ALCOOLISMO - O VILÃO DE MUITAS CARREIRAS E VIDAS

 Alessandra Montenegro Ribeiro

Elcio Lopes Pinheiro

Giulliana Chiyoko Miranda Shibata

Juliana Gabriela Da Silva De Souza Moraes

 Acadêmicos da Faculdade Integrada AVM

 

Maria Esther de Araújo

Docente da Faculdade Integrada AVM e Faculdade Redentor

 

INTRODUÇÃO:

O uso de drogas no local de trabalho é um problema mundial de saúde pública. E, portanto, deve ser tratado sem discriminação, recomenda a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dados levantados pela OIT indicam que 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas intoxicadas que machucam a si mesmas e a outros.

O alcoolismo é uma doença considerada crônica que consiste no consumo compulsivo do álcool, fazendo com que o indivíduo se torne cada vez mais tolerante a ele, causando assim a dependência e abstinência quando não ingerido.

A dependência química no trabalho é relacionada a baixos desempenhos, destacando-se os problemas relacionados ao álcool e às drogas que registram um alto custo para as empresas e o governo. Além da produtividade baixa, há ainda o risco de acidentes e uma série de fatores que direta ou indiretamente acarretam prejuízos à empresa, ao governo e a sociedade.

O objetivo desse artigo é alerta para os sérios problemas da dependência química, em especial o alcoolismo. Para reverter o quadro atual, é preciso informação, legislação e ação social. Medidas simples como a manutenção de programas preventivos, demonstrando os malefícios do uso das drogas e do álcool, surtem efeito considerável, principalmente para o jovem que acaba de se inserir no mercado de trabalho, com seus sonhos e expectativas de crescimento profissional. Deve-se investir em campanhas que relacionem o consumo excessivo à baixa produtividade e aos transtornos sociais causados pela dependência de drogas, não só no de trabalho, mas também no ambiente familiar.

DESENVOLVIMENTO:

Dependência química e os prejuízos para as empresas

Além dos problemas de ordem física, mental e moral que as drogas em geral causam ao trabalhador, existe a repercussão deste conjunto de acontecimentos na vida da empresa, através de:

  • Impontualidade, faltas constantes e injustificadas no trabalho;
  • Afastamento e acidentes de trabalho;
  • Desperdício de material devido à má qualidade da produção, que é, por sua vez, resultado da perda da concentração, clareza visual e habilidades do funcionário dependente;
  • Diminuição da produtividade e qualidade dos produtos.

Executivos alcoolizados tomam decisões demoradas ou erradas. Quando bebem exageradamente em ocasiões sociais, podem divulgar assuntos sigilosos da companhia ou da empresa. Além disso, o alcoólico tem tendências megalomaníacas, o que pode fazer um alto executivo gastar desnecessariamente.

Na fase maníaca depressiva, o profissional que bebe exageradamente pode perder grandes oportunidades de trabalho e tende a ser indisciplinados. Essas condutas geram licenças médicas longas e frequentes, acabando por levar a uma aposentadoria precoce ou mesmo ao óbito.

Governo e empresas desempenham, portanto, importante papel social na recuperação de um crescente número de dependentes químicos. É necessária a elaboração de uma legislação clara sobre a responsabilidade das empresas, uniformizando os procedimentos para acompanhamento do tratamento dos dependentes químicos, que contribuirá para a redução do número de afastamentos do trabalho para tratamento de dependência química e consequentemente o de benefícios previdenciários e de tratamentos no sistema de saúde pública. Assim, as empresas, reverter em produtividade, assiduidade e redução do número de acidentes de trabalho.

O Uso do álcool:

São diversos os fatores que levam ao uso do álcool, desde o caráter lícito ao ilusório status social. Outros fatores influenciam o uso do álcool, como a necessidade de pertencimento a um grupo social, principalmente na adolescência, onde não se deseja ser olhado como "diferente", a curiosidade e mesmo cultura, já que em algumas sociedades começa-se a beber ainda criança. A mídia também contribui para esse consumo com anúncios e uso em programas televisivos, como novelas e filmes. Além disso, há o incentivo de alguns pais, já que muitos bebem e dão aos filhos para que provem.

Levantamento dos números:

Um levantamento realizado pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo constatou que cerca de 15% da população brasileira é alcoólatra.

O coordenador do grupo, Arthur Guerra de Andrade, afirma que o Brasil gasta 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano para tratar de problemas relacionados ao álcool, que variam desde o tratamento de um dependente até a perda da produtividade por causa da bebida. Já a indústria do álcool no País movimenta 3,5% do PIB. "O País gasta, para tratar problemas provocados pelo álcool, o dobro do que recebe pela produção da bebida", segundo Andrade. “Não há nenhum país onde essa avaliação foi feita que ganhe mais do que perde com o álcool, mesmo considerando os grandes exportadores mundiais de bebida”.

Por outro lado, a mais recente estatística da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) mostra que aumentou o número de estudantes brasileiros que consomem álcool na adolescência. Em todo o país foram entrevistados 48.155 jovens na faixa etária até os 18 anos, e 81% deles responderam já ter experimentado algum tipo de bebida alcoólica. Existe ainda um documento da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) revelando que nos anos 70 a iniciação alcoólica se dava entre jovens de 14 e 15 anos. Hoje, a faixa etária para os primeiros goles teria caído para 12 e 13 anos.

Considerações

O uso do álcool causa uma ilusão, uma realidade falsa de nossa vida nos retirando a força de vontade, nossos valores e desnorteando nossa visão de presente e futuro.

Os problemas gerados e os malefícios causados pelo consumo de drogas, incluindo o álcool, geram prejuízos financeiros nas empresas e familiares, criando uma desarmonia que pode levar a perda do emprego e a conflitos familiares que podem levar ao rompimento das relações. Valores e crenças adotados durante anos se perdem como a própria identidade, daquele que um dia antes do consumo do álcool e drogas as valorizava. Em casos extremos, pode levar a morte.

Dentro de campanhas de conscientização sobre o consumo e a dependência de drogas, as empresas e o governo, na tentativa da redução de um número cada vez maior de viciados, propõem campanhas preventivas. O paradoxo dessas campanhas preventivas pode ser vistas na própria mídia, com grandes campanhas publicitárias para consumo de bebidas alcoólicas, se contradizendo com o slogan diz “Se beber não dirija” e “Operação Lei Seca”.

O certo é que ainda faltam iniciativas corretivas das empresas e do Governo. O tratamento para os dependentes químicos é uma questão que exige acompanhamento direto de equipe multidisciplinar, e as medidas adotadas ainda não muito incipientes.

Referências

DIEHL, A; CORDEIRO, D.C.; LARANJEIRA, R. e Col. Dependência Química: prevenção, tratamento e polícias públicas. Editora Artmed, 2011.

FERNANDES, S. Abordagem multidisciplinar da dependência química. Editora Santos, 2013.

MONTI, P. KADDEN. R.M. Tratando a Dependência de Álcool, Editora Roca, 2005

http://www.catho.com.br/cursos/index.php?p=artigo&id_artigo=1101&acao=exibir

http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab99/alcool/alcoolcomportamento.htm

http://www.rnsites.com.br/alcoolismo_wm03.htm

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/alcoolismo#top1

http://www.brasilescola.com/doencas/alcoolismo.htm