Sinto a grade ,vacila e treme ,
Parece que estamos encaixotados, pequenos ?
Para nós sobrou a mão que segura o açoite
Lutar contra as feras
Matar os nossos irmãos de infortúnio
Sinto Dor, não Medo por tudo aquilo que perdi
Não pude nem mesmo dizer o último adeus
A minha casa que fica ali atrás do muro
Fica tão perto , e agora tão longe
Por que? Se aquilo que nos agarraremos desesperadamente .Não é a vida
Somos apenas Brinquedos
Nas mãos dessas crianças sedentas de sangue

Cena :Visigodos
Alena: Vejo seus rostos,
Não é apenas os rostos dos visigodos
É o rosto do Homem
É o rosto da Esperança
Pois o homem só é humano por causa da esperança
Do sonho de ter novamente as asas do amanhecer
Na esperança pálida de se livrar da gaiola
Da ilusão de sentir o gosto cálido no vento e nas penas
Mergulhar , abrindo as portas onde estão as correntes de ar,
Mas o seu sonho revelou o mesmo desejo,
De nascer uma flor no solo árido
Um sonho impossível
Mas desejável e Inalcançável
Os visigodos chegaram
Assim o barco próximo ao porto
Apenas umas braçadas os separavam
Mas a tempestade veio furiosa ,
Quebrou o mastro,
Tão perto das terras férteis para alimentar seus filhos,
Tão distante da flor
Os soldados guardavam a Muralha do Diabo
Subornaram-nos e passaram
Viria então a flor do árido do deserto?
Estes guerreiros então poderiam assentar-se
Montar a casinha,
Tirar do solo o alimento
Então realmente a flor sugeriria?
Assim como hoje sonhamos com a paz
É um sonho impossível
Roma era uma esperança
Aqui as terras eram inférteis ,pouca generosa
Aqui o clima era ingrato ,
apesar do amor do amor de sua mãe
Não alimenta a fome
De filhos , e estes se multiplicam
Como estrelas no infinito
Migramos para o sul em busca de clima mais ameno,
Um clima mais fértil
(Vozes sepulcrais vindas do Pântano, nas proximidades de Pourriéres , perto se vê a planície que exalava um cheiro horrível pior que esgoto a céu aberto, cheiro de mortos em decomposição)
Teutões:Nossa voz vem do pântano
Por isso ,não estranhe
É úmida e abafada
Profunda vem do abismo
Enxerga longe ,vem do precipício
A nossa voz reclama
Pois tem cheiro de ovo podre
Mas é o cheiro de Carnificina
Pois fomos destroçados e dizimados
A planície ficou coberta de nossos corpos
Jogaram-nos então aqui
Os vermes vorazes devoraram a nossa carne
Nos tiraram o último direito de ser enterrado com dignidade
Não fomos enterrados
Não choraram sobre os nossos corpos
Nossas voz está presa na Escuridão
Por isso sai ruidosa como presa numa caixa
Antes entoavam belos cantos na América( Península Báltico)
Não sobraram nossos testemunhos
Os Romanos os apagaram
Seremos amanhã o nome de um povo
(Uma criatura com o rosto terrível,com roupas despedaçadas e sujas,com dentes irregulares e imundos, os olhos com pupilas dilatadas)
A criatura terrível : Eu sou Ruína,
A destruição que Rumina,
Qual será a sua próxima ameaça ?
Qual será a sua próxima desgraça?
Entrei em tantas cidades com as minhas mãos hábeis
Cravei a Morte
Campi Putrid ,colocaram com esse nome horrendo
Para me homenagearem
Pois extirpei até o último germânico
Só sobrou um grito
O último do desespero
De um povo exterminado e obscuro
O Templo da Vitória
É a minha gloria
O busto de Caio Mario
Elevando o meu nome
Espalhando a Destruição e o Massacre
Nornes: Somos três irmãos
Somos grandes costureiras
Nosso tear vamos tecendo as teias do Destino
Meu nome é Urd (diz a mais velha) sou o Passado
Meu nome é Verdrand , o Presente
E eu sou o Sckuld, o Futuro
Nossas mãos são calosas ,
Nossas palmas são ásperas,
Nossas mãos são delicadas,
Somos hábeis artesãs
Tecendo delicados fios de linho
Cada linha é o caminho
Uma tesoura pesada de Ferro
Aqui termina o Desterro
Alena, jovem(balança a cabeça em desaprovação)
Jovem da tribo sem Rosto,
Filha da nobreza
Tem um dom desagradável
Que a tornará a nós vulnerável
Nós estamos lhe tecendo graves tormentos
Esse dom lhe será Ingrato

Alena: Vejo vozes ,ouço rostos transtornados
Caminham cada um para as mãos da Ruína
E nada posso fazer
Será que foi ontem,hoje será amanhã
Nem isso sei,só sinto o seu desespero
A sua magoa como minha
Vejo os seus rostos aflito
E não posso diminuir o seu sofrimento
Não posso tirar da mãe o crime
Não posso livrá-los da prisão
Não posso impedir que as vidas sejam dizimadas
As minhas mãos estão imobilizadas
Sinto-me subitamente envelhecida(num sussurro)
(Senta-se como se não agüentasse o desespero
Todos destruídos pela mesma mão inimiga
Será esse nosso Destino?
Mesmo na luta , a ultima esperança ...
A sentença da destruição

Cena : O chamado de Vercingoterix
(chefe de cerveni na terrível campanha de Alísia 72 a 46 a.C Roma)


Alena: Ainda posso ver seu rosto, solitário,
Ainda posso ver seu corpo, ferido,
Ainda posso ouvir seus gritos, gemidos,
(Eram quase sussurros)
Ainda posso vê-lo estrangulado,
Apesar do tempo que nos separam, que não é pouco,
Apesar da distancia, tanto tempo,
Ainda com a minha alma arrebentada pela emoção angustiada ,
Ainda posso sentir o frio,tão gélido,
Infelizmente não sou um imenso manto,cobertor,
Para aquecê-lo , protegê-lo do frio e de César ,
Não sou o Destino para voltar no tempo ,
e afastá-lo dessa Dor ,
Não posso arrancá-lo da cela escura,
Não posso arrancar a mão do car-rasco, a fala enrosca,
Não posso arrancar a mão do detestável algoz ,
Queria arrebatar a Dor de seus olhos,
Mas como extrairia de sua alma,
Seu rosto as pagina da Historia não gravou
As sombras do desconhecido a envolvem
A sua voz grita uma ordem em galês:
Vercingoterix :Os celeiros desses malditos invasores quero-os destruídos.
Mente sabia privaria deles os alimentos ,
Seu nome é Vercingeterix,
Sim, o chefe supremo dos guerreiros,
E tiraria das terras de seu povo o opressor,
Livraria os cerveni desses malditos romanos ,
Mas pobre dessa alma sonhadora ,
Seu sonho virou seu pesadelo,
Como um barco a vela que o vento muda o rumo,
Vi-o prisioneiro ,humilhado,
Vi-o , entregue aos legionários , acorrentado,
De vê-lo no seu sofrimento, triste,
De ver o seu sonho perdido , seu povo escravo,
Os meus olhos baixos , trago-os úmidos ,
Choro, um choro sincero,
Pois queria ter asas do tempo e tira-los da mão de César ,
Era um bravo guerreiro,
Antes de tudo , um ser humano,
Orgulhoso,Forte,
Mas acima de tudo um homem ,
Que só queria a liberdade para seu povo ,
Era chefe da tribo de Cerveni,
Valoroso protegeu seu pai,
Vejo o rosto vil de Julio César,
Coração de pedra ,impiedoso,
A sede do poder lhe guiava,
A vitória lhe deu honra de herói ,
César: Massacre,
Espalharei a Fome,
Alena : Quem inimigo é maior que a Fome?
Não há maior inimigo que a inimiga que devora o seu estomago,
Urgente,insistente
Cruel é a Fome das crianças, das mulheres e velhos.
Eram apenas espectros imagens da Fome ,
Esculturas mortas de seus corpos franzinos pela Fome ,
Marcados na face esquálida pela miséria ,
A aldeia que viu suas pernas andarem...
César : Espalharei chamas
Alena: As chamas devoraram a graciosa aldeia,
E trago nas mãos as marcas das chamas,
César :Espalhei sangue
Alena: Ainda posso vê-lo acorrentado como um animal,criatura frágil,
Ainda posso vê-lo humilhado,desumano ,
Ainda meu olho veem os gemidos das mulheres,
Ainda posso vê-las caídas ,violadas,
Pelas mãos imundas dos romanos ,
Vi o sangue descer de seu pescoço
Degoladas ,
Muda fiquei ,tombei de joelhos
Frente a tanto sofrimento e magoa
Na sua fronte é um chamado
Para não abandonar a luta contra Roma

Cena : O chamado de Hermann
Em 12 a.C os Romanos finalmente atravessam o Reno ,partindo da Gália,
Chegaram ao Elba em 9 a.C uma revolta conduzida por Armínio ( Hermann )
acabou destruindo três legiões na Floresta de Teutoburg.Em 74 d.C
Vespasiano estabeleceu a autoridade romana em todo o triângulo conhecido como Agri Decumates, entre o Danúbio e o Reno e instalando-se até a Floresta Negra
Alena: A Música que sai pode terão ter toda a beleza
Mas será o mais próximo que posso alcançar
Os bárbaros são como os pássaros
Com o seu canto alegre e festivo
Tilintando ,leve , livre ,violento
Como se amanhã se o sol abrisse
Os seus braços , e sorrisse
Como sempre tivesse novos frutos
Nas arvores silvestres
Com se suas essas perdessem sempre
Experimentar abertas novos ares
Os seus olhos pudessem ver mais uma vez
Com seu canto e o seu vôo
Anunciam a Primavera da liberdade
Que não é só despontar de um dia
Uma nova estação que se abria
Uma vida
Que surge naquele sol
Entre as águas e montanhas
Os seus escudos ,lanças ,mantos atravessam os ares
Assim como as asas dos aves
Assim como as asas das aves
Nas penas ,no manto sentem o gosto de ser livre
Como as asas de pássaros que voam em direção ao Sol
Nem que asas derretem de cera
Em direção ao Olimpo pégaso
Nem que seja um só momento
As suas que batem
Repetem um mesmo refrão
" Só mais uma vez
O gosto da liberdade "
Mas gaiolas os prendem
Podem ser da cor do ouro
Ter os melhores grãos
A águas mais frescas
Mas são grandes os ferrolhos
Que o afastam do sonho da liberdade
É só um sonho mas é melhor que a realidade
Vejo em seus olhos
A buscar o desejo de partir
De abrir a gaiola e sair
Nem que seja com a asa quebrada
E for tão rápido a queda
O mesmo olhar daqueles rostos
O desejo do gosto
Pode não ser dos mais agradáveis
Ferido e morto no campo
Caçada a busca encerrada
Mesmo que seja um lapso segundo
Mas é melhor que vê o mundo atrás das grades
Os passos curtos por causa da gaiola apertada
Até a água se torna rançosa
Os grãos amargos
Mas o pior é que a gaiola espreme
Sentia-se mais pequena
Ave: Que vontade de partir .Chlin-Chlin
Que vontade de partir . Tilin ?Tilin
Poeta:Tornava agora o dono cruel
Os dias ainda piores , o algo vil
Tornado ainda maiores a saudade daqueles dias
A liberdade está tão próxima
Atrás das grades ,da janela
Tão próxima era um só vôo
Os tributos os castigava
Ainda mais os humildes
Hermann:Um simples pão
Ficava um sonho alto
A Terra é pobre pouco pão permite
E ainda os impostos os castigava
Vi nos seus rostos inexpressível
Ouvi o gemido silencioso
Dos seus rostos cinzentos
O seu olhar me seguia
Os seus olhos me perseguiam
Vi nas mãos castigadas
Sentiu nas mãos calejadas
Todo o sofrimento
Na alma me oprimia o tormento
O mesmo canto triste dos pássaros
O mesmo canto rouxinol
O seu canto me seguia
Mesmo que eu não tinha motivos
Para me importar
Eu era nobre, um legionário
Estudei até os 25 anos em Roma
Chamavam-me de Armínius
Mas seus olhos de pássaro
Me seguia
Os seus olhos pretos
Tão triste pela prisão
Queria poder virar as costas
e não me importar
Mas os seus olhos entre sonhos via
O seu canto de pássaro ferido
Morto mas que insiste em viver
Pois apenas completava a vida não vivia
Entritescia-me e prendia-me
No seu canto lírico
Que me incitava a luta
Que me fazia desejar a guerra
E conseguir algo que nenhum outro povo
Expulsar alem das nossas fronteiras
Era um sonho acalentado por todos
Mas nenhum tinha alcançado
Ave:O seu cano era só uma harpa quebrada
Era só uma flauta triste
Apenas uma lira arrebentada as cordas
Mas era musica aos meus ouvidos
Se elevava como em sinfonia
Hermann :Sempre implicaram com as roupas
Feita de couro cru dos animais
Com o costume de untar o cabelo com óleo
Mas eram os nossos costumes
Assim como desprezamos o seu luxo ofensivo
As suas Thermas ,vários homens nus
Com prazer,deleites , repulsivos
Agora queria que nos tornassem como eles
Tinha o guerreiro um sonho,
Seu sonho e você chefe dos cherusci eram apenas uma gota
Um pingo na imensidão do Infinito
Infinito que podemos chamar de mar
Mar que é o vasto Império
Império que apesar do medo da derrota, não retroceder.
Não retrocedeu quando era tão fácil entregar
Entregar, pois o seu sonho era uma loucura.
Loucura, pois quem guerreiro havia vencido o Império Romano.
Romanos tinham subjugado os germânicos
Germânicos, e você intrépido, pertencia uma tribo somente, cherusci.
Cherusci entre tantas
Tanta angustia e temor íntimo deve ter temidos
Temidos apenas por si, mas pela sua amada Thusnelda e o seu povo.
Seu povo que dia os treinava a lutar
Lutar que de dia entregava a mais silenciosa e perigosa
Perigosa empreitada guerreiro
Saltaram sobre os romanos da Floresta de Teutoburger
Tibério conquistou o seu território,
Monumento Deltmold, estado da Westphalia,Alemanha
É o monumento da batalha de Teutoburger Wald,
Amanhã será apenas restos os bosques da Turíngia
As arvores com as frondosas vinhas na planície
Cena :A tristeza de Hermann
( Hermann está triste por ver o seu povo
Sofrendo nas mãos de Varus)
Hermann:Sonda o meu coração impotente na busca da libertação
Venerável deusa ,seria Freia , de Wodan?
Sim,deve ser , pois em sua presença
sinto o meu intimo renascer em flores
Flores da esperança
Seu perfume é tão cálido e suave
Temo que morram...
Temo que esse sonho se torne vão de livrar o meu povo da escravidão
Uma voz:É meu filho é possível, apague a sombra desse sorriso triste,ainda lhe distorce o seu rosto
Hermann: Diga-me seu nome ?Por que me chama de filho?É minha mãe ?
(A onipotente deusa aparece para Hermann que nunca a tinha visto ,só a sentido, parecia uma valquiria, será que seria a sua hora de partida ,ficou triste lembrou-se de Thusnelda , a deixar sozinha)
Alemanha:Não temas sou sua mãe e de cada um desses rudes guerreiros, que para mim são tão queridos.Chamam-me Alemanha,pois muito dos meus filhos falem teutão.
Em seus olhos vejo dois lagos
Lagos de magoas
Não, seque seus olhos
As lagrimas os tornam ainda mais belos e claros
Transparentes como do lago as águas
Mas sombras são algumas das suas gotas que os serpenteiam ...
Escuridão ,Tormentos ...
São seus pensamentos ...
Reno : Fraqueza Hermann não é chorar
A fraqueza não é o frio enregelar
A fraqueza é não enfrentar a Dor
A fraqueza é sim entregar a Dor
A fraqueza é deixar o Medo escurecer como as sombras do azul dos seus olhos seus em escuro,virar as costas para o amigo
Viu ,meu amigo ,seus irmãos
Frente a feroz e cruel Roma
(Hermann estava meio-assustado e extasiado pois a desconhecida enxergava tudo dentro de seu coração .Mas seus olhos embaçados só vê uma vaga visão e sua voz parecia o sussurro das fontes da clareira onde tomava banho)
Hermann:Quem é você ?
Que tudo vê
(Mas uma duvida ,devia ser Eros ,deusa dos vis romanos ,fermentava a duvida em seu corajoso coração.
A deusa que tudo vê com seus olhos agudos de águia percebeu o conflito intimo)
Hermann:Não temo a mão da Morte
Pois sei que cada dia da Vida
É a minha despedida
Temo é deixar minha amada Thusnelda
Abandona o meu povo se tudo perdido
Entregá-los a vingança feroz e cruel dos soldados
Pois não temo perde o incenso da vida
Pois sabia que um dia partiria
Pois esta é chama,chama que se apaga
Mas não suportaria ver o meu povo sob o jugo assassínio
Alemanha:Não se preocupe ,limparei da sua fronte esse ...
Com a minha mão a protegerei
Com meus pés lhe guiarei
Hermann:Não entendo, não a conheço ...Sou filhos dos Cheruschi...
Alemanha:Não importa quem sou ,sou um nada
( A sombra das arvores cobriam seu rosto ,lançando nuances mais fugidias ,no rosto direito ,que a luz o iluminava ,o jogo da luz e sombras ,tornava o mais pálido e triste ,seus olhos eram a tristeza,só uma frase ecoava no intimo ,ele não a conhecia)
(Hermann,mesmo não a reconhecendo, ressentiu contra si mesmo ,como podia tê-la ferido a mulher mais bela que tinha visto, que só podia ter descido do Walhala para conversar com ele um príncipe)
Hermann:Não fique triste ,perdia ?me se eu a feri
Alemanha:Não importa,sem meus filhos nada valho
Tente ajudar os Cimbros se libertaram
Não teme os Romanos
Minha mão proteger
Minha mão guiarei
(Sonhou e sentiu mais forte)
Hermann: Quando desperto
Sei que sim, morreremos
Mas como guerreiros
Não como escravos
Cena : O espírito da liberdade
( Hermann induz o espírito de liberdade que só seria conseguido pela união)
Hermann :Não retrocedem bravos guerreiros
O que adiantava a vida sem a liberdade
É como um homem , naufrago numa ilha deserta
Sem água a completa a imensidão ,sem nenhuma gota...
Vocês náufragos do Império Romano
Tem que lutar pela nossa libertação
Não desanime que ainda somos poucos
Somos como as gotas da água do Reno
Uma a uma nos juntaremos formando as suas águas.
Cada um de vocês como gota dessa imensidão,
Convocarão mais um despertando mais uma gota,
E como as torrentes do Reno, que destrutivas no luto
Destruiremos Roma
(Convocava cada uma daquelas gotas, que eram os homens das tribos cheruschi),ressuscitando-lhes o que era mais caro a liberdade,incutindo-lhes algo que estava meio esquecido,a força e o desejo de se revoltar)
Hermann:Juntos seremos mais forte
O que é uma gota?Nada
É somente uma gota, incapaz de matar a sede
Incapaz de levar o leito do rio
Mas juntas viram uma torrente
Assim como essas gotas nós se unirmos
Seremos mais fortes e nos libertaremos
Pois um só se revoltando , o seu sonho calado
E seu corpo estará na cruz pregado
Mas unidos tornaremos esse sonho realidade.
Velho:Não Hermann veja
Todos desejam o mesmo que você
Mas sabem que isso é um sonho impossível
Pois Roma é invencível
Nobre:Isso é loucura
Nós somos apenas uma tribo
Guerreiro:Não me diga que viraram covardes
Esqueceram que nada vale sem liberdade.
Até o sol não tem mais o mesmo brilho
Uma manhã de verão
Parece uma noite de inverno
É uma vida morta
Eu prefiro encurtar os meus dias
Do que permanecer assim
Segundo Guerreiro:Vamos consultar o Ordálio
Para saber o que os deuses nos revela
Para saber o nosso destino
( A Alemanha havia tornado a forma da profetisa,estava entre a fonte , e ao lado dela pastavam vários cavalos brancos sagrados)
Representante do povo:Profetisa , nós queremos ler o Ordálio do nosso povo
Alemanha:Vocês desejam saber sobre Hernann
Se derrubará Roma
(Vendo que estavam espantados por conhecer o que procuravam)
Eu sou profetisa
Ouvi o grunhido angustiado do mais belo cavalo
Vejo em seus olhos apesar do sofrimento
Tudo valerá a pena
Pois a vida só tem sentido quando sonhamos
Cena : A bela Thusnelda
Thusnelda:Eu sou Thusnelda ,filha de Marcones Segestes
Meu pai nunca me desejou
Talvez pensou que devia ter me abandonado num vaso
Como boa filha devia ter-me abandonado num vaso
Como boa filha deveria obedecer-lho
Assim sempre me esforcei e dediquei
Mas os meu coração com suas batidas
Já seguia outros ritmos
Talvez foram seus lábios
Que vontade de tocá-los
Mas e seus ombros que saíam pela armadura
Vestia como um nobre patrício
Mas seus olhos quando os sentia
Quando os via
Parecia que a eternidade
O minuto, um só instante
Fosse o momento
Que eu mergulhava no azul dos olhos seus
Meu pai não aprovou o casamento
Eu submissa obedeci
Mas meu coração gritava"não"
Mas o meu rosto baixo
Meus olhos escondidos
O cabelo tampava o rosto
Obedeci-o
Juro que tentei obedecer
Mas quando me roubou
Quando me raptou o ladrão
Havia roubado mais que a filha de um pai
Tinha também saqueado o meu coração
Eu tornei-me escrava
Na carroça da paixão me arrastava
Ferida, machucada
A carroça ,nas cordas me prendiam
Nunca fui mais submissa a paixão
As dores do amor
Ao ciúme espinhoso
A preocupação em cada despedida
Mas nunca fui tão ditosa
Um velho feudo após o casamento
Morango:Nem mais formosa
Os olhos do seu amado lhe diziam
Pareciam o morango suculento
Seus lábios ,vermelho e maduro
Thusnelda:Sentia-me ao mesmo tempo
A mais feliz das mulheres
A mulher
Era a senhora
Cuidava dele ferido
Beijava o seu machucado
Acariciava os seus cabelos
Parecia um menino
Acalentava-o contra o colo
Temeroso na luta nunca tentada
Contra os romanos
Fortalecia-o com meus carinhos
Descansava a fronte contra os meus seios
Amava aquele rosto forte e rígido
Distorcido pela Dor
Pela fúria se tornava feio
Pelo nascimento da esperança
Tornava o sorriso cristalino
Dos duendes levados
Provavelmente foi aquele sorriso
Que me fez sentir tão perto do paraíso
E tão perto das portas do Inferno
Parece tão fácil dizer adeus
É só levantar a mão e balançá-la
Mas é tão difícil saber
Que é o último instante
Que completarei os olhos seus
Que verei da luz dos seus
Terei que dizer adeus
Nunca mais completarei o franco sorriso
Sentir o calor de seus braços
Sentir o gosto entumescido dos lábios seus
Jamais sentir os braços pequenos
Envolvendo o meu pescoço
O calor de seus dedinhos
Secar as lágrimas úmidas
Que logo secaram
Só ficaram o gosto da amargura
Uma tristeza por saber que saber
Não mais lhe verei
Ficará sempre nas lembranças
O rosto forte e varonil
Mas talvez que medo
Até isso desaparecerá
Não será um velho
Sempre um jovem
Não verei a Morte lenta
Exaurir-lhe as forças
Como o morcego
Sempre serás o mancebo
Que raptou-me no seu corcel
E tenho medo que a sua imagem
Escape-me das lembranças
E só vejo a escuridão ao invés a sua fronte
E não sinta nas fantasias o seu calor
Terei que ficar sozinha na escura cela
E o rosto ao despedir-me
Alena:Sonoridade límpida cristalina
Clara,transparente como o oráculo
Na fronte a beleza queria reunidas ...
Reno você aí calado,sossegado
Tudo viu sabe os segredos
Oculta tantos mistérios
Conta com seu sussurro como gotas que caem
Nos dedos desse fracassado pianista, o que aconteceu?
Não cale, permita que em cada gota,
que agora se transforma em lagrimas
Testemunha daqueles tempos esquecidos
Ó Reno vejo que tantas gotas cristalinas
São lágrimas daqueles tempos
Lágrimas camufladas
Mas que você como um espelho reflete nossas dores

Poeta: Vi o sofrimento em seus olhos
Eram como dois lagos nele via o sofrimento cheruschi
Que eram o reflexo da Escravidão
Não vi do alto da colina
Estava ali entre vocês
É do subterrâneo minha voz
Era acompanhado por uma harpia desafiada
Desafiada para acompanhar a simples nota o sofrimento
Pois o que é a Música ?
Nada mais do que simples equações de Matemática
O som são vibrações sonoras
Mas meu coração teima e a minha voz ecoa
Parece trazer a lembrança fugidia
(Campo de Pepidina
168 A.c)

Liberdade: Não queriam uma gaiola dourada
Não aceitaram Hermann apesar de valor
Apanhado, morto
Ficar sob o seu poder
Queriam viver livres, leves.
Como em bandos buscar novo caminho
Mas sozinhos separados.
Sentir como o leopardo correr
Entre verde campinas
Livre, sem posse.
Nem que a fome
Às vezes apertasse
Queria correr através da caça
Espreitá-la
Deixá-la fugir
E buscá-la
Reencontrar
A caça melhor é a liberdade
Vegetação cerrada: Sou pesada,
Dificulto a marcha tradicional
Cerrada, Cerra
Soldados: Nossos corações parecem tambores
Nessa hora o treino só faz esconder os nossos temores
Tão difícil à marcha
Ouça da buzina a algazarra
Mas parece o aviso do fim
Mas era o só o coração
Florestas de Teutoburger
Com montanhas da Germânia Central encontram a planície Romana)
Nossa terra escura
Estridentes Gritos Suspiros
Uma e meia marcha forma tradicional
Mas pouca adequada entre florestas
Pouco aconselhável na floresta
Escondiam-se atrás
A boca na altura os escudos
Alena:Escondem obscuros, segredos
E ossos já esbranquiçados
Dos soldados esquecidos
Cedeu, o pai cruel.
Entregou as filhas aos da Roma
Ainda a vejo prisioneira
Com as mãos presas em cordas
Não ia como querer caído
Apesar dos punhos feridos
Seguia corajosa
A escravidão a esperava
Ou a Morte aguardava
Mas seguia em frente
O rosto um pouco pálido, moribundo.
Temia a sorte, mas logo saberia.
E agüentaria
Thor lhe daria forças
Mas ainda a pobrezinha que o amado a aguardava
Sentia o vôo vazante das aves
Como o seu fosse o limite
Com seu canto tilintar de alegria
Como cada pássaro com seu canto
Com suas ninhadas
Sob a arvore
Podia ser a mais bela gaiola
Ter os grãos mais saborosos
A água mais fresca
Queria bebericar a água mais fresca
Queria bebericar a água das fontes
Descansar minhas asas sobre as arvores
Amanhecer naquela ali


(Na bacia do rio Weser , nas proximidades das Florestas de Teutoburger, onde as Montanhas da Germânia Central e a extensa planície renana , o monologo de um poeta perdido)
Poeta: Densas ,Negras, Escuras ,Florestas
A densidade do ar ,arvore, palpável
O negrume mal via uma polpuda
Frente aos olhos, Horrível
Era tão escuro que o terror derrama
O farfalhar das folhas ,flores
Parecia-se ouvir,vozes ,rumores
Aumentado no mais corajoso,soldado,clamores
Parecia-se ouvira a Música do Barritus,
No canto a esperança,
No barritus o sonho,
Rumores ,Clamores, Temores ,Tambores ,
No ritmo oco e seco do Medo,
No batuque da batida dos Tambores.Bah!
Horripilante, Terrificante ,Aterrorizante,
Terrível, Horrível ,Incrível,
Medonho,Absurdo, Dantesco,
Não sei se era o cheiro do Pântano,
Um cheiro fétido pesava,
Oprimia , o cheiro do Metano,
Exalava um cheiro de Morte,
A Morte entre sombras ,fugidia,
Que entre as arvores,
Pareciam mais do que simples abetos,
Assustadoramente maus ,
Caminhava , Ameaçadora,
Angustiante,
A Floresta de Teutoburger era grande,
Mas de tão grande nunca pareci tão pequeno,
Não sei se era o meu coração,
Agitado ,martelava o tambor,
Mas todo parecia ecoar,
O canto dos pássaros,
Parecia uma ameaça,
A quietude absoluta,
Parecia guerreiros esconder no Espírito,
Ai!É só a ave de rapina que passa,
Será que é mau agouro?
O que será que Escondia por trás das Ameaçadora,
Escuras... Florestas ?
Parecia ouvir gemidos ?
Parecia ouvir passos?
Parecia ouvir do Expirar dos guerreiros,
Será a tribo hurra que me assusta?
Negro se tinge escondendo entre as Florestas,
Na espreita ataca os incautos ,
Deve-se a noite escura sem luar,
Gera Tormentos ,
Ao meu espírito um medo terrível arrasta,
Meu coração rasga,
Hoje só sobraram rastros,
Rastros de seus testemunhos,
Cena: O mistério
Quintilus Varus: Sufocar esses costumes selvagens,
Cheguei nas águas do rio Weser,
Eu realmente sou um grande homem,
Fiz algo que ninguém fizera,
Sei como são esses selvagens
Brigam mais entre si do que se rebelar contra Roma
Profetisa: Ouça a voz dos pássaros,
São maus presságios,
Ouça sempre a voz das mulheres,
Somos sempre portadoras de segredos,
Conhecemos os Mistérios,
Respeite sempre os deuses
Poeta:Mas Varus deseja que siga os seus princípios, de Roma
Alena: E não o que a Lei dos nossos antepassados ensina

Varus :Ambicioso deseja terras , mais terras
Profetisa : Soldado, porque rouba tanta terra se dentro de pouco tempo só precisará o suficiente para o seu túmulo

Porque em breve não precisará mais de um pequeno pedaço de terra
Não ouça os Romanos
Seguem para um caminho
Se divertem num espetáculo cruel
Ao invés de ouvir a fala dos deuses
Que nos fala...
Não respeita nem sequer os sagrados cavalos brancos
As nossas oferendas
Quando voltou como seu povo sofria
Os lagos que entremeia a Floresta
Para afastar os maus espíritos
Para afastar os maus fluidos
Espíritos da Escuridão
Ouça os cavalos
Revelam-nos que Wodan está furioso,
Por desprezar o seu nome o mais elevado,
Aguarda o momento para feri-lo de morte em Asgard,
Roma o seu destino são as chamas,
Subjugadas em seus tesouros,
Vejo-a de ser a mais pérfida,
Coroada de glorias,
Apesar de só uma sombra,
Do que foi ,
E os nossos bravos guerreiros,
Lama como se fossem cruéis assassinos
Varus:Agora adentraria dentro da floresta escura,
É a terra daquele selvagem Armínio,
Fui obrigado a diminuir a marcha,
Via a colina do Teuto,
Por causa do mato cerrado,
Armínio e seus guerreiros haviam desaparecido,
Estava próxima a conquista
O fogaréu marcava os passos dos romanos
Legionário: Diminuímos o compasso da marcha
O mato cerrado diminui o passo
Arvores: Era nove de setembro
Pereceram entre nossos troncos
Sitiados e massacrados pela inanição
E as sombras de nossa escuridão


Soldado: Apavorado recuo vejo a morte diante de meus olhos
Encontrei a no caminho.

Cena: Em algum lugar distante
Otavio: Ainda ouço o meu pesadelo
Varus, Varus ,devolva as minhas legiões

Cena: Rainha Boudicca
Rainha Boudicca:Nasci há pouco tempo Alena
que faz sua passagem por essas verdes campinas ...
Estamos afastada pela distancia não pelo tempo
Meu espírito vem alem do mar
Vem de uma ilha a Britânia
Assim Alena os nossos inimigos a chamam
Meu nome como da sua tribo se apagou pelos ventos dos dias que se passam
Chamam-se as vezes Boudicca como a deusa celta da Vitória
Como você jovem sou rainha de um povo ,dos Icenos
Tribo dos Celtas
Alena : Um dia a vida que leva o vento levará esses nomes
Nasceram no lugar de aldeias cidades que receberam o nome de Norfolk e Sulfok ...
Rainha Boudicca : Meu marido como o seu me deixou ...
Poeta : Comovida silencia com os ombros caídos como se tivesse lembrado de algo triste e terrível
Boudicca :Sim espírito turbulento ...
Meu marido há poucos me deixou ,Alena
Era meu companheiro era Parasu- tagus ( o nome pela emoção saem nos lábios entre-cortados)

Alena:Tantas cruzes sepulcrais vejo no cemitério da minha tribo
Tantas crianças inocentes vi se de engolfadas pela terra
Tantas mortes apenas pela ambição desmedida
Odeio os malditos romanos
Quando estava sozinha e desamparada eles a atacaram
Pensam que só porque somos mulheres não podemos nos defender
Boudicca :Vejo as suas madeixas ruivas
Não é só nisso nos assemelhamos
Ou na força que empunhamos lança
Não aceitei a mão da dominação
Sempre fui decidida como você
Alena :Vejo a tortura que deixam suas garras afiadas e profundas no corpo e o que é mais duro na alma
Vejo você desnudada e exposta aos olhos piedosos de seu povo e curiosos dos malditos romanos
Vejo que magoaram as suas filhas maior dor para uma mãe não há ver a tristeza de seu filho
Filhas: Sou a tristeza de uma mulher que perdeu a sua honra e a dignidade de se fitar na fonte com orgulho
Alena: Não fique assim conheço a dor como você senti nojo e horror de mim
Não fique assim conheço essa dor mas quem perdeu a honra foi que nos feriu
Não fique assim conheço essa magoa matei que me fez sofrer mesmo assim essa dor não passa
Não fique assim deve fazer como eu quem lhe fizer sofre assim deve levá-los a morte
Alena : Não aceitarei tão fácil assim o domínio dos malditos romanos
Que seja a tirania de Otavio ou Nero é tudo igual
A dor de não poder tocar os meus acordes
Alena: Meu povo vamos unidos seremos mais forte
Assim do ódio e da raiva que sentimos por cada maldito romano
Poeta: Assim surgiu a lenda de Alena que uniu as tribos outrora inimigas para lutar contra Roma
E espalhava pelos quatro ventos que um guerreiro espalhava a força e a garra de vencer na luta
Alena: Não desanime frente ao cansaço da batalha
Unidos seremos mais fortes
Como Hermann conseguiremos conquistar o sonho da liberdade
Cena: Rebelião contra Roma
Poeta:Reno empreste suas águas
As suas águas estão sujas
Pois nelas estão grafadas
Paginas de cenas terrificantes
Da garganta que escorre seu sangue
Foi arrancada o último grito
O penúltimo grito de socorro
Pois a sua imagem muda do pedido
E de seus sonhos despedaçados
Pelo fio frio da navalha
Seus sonhos pueris
Foram rançados pela brutalidade
O choro da criança no berço
Uma cantiga triste de ninar
A mãe arrastada
Apenas seus cabelos vermelhos
Sobre o rosto a única proteção
Torturada e subitamente envelhecida
Tudo para agradar a lascívia e o gozo dos brutos romanos
Não há rimas ,nestes versos ,saídos da escuridão da noite
Pois a perdeu no mesmo lugar
Que se perdeu a esperança...
Apesar de todo o desespero
E os gritos e os murmúrios da lamuria
Havia o silencio ...
E como se faltasse o ar no cérebro
E seu coração se partisse
E apertasse o peito
Despediu o canto triste
Das velhas cantigas de ninar
Aproximou-se
Tudo gravado como em rocha bruta
Por mãos selvagens e romanas
Arrastada,os seus sonhos
São pó ...
A luta, a briga
Os tapas ,bofetada
Arranhadas
A sua tristeza e desespero
Era a alegria das águas ferozes
Sacerdote:Não querem que adoremos mais os nossos deuses
Que idolatremos os deles
Entreguemos aos seus cultos
Por isso essa tempestade se arma
Esses trovões, terríveis brilham
É o golpe do maldito Thor
Os deuses estão furiosos
Pois alguns de nós se afastemos de seus cultos
Varus despreza as leis que devemos respeitar
Quer que meu povo seja pagão
Não ouça a palavra dos deuses que falam
Nobre: A nossa língua é como o nosso povo
Forte,ruidosa,sonora
Gutural,grave
Querem que falemos aquela língua
Tão frágil como vidro.Parece cristal
Ao seu poder não sou nada
Sou como um servo,
Se nas minhas veias corria o sangue azul
Velho guerreiro: Sou apenas um velho
Não conheci a Morte na juventude
Não tendo o prazer de ser alvo das caricias das valquirias
Estou velho ...sinto isso no corpo cansado
Mal consigo segurar o machado
Nem tão pouco a espada
Vivo da bondade de meus familiares
A minha barba está branca,grisalha
Posso ter perdido a força no corpo,
Mas trago- a no espírito
Chamam-me de louco , minhas idéias inúteis
Aprendi que a liberdade
Não é empunhar a espada,
Derrubar os inimigos
Roubar as cidades
E depois bebermos durante dias e comer
Nem tão pouco no luxo ofensivo Romano
Divertir-se com as mulheres
Ou se afastar disso com repudio
Na realidade isso tudo é o Ser
E tudo isso devemos aproveitar com igual prazer
Para conhecer o verdadeiro
Que a dor do machucado é a mesma do prazer
A alegria de ver o nosso filho fazer parte da Assembléia dos Guerreiros
É o mesmo que senti quando o vi nascer ,
É como se Renascesse ,
Algo forte e explosivo,
A mesma força senti na tristeza,
Quando o perdi,
Nem pude honrá-lo
Queimar seu corpo...
Com seus objetos
Que mais amava e seus escravos
Os romanos não me devolvem nem o seu corpo
Provavelmente os abutres
Devoraram-lhe
Não respeitando a perda de um pai...
Trago uma dor profunda ...
Temo que seu espírito vague
A essência do sofrimento e alegria
Eleva o homem ao Sublime
E essa Dor a nossa Deixa
A busca do "eu" profundo
Poeta: Ó Reno ,
A Alemanha é como suas águas
Cada gota uma cidade , um principado
O rio é a Alemanha
Hadrian: Mais de cem mil homens nos aterrorizam
Vejo esses selvagens muito me surpreende seus costumes
Não protegem no conforto de seus lares
Mulheres lutam ao lado dos homens
Assim uma lenda surgia que alguém alimentava o jugo e a força dessa tribo contra Roma
A luta decisiva
Roma: Selvagens com seus gritos estridentes de terror
Cena : A luta decisiva
Hadrian:As batalhas estendendo por mais tempo que pensava
Meses a fio,graças a um maldito selvagem
Que agora o tinha que finalizar com aquela guerra
Ou então teria que fazê-lo falar de outra maneira
Poeta:Que maneira seria essa ?
Ó cruel romano ! Teria coragem de arrancar na força
Do chicote as informações ou usaria da as astúcia
Arma dos corações ardilosos?

Hadrian :Imaginava o inimigo alto e robusto
Com grandes tranças ruivas e olhos azuis de lamina
Mas o desprezível bárbaro que tantas vezes amaldiçoara
Estava frente a frente
A espada brandia ,reluzia
Era forte mas tinha a leveza de um cisne
E a agilidade de uma fera
Não tinha a altura
Era uma figura uma delicada
Com a suavidade dos cisnes
Era o guerreiro que procuro forte e destemido ...
Leve deslizando entre os oponentes como machado e a espada corajosamente
Tirou da face o elmo protetor revelando as melenas ruivas,
Era de ouro com incrustações em coral
A sua espada com empunhava embainhada ricamente decorada em ferro e ouro
Com cavalos alados nas suas extremidades
Usava uma delicada gargantilha de ouro unindo as duas extremidades
Sua voz :Abriu uma ferida em meu braço
Seu porco romano
Mas firo a sua perna cruelmente
Poeta:Com um golpe feriu o seu peito
E o jovem que não devia ter mais de 20 anos e poucos tombou, um barulho seco e ressoou
Hadrian: Apesar de talvez pouco do triunfo conhecer
O guerreiro que atiçava os inimigos era meu
Cena : Alena ferida
(Alena deitada no leito)
Hadrian : Não o desejava morto
Queria o para si.Seu escravo
Alarico levara o com cuidado e presteza para a sua tenda
Abriu uma armadura
Qual a sua surpresa ,quando viu o sol sob pesado elmo
E o peito revelou delicados seios
Sangue jorrava do corpo desfalecido
Se não conseguisse estancar o sangue os médicos
Ela morreria
Sem saber seu nome
Poeta:Chamas ,Chamejantes ,Chamuscados
Faiscante,Flamejante ,Fulgente ,Fulgurante
Curtos,Encaracolados,Castigados
-Seus cabelos
Seus olhos verdes,verdejantes ,ardente
Teimosos, desafiantes,profundo
-Seus olhos
Perfumados ,doces e acres
Flores ,Rubins ,Diamantes
-Seus lábios
Redondos,Macios e Delicados
-Seu colo
Surpreso ao tirar a couraça
Descobrir dois delicados seios
Delicados como pêssegos
Macios como jamais tivesse conhecido a luz do sol
Suaves como jamais tivesse experimentado carícias
Roma: Ao ver que era uma mulher senti-me duplamente ultrajada
A Morte seria leve pois esta é um descanso para o sofrimento que é a vida
Queria que vivesse e conhecesse os augúrios da vida da
escravidão

Cena: Delírios

Alena :Caminho perdida ,
Não sei para onde vou,
Mas parece que meu coração
Conhece a resposta,
Sigo como se algo me chamasse nesse delírio,
Um casebre ,
Um vento seco abre a porta,
Apesar do medo e do meu coração célere,
Como um chamado adentro,
Chego no delírio num casebre abandonado
Sinto no coração é minha terra
O casebre me atrai misteriosamente
Entro um bichano mia e passa entre minhas pernas rumo a liberdade
Uma mulher no balanço ,
Um silencio pesado carregado palpável
Chego próximo seus olhos vítreos
Ouço um choro triste é de fome
Aproximo aos meus pés
É um garoto as roupas revelavam um corpo esquálido
O choro insistente da criança me chama apesar do meu coração bater velozmente
Adentro por dentro
É um bebe magro esfomeado
Fome ,solidão angustiava o seu triste chamado
Uma lareira crepitava ali há pouco,
Perto vejo uma criança ,
Aproximo seu olhar me atravessava
Quando seus olhos cintilava os últimos instantes da vida
Ficaram presos no seu último olhar
O choro ,choro comovida
É um bebe no berço
Uma ratazana me olha
Sinto uma angustia terrível
Quando sinto que a minha cabeça vai explodir,
Ouço uma risada horrível
Vejo uma sombra esquálida
De manto negro
A fronte uma caveira temo,tremo...
Sinto arrepios
Morte: A face esquálida
Que vê sou eu
Eu sou a Morte
Que afasta a esperança e a vida
Por onde passa leva a Dor e o sofrimento
O rato semeia a dor e a morte por onde passo
Eu sou a destemida,
Até os fortes de espírito
Sob o meu hálito frio estremecem
Por onde passo sou o Abandono
Levo o sofrimento e a Dor
Nenhum sorriso alegre sobrevive,
Eu sou a Morte
Em um tempo virá que seguidores me chamaram de Peste Negra

Cena: Ilda

(Alena observa o acampamento de prisioneiros , ao procurar fugir e vê a irmã)

Alena:Ilda mal a reconheço,
Minha irmã mal a percebo
Em vestes ousadas
E estranhas aos nossos costumes
Serve a textura
Aos prazeres vis
Por dinheiro
As tropas
Ate entre as curvas de seu líder Hadrian
A vejo
Ganhando soldos
Ilda: Condena-me Alena
Julga-me,
Mas que acha que espera de você prisioneira
Um destino pior
Eu sou livre ...
Mesmo que sujeita a escravidão da luxuria
Alena:Mas eu (altiva)
Antes a Morte,
Do que aos vis caprichos,
De um maldito romano,
A Morte ao entregar essas mãos repulsivas
A Morte será doces a escuridão
A Morte é uma opção esperada
Um descanso a esses sofridos dias
Nada temo nem a Morte
Nada nem a fera feroz
Nada...
Cena : Alena olha a antiga aldeia
Jovem escrava: Não sei se é a beleza
Mais parece uma desgraça
O meu rosto atraiu meu senhor
Elevando o meu pendor
Sinto-me mais baixa que uma prostituta
Sujeito-me aos seus desmandos
Sujeito-me aos seus caprichos
Sujeito-me aos seus beijos
Sujeito-me aos seus castigos
Pois sou além de vil
Pois sirvo de amante aos inimigos do meu povo
Sou covarde não tenho coragem de me libertar dessa prisão
Cortando-os meus pulsos
Jogando ?me dos precipícios
Mesmo quando sinto repulsa dele
Sinto nojo de mim mesma
Não tenho coragem no ultimo momento
Acabar com tudo
Não temo a Escuridão
Mas a ultima gota do sofrimento
Que de tão forte faça me despedir da vida
Pois a dor imensa que vai na alma
Não é suficiente para romper a existência
A Dor derradeira deve ser atroz

Mulher: As chagas que carrego
Bem não são fáceis
São degradantes e difíceis
Eu, era uma princesa
Sangue nobre me corria nas veias
Meu esposo era o grande chefe da nossa tribo
Meus filhos seriam também grandes guerreiros
O mais velho seria um rei
A minha filha tão bela arrumaria um grande casamento
Mas o meu genro viu com a invasão dos romanos a Morte
Mas os Romanos tudo roubaram
Vi meu marido partir
E nunca mais retornou
Meus filhos seguiram o mesmo rumo
Meu primogênito, vi a espada transpassá-lo
O mesmo soldado que o tirou de mim
Vi o deflorando minha filha
Pobrezinha a partiu
Sangue ,lagrimas ,Pesadelo
Era o seu corpo a última vez que o abracei
Já frio e sem vida
Era apenas uma menina
Queria não ser mulher
Para ter matado aquele soldado maldito
Mas o Destino me reservava surpresas das mais desagradáveis
Sirvo o alimento que dá a Vida
Aquele que devolveu a Morte aos meus filhos
( Chorou copiosamente lagrimas amargas de frustração,como se não tivesse remédio)
E a sua mulher ciumenta
Vive na minha espreita
Humilha-me , Atormenta-me
Bate-me, esbofeteia-me
Sem motivo ou razão

Alena: Sim reconheço seu rosto ,
Sim reconheço seu canto, é minha mãe

(Em terras mais distantes, chega o seu canto )
Escravo: Sou um escravo,
Isso é pior que ser um animal de carga
Sim apanhamos , somos espancados e maltratados
Mal temos um pedaço de pão
Um pano , mal nos cobre
Trago como o cavalo marcas de chicote no lombo
Não sou mais infeliz que este
Porque sou Homem
Porque nem isso sou mais...
Nem sei o que sou
Pois valho menos que as pedras preciosas...
Pois eu ao contrario das pedras
sou uma mercadoria muito comum
Fácil de ser conseguida
Não sou um ser,
Sou apenas um meio,
Uma enxada na plantação
Nas Minas , um meio de conseguir o Metal
Em cada face coberta
Pela sujeira
Das Minas tanta Dor
Carregando o peso nas costas
Curvados ,
Acorrentados
Sob as vistas cruéis do feitor
O meu Destino é pior que de um animal
Ao contrario dele tenho consciência que sou a inexistência
O cachorro contenta-se com os meus mortos rudes do dono
E o carinho brusco como um premio
Eu sei que isso é pouco
O cachorro não conhece a malícia,
O riso disfarçado de elogio ...
Quando a ridiculariza
Despe minhas vestes , mostra-me,
Como não tivesse pudor
Como a uma mesa para o comprado
Se é grade , se a madeira é boa
Queria fugir me libertar, dos grilhões
Mas lembro-me dos que tentaram precisam
Spartacus, ainda posso ver
O meu rosto extinguindo
Na Via Ápia crucificado
A sua luta foi vã
Mostrou-nos a nós pobres escravos
Que é melhor nos conformamos
Nada conseguiremos se revoltarmos
Só a Morte procuraremos
E esse é meu Destino que as Nornes me reservaram
Poeta:Muitos bárbaros haviam caído prisioneiros
Infelizmente poucos romanos tiveram a mesma sorte

Cena : A recaptura de Alena
(Um grandalhão ruivo se aproxima
De longas tranças e bigodes caminhava ao longo dos prisioneiros com a jovem que se debatia tentando se desvencilhar)
Hadrian:Pegou o homem?Alarico?
Alena: Minha voz some pelo terror e espanto ...Era Alarico
Por isso o reconhecia
Apesar das falas em latim
O sotaque carregado ...
Meu pai!
A guerra faz irmão matar irmão
A guerra grotesca um filho matar o pai
A guerra faz a mascara da crueza humana despencar
Alarico:Sim general.Como o senhor está separados
Dos outros prisioneiros
Alena: A dor me consome a voz
Era Alarico meu irmão...
Não acreditava em que minhas vistas viam meu irmão
Foi estudar em Roma e voltou como um deles
Traidor
A guerra torna irmãos inimigos
A sua fala dura :Pegou o homem?Alarico?
Alarico:Sim general Hadrian.Como o senhor ordenou está separado dos outros prisioneiros
Hadrian: Tinha a deixado para traz como tantas coisas que abandonou no caminho
Pois não havia espaço para ela em seus dias
Mas seu olhar os seguiam
Verdes ,profundos
O olhar da jovem não era de misericórdia
Mas de desafio
Se fosse pena...
Provavelmente seu coração não teria se condoído já estava acostumado ao sofrimento e o pedido mudo de piedade
Mas o ar desafiante ... fez algo mexer com ele...
No caminho a abandono,
Não me envolvo
Meu coração quero o vazio e frio
Era desejo faiscante
que como chama apaga
Prefiro afogar meus desejos na água fria
Do que perder a razão nos braços da ditosa escrava
Entregarei sua Fortuna ao desconhecido
E como as minhas magoas a entregarei ao esquecimento


Quarto Ato : Alena escrava

Cena : Germânia escrava

(Os dedos do pianista escorre pelo teclado hábil mas a alma posta em cada nota ,sons de violino estalam das mãos do violinista)
Alemanha:Meus filhos pobres meninos
Escravos pelas mãos dos romanos
Seus sonhos e ideais
Rotos e despedaçados
Pela mão cruel do deus Ares
Pobres crianças, vejo os tão tristes
Pobres crianças, na mão do algoz
Tanto sofrimento
Só por causa da ambição desses vil romanos
Longe de seus lares
De seus amigos
Das sagradas fontes
E o peso de tantas mortes
De tantas Dores
De seus amigos mortos
Das suas esposas abandonadas
De suas mães chorosas
As suas amantes atacadas
As filhas tomadas a virtude

Poeta : Em seu sorriso triste vejo a Dor
Que me enternece e encanta tantos poetas
Em seus olhos vejo a magoa
Em seus olhos Alena
Vejo a mesma Dor da deusa alemã
Em suas mãos vejo as marcas das correntes que as prendiam,
Apesar dos anos cortes profundos,
E as marcas das pesadas algemas,
Hoje estão presas com cruéis cordas
Grossas que os dedos dos vis tirano
Deixou em seu corpo delicado
E seus cabelos , não tem mais o viço,
Nem o brilho de antes,
O azul da sua íris não tem cor celestial ,
De seus olhos o brilho foi apagado,
Mas são suaves matizes , apagados um azul triste
Mesmo na sua Tristeza
no seu Desanimo e Dor que vejo na face branca,
Sinto a poesia que nasce do Amor e da minha Dor pela sua perda,
Que sinto em cada gesto e cada traço de seu rosto por mim amado
As chuvas virão doce Germânia,
não caia em pranto ,as águas virão e lavarão a sua Dor e magoa .
Sim ficaram as marcas ,
nem que sejam apenas as cicatrizes que são as cinzas,
lembranças desses dias duros.
Elas ali no seu peito existirão para sempre .
A liberdade será um sonho,
Que quase se tornou um pesadelo,
Antes um instante de idéias de sonho,
Mortos para sempre,longe da realidade
Muitos de seus filhos serão grandes
Como Bach... Bethovem tocando piano
Goethe recitando
Velho Escravo: Mesmo velho e alquebrado não sou dono de mim mesmo
Como velhas carroças e ferros velhos
Como bois que estão ficando velhos
A mesma mão que afaga é a mesma que mata
Alena : Viu as mãos presas num forte laço
Era escrava
(num canto triste,visão dos escravos )
Antes era livre como as aves que gorjeiam
E agora presa
Preferia a morte
De ser sujeita
Os meus cabelos cortados
A morte para mim eram uma recompensa
Poeta:
Assim eu queria a minha canção ,
Nessa hora de tristeza ,
Busco palavras e poesia ,
Busco ritmo e melodia,
Que a leve como a bolha de sabão,
Torto e esperançoso como o sorriso do pequeno,
Em cada verso uma despedida,
Uma lágrima, um lamento.
Simples saudade da alma ferida,
Uma magoa profunda,
Sem piedade ,uma derrota,
Tudo a conta gota,
A vida é impiedosa,
Nessa vida de crueza,
Nessa vida de desassossegos,
De tristes tormentos ,perigos,
Tudo nesse dia escuro está perdido ,
Até meu coração partido,
As minhas lagrimas escorem soltas ...

Oráculo :
Sonoridade ,límpida ,cristalina,
Clara ,transparente como o oráculo,
A sua lagrima clara, cristalina
Gotas de cristal
Límpida
Poeta:É apenas uma gota
Tão pequena,perto de tantas outras que rolam
Daqueles rostos que se viam escravos
Alemanha chora,
Suas lagrimas são gotas de cristal,
Seus olhos são dois lagos marejados ,
Seus olhos são pedaços de brilhantes,
Ó pobre deusa Atena
Não chore,
Veja nas águas do Reno
Aqui onde se escravizam seus filhos
As cidades serão livres
Veja Colônia Agripina romana
Só restam ruínas dos Arcos dos Triunfos dos Romanos
Veja ali próxima ao Meno teremos Frankfurt
Entre as Florestas Negras da Baviera ,Munique
Ao Norte, na desembocadura do Reno ,Hamburgo
Veja lá longe, teremos Leipzig
Não chore ,
Pois hoje lhe trago eternizada
Em versos da meia-noite

( As teclas do piano choram notas pesadas de uma alma carregada de tempestades pela tristeza de verem seus filhos amados pelos pela mão da deusa Vitória)
Choro da alma
Soluços do meu peito
Passar nas feridas ungueto
Precisam de mim ,tenho que manter a calma
Coro:Pobres crianças
Alemanha:Meus filhos ,meus meninos
Escravos nas mãos dos romanos
Seus sonhos e esperanças
Rançadas e despedaçadas
Coro:Pobres crianças
Alemanha: Meus filhos ,meus meninos
Escravos nas mãos dos romanos
Seus sonhos a esperança
Rançada e despedaçada
Coro:Pobres crianças
Alemanha:Pela mão vil de Ares
Vejo os tão tristes
Na mão dos algozes
Tão impiedosos e ferozes
Seus filhos vieram de longe só para vê-la sofrer
A dor da chibata,são só cicatrizes
Coro:Pobres crianças
Alemanha:Tanto sofrimento
Tanta ambição
Tudo cheira podridão
Tudo está cinzento
Coro: Pobres crianças
Alemanha:Tanto sofrimento
Tanta ambição
Tudo cheira podridão
Tudo está cinzento
Coro: Pobres crianças
Alemanha:Longe de meus braços
De seus amigos
Das fontes,dos montes sagrados
E o peso de tantas mortes
Coro: Pobres crianças
Alemanha:De seus amigos mortos
De suas esposas abandonadas
De suas crianças violadas
De seus ...
Poeta:Seus olhos são pedaços de um mosaico
Gotas cristalinas de diamante
Seus lábios são uma sombra do antigo riso alegre
Suas mãos calos, ásperas
Seus pulsos marcas....
Seus braços vazios sem seus filhos
Seus pés...mergulham nas águas do Reno...
E se desaparece nas águas que a engolem
Essa música parece
Velha para meus ouvidos cansados e vazios
Mas para minha surpresa o tempo corre mas a guerra não muda
As batalhas , as pessoas não mudam
O que muda é o tempo ,se é que muda ...
Não os corações que mesmo com a distancia continuam secos e duros ...

Cena :A rebelião de Cápua
(Alena chega com os outros escravos na via Ápia nas proximidades de Roma)
O vento sopra: É o ano é de 70 ou 73 depois de Cristo...
Alena :Espírito mau , Kari , é seu nome,
traz um vento gelado que estremeço,
Um rastro de cruzes me seguia até Roma
Será apenas um sonho?Ou é real.
Tantos corpos são 70 mil ... mortos...
Pouco a pouco a vida abandonava seu rosto...
O desejo de serem livres...
Moveu esses gladiadores na fuga ...
Setenta oito gladiadores de Lentulus, em Cápua
Será apenas um sonho?
Um homem tão valoroso e bravo?
Nas mãos os pregos rasgam roubando a centelha da vida,
A força que brandia a espada abandona,
Seu rosto Spartacus na minha visão se confundia
Com outro no deserto,
Com uma coroa de espinhos,
Será que tudo não passou de um sonho?
Crucificado, morrendo lentamente
Exposto ao sol inclemente
Aproximam abutres
Atraídos pelo cheiro de carne
Não podia sonhar unir os nossos corações
No mesmo desejo de liberdade
Deixou seu corpo entregue aos abutres e cães
Não sobrando nada para conhecer o descanso do enterro
Tanto sofrimento e angustia na sua fronte amiga
Não sobrou nada
Apenas a sua Dor nesse rude canto
Euno: (um sussurro que quase não se houve)
Uma rebelião mais distante
Na Sicília nem por isso com menos esperança,
Duzentos mil cruzes se veem
Sonhamos apenas pela liberdade
Poeta: Spartacus ,seu nome na boca dos inimigos
Trabalhou nas Minas da Líbia ,
Lintulo Batiato como uma mercadoria o comprou
e levou na escola de gladiadores
em Campua na Campânia Itálica
Plutarco: Era um homem inteligente e culto, mais helênico que bárbaro
Floro: Mercenário da Trácia ,admitido em nosso exército,
Soldado discreto, bandido promovido a gladiador por sua força
Alena :Silencie sua voz (cerra os ouvidos )
Suas palavras me ferem
Espartaco da cruz fala:No inicio sonhei que alcançaríamos o sonho da liberdade,
Mas era um sonho que só na Morte desfrutaríamos,
Comigo vejo meus companheiros de rebelião ,e de cárcere
Seis mil cruzes me seguem...

Alena : Spartacus esses malditos romanos , deixaram-no
Entregue aos abutres e cães ,
Foi em 74 ou em 73
O tempo fez perder essa data
mas não o seu sonho de liberdade e Dor
Não sobrando nada para conhecer o descanso do Eterno,
Tanto sofrimento e angustia ,
Não sobrou nada ...
Vejo como é frágil a Vida perante a Morte,
Tão próxima apenas o golpe do prego,
A vida se esvai ,
Um sopro apenas só é necessário,
E nosso corpo que valorizamos tanto se extingue,
As marcas da nossa existência se extingue ,
Em cada bocanhada que o animal faminto devora,
A nossa existência é tênue ,
Mais que um raio de luz,
Nos perecemos morremos ,
Sei que um dia a minha existência ...
Existência que é luz,
Extinguirá,
E as sombras da Morte me devorarão ,
E me cobrirá a Escuridão ...
Cena: Alena chega em Roma
Poeta :Entre os escravos da urbs existia as concubinas
Alena por sua vasta beleza foi atraída para isso...
Hadrian quando se olhava para ela
se sentia cada homem preso pelo laço do Cupido
Até eu quando a vi senti o coração queimando pela flecha do amor
Esta beleza rara tem um compasso certo...
Aqui é o encontro entre versos e poesia que encontrei
Apenas soube de seu fascínio que senti tentei passar para o violino envolvente...
A sua aparência frágil era sua força
Alena havia cortado os cabelos para parecer menos desejável nos dias de batalha contra os romanos mas agora cresciam em suaves cascatas
Desiguais , mal cuidados ,desleixados mesmo assim era a escrava mais formosa de Roma ...
Alena: Roma era uma grande metrópole ,
A cidade empilhada de gente me sufocava,
Caminho de dentro da jaula entre rostos
Vejo assustada e perdida
Vejo escravos das mais diversas terras ,
São trácios, macedônios, cartagineses
E até alguns da minha terra ,
Reconheço os seus traços ,
E o seu rude dialeto,
Trabalhos os mais diversos,
Alguns vejo com a colher,
Alguns com bacia,
Alguns com coleira...
Oh! Deus é o destino que me espera se for pega na fuga,
São tantos que superlotam as ruas de Roma,
Como pode um país tão rico,
Ser a senhora do mundo
E deixar seus pobres filhos com fome
Por traz da grade sobre o estrado vejo algo que devia ser uma fera

Cena :Alena escrava
(algum tempo depois exposta como uma mercadoria no tablado em leilão no Fórum de Roma)
Poeta : A cena petrificada
Alena prisioneira de guerra
Era um mero objeto
Cujo Destino era ser de seu senhor
Prisioneira de guerra
Poupada a Morte
Passou ao Patrimônio de Roma
Alena desperta o seu triste canto quebra a petrificação:
Não sou mais livre
Sou menos que um humano
Um farrapo...
Triste,
Sei a condenação que me aguardava
Eu como cada homem e mulher do meu lado
Era escrava
Polibio : Eis a jovem
Que trago para seus olhos
De vasta beleza
Com dentes perfeitos
Bela do interior da Germânia
Maximus : Uma jovem de curvas delicadas exposta a sua intimidade para os olhos curiosos
Expondo as suas habilidades pois era inegável a devastadora beleza que emanava
A sua origem e seu preço ... não era mais humana para aqueles olhos que a seguiam era uma mercadoria...
Ainda mais brava ...
Pois apesar de sentir frágil ,indefesa não se curvou frente as adversidades
Era a escrava que Hadrian se prendeu
Nem que seja só por um instante
Meus olhos se prendiam na mesma armadilha
Meu corpo me prende e fascina
A usufruiria para meus desejos ,
meus domínios
Sou o senhor e a mim tem que servir
Mercador de escravos : Vendida para Theodosius Maximus
Alena:Muito triste minha alma trago
Tudo ao meu redor só vejo destruição e sofrimento
A minha aldeia que cresci, não mais existe
Sou uma escrava sujeita
As mãos do tirano
Mas apenas tenho medo de o enfrentar
A esperança já nasce Morta
Pois já não vive sonha
Seus dias se arrastam presos nas correntes
Vive para fazer seu dono feliz
A vida nada vale se a vê atrás das grades
Queria a força para arrebentar esses grilhões
Vôo num segundo
Nos vôos do pensamento
Posso ver minha mãe
Meus irmãos
Sinto até falta dos porcos!
Queria dar uma última olhada em tudo,
Sôfrega, para poder trazer aqui
Cada detalhe, que não ligava agora se tornava vital
Agora que escapam teimoso
E tornar cada vez mais penoso
Jamais verei meu lar
Nossas terras foram confiscadas
Tantos amigos ,conhecidos como eu vi partir para Roma...
Ou para terras mais distantes
Minha família ...
Meu pai morreu na guerra...
Meus irmãos a escravidão nos separou para sempre
Meu irmão Alarico um destino pior que a Morte segue
Minha mãe jamais soube o que foi feito dela
Apenas o seu triste chamado me persegue entre sombras
Essa dor é terrível
E o triste é que a vida continua o seu caminho como se nada tivesse acontecido
Valho como um animal,
Ou até menos porque tem consciencia do que sou
Sou um objeto
Se antes como livre,
Era vista menos que um homem,
Hoje sou mais insignificantes que antes,
Sou menos que uma mulher,
Sou uma sub-mulher ,
Sou vista por todos como inferior,
Sou como um pequeno grão de areia,
Tão pequeno ,tão ínfimo
Não sou nem filha ,nem esposa
Minha voz pouco vale
Sou apenas um instrumento um objeto
Para que fim esses olhos que vejo me seguem
Temo seu olhar insistente carregado de desejo
Prefiro a Morte do que a ele ceder
Escondo a faca que furtei ao alimentar-me
Esfomeada comi vorazmente
Mas aqueles olhos me seguiam
Sabia que tinha que ser forte
Nem sua voz teimasse em falhar
Nem seus olhos marejar
O carvalho sem folhas: Sonhar livremente, sem algemas
Livre como um pássaro,
Não se esconder atrás da gaiola

Cena : A vã tentativa de liberdade

Cena: Maximus usufruo de meu belo presente
Antes de dá-lo ao meu filho
Se é que vou entregá-lo
Essa jovem tem algo que me fascina
Que me envolve e quem a fita
Quem sente seu suave perfume
E prende para sempre em laços
que sente a suave textura macia
Da pele macia como o lírio
E a brancura contrastando
a vermelhidão dos longos cabelos
Era minha não daria mais para Hadrian
Depois das varias lutas caio em mim
a conquistaria nem se fosse pela força bruta

Cena: Alena escrava

Alena:Minha pele alva ,
Foi marcada em ferro em brasa,
Se antes me comovia ,
Ao ver as marcas nos animais ,
Agora sei na pele a Dor dessa marca,
Por Maximus asco e nojo senti assim
que vi seus olhos pousarem em mim
Sabia o destino triste que me aguardava
na sombria escura do caminho
Há pouco era uma princesa
Agora serviria ao meu senhor
Mas preferiria o trabalho no campo
As mãos feridas e calosas na carne
Do que a ameaça silenciosa que vi em seus olhos
Deseja algo mais indigno de desejar de mim,
De uma mulher , de outro ser humano,
Lutaria nem que tivesse a Morte como premio,
Não temo a Morte como esse crime é terrível,
Não temo a Morte
Quando vejo aqueles olhos embaçados,
Com pensamentos repulsivos,
Preferiria me entregar a garganta profunda do abismo,
Dos meus pulsos roubar a vida que ali vivia
Maximus : A jovem é uma fera
Uma águia de garras afiadas
Debate-se , arranha( com um vasos lápis ?lazuli acerta na cabeça)

Cena :Pedanius Secundus

Alena : Hoje são os dias felizes na minha terra
São restos de um tempo que não volta
O tempo que vivemos está morto
São só resquícios , instantes ,
fruto de um tempo que não volta
Sombras de um tempo perdido
Sombras de um tempo morto
Entre escombros
do último dia que vi minha aldeia
Nesse dia cinzento , frio e úmido
Volta num momento fugidio
Os tempos de antes
Aqueles dias mesmos os tristes
Se tornam felizes
Pois as lembranças
que se esvaecem em pó são caros
Antes dele encostar a mão em sua pele
Para usufruir seus desejos , seus desígnios
( Com um vaso bate com um vaso ele cai ao chão )

Escravo: Não faça isso princesa
Não sabe como esse crime é terrível
O meu destino é esse está traçado pelas Parcas
Dentro de pouco tempo
Cometerei esse crime
Esse não é o seu destino
Vejo outro sendo tecido nos velhos teares
Alena : É um simples rato
Escravo: Sei a Dor que lhe aflige
Também como você serei escravo
E conheci a vilania desses vis senhores
Paguei a minha liberdade
E o meu senhor faltou com a palavra empenhada
Sentirei o mesmo desejo que vejo em seus olhos
Não arrependo por mim nem por Pedanius Secundus
Mas por aquelas criaturas inocentes
Daqui longe no tempo e espaço
Ainda ouço seus lamentos
Um coro de quatrocentas vozes
Lamurias ,lamentações
Tanta dor

Alena: Não é sua culpa
Pobre homem
Não vê são os cruéis humanos
Fizeram essa lei abominável
Nero esse imperador monstruoso cumpriu essa lei
Seu coração posso ver
Sei que é inocente desse crime
Vejo as tochas impedindo a barbárie
Mas nem o apelo de seus concidadãos
Aquele louco!Retroceder
Não se culpe mas eu o compreendo
Não posso matá-lo
Ver tanto inocentes
Pagarem por algo que não é sua culpa
Gaius Cassius Longinus :Um ex-consul
Foi morto em sua própria casa
Pela traição de um escravo
Que ninguém denunciou ...
Então deixe-nos impunes
Mas se o prefeito da cidade
Não tem segurança
Quem a tem?
Pedanius Secundus
Tinha quatrocentos escravos
E estes não foram suficientes
Para salvá-los
Quem pode então sentir ?se em segurança

Poeta :As tochas que seguiam impedindo a crueldade,
As pedras pontudas
tentando salvar a vida de tantos inocentes
Vejo a luz da tocha me traz a atrocidade daquele dia
Tantos mortos , vil crueza
Um espetáculo dantesco tão horrendo
que pela emoção que me caio em pranto as palavras ,
as notas não me veem quando deslizo a mão sobre o teclado
Alena: Hoje a domus está vazia,
Parece uma casa que traz assombração
Hoje a casa está toda silenciosa
Só ouço o meu coração que bate forte
A Morte vejo em todos os lugares
Será que todos ouviram o crime?
Talvez os escravos mais distantes não ouviram o crime
Tinha que ser Nero para ser capaz de tanta monstruosidade contra inocentes
A Morte impiedosa é a alegria
Esta tripudia e ri a desgraçada
Mesmo em tantas faces pedindo clemência
Não ,não creio que ouviram o crime
Mesmo que não tivesse piedade desse vil romano
Se comoveriam com a Dor de seus semelhantes
Se comoveria com a Dor de sua mãe
Se comoveria com a Dor de seus filhos
Impediria a mão do assassino
Meu coração comove com a Dor
Não desse vil romano
Negou a liberdade ao pobre homem
Mesmo quando viu o dinheiro desse infeliz
A Morte vejo em todos os lugares

Alena: As tochas apagavam só as cinzas atestam a sua presença
A escuridão opressora me envolve
(agacha e pega um pouco de cinzas)
Mas ainda vejo seus sussurros,rostos ,desespero...
A chama de esperança que o brilho que se apagou
Mas refaz na lembrança que não sou só eu que se comove ao ver os escravos
De terras as mais diversas e distantes
As línguas as mais diversas
Mas unidos pelo sonho da liberdade
Hoje sou menos que uma mulher
Hoje sou menos do que fui
Minha túnica de linho com fitas coloridas vestirei apenas em fantasias e delírios ...
Minha face jamais voltará
sentir o afago de minha mãe
Nós discutíamos muito
Mas a amava
Queria voltar novamente no pântano úmido
Beber água na fonte do Reno
O sonho de ser livre,
Romper os grilhões que nos prendeu a essa terra,
Não teria medo de matar o senhor,
Mas uma pena terrível inflige em quem comete,
A morte para todos os escravos da propriedade,
Esse devia salvar a vida desse senhor
Por que faria isso para alguém que o impede de sonhar
Se fosse apenas a minha Morte nada me deteria
Vejo a brasa das tochas que tentam impedir o algoz
Vejo as pedras impedindo os carrascos
Um escravo não vive já é um morto
Chamam-nos de criminosos
Mas quem são esses homens que tirarem a nossa liberdade
Não somos mais humanos
Tratam ?nos como simples objetos
E condenam esses pobres infelizes,seres inocentes a Morte
Chamam-nos de selvagens
E veja quem semeia essa carnificina e podridão sob o céu
São quatrocentos mortos numa noite de selvageria
E eu que sou bárbara
Terei que enfrentar a Morte
Ou Agüentar esses tristes augúrios
Ouço passos escravos se aproximam
Despeço da vida
Mas ah! Não há mais tempo


Quinto Ato : A chegada de Hadrian

Cena : A grande metrópole
(Roma era uma metrópole, Hadrian muito se orgulhava dela,
Oito viadutos que cruzavam o Rio Tibre ,dezenas de teatros e banhos públicos ,estádios,pistas de corridas , monumentos e templos )

Alarico: Sou bárbaro,
Roma me trouxe a vergonha de ser selvagem,
Hadrian me salvara da Morte,
Muito grato era,
Tornei seu fiel escravo
Mesmo com a liberdade continuei seu fiel servidor

Hadrian:Meu amigo ,sim Fedro(sussurra para o cavalo)
Com tantas batalhas Alarico
Tornamos amigos inseparáveis,
Depois de uma longa viagem , voltava
Muito me orgulhava dessa metrópole
Com as novas conquistas recebidos como um herói
Há pouco Otavio voltara com suas tropas mais ricas e gloriosas
Era um herói....
Sozinho assumia o poder
Aclamado pela plebe , pelo exercito
Esmagou com o pé os opositores
Otavio : Derrubei meus opositores seja meu amigo Marco Antonio
Ou Crasso....
Era o princeps senatus,
Primeiro cidadão ,
Com o título imperator,
Tinha o poder militar,
Incorporei o titulo de Augusto
Nas minhas mãos o imperium ,
Há pouco o chefe religioso supremo
Tirei do caminho o traidor
Era um tolo que se deixou governar pelas rédeas irracionais do amor
Por uma mulher que tantos homens pode ter
Para mostrar a todos quis superar César,
Conquistar a Gália
E eu a Germânia
Ao meu lado meu grande amigo Mecenas,
Atraiu vários poetas e escritores
Vejo Virgilio,Tito Lívio e Horacio
Voltava para a sua villa que ficava em Pompéia ,
possuía uma grandiosa domus em três pavimentos
Voltava sim para o luxo faustoso ,
era um dos homens poderosos da Republica Romana
Voltava para Lívia sua esposa ...
Não era o amor que os unia só as conveniência ,
Era a esposa que tio escolhera
Se um dia pudesse amá-la esse sonho
se desvaneceu quando a encontrou nos braços de outro homem
Mas não para a felicidade...
Poeta:Se teve sonhos ... deixou os nas batalhas sangrentas que teve que enfrentar
Sim voltou rico e poderoso como sonhou, respeitado apesar do seu passado obscuro,
apesar de no seu sangue correr o da plebe ...
Hadrian :Muito estudei
Meu latim não foge da gramática
Escondia de muitos a origem plebéia
Mas não de meu coração valente carregado de sombras
Carregava apesar de tudo o que conquistara a estigma de ser plebeu
A única vez que acreditou ser amado
E descansar seu coração ferido
Foi desfeito
E as feridas não recuperou
Por isso preferia a guerra do que a volta ao lar
Desde que voltou da guerra
E encontro a Lívia
A única vez que abriu o coração foi rançado como a flor no deserto
Hadrian :Queria poder usufruir seu corpo
Ser seu dono
Ser seu senhor
Mas não pode sentiu-se envolver no suave perfume
Alena: Quem o observava mais atento perceberia a postura orgulhosa até arrogante(vê ele se aproximando)
Não era um simples legionário apesar da juventude era comandante do exército que estava na margem do Reno
Era um maldito romano(Ouve nos seus ouvidos de vidente o que o compasso de seu coração)
Hadrian:Nas minhas lembranças infantis são vestígios de um tempo que só retorna em lapsos momentos quando vejo os baixo-relevos
Mas viu o menino empinando pipa na rua
Lembrei de mim ,quando não a muito
Meu pai interrompeu-me pois sem motivos,sem razoes
Interrompeu-me s socos e pontapés

Cena : Maia
(no átrio)
Alena:Olhava as belas flores
E aspirava o suave perfume que emanava
No meio a escultura de Freia de mármore
Maia era assim que os malditos romanos a chamavam
Ou Flora como o escravo tracio a louvava
No átrio a deusa Vênus , para mim era Freya
Sentia a presença de Freyahof
Deusa do amor e da beleza
Irmã gêmea de Frey
Que sob a sua proteção as colheitas crescia e o gado engordava
Senão a caça do alce, do urso e dos bisões
Para saciar a fome
pássaro cantam felizes
Sussurro com eles para não quebrar o encanto magia
Um com o canto suave
Aproxima e pousa na flor
Mais distante uma borboleta com suaves matizes
No átrio a deusa Vênus , para mim era Freya
Sentia a presença de Freyahof
Deusa do amor e da beleza
Irmã gêmea de Frey
A beleza se apagou com a luz da tocha
Que iluminava , o escravo
A noite caia sobre Roma
Trazia-a lembrando de sua condição
E o suor, o sangue de cada homem
Que aquele luxo ostensivo era ofensivo

(ao vê-lo se aproximar)

Seus olhos eram tão azuis
que pareciam transparentes,
os cabelos eram muitos pretos,
não muito curtos, alcançam as orelhas.
A tez morena...
A pele escura
O seu talhado em pedra
Na face um ferimento antigo.Como surgiu?
Hadrian: Meus olhos presos nos longos cabelos
Entre as pétalas das flores dos arvoredos descia como uma cascata os longos fios vermelhos
Será que Maia aparecia para mim?
Seus olhos não desviavam dos lábios,
Seus olhos se fundiam e não desgrudavam
As palavras morriam na garganta
Era a garota que desejava entregar ao desconhecido
E a Fortuna a devolvia
Mais bela com os cabelos agora longos
Os seus olhos são como as gotas cristalinas
que se transformam em água ,
nos mais suaves e carregados tons de matizes
,nuances claras e escuras ,azuis ,verdes ,verdes escuros
como o lago Maschso.
Surpreendente suaviza tons claros ,
verdes escuros como o Bosque Spae.
Pequenos pontinhos lilases quando chora.
Hadrian apesar de atração a deixou
Não queria se prender em seus cabelos longos,
Com suaves madeixas que os ondeiam,
Das cores do fogo como chamas
Não queria entregar aqueles olhos verdes de longos cílios que o sombreiam
Neles mergulhar tão profundos
Na imensidão verde como esmeraldas
Entregar a volúpia de seus lábios carnudos
Cheios prometem paixão
Sua pele é branca como o leite
Suave como as pétalas das violetas
Ela era linda, de uma beleza selvagem
Que lembrava de tempos remotos
Que se perderam entre negras florestas
Entregar-me entre os seios não eram pequenos e delicados
Eram cheios
Seu corpo era feminino era delicado
De suaves curvas
Delicada
A sua delicadeza era sua força

(Alena foge como uma lebre assustada)

Cena : O jantar especial
Teodosius Maximus que tripudia de mim
Não suporto ouviu Teodosius seu toque
Seu sapo úmido
Para mim amante da liberdade
Essa Escuridão esmagadora
Sem a luz protetora é terrível
Alena: Derrubei com fúria o vinho sobre Hadrian
Que engolia o com os olhos
Seguia cada passo cada gesto
Cada seu
Maximus: Divirto-me ao ver Hadrian
Ferido por Eros
O poderoso legionário
Vítima de uma escrava
Seus olhos cristalinos
Eram espelho do desafio
Não aguêntava desaforos
A esbofeteou
Maximus: Alena é bela
Percebo que se encantou por ela
Todos os homens ficam por ela
É como Vênus
É Freia
Merece a quantia exorbitante que a comprei
Nenhum consegue dominá-la
Isso até me envergonha
Pois sempre me orgulhei de ter os melhores escravos
E os mais obedientes
Máximos apesar da distancia que havia entre eu e você queria agradá-lo soube de seu encanto que ocorria entre as tropas pela inimiga de Roma , a jovem germânica , comprou-a para lhe dar de presente.
Não tinha o semblante do branco lírio
Mãos rudes a tinham rancado
Feridas havia daquele relacionamento as mais duras e cruéis que até das batalhas que marcas que marcavam seu corpo com
Varias tiras brancas
Máximos apesar da distancia que havia entre ele e o filho queria agradá-lo soube de seu encanto que ocorria entre as tropas pela inimiga de Roma , a jovem germânica , comprou-a para lhe dar de presente.
Maximus : Entre a legiao corria solto o comentário da paixão de seu filho e a bela escrava
Dar-lhe-ia de presente , mas ao vê-la compreendia a sua paixão fulminante quis usufruir o belo presente
Era uma selvagem me feriu cruelmente
Eu sou seu dono e ela tinha que aprender se curvar frente aos meus desejos
Agora Alena lhe pertence filho

Adônis : Com seu jugo de ferro
Que o apóia ( sussurra para si)
Maximus : Ela é intolerável
Por isso a entrego de presente
Como aquele potro que lhe dei
Adônis: Aquele presente estava mais para presente de grego
Teria até pena do rapaz
Senão detestasse tanto os romanos(cabisbaixo em postura servil
Murmura para si em selênio)
Hadrian: Voltei para casa devido ao ferimento na perna
Não quis perder a perna
Mas podia ter perdido a vida
Rico contava com a ajuda dos médicos mais experientes
Gregos e egípcios
Não podia aceitar um presente caro desses
Nem tão pouco recusá-lo
Era uma ofensa
Por isso não disse não
Nem que fosse pela força a teria

Alena: Sempre odiei ser um objeto na mão de um homem
Ninguém ouvia seus desejos
Agora entregue de bandeja a um bastardo romano
(com os olhos fulminava)
Espírito na Escuridão: Voltava para casa
Mas não para o lar
Não se sentia livre das tormentas que o atordoavam
Sombras povoavam aquele rosto viril
Como aves escuras sombreiam o céu tempestuoso
Onde nuvens escuras sombreavam o céu escuro
Onde nuvens cinzas,negras colidem
Alena:A magoa de Hadrian me persegue
Mas problema meu
O sonho de liberdade
Era apenas um sonho
Mas o passo para a realização desse sonho
Era a insubordinação e a rebelião


Cena: De volta ao lar
(Dommus , Pompéia )
Alena: Hadrian era filho de Maximus,
Um dos nobres mais poderosos do Império Romano
Pertencia a das famílias tradicionais
Hadrian:Voltava para villae no campo
Quase arrependido já no silencio mudo chegava
A saudade envolvida pelo medo da má acolhida morria...
Via as vinhetas ,as oliveiras
De porte médio , as propriedades de grande porte
Era cultiva pelos escravos via de longe suas cabeças
E o velho feitor que os guiava...
Hadrian:Voltava para a sua villa que ficava em Pompéia ,
Quase arrependido já no silencio mudo chegava
A saudade envolvida pelo medo da má acolhida morria...
Possuía uma grandiosa domus em três pavimentos
Voltava sim para o luxo faustoso ,
era um dos homens poderosos da Republica Romana
Voltava para Lívia sua esposa ...
Não era o amor que os unia só as conveniência ,
Casamento comum em Roma
Era a esposa que pai adotivo escolhera
Se um dia pudesse amá-la esse sonho
se desvaneceu quando a encontrou nos braços de outro homem
Mas não para a felicidade...
Poeta:Se teve sonhos ...
deixou os nas batalhas sangrentas que teve que enfrentar
Sim voltou rico e poderoso como sonhou,
respeitado apesar do seu passado obscuro,
apesar de no seu sangue correr o da plebe
Mas continuava sem o lar
Sem familia

Cena: Lívia
(jardim do interior)
Alena :A primeira vez que a vi
Era o reflexo no espelho de prata polido
Colocou o espelho com incrustações em cinzel
Quando voltou vi seus olhos
Dona de olhos profundos como o céu
Com longos cílios
Mas escuros como a noite sem as estrelas
As estrela deram-lhe o brilho gélido de seus olhos
Era bonita como uma nobre
Usava belos adornos de ouro,prata
Ricas e delicadas peças em lápis-lazúli
O rosto com suaves madeixas negras
Mas seu sorriso não coincidia os olhos
Não gostava dela
Definitivamente
Seus olhos eram gélidos como o Danúbio
O brilho das estrelas só refletia a gelidez
Do inverno glacial
Lívia: Com um beijo o recebo
Frio, sem calor e afeto
Trouxe uma escrava para me ajudar
Lívia: Com um beijo o recebo
Frio, sem calor e afeto
Trouxe uma escrava para me ajudar
Apesar do matrimônio
Alena (fita a com desdém)
Hadrian: Alarico leve-a para meu quarto
Lívia: A decência o deixou
Hadrian: Sou homem tenho que me divertir
Lívia : Poderia ter comigo prazer bem maior(sedutora)
Hadrian: Não creio nisso
Lívia: Trouxe novas cicatrizes das batalhas (olha a perna)
Alena (fita a com desdém)
Hadrian: Alarico leve-a para meu quarto
Lívia: A decência o deixou
Hadrian: Sou homem tenho que me divertir
Lívia : Poderia ter comigo prazer bem maior(sedutora com a voz aveludada)
Hadrian: Não creio nisso
Lívia: Trouxe novas cicatrizes das batalhas (olha a perna)
Cena: Domus

Alena:Ao entrar na mansão
Recobria as paredes as pinturas
Aos seus pés, delicados
Mosaicos com minúcias
Não apreciava prefiria seu lar
Sabia que a beleza era fruto do trabalho escravo
Como ela afastado de suas terras as mais distantes
Entregue ao sofrimento,
Aos dissabores do trabalho duro,
A tristeza sem fim de nunca mais vê a familia
Que nunca mais vê-lo
Aumenta a Dor e a saudade
Uma voz: Cuidado jovem ao trilhar esse caminho
Não deve devolver o mal aos outros
Pois que diferença teria desses passos (Gandhi aparece)
Alena : Não entende espírito aqui posso ter o conforto do leito
das finas comidas
Mas não sou livre
E sinto falta de orar Freia no bosque
Ou sua imagem distorcida romana
Hoje só nos pensamentos nos reunimos
Queria ao menos uma vez voltar para aqueles dias...
Da bronca de meu severo pai
Todos estão mortos, mas adoraria poder voltar a vê-los
Ao menos mais uma vez ...
Ver minha terra com clima ameno
Ver o Reno quando vi as águas do Tibre
Sinto a falta da aldeia quando vejo seu severo pai
Todos estão mortos
Mas poderia voltar a vê-los
Reencontro com eles apenas nas lembranças apenas nos sonhos
Ver a minha terra com seu clima ameno
Ao ver essa terra empinhada de gente
Carregada de estádios, arcos
Entre o verde pântano
Saudades do meu lar
Da minha casa simples mas um lar
Queria ao menos uma vez respirar o ar puro
Contemplar uma vez mais ,
Dos verdes ,das flores do pinho
Da neve macia do céu todo branco
Da noite ver o céu coalhado de estrelas
Quem me dera pudesse sentir novamente seus doces perfumes
Ao ver essa terra empinhada de gente
Carregada de estádios, arcos
Entre o verde pântano
Saudades do meu lar
Da minha casa simples mas um lar
Não dessa mansão mas gélida
Queria ao menos uma vez respirar o ar puro
Contemplar uma vez mais ,
Dos verdes ,das flores do pinho
Da neve macia do céu todo branco
Da noite ver o céu coalhado de estrelas
Quem me dera pudesse sentir novamente seus doces perfumes
A luz vinha também de lampadários e candeeiros
Modelados e alimentados com óleos
Muitas peças de prata decoravam
Algumas de bronze
Nas janelas vitrais coloridos
Na arquitetura as folhas de acanto e de oliveira
Na pintura sobressaiam flores e frutas
O leão delírios o Teatro Marcelo
Seria um dia só vestígios
Algo mais terrível ali viria
O Coliseu
Todos os ambientes passava tinha varias estatuas
Legado de outras terras
Da Grécia
Dos mais diferentes matérias
Cena:Hadrian esperançoso
Hadrian: Antes do jantar na vasilha lavo as mãos
Na mesa um Candelabro para lâmpada
cálices
Os serviços de terracota vermelha envernizada
Com motivos em relevo
Os mais finos metais ,o ouro,o prata,o bronze
Tinha cada peça um lugar especial
Com a marca de Maximus
As louças ,as taças eram transparentes
As taças de cristal
Um vaso de lápis-lazúli com delicadas flores
Poeta:Tudo para agradar a doce jovem
E seu coração olhava tudo como se ferisse

Cena
(sala de refeições )
Alena: Quem é?Essa voz distante de outras terras que ouço....
A voz:Chamam-me, Mahatmaje
Mas meu nome é Gandhi,
O sonho da liberdade de serem livres
É nosso menina e de todo o meu povo,
Que como você sofre sob o jugo do inimigo
Mas o meu oponente é outro mas nem por isso menos terrível
Mas é de meu povo também
Mas sem manchas de violência que marcam
os nossos passos de sangue,
Unidos seremos mais forte assim como seu povo
Se evitarmos a Inglaterra como vejo em seu olhos a rebeldia
Contra Roma
Se ao contrario recebesse os representantes de Roma com benevolência receberemos o seu apoio
Alena: Isso nunca, jamais curvarei frente aos malditos romanos
Por traz dos óculos vejo um sábio
Em seus olhos escuros a grandiosidade de um homem
De negar a violência
Mas nessas palavras vejo um engano
E meu coração é incapaz de seguir esses passos
Vemos um mundo atormentado por violências
Para um coração atormentado pelas visões parece louco,
Talvez por isso desejarão calar a Morte a sua voz,
Mas vejo que a Morte só fez imortal o seu canto,
O manto dava uma posição de grandiosa santidade
Da imensa sabedoria que o revestia
E revelava a humildade
Nesses trajes humildes a sua majestade
Na fala serena a sua imensa sabedoria
Na esperança da ausência da violência , um iluminado
No seu alimento a sua purificação
Tinha em cada fala o brotar na fonte uma flor ,
Era o nascimento na elevação de uma divindade
Como se um espírito onipotente
As massas humanas o seguiam
As vestes que cerzia com as próprias mãos davam um aspecto venerável e valorosa
Um sonhador de tempos que devem vir
Quando um e o outro se respeitam apesar das diferenças
Sem ferir o outro em que todos seremos livres
Nasceu na Índia essa terra única que apesar da passagem do tempo parecia que esses anos não correram
Com seu colorido que tornam a vista mais alegre
È pena que nem para todos é pátria
Renega uma casta que a sua dor precisa ser cantada
Os impuros se todos somos humanos ?!
Nasceu num tempo distante em 1869
Era o fim do raj inglês
Jóia da coroa
Cerzia uma oposição silenciosa e pacifica
Contra a Inglaterra
Cena : A entrada de Hadrian

(Sentam-se com o jantar servido)


Alena:Não ,não pertenço a ninguém(tampa os ouvidos)
A escravidão é algo falso
Todos somos livres
Nem se for no sonho
(Desaparece a chama fugaz)
Alena:Hadrian aparece com aqueles olhos gulosos
Que temia mais que a escuridão
Hadrian:Seus cabelos tinham longas melenas
Seus cabelos com cachos nas pontas
Seus cabelos não com tom discreto do cobre
Seus cabelos tem a cor do vermelho vivo
Seus olhos são dois lagos verdes intensos
Seus olhos como da Floresta Negra
Seus braços com a delicadeza de uma bailarina
Seus braços eram fortes
Seus lábios cheios bem cheios
Prontos para serem provados
Seus lábios quando abriam
Seus lábios revelavam pequenos dentes
Seus lábios dentes pequenos pedaços de marfim
Poeta: Esses olhos fatigados pela guerra
Testemunha de tantos horrores
Não conseguiu desviar de tanta beleza
Hadrian: Esqueci inebriado pela paixão
Que a jovem bárbara agora tinha dono
Seus olhos
Seu coração
Suas mãos
Não queriam ouvir
As cadeiras mais comuns em forma "X"
Apoiava os braços
Sem espaldar não eram estofados
Mas de almofadas
Seus olhos olhavam a tudo com espanto e admiração
Nunca havia visto tanta beleza e ostentação
A beleza perde o seu brilho ao ver outros
Como ela era uma simples escrava
Tinha como elementos decorativos
Vários espelhos coloridos
Outras de espaldar curvo(cátedra)

Alena :O som dos lábios em latim
Era musical
Maldito romano
Mas o ardor que via em seus olhos
Fazia apesar da voz sedutora e insistente
Silenciar em mim mesma no meu interior
Só comigo conversar
Podia ser belo com as madeixas negras selvagens
E a barba por fazer
Com os olhos azuis contrastando com a pele morena
E o suave perfume que inala de seu corpo másculo e forte
Era perigoso como todos os homens
Tenho medo, tremo
Já fui tocada por um homem antes
Mas o fereria com a adaga se tentasse
Temia-o mas não desistiria do sonho de ser livre(cerra os olhos)
Mesmo por um instante
Enquanto caminhava sem pressa
Sem nada a impedir entre verdes campinas

Hadrian: É desejo que me consome
Num simples ato tudo é desfeito
Alena , linda
Trajava uma vestimenta humilde
Com cores que não a valorizava
Se tornava contraditoriamente
a mulher mais linda que já viu
Foi feita como Vênus
Para o paixão
Não consigo esperar o jantar
O desejo me consome...
Alena: No rosto sinto
A mão calejada e áspera
Nem parece de um patrício
Quente ...
Lembranças invadem a minha mente horríveis
Sem pensar desvio a face
Hadrian: As roupas não lhe valoriza a silhueta delicada
Dar-lhe-ei novas vestes
A cor, a veste humilde não lhe caia bem
Mesmo assim era linda
Com a mão seguro queixo
Observo seus olhos verdes
Mergulho nessa profundeza sem fim
Seu cabelo parece cetim
Cheira suavemente
É seu cheiro, selvagem
Seus lábios
Um corpo feito para o prazer
Como pode jovem ficar impassível ?
Alena : Sinto mãos rudes me agarraram
Sentiu as mãos daquele homem detestável a envolvendo
Espatifava o peito robusto
mordeu a sua boca
Hadrian: Você era minha
Era sua prisioneira
Tinha o poder de decidir sobre a sua vida
Tinha direito de usufruir meus desejos
Você é a única que vi rebelar contra o desejo que me consome
Tento acalmá-la com meus mimos
( O leito era de bronze
Com os pés da cama eram pés de animais
Alena cospe em sua face )
Hadrian: Deito a leito macio de plumas
Revida com beijos violentos
Sinto-me por derradeiros instantes um crápula
Manchas cobriram a fisionomia delicada
Sempre foi um amante carinhoso
E as mulheres correspondia servil
Em seus olhos viu desprezo
O mesmo que viu nos olhos dos patrícios romanos
Ela não obedeceu
Antes dela se afastar
O seu beijo, o cheiro cálido
Obriguei-a com gestos
Amorosos a me servir
Meu desejo me turva a razão
Nos seus olhos vejo
Como o mal se aproximasse
Acreditei tolo
Que meus carinhos a acalmaria
A teria por causa dos meus afagos
Dispo-a
No lapso instante que distrai
Ao ver as marcas nas costas
Frágil fico ,
Algo feriu minha perna
Reabre feridas antigas
Era minha adaga
Foi a ultima visão fugaz
Antes de tombar ao chão
A escuridão me envolveu
Alena:Roubei-a quando fiquei no quarto
Instantes correm céleres quando
Decido o que fazer
Fugiria
Infelizmente não há tempo
Os deuses parece conspirar contra o meu sonho
Alarico: Desespero no peito,
Meu amigo ,meu irmão
Caído e pálido no chão
Uma punição atroz a aguarda
Alena: Não me reconhece traidor
Era meu irmão
Você era um bárbaro
Ajuda um maldito romano
Renega o sangue que corre nas veias
Olho você Alarico
Meu antigo irmão
Sangue meus correm em suas veias
Meu antigo herói
Se transformou num mercenário
Meu antigo amigo
Se transformou num traidor
Cuspo em sua fronte ignóbil

Alarico: É você Alena?!
Meu Deus como Roma
É terrível
Lança irmão contra irmão( em desespero)
Como cresceu
Quando abandonei nossas terras
Para Roma estudar
Você era uma pequena
Agora uma mulher
Mas sim a reconheço os seus olhos verdes
Esses cabelos vermelhos
E seu temperamento indomável
Mesmo na escravidão
Luta tenazmente
(Alena se afasta ao vê-l o se aproximar)

Hadrian: Eu decidirei seu castigo
Enquanto isso o calabouço aguarda
Não me venha com pedidos
Alarico
Nada me comoverá contra essa gata selvagem
Cena : A consciencia
Hadrian: Havia a punido
E esta merecia.Será?
Mas recusava se alimentar
Alarico:Sei que Alena é uma sacerdotisa
Conhece os segredos da cura
É a única que pode salva-lo
Sei que ela antes o feriu
A mesma ferida que agora a infecção consome
Conhece a cura
Cena: Pobre animal indefeso
Hadrian: Encolhida em um canto
Como um pequeno bichinho assustado
Os cabelos desgrenhados
A roupa rota
Mal a vi quando entrei nesse ambiente escuro
Estava num canto
Era uma pomba perdida e ferida
Culpa me corroeu
E na respiração de densa de Alarico
Aproximou-se irritado,
Com as mãos crispadas
Percebei que atrás do gênio indomável
O semblante pálido
Parecia prestes a perder os sentidos
Alena , o que há ?
Desmaiou em seus braços
Socorri-a antes que caísse
Minha perna latejava
(Alarico ajuda levá-la para o quarto)
Cena : As marcas do sonho da liberdade
Alarico: Ao despimos veja as marcas
Que a escravidão a trouxe
Sempre foi livre como a águia que voa
Indomável como os cavalos que pastam selvagens
Em sua pele alva como leite
Pequenos traços brancos sinuosos
Hadrian: É a imagem da Dor e revolta
Da luta vã dos escravos pela liberdade
Alena: Mas Escuridão existe tempos fáceis (para a escuridão que a envolve)
Se esse ar carregado é a resposta sinto que não
É só o sofrimento
É o preço que se paga por provar
Essa chama fugaz que é a vida
Queria ser mais potente para apagar
essa chama que crepita
Mesmo que presa nesse sepulcro me julgo morta
Desejo me envolver nas garras do precipício
Mas a coragem me vacila
Não consigo desisti
Sou herdeira da tribo sem rosto
Por isso fugi inúmeras vezes
Não pense que não lutei
Não tripudie de mim Escuridão
Sim lutei contra as sombras que invadem...
Ganhei muitas bofetadas
Até algumas costelas quebradas
Essas sombras horríveis parece
Me seguirem

Voltei para as verdes campinas
O frescor do campo
Suas folhas verdejantes
Seus traços rostos robustos
No silencio a musica
No sorriso há a poesia
Na tristeza sinto a canção
No suave passeio a canção
Um silencio caia ,
São sombras no sonho
Dos seus troncos retorcidos
Os gritos dos bravos guerreiro
Sepultados como um sonho
Tentei fugir novamente
Ganhar os bosques
Caminhar sob a chuva ,
Nadar no riacho
Caminhar sob a neve
Que cobre meus cabelos
como flocos de algodão macios
Sentia ,saudade até do frio
O solo podia não se mais férteis
Do que das terras do Mediterrâneo
Mas era meu lar
Ao ver as águas do Tibre
A Dor no peito queria ver as águas do Reno
Sentia falta do pai,
Da mãe ,das irmãs
Que a guerra as separou
O sonho de retornar a minha pátria
Ver o seu límpido
Coroado de estrelas
Sentir o cheiro úmido da Morte
Seria novamente livre
O cheiro dos pães de centeio
Saído do forno
Sim estava em seu lar de novo
Sentira da casa tanta falta
Da humilde casa
Quando comparada com a domus que vivia
O sonho da liberdade
ainda crepitava em sua chama
como o coração ardente deixaram
A mãe ajeitava os cabelos
Sentada na cadeira
Mãe ...
Mãe :Filha já parti
É só o grito de alguém que já partiu
Cuidado Alena que seu coração
Se prenderá nas mãos do inimigo

Hadrian:
Acorde Alena
É só um pesadelo
A sua voz cortava seu coração
Era tão angustiante
Na língua gutural
Olhou-o mas voltou a mergulhar no sono profundo
Não tinha o semblante do branco lírio
A pureza mãos rudes a tinham rancado
Feridas havia daquele relacionamento as mais duras e cruéis que até das batalhas que marcas que marcavam seu corpo com
Varias tiras brancas
Mas era linda
Uma beleza arrebatadora
Que não morre que fica presa nos corações de quem a fita


Cena :Jesus

Alena :Nas catacumbas vejo uma imagem
Que vai guiar milhões
Resignados
O sonho da vida eterna
Guiava os humilhados de todo o Império Romano
Seus sonhos foi levados para onde nunca chegou
Só os seus sonhos
Levados pelos pés de seus apóstolos
Para alem da Palestina
Não foi o último nem o primeiro
Que valorizou a bondade , a generosidade e o perdão
Mas o seu nome se eternizou
nos lábios de seus fieis seguidores
Acreditava como os judeus em um só deus
Ao contrario de meu povo que crê em vários deuses
Como poderia um só deus ter criado tanta beleza na natureza
A fonte, o verde prado , o límpido céu
Que cerca o mundo
O mar ...
As estrelas ...
O sol ...
Cada deus deveria ser um responsável pela longa beleza
As marcas da face na toalha apareceu
Meu pai era o chefe político e religioso
Alfdadher pai universal que se divide formando os outros deuses
Um deus criou o límpido do mar suas águas tranqüilas e profundas uma serenidade carregada de santidade seu aspecto de emoção religiosa,
Njord em suas águas escondeu um vasto tesouro
Caldeiras circular cerca de colina espessa relva
Assombreada por arvores cercadas
Uma gaivota , um mergulhão em torno dos caniços
Pelo silencio
Um deus criou a terra
Do gelo saiu a terra
Hertha, no norte está as altas muralhas e alamedas.
Na qual se reverenciava a sua imagem
Um deus sol que vem nos ver todo dia com a sua fronte
Alfandher estava no vácuo
No principio a noite e o caos
Desta surgiu a ordem
A vastidão do céu azul
Navegava Thor pelo vasto céu
Uma carruagem guiada pelos bodes
Havia trovoes e relâmpagos
E o céu pontilhado de estrelas
A lua banha de luz argêntea
O sol e a Lua são dois pequenos
Roubadas de Odin de seu pai
Tanto sofrimento e angustia
Vejo nos olhos dessas criaturas por isso companheiras de minha dor
São minhas companheiras
Oro pela piedade de Thor
Para cessar a fuga inútil dos lobos ferozes em seu encalço
Um deus teria que comandar os deuses Thor seu nome
A natureza é rica em uma beleza majestosa e somente unindo as mãos de vários criadores poderia formá-la
Tanta perfeição e graça só poderia ser sagrado
Posso ver no bosque sagrado
Meu pai o chefe religioso
Celebrava a primavera trazendo dias mais leves e felizes
Com as chamas do fogo
Sacerdote saía em procissão
Sobre um carro no meio de jubilosos
Aclamações de multidão
Velhos carvalhos seu frescor como imã
Flexível salgueiro
Não perdem o misterioso poder
Vozes dos deuses não ouvindo as espinhas
Sussurro do rios , roucos ruídos do Reno
Posso ouvir meu pai
Louvor aos heróis
Meu pai hoje descansa no Walhala
Um salão maravilhoso de festas e jogos
Onde tantos guerreiros mortos se reencontravam
E permitiram as historias de guerra
Quando não estava nos festins
Se divertiam novamente lutando
Lutando até romper as partes do corpo
Mas na hora da refeição
Renasciam dos ferimentos a vida
E voltam aos festins intermináveis do Walhala
Não foi o último nem o primeiro
Que valorizou a bondade e a generosidade e o perdão
Seu rosto mergulhou nas poeiras do deserto do esquecimento
Não sabe seus traços
Vejo as pinturas do renascimento
Cabelos castanhos claros quase louros
Os olhos claros ,
Parece mais conosco do que com os escravos judeus que conheci no exílio
Seus traços eram desse povo
Que traz na face a cor da olivácea
Uma nevoa espessa das trevas cobriu sua origem
Batista cobriu das águas do batismo
Seus contornos se apagaram

Jesus: Amai vossos inimigos ,fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e orai pelos que vos maltratam.Poder do céu ,pois que ele faz nascer o Sol tanto sobre os maus como sobre os bons e faz chover sobre os justos e os injustos
Mas o seu nome se eternizou
nos lábios de seus seguidores
Não foi o único que da cruz perdeu a vida
Foi o sumo pontífice que o levou a perdição
Não acreditavam que o tão esperado messias
Pudesse vir de um lar muito simples com teto de palha
Condenam apesar do tempo sempre os judeus pelo crime
Os judeus foram os atores do crime
Mas este pesa sobre a humanidade
Pois se tivesse nascido em outras terras também teria perecido
Como pode o filho do rei mais poderoso
Nascer filho de um simples carpinteiro
Ter como primeiro leito uma manjedoura
Nas mãos do prefeito da Judéia
Pôncio Pilatos o levou a morte
Agonizante mas em seus olhos cintilava a fé e a esperança
Foi o primeiro que apareceu no terceiro dia
Acreditava como os judeus em um só deus
Ao contrario de meu povo que crê em deuses
Como poderia um só deus ter criado tanta beleza na natureza
Alfdadher pai universal que se divide formando os outros deuses
Um deus criou o límpido do mar suas águas tranqüilas e profundas uma serenidade carregada de santidade seu aspecto de emoção religiosa,
Njord em suas águas escondeu um vasto tesouro
Caldeiras circular cerca de colina espessa relva
Assombreada por arvores cercadas
Uma gaivota , um mergulhão em torno dos caniços
Pelo silencio
Um deus criou a terra
Do gelo saiu a terra
Hertha, no norte está as altas muralhas e alamedas.
Na qual se reverenciava a sua imagem
Um deus sol que vem nos ver todo dia com a sua fronte
Alfandher estava no vácuo
No principio a noite e o caos
Desta surgiu a ordem
A vastidão do céu azul
Navegava Thor pelo vasto céu
Uma carruagem guiada pelos bodes
Havia trovoes e relâmpagos
E o céu pontilhado de estrelas
A lua banha de luz argêntea
O sol e a Lua são dois pequenos
Roubadas de Odin de seu pai
Tanto sofrimento e angustia
Vejo nos olhos dessas criaturas por isso companheiras de minha dor
São minhas companheiras
Oro pela piedade de Thor
Para cessar a fuga inútil dos lobos ferozes em seu encalço
Um deus teria que comandar os deuses Thor seu nome
A natureza é rica em uma beleza majestosa e somente unindo as mãos de vários criadores poderia formá-la
Tanta perfeição e graça só poderia ser sagrado
Posso ver no bosque sagrado
Meu pai o chefe religioso
Celebrando a primavera trazendo dias mais leves e felizes
Com as chamas do fogo
Sacerdote saía em procissão
Sobre um carro no meio de jubilosos
Aclamações de multidão
Velhos carvalhos seu frescor como imã
Flexível salgueiro
Não perdem o misterioso poder
Vozes dos deuses não ouvindo as espinhas
Sussurro do rios , roucos ruídos do Reno
Posso ouvir meu pai
Louvor aos heróis
Meu pai hoje descansa no Walhala
Walhala é o grande Palácio do deus Odin,
Reunia os heróis escolhidos ,
Um salão maravilhoso de festas e jogos
Onde tantos guerreiros mortos
Se reencontravam valentes
E permitiram as historias de guerra
serviam gulosamente do javali Schirinnir
Mágica era refeição comiam fartamente
No nascer do novo dia novamente os esperavam
Bebiam gostosamente o hidromel
Fornecido pela cabra Heidrum
Muito tempo demorará antes que essa nova crença
Se semeie no interior do meu povo
O invasor Carlos Magno trará
Será que pecamos por desconhecer algo que jamais chegou aos nossos ouvidos?
Uma fé em Deus movia os seus passos
Uma vida sem ambições materiais
A veste simples não negava
A sua voz atraía multidões
Os que o seguiram foram violentamente perseguidos
Por causa da sua fé em deus único
Presos muitos destes pobres infelizes
Mas a fé e a esperança em Deus
Fazia esses dias difíceis de passar mais leves
A sua voz torturada e sufocada até o ultimo suspiro,
A sua fé nasceu numa terra distante na Judéia ,
Posso ouvir desse homem apesar da distancia
É a mesma época que vivo
Alena: cristão com a barba comprida
Suja sinal de vasta sabedoria

Jesus : Bem aventurados os humildes de espírito,porque é deles o reino dos céus!
Bem aventurados os que choram,porque serão consolados,
Bem aventurados os tempos de coração porque virão a Deus !
Alena:Não as suas palavras o reconheço
É o Messias
A sua entrega , a sua abnegação convidava outros para abraçarem a mesma esperança
Assim no sofrimento encontrava no devotamento a força para reencontrar os caminhos da religião
Na resignação se reencontrar com seu Deus
As feras são levadas na arena,
Um rugido tenebroso,
Junto com os animais é colocados alguns cristãos .,
Os leões correm desesperados enlouquecidos pela fome,
Não sabem que faz parte de um espetáculo grotesco
Só instinto selvagem da fome os movem
Pobres animais participam inconscientemente da fome
O seu rugido feroz é fome pobre animal
Nem nesse momento terrível deixa de ter fé no Criador,
Antes cresce ainda mais a esperança
Jesus :Os que sofrem perseguições por amor a justiça porque deles é o reino dos Céus
Mas ao invés de comover os corações dos romanos,
Aumenta ainda mais esse ódio ,
Divertem os espectadores desse espetáculo vil
O chão coberto de sangue , pedaços de corpo humano
Ao final sobram apenas da vida ,
Testemunhos do espetáculo vil
Jesus de Nazaré,
Seu rosto se perdeu na poeira do deserto o apagou
Não sabe seus traços
Pintam os renascentes
De cabelos castanhos de olhos claros
Seu rosto era arredondado
Seu nariz não era assim era mais grosso que o meu
A sua barba era espessa sob o sol do mediterrâneo
Mas não era sim um palestino,
Não tinha traços germânico
Não nos conhece
Seus traços eram árabes,
A tez morena
O seus olhos escuros,
A pele de olivácea
Uma nevoa espessa
Na tela vestimenta branca
Mas seu manto era de túnica de lã de ovelha
Tingidas de vermelho ou marrom
Alena :
Mas não a Morte ,
Não foi um homem vil ou cruel
Foi um homem bom
Que antes pregou a generosidade e a caridade
Não morreu como guerreiro
Mas a sua vida foi ceifada
No crucifixo,
Não foi o único
Tantos rostos assim pereceram
Tantos que seus nomes se apagaram no esquecimento
Dos dias que passam
Mas a sua Dor para ele foi a única
Para sua mãe, seus irmãos foi a única
Nada nem o desespero de uma mãe conseguiu comover o jugo
Um rei coroado de coroa de espinhos
Pior que a pilheria
Era as chagas que aqueles espinhos pontiagudos ferem
Sangram


Em seus olhos vejo a vida e a Morte
De seu corpo o espírito esvai lentamente do corpo
Em seus olhos se afasta o sofrimento e da agonia
Que ceifava as forças e dava sombras em seus olhos turvos
E os lábios sem a voz
Só gemidos ,murmúrios cada vez mais baixos
Meu coração se pergunta
Será que não sabem mesmo o que fazem?

Jesus parece para Alena quando está no leito
Ao despertar no leito

Cena: Hadrian ferido

Alarico:Alena ao vê-la longe do leito
Que a prendeu por longas horas
A face apesar de abatida
Nos olhos o mesmo brilho de antes
Lembro de que o dever a chama
Hadrian seu ferimento na perna piorara
Hadrian podia ter errado ao prende-la
Mas era meu amigo
Devia-lhe a vida Alena
Alena: Por que salvaria maldito romano
Este homem trouxe a destruição para os seus próprios irmãos ,para o meu sangue
Alarico: Se não fazer isso eu mesmo mandarei o feitor chicotar os escravos
Apenas Alarico o traidor vive antes a Morte o tivesse levado
Ilda... as palavras desaparecem
Alarico ( para si)
A recusa a cuidar dele
A ameaça vã mas eficiente
Se não fazer isso eu mesmo mandarei o feitor chicotar os escravos
Ao cuidar de Hadrian ferido houve entre murmúrios
Poeta: Cuidou das chagas que abriam a sua perna
Apesar da beleza viril
Não sentia nada?
No toque na pele quente e morena
Com a sua sabedoria cuidava de suas feridas
Alena mesmo nas vestimentas rudes era linda
Uma beleza que atinge a todos os homens que a observava
No homem deitado no leito
Seu coração preso pela angustia da Dor
Acabava vendo o garoto que em algum lugar dentro do coração
Ainda vive

Cena Hadrian plebeu

Hadrian :(Hadrian era apenas um garoto)
Percebi que tinha poucos sonhos que poderia realizar , era plebeu não possuía em seu sangue o aristocrático dos patrícios ,
O mundo lhe prometia mil promessas mas a existência o negava,
Meu avô veio do campo tentar a vida na urbs
Foi expulso de suas terras pois os seus preços baixos,
Mas sim mesmo obstinado pobre sonhador viu que alguns camponeses enriqueceram com as campanhas militares ganhando terras nas partes conquistas
A miséria,penúria que vivia negavas os sonhos
A família empobrecia como a chuva úmida e fria do inverno
O trigo de outras terras mais distantes ...
.E sonhou que poderia mudar a existência miserável...
Mas a realidade era outra sua família empobrecia cada vez mais como tantas outras com as conquistas do Império Romano ,
A família de seu avô fornecia os produtos ao aristocrata Maximus para quem vendia o trigo
,mas com trigo vindo de outras partes como os do Oriente perderam o interesse moravam na periferia da cidade .
As conquistas romanas os arruinavam
Mudar a triste existência não passava de esperança ,sonhos tristes que dificilmente se realizam.
A minha historia não tem poesia
Só a tristeza de lembrar desses dias
Pois não há musicalidade na tristeza e na dor,
É como o inverno frio de enregelar os ossos...
E a chuva fina e fria ...
Sonhava em ser um cavaleiro...
Sonhos que vejo entre outros rostos no exercito
Meu pai mesmo perdeu os sonhos de um novo amanhecer, só sabia beber ,
jogar e divertir nos espetáculos circenses...
Mas como não tinha controle sobre os seus gastos,
perdeu tudo, e ficou endividado até o pescoço ..
.felizmente a alguns séculos atrás tinha sido abolido a escravidão por dividas ,
senão todos os seus membros da minha família
Pai: A vida único prazer me dá o Circo o pão
O jogo e as noites de luxuria
O resto é uma apatia que só o vinho alegra
O encanto da vida é o luxo , o requintamento e o exótico
Afastei-me com as conquistas romanas da modéstia e simplicidade,
É pena que esses poucos dias pouco durou,
São momentos fugazes
Que como a chama da vela logo apaga
Como tudo na vida do pobre
Tudo é bom dura pouco
Tudo perdi...
A única alegria que tenho
É o meu vinho,
É o circo que muito me divertir
As mulheres me embriagam entre caricias que me esqueço
Que o único alimento que forra meu estomago
É esse pedaço de pão
Meus pés rumam sem destino certe entre as ruas apinhadas de Roma
Quando não tem espetáculos públicos
Pelo Fórum e a aprazível Via Ápia
Me uni com uma jovem galesa que das terras conquistadas veio com a família tentar a sorte
E me trouxe esse ingrato
Que pode ser também chamado de filho
Jogo:
( aparece uma aranha com os dados nas costas)
2,4 ,12,16,18,32
Vendo o na minha teia
Vou tecendo o fio do vicio
Poeta :É o jogo
A Sorte está com você
Ou a abandona
Na primeira você vence
Seus olhos seguem os números
Preso nas artimanhas
Sou como a aranha preta

Poeta :É o jogo
Hadrian era apenas um garoto,
quando percebeu que tinha poucos sonhos que poderia realizar , era plebeu não possuía em seu sangue o aristocrático dos patrícios ,
O mundo lhe prometia mil promessas mas a existência o negava,
Meu avô veio do campo tentar a vida na urbs
Foi expulso de suas terras pois os seus preços baixos,
Mas sim mesmo obstinado pobre sonhador viu que alguns camponeses enriqueceram com as campanhas militares ganhando terras nas partes conquistas
A miséria,penúria que vivia negavas os sonhos
A família empobrecia como a chuva úmida e fria do inverno
O trigo de outras terras mais distantes ...
.E sonhou que poderia mudar a existência miserável...
Mas a realidade era outra sua família empobrecia cada vez mais como tantas outras com as conquistas do Império Romano ,
A família de seu avô fornecia os produtos
ao aristocrata Maximus para quem vendia o trigo
,mas com trigo vindo de outras partes como os do Oriente perderam o interesse moravam na periferia da cidade .
As conquistas romanas os arruinavam
Mudar a triste existência não passava de esperança ,
sonhos tristes que dificilmente se realizam.
A minha historia não tem poesia
Só a tristeza de lembrar desses dias
Pois não há musicalidade na tristeza e na dor,
É como o inverno frio de enregelar os ossos...
E a chuva fina e fria ...
Sonhava em ser um cavaleiro...
Sonhos que vejo entre outros rostos no exercito
Meu pai mesmo perdeu os sonhos de um novo amanhecer, só sabia beber ,
jogar e divertir nos espetáculos circenses...
Mas como não tinha controle sobre os seus gastos,
perdeu tudo, e ficou endividado até o pescoço ..
.felizmente a alguns séculos atrás tinha sido abolido a escravidão por dividas ,
senão todos os seus membros da minha família
Teria sido entregue nas mão de Maximus
Se revoltava contra a opulência dos ricos frente a miséria que vivia ...
Maximus enriquecia pertencia a mais alta estirpe romana
Nobre entre os senadores se distinguia
Não pela aparência pois do porte elegante faltava a beleza
Mas pela riqueza pertencia aos Conselhos das cidades
Pois era o chefe das grandes famílias ,gens
Pertencia entre os cidadãos mais destacados de Roma
O cônsul tinha o seu auxilio
Mesmo assim a plebe sofria
teria sucumbido com a família
senão fosse seu tio Maximus

A aranha preta:A Sorte está com você
Ou a abandona
Na primeira você vence
Seus olhos seguem os números
Preso nas artimanhas
Sou como a aranha preta
Teria sido entregue nas mão de Maximus
Se revoltava contra a opulência dos ricos frente a miséria que vivia ...
Maximus enriquecia pertencia a mais alta estirpe romana
Nobre entre os senadores se distinguia
Não pela aparência pois do porte elegante faltava a beleza
Mas pela riqueza pertencia aos Conselhos das cidades
Pois era o chefe das grandes famílias ,gens
Pertencia entre os cidadãos mais destacados de Roma
O cônsul tinha o seu auxilio
Mesmo assim a plebe sofria
teria sucumbido com a família
senão fosse seu tio Maximus
era das famílias tradicionais de Roma
pertencia ao Senado Romano que o adotou surpreendido
com a sua enorme beleza
se fosse outros tempos acolhia como escravo
pelas dividas de seu pai desejaria ele como alumnos
, o que tornava mais belo era sua presença varonil ,
os olhos profundamente azuis como o céu ,
os traços de sua face harmonizava com seu nariz aquilino ,adotou-o.
O que o tornava mais belo era a altura avantajada perto dos garotos de sua idade.
A altura avantajada e o corpo tinha se fortalecido
herança germânica pois desde pequeno
desprezara o pai um amante do ócio e do vinho
e lutou para ser diferente dele sendo amante dos esportes
. Era forte e robusto, pois sabia que a única forma de muda a existência miserável era sendo um legionário.
Alguns poucos plebeu enriqueceu assim como o recente falecido Julio César
Para todos era seu tio ,seu pai adotivo.
Seus olhos não deixavam esconder o seu passado obscuro com nuvens como correm na noite escura e fria mudava o aspecto de seus olhos.
Sendo filho de um plebeu e uma galesa tinha uma estigma difícil de esquecer
os traços de sua face harmonizava com seu nariz aquilino ,adotou-o.
O que o tornava mais belo era a altura avantajada perto dos garotos de sua idade.
A altura avantajada e o corpo tinha se fortalecido
herança germânica pois desde pequeno
desprezara o pai um amante do ócio e do vinho
e lutou para ser diferente dele sendo amante dos esportes
. Era forte e robusto, pois sabia que a única forma de muda a existência miserável era sendo um legionário.
Alguns poucos plebeu enriqueceu assim como o recente falecido Julio César
Para todos era seu tio ,seu pai adotivo.
Seus olhos não deixavam esconder o seu passado obscuro com nuvens como correm na noite escura e fria mudava o aspecto de seus olhos.
Sendo filho de escrava com um plebeu tinha uma estigma difícil de esquecer

Desemprego: Sou um entre tantos que passam entre os romanos (um plebeu com as roupas despedaças )
Não tenho emprego,
Duzentos mil rostos me acompanham,
Meu voto pouco valor tem nada muda,
Vendo para saciar a fome em troca do trigo e do pão
Envergonho-me de vestir assim
Queria ser como os clientes
Mas as oportunidades se afastam
As roupas sujas e rasgadas
Marcas da miséria
Graco:
Tibério Graco:
Sou hoje um espectro
Sempre fui um filho renegado ,mas acreditei
Dividir as propriedades aos mais pobres,
A Morte foi a resposta pelo meu sonho
Dos irmãos Graco sou o mais velho sou Tibério
Triste é ver atravez da Morte o meu irmão enveredar atrás dos meus passos
E encontrar como eu a Morte
Caio Graco:Dez anos me separam de meu irmão ...
Passaram ?se dez anos mas parece que foi ontem
Pois encontro os mesmos corações duros
Distribuir trigos a preços baixos para os mais pobres
Um sonho pequeno para os patrícios que tanto desperdiçava soldos
Hoje sei que nem na Morte os sonhos triunfam
São sonhos apenas
Com a vida paguei pela esperança de ver o meu sonho ser realidade
Procuro despertar os plebeus desse sono e perceberem que são humanos ,romanos
O meu espírito não descansa ao ver que tentam fazer a minha Morte um suicídio
Não confessam o crime mesmo depois de tanto tempo

Hadrian: Freqüentei escolas não encontrei o conhecimento
Mas a reserva
E o silencio

Quintiliano :
que não se corrija com uma repreensão , também resistirá as pancadas como o mais vil dos escravos
A memorização grandiosa de significados e de profundidade
A Morte do espírito libertário
Era um escravo na ausência da criticidade
Matava o embrião da liberdade antes de surgir

Hadrian :na escola romana era comum a brutalidade ,
palmatória artigo indispensável
Por isso seu coração infantil
Como pomba ferida se cerrou na gaiola
Alena :conhecia o dialeto germânico, lembranças da infância que queria esquecer


Cena :Thermas

(No atrium em torno a casa principal , paradisíaca com muitos jardins e lagos, a casa dos banhos com águas térmicas e frias , alimentos faustosamente)

Seu pai percebeu o olhar de anseio em seus olhos para Fúlvia ,
resolveu quanto antes usufruiria a sua juventude e pureza
Hadrian:Lembranças alegres ate então dos termas jogos
e ginástica que fazia seu corpo rijo e forte
Sentiu a emoção pior que pode existir
O tio ordenou que o chamasse em sua sala de banho
E começou a acariciá-lo como um sapo com seu jeito asqueroso
Definitivamente não apreciava , não gostava dessas caricias estava enojado
Afastou-se
Maximus: Hadrian deixa eu lhe mostrar os segredos de fazer seu tio feliz! Você tem muito que aprender
Hadrian : Senti as mãos tremulas e a testa úmida .Não suportaria de novo aquele toque...
Lutou gritou furioso e Maximus caiu espalhafatosamente
Com a sua barriga proeminente
Ele urrou furioso e acertou com o punhal em seu rosto, ferindo sadicamente o belo rosto dos olhos aos lábios
Sangrava exageradamente
Hadrian:Lembranças alegres ate então dos termas jogos e ginástica que fazia seu corpo forte
Sentiu a emoção pior que pode existir
O tio ordenou que o chamasse em sua sala de banho
E começou a acariciá-lo como um sapo com seu jeito asqueroso
Definitivamente não apreciava , não gostava dessas caricias estava enojado
Afastou-se
Maximus: Hadrian deixa eu lhe mostrar os segredos de fazer seu tio feliz! Você tem muito que aprender
Hadrian : Senti as mãos tremulas e a testa úmida .
Não suportaria de novo aquele toque...
Lutou gritou furioso e Maximus caiu espalhafatosamente
Com a sua barriga proeminente
Ele urrou furioso e acertou com o punhal em seu rosto, ferindo sadicamente o belo rosto dos olhos aos lábios
Sangrava exageradamente

Cena: Fúlvia cuidou do ferimento

Hadrian: Quando vi a jovem vi em frente aos meus olhos lembranças que queria perder no esquecimento
Fúlvia era seu nome ...
Era uma das concubinas de seu pai
A achava bonita , uma beleza perigosa que a fazia desejá-la e temê-la
Com a túnica de linho que delineava as curvas femenis de seu corpo ornada com fitas
Ao mesmo tempo que a desejava a temia, preferia os banhos no rio.
Fúlvia era seu nome ...
Viu eu um simples garoto, com a barba apenas despontando
Fúlvia posso ouvir ainda sua voz
Hadrian: Não consigo afastar meus olhos
Nele preso por fios invisíveis da paixão
Surpreende-me meu pai dá-me de presente
Um presente inestimável
Não sei como se cansou de seus carinhos
Se não me canso nem de fitá-la
Cena :Fúlvia era seu nome ...

Fúlvia:Eu vou cuidar de você
Hadrian:Cuidou com carinho o ferimento
Estancando o sangue
Com esforço pois tinha um prazer mostrar as curvas do corpo generoso
Beijou-o com a volúpia a língua e mordeu de leve seus lábios
-Por favor, pedia em demitir para deixá-lo
Mas sentiu que não era isso o corpo garoto desejava
Assim entrei no mundo tumultuoso dos adultos
E no exercito partia no dia seguinte para a Legião
Mas senti que não era isso
mandá-lo para a batalha
Via no homem o garotinho triste que fora
E se aproximaram um do outro
Palavras ,gestos ,carinhos de ternura
Delirava febril o nobre romano sobre o leito no quarto
Fúlvia:Eu vou cuidar de você
Via no homem o garotinho triste que fora
E se aproximaram um do outro
Palavras ,gestos ,carinhos de ternura
Delirava febril o nobre romano sobre o leito no quarto
Alena: Por que o salvaria seu maldito mercenário
Este homem trouxe a destruição para os seus próprios irmãos ,para o meu sangue
Poeta:Bastardo é uma palavra difícil de esquecer
Marca sua vida
Se não tomar cuidado romano , ceifa seus sonho e impede a felicidade a atingir seus sonhos
Não deixe pobre romano
Vi outros como você entristecido entregar ao vicio por não se conformar com as magoas
Sua pele tinha cor da olivacea
Os cabelos escuros como a noite sem luar
Mas seus olhos eram misteriosamente azuis
Uma ascendência que preferiria esquecer


Cena : A fuga de Alena
Pompéia , 22 de agosto de 79 d.C

Pompéia,
Inscrições gravada mostrava os traços de Alena
Um dos profissionais da corporação especializada
na busca e captura dos fugitivos : Procurada
Alena : Entre tantos monumentos ,
Vejo da alegria despidos
Nos meus lábios sorriso morreu
Só a tristeza
Nas minhas costas as marcas
Escrevem o meu Destino
Ao caminhar pelas ruas não vejo
o movimento alegre das ruas,
É como se estivesse em outro tempo,
No mesmo lugar, mas transformada em algo terrificante e tenebroso
Meus pés procura se afastar dessa podridão
Mas por onde caminha só vê ruínas
São escombros dessa cidade magnífica
Em cada pedaço a historia da destruição de uma família
Hoje é o recanto dos romanos mais ricos
Hadrian filho de uma das famílias mais tradicionais
Morava nesse recanto
Amanhã?Quando meu coração soluça com medo
Tudo será esculpido em pedra
Até o pobre cão
O céu estava azul sem nuvens
Mas o ar paralisante
Sentia o ar sufocado
O medo me apertava o coração
Um frio imenso sentia na alma
O Céu sabia o que ia acontecer
A manhã do outro dia surgia muito quente o Céu límpido e claro
Todos se preparavam para almoçar
Senti nos pés um abalo forte de terra
Seguido por algo que erguia furiosamente atrás de mim
Era uma imensa nuvem de poeira
Todos tinham os olhos fixos como os meus para o Monte de Vesúvio
Estrondosas e arrepiantes explosões
No céu mergulhava uma imensa bola de fogo
O topo estava aberto vomitava uma larva escaldante
Que tudo devorava e destruía
A chuva que despencava do céu não era de esperança
Era de destruição... da esperança e dos sonhos
Com a chuva, cinzas e poeira
Nas minhas mãos a poeira se transforma em lama
Estremeço com os gritos de horror
Tanto pavor senti, ao ver a tragédia que se desenhava sob os céus
Trinta mil pessoas esculpidas em pedra
Por que herdei esse dom tão terrível?
Ver tanto horror perante os céus e nada poder fazer?
Alem de orar, orar pai é um consolo amargo?
As suas cinzas se dissolveram no tempo
No seu lugar o molde das antigas formas
Pobre cão sufocado até a Morte pelo gás
Um homem procura se proteger com a mão ,
Assim ficou para tempos imemoráveis
Os prisioneiros vejo com o grito de liberdade
Sufocado na garganta
Meus companheiro do desespero
Inutilmente o sacerdote di templo de Isis
Com seu manto ardente em chamas
Tenta romper com o machado a porta
Desesperado!Pobre coitado!
De nada adianto ali a Morte
impiedosa o afastou da vida
É tão triste poder ver o tempo
de ontem, de hoje , de amanhã
Nada poder fazer para impedir
O Sofrimento, a Dor e a Morte
Apenas orar ,
Mas na angustia e nas lagrimas
Que sofro por cada alma que abandonou e
esses corpos em pedra,padeço
Comovo ,padeço mas nada posso fazer
Pois tudo isso ocorre em um instante fugaz
Enquanto fujo de Pompéia
Nada posso fazer
Ninguém pode lutar contra o Destino
As larvas di vulcão
Desceram de suas línguas de fogo
Devorando ,destruindo
Mas esculpe tragicamente
As crianças e casas para posteridade
Eu (cai de joelhos no bosque)
Sou a mais sofrida por ver em minha volta
Todo o sofrimento e nada poder fazer
Senão orar e cantar tristemente
Dividir com o Sol, a Lua , as Estrelas
O meu sofrimento e dor
Pois também compartilham o dom da perdição
De tudo poder ver e nada poder fazer para impedir tanta agonia
Lagrimas é o meu consolo e a Morte
É uma certeza vai acabar
Eu sei estrelas ,então deixarei tudo traz
E como pó desaparecerei
E serei um ponto no infinito
Cena
Triste amigo , aqueles seres desprezíveis que o maltratam e o ferem chamam de fera se eles que são era da África distante como eu do meu lar pobre animal ferido
Triste amigo,como eu perdido em terras distantes que não suas mas de mãos inimigas
Triste amigo em seus olhos feridos não vejo uma fera mas um gato carente de afeto e carinho...
Leão:A sua voz me acalma e faz me lembrar das savanas
Das terras distantes ...
De minha mãe que jamais voltei a vê-la
Nem meus filhos que vi perder a vida na arena
Alena :Triste amigo, pobre amigo ferido
Triste amigo, olhos tristes o mesmo medo que tenho da fuga ser descoberta...
Triste amigo que dono vil tinha as chagas profundas ...
Tristes úmidos ,náufragos do mar da escravidão
Triste amigo ,grande mas frágil, um pequeno gatinho (fala entre agrados ,alimentos e cuidados do ferimento)
Triste amigo vejo em seu corpo marcas do açoite ...
Triste amigo ao ver a sua dor a minha desaparece como por encanto
No pelo macio só sombras marcas do açoite
Triste fugiu do circo
Triste amigo,vi como muitos leões perecer nesse triste caminho
Triste amigo a sua juba caída
Triste amigo grande e poderoso mas nas mãos do homem tão pequeno
Alena:Triste amigo vejo que querem matar mas não faça eu imploro
Cederei a seus caprichos
Não entregarei mas o prazer da fuga ...
Pode colocar a coleira
Para matar o sonho
"Chamo-me Alena
Prenda-me pois estou fugindo.
Leva-me para casa de Hadrian"

Cena
Alena:Minha voz está presa no sepulcro
Nasci numa época difícil
Meus pais jamais voltarei a vê-los a escravidão os levaram para longe de mim
Meus irmãos a guerra os mataram
Mas não o fere
Hadrian:Sinto me ao ouvir suas palavras o pior dos crápulas
Não me aproximarei de você
Dou minha palavra ...
O carinho que tratava aquele animal
Feio e feroz o comovei
Sonhou em ser tratado assim(disse para si)
A fera é sua ,alimentarei e o cuidarei para você
Dar-lhe-ei de presente
Alena: O gesto e a concretização de suas palavras
Fez Hadrian se aproximar de meu coração
Se desnudou em frente ao meus olhos
Dar-lhe-ei a liberdade
A você e ao animal se não fugir mais
E ser como as aves da liberdade

Hadrian:Sinto me ao ouvir suas palavras o pior dos crápulas
Não me aproximarei de você
Dou minha palavra ...
O carinho que tratava aquele animal
Feio e feroz o comovi
Sonhou em ser tratado assim(disse para si)
A fera é sua ,alimentarei e o cuidarei para você
Dar-lhe-ei de presente
Alena: O gesto e a concretização de suas palavras
Fez Hadrian se aproximar de meu coração
Se desnudou em frente ao meus olhos
Dar-lhe-ei a liberdade
A você e ao animal se não fugir mais
E ser como as aves da liberdade

Sexto Ato: O amor

Poeta :Alemanha que aprendi a tocar ... não tocar sei que darei conta, mas com a sua luz alcançar essa sinfonia.Nos sonhos
Alcançar a perfeição que desejo alcançar
Sonhei com Alena e Hadrian esta noite vivos imensos
Nessa imensidão
Quero dar a força que vejo nas tempestades e a doçura fresca
De dança sob as suas gotas ...
Esta é a homenagem é a pátria
Que me deu a vida e a inspiração
A imensidão do céu e o mar
O seu azul tão denso e prismático
O infinito de seu amor
A flor é o amor
É uma promessa,
Que apenas do orgulho e da vida vai, cai despedaçada e ferida
E não desabrocha mais

Alena: O primeiro beijo
É cálido
Doce como chocolate
Perfumado como as flores que nascem
Terno
O primeiro beijo,
É cálido,
Doce como chocolate
Perfumado como as flores que nascem
Terno como um forno quente
Era como se estivesse
Num lugar imaterial
Suspenso no ar como as estrelas
As notas sussurradas do piano
se pudesse tocá-las
Próximos uma suave
Tontura e calor os envolvia
A musica era a magia das suas almas ,de seus corações
Era como se seu mundo
Fosse apenas ele
Gravitasse como uma estrela ao seu redor, um compasso
Da melodia do amor
Ela era um eclipse
É imaterial ,intocável
Um elo os unia
Transparente como cristal
A fusão do infinito do céu e o mar
Atingindo aliado ao mar o intransponível
As estrelas são fagulhas na imensidão da noite escura ...
É como o brilho dos holofotes
A luz guia a dança mágica do amor que unia esses dois corações
No calor de seus carinhos .braços ,beijos
Aqueço meu coração na ternura cálida de seu coração
Mergulhada em você não existe mais a Dor
Tristeza ,Magoa
Só o momento, um instante que queria nunca terminasse
Só o momento presa no aconchego e no acalento de seus braços
A luz empresta um tom prateado no azul dos olhos seus
Explodindo como uma multidão de cores
A paz , a serenidade os envolvem
Queria a magia eternamente
O que faz brotar a esperança é a poesia
Em lenda e paixão
Fogo e ternura
A ternura em seus olhos e mãos que conquistou, que conquistou mais que a força bruta ... pois são nos pequenos gestos que estão os grandes momento...
O instante ... no olhar, no seu toque morno quero isso ,teimo e fio
Em seus olhos chamejantes ,brilhantes, é fogo selvagem... Mas beleza ... Força
A ternura em seus olhos conquistou mais que a força bruta
Os seus cabelos são vermelhos cores de chamas das fogueiras que alimentam as aldeias germânicas
Seus olhos verdes , profundos podia ter a cor das esmeraldas ,sim, mas não eram verdes ,flamejantes
Seus cabelos estavam curtos , maltratados num corte que a castigava que não a favorecia , mas assim revelava como do botão abre em fina rosa , os cabelos não tinha a cor das chamas, mas estava chamuscado
Mas a sua beleza ultrapassa os limites de meus versos e sobrepunha
Se destacava , no tronco amarrada com as costas abrindo chagas para o chicote que sibilava , ainda era bela... a mulher mais bela que as terras germânicas já fez ...
O seu olhar não era de Dor e piedade
Era revolta ,por ser franca, no seu íntimo sentia Dor...
E rebeldia e fúria ...
Desafios ...
Não queria piedade ...
Quando chegou cansado e fatigado foi a primeira imagem que reviu
Tão bela e forte
Era a mulher que desejava...
A sua perna até não doía mais a cansativa viagem já não sentia
Mal sabia pobre legionário que não era o seu olhar , a sua beleza,
A sua distancia mas todos por ela se apaixonam
Os seus olhos de pequeno animal indefeso
Comovo-me
As marcas em suas costas
Seus olhos grandes ,temerosos
Tão verdes densos escuros
Como as Florestas Negras
Assim Alena descobriu que o amava ,
ferido em seus braços as lembranças do pesadelo se tornaram reais

Alena :Seus olhos é como quando o contemplasse visse o Céu na infinitude
Quando sinto em meus braços
É como caminhasse entre estrelas
Na luz cintilante da sua luz
Sinto o lirismo da liberdade
A poesia ,musica que sinto quando vejo seu sorriso
A luz prateada das estrelas empresta
Um tom quando a noite cai , o prata
Hadrian: É o infinito luminoso que vejo no Azul dos olhos verdes seus
É a música que vejo nos olhos seus
No dia a luz fulgurante do sol
No seu sorriso há tanta luz
Tanta luz ,magia de se entregar no infinito
Em seu sorriso há tanta paz e harmonia
Caminhamos junto as estrelas , a lua
A luz ,cintilante vejo os seus olhos
O Sol torna seus olhos mais verdes
Vejo suaves matizes azulados
Profundidade mar, mergulhar neles
Na paixão é se entregar,
No seu abraço há tanto calor , aconchego
A sua alegria queria eternizar
e afastar de seu semblante tanta magoa
Em seu rosto anguloso
Nariz reto e anguloso
Queixo quadrado
E arrogância de cada gesto, nada destementia,
Ser Romano
Olhos profundos e duros
Cabelos escuros como uma noite limpa de verão
Levemente ondulado, nas pontas
Um corpo rígido e forte como os Montes da Itália
Tinha a cor do bronze
Hadrian tinha um fiel guerreiro Alarico ,descendente de germânicos ,um mercenário,salvara a sua vida ,por isso era fiel ao senhor
É a música que vejo nos seus olhos
Caminho entre as estrelas
No seu sorriso terno há tanta luz
Paz e ternura
No seu abraço tanto calor,
Tanto aconchego
A sua alegria queria eternizar
A Lua era o reflexo do meu amor
A musica um canto triste
É a nota triste do piano que mostra o seu coração
O sol e a lua se encontram em seus caminhos
Formam um halo prateado
O resto são sombras para proteger os amantes.
Hadrian:Nos seus olhos verdes profundos
Vejo a imagem refletida de minha alma
A felicidade em seus olhos são reflexos das estrelas
Que são o testemunho de nosso amor
Em seus lábios doce procura de seus beijos
Que despertam o fogo em meu corpo e marcam a minha alma
A dor quando vejo em seus olhos ferem a minha
Não posso ver a sombra da tristeza em seus olhos
Em suas curvas e formas delicadas
Tão frágil delicada flor
Que a amo ,
Nos meu abraço sinto que em mim está minha alma
Queria doce querida protegê-la sempre
Nos caminhos duros lhe guiar
Desviá-lo das pedras protegê-la
Da escuridão da solidão
Como a união de dois corações, cantando em um som só com pura harmonia num único sussurro como se fosse um.
Uma voz rouca e a outra suave
O som suave e doce como o amor
Sereno como as nuvens
Entrelaçavam-se numa única dança
Num enlevo de entrega
A voz aveludada
O que os unia era a musica do amor
O compasso dos corações
A magia da paixão
Forte como a força de amor
Ao redor são estrelas da constelação
Nos seus braços valsei,
Dando voltas em torno das estrelas
Em seus olhos o brilho translúcidos das estrelas
Em seus braços a infinitude a paz
Elevar ,levitando entre estrelas
Alem da luz das estrelas são seus olhos ,
É você
Poeta:Tinha a deixado para traz como tantas coisas que abandonou no caminho
Pois não havia espaço para ela em seus dias
Mas seu olhar os seguiam
Verdes ,profundos
O olhar da jovem não era de misericórdia
Mas de desafio
Se fosse pena...
Provavelmente seu coração não teria se condoído já estava acostumado ao sofrimento e o pedido mudo de piedade
Mas o ar desafiante ... fez algo mexer com ele...

Cena : A Morte

Poeta:Como as rochas vermelhas
Na baía de DeutscheBucht
As suas águas ficaram das
Cores vermelhas do sangue
Escuras quase da cor do vinho ,negresco

Alena: Sinto a presença da Morte em Lívia
Em meu ventre a vida
Sinto os pequenos chutes do meu bebe
Vi a Morte de perto
A vil Morte me rodeia
Em seus olhos
Sinto a ameaça,
A presença da Morte inimiga da felicidade,
Em seu gesto, em seu olhar,
Seus olhos negros profundos como a noite,
Sombrios,sem a luz
Temo o meu futuro,
Sinto cada vez mais a presença da Morte,
Temo o meu futuro,
Amo Hadrian,
E hoje sinto pela alegria que sinto pela alegria
Que sinto do meu lado
Que ele me ama e quer o meu bem
Sinto em ombros
Tanto aconchego e Amor
Sinto a presença da Morte em Lívia
Em meu ventre a Vida
Vi a Morte de perto
Em seus olhos
A Vida que sinto em meu ventre
Não conheceria o patinete,nem empinará o papagaio
Triste perde-lo antes de te-lo nos meus braços
Amo Hadrian ,e hoje sinto pela Alegria
que sinto do seu lado que ele me ama
E quer o meu bem,
Sinto em ombros tanto aconchego e amor
Vi a Morte ,poderei conhecendo o meu Destino
Evitar o percurso?
Estou grávida,
Vejo nos olhos de Hadrian,
Vejo em seus olhos a felicidade
Vejo em seus olhos promessas
Vejo em seus olhos ternura
Que sei que não me pertence
Lívia era ainda sua esposa
Temo essa alegria
Separará de Lívia
E unir para sempre o seu destino ao meu
O que mais me entristece não é amor
Ao meu querido Hadrian,
Mas vejo que terei que me despedir,
Que aqui passei,
Hadrian queria para sempre sentir o seu calor...
Queria poder sentir em meus braços o seu calor,
Pois no seu amor,
Sinto que danço,
Entre estrelas,
Como se libertasse do chão
Mergulhasse no infinito


Lívia: Hadrian deseja o divorcio...
Não quis meu ventre crescer
Esperar um filho,tantas mulheres perder a vida
Mal completava quarenta anos
Se despedia pela exaustão
Ao colocar filhos no mundo
Um aborto mal feito me tornou estéril
Não senti jamais a lastima de ter filhos
Não os desejava mesmo
Dar-lhe-ei o veneno pois não quero próxima a Hadrian
Ele é "meu marido"
Não o amor , se é que isso existe
Para mim só é desejo que me queima carne
O que une a ele o desejo pois já saciei-me
Mas o poder que alcançarei com a morte que Maximus me trará
Alena:
Das flores que recebi de Hadrian caiu despedaçada
A flor é o amor, é uma promessa,
Que apesar do orgulho
e da vida cai despedaçada
e ferida não desabrocha mais
Vejo no vaso murcha e triste
Como a vida que em mim vive
Lentamente se extingue
Do vinho tomei a taça
Seria o meu último copo?
Nos seus olhos a ameaça .Seria ilusão minha?
Nos meus braços o meu bebe ...
Jamais o teria em meus braços ...
Hadrian será que é a última vez que o veria
Nas minhas mãos os seus cabelos
Seria apenas recordações
Jamais devolveria o carinho?
Das minhas mãos a taça escorrega,
Espatifa derramando o vinho
Vinho tinto como o sangue
Terei um dia que me despedir da paz que agora encontro,
Sei que existe a Morte,
E ela é despedida ,
Dos dias que passei no atrium,
Do nosso encontro tantos segredos
Não temo agora a hora derradeira da Morte
No peito uma dor terrível .É a Morte
Chega não mansa como a brisa fresca
Mas fulminante
O peito dilacera
A taça sobre a mesa quebra
Ouço o barulho ecoando nos meus ouvidos
A minha vida assim a taça que esparrama
A cor vinha da vinha na mesa
Vejo em seus olhos a Dor e a comoção
A sua voz no fundo de seus olhos como Céu
Profundo Azul
Queria acalmá-lo mas a minha voz não veem
Tocá-lo em seus cabelos,
Mas ao seu lado conheci a felicidade
Percebi que a liberdade era apenas um sonho,
Triste me despeço em meus braços
Triste sem eu ao se lado
Triste com o queixo caído
Triste os seus cabelos cobrem seus olhos
Triste o vi tantas vezes ...o afaguei agora não posso mais
Triste vi a força perdida ...
A luz se apaga ...
Tudo se perde...
Nesse lugar em que não terá mais a minha presença
Só sombra e a luz por onde passei...
Só um sorriso sai dos meus lábios .Será ?
Hadrian ...(murmura)
Só num lapso instante
Vejo a minha existência
Hadrian :
Em meus braços , a vejo pálida ,
as mãos gélidas
As beijo em desespero,
Choro , comovo ,a perdi
Triste queria viver novamente cada instante
no doce amor
Na nota é o piano que me lembra doces instantes
Triste poesia ,
Canto apagado só a tristeza nesse piano que derrama as lagrimas no meu espírito
Era noite fria e gélida desses dias tristes de esquecer
Era o último dia que a teria em meus braços
É a noite que cai ...
Para sempre a Morte a afastou de mim
Desejo mergulhar no abismo para ir ao seu encontro
Alena: Hadrian,sinto o seu desespero
Meu companheiro que julguei eterno
Eterno foi os dias que passei ao seu lado
E a esperança de sempre ver o seu sorriso
Não se aflige , a Morte é despedida
Mas também o reencontro com os meus
É o descanso da Dor que agora sinto tão atroz no peito
Hadrian:Em meus braços vi a despida da vida
Em seu hálito sinto ainda o doce perfume
Em sua pele está fria
Em seus olhos vítreos a cor verde
Em seus lábios entreabertos a ausência do sorriso
Em meus braços sem a vida
Em meus braços delicada flor do elixir da vida despedido
Sozinho caminhar entre estrelas
Sozinho sem a sua aprazível companhia
Sozinho sem ouvir a sua voz
Sozinho sem seu ombro amigo encontrar apoio...
Eu queria ter o poder de romper com a Morte e o tempo que não existisse
Eu queria que se rompesse a tênue diferença entre a vida a Morte
Eu queria que a Morte não fosse tão silenciosa
Eu queria que Alena volte não me deixe só nesse túnel tão escuros que é a vida
Eu queria que a companhia apenas do triste silencio
Mesmo na ausência da matéria não perdesse seu espírito tão ágil e vivaz
Mesmo na ausência da matéria não perdesse a esperança...








Poeta:

Angustia da perda do amado
E não saber a sua volta
De poder voltar ver seu rosto querido
A musica angustia e sofrimento,
Lagrimas vem os meus olhos
Toco em cada som parece
O sofrimento da minha alma
Hadrian: Al...
Sim ,eu a perdi.E para sempre...
Foi apenas o sopro da brisa...
Mas aquele instante mesmo que breve...
Não foi mais um vendaval...
Nada mais foi o mesmo...
Nessa musica a minha dor
Precisava de Alena como do ar ,do alimento
No toque do piano , da minha voz a dor da saudade
Das lembranças ,dos poucos mas maravilhosos dias
Que passei ao seu lado no aconchego de seus braços
Preciso da Alena não vá
Alena não vá embora
Preciso de você
A eternidade duradoura que julguei existir em seus braços
Perdi-a mergulhada para sempre
Nos mantivemos separados
Jamais a reencontrarei
Somente entre sonhos
Perdido a encontrarei
Mergulhado entre sombras é só o sorriso
Será um raio de luz
Na escuridão densa e macia da noite
Por onde vi Alena,
Só ficaram vestígios,
Do tempo que aqui passou,
Mesmo que num só instante,
Mesmo que breve
Por onde vi seus passos,
Ao lado do leito do Reno,
Nas ruas de Roma ...
Só um momento que num instante surgiu ...
Nas lembranças de Hadrian para sempre eterna,
Mas um instante surgiu,
Nas lembranças de Hadrian para sempre eterna,
Mas um instante que como a estrela que cai,
No esquecimento e se apaga
E num minuto tudo se mergulha na escuridão ...
De você só a imagem fugia que me invade o quarto
Eu queria que a Morte, o tempo e o espaço
Não mais existissem
Se rompe a tênue diferença entre a vida
Que a Morte não fosse tão silenciosa
Sem a companhia sem o triste silencio
Ficasse sem a esperança
(Se cala assim como a voz do lírico, e a cortina desce)