As pesquisas científicas têm comprovado que somente ler não é suficiente na construção de competências. Muitos buscam o aprimoramento intelectual com a incessante leitura. Os benéficos desse tipo de atividade são inegáveis, contudo, sozinhos não garantem, como muitos pensam, por exemplo, competências na esfera da produção textual.

Sabe-se que ler amplia a vocabulário, coloca o leitor em contato com variadas e interessantes estruturas frasais, proporciona a atualização, torna o homem mais humano e culto, fomenta o imaginário, etc. Essa lista é praticamente interminável. Então o que garante a construção de competências no campo da escrita?

Fiquei muito surpreso na primeira vez que ouvi o questionamento supracitado. Isso aconteceu numa aula com Dr. Antônio Flávio Moreira Barbosa no Mestrado em Educação da Universidade Católica de Petrópolis, curso no qual recebi o título de mestre. Detalhe, o querido professor Antônio Flávio tem uma notória trajetória, ele é uma das maiores autoridades em educação no Brasil e mestre também com grande reconhecimento internacional no campo do currículo.

Títulos à parte, então seguiram na aula, como sempre, as sábias palavras do mestre doutor: "Escreve melhor quem escreve mais, não quem lê mais." Noutras palavras, os pressupostos teóricos de Perrenoud são aplicáveis também a escrita. Como afirma o teórico, a competência não é construída somente pelo conhecimento, entretanto, numa articulação desses saberes na esfera prática, teoria e ação são indispensáveis na construção de competências.

Enfim, para escrever melhor é preciso associar duas práticas: leitura e escrita.