AJUDA AS CIDADES EM EMERGÊNCIAS (1)

 

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

 

      Este assunto é muito interessante, porque, mostra a realidade das cidades brasileiras frente a problemas climáticos graves.

      O artigo propõe uma reflexão sobre o tema e os assuntos a serem abordados são extensos, podendo haver a colaboração de todos. A primeira pergunta que faço é: as cidades estão preparadas para enfrentar excessos de água? Não. Ficou claro esta percepção no Nordeste, Norte, Sudeste e Santa Catarina em 2008 e 2009. 

      Percebemos que não há logisticamente, instrumentos de socorro imediato em mais de 90% dos municípios brasileiros. Quando existe algum mecanismo de socorro via Defesa Civil, quase sempre faltam recursos materiais e humanos para a aplicação operacional eficiente. Posso afirmar que são raros os municípios no país, que contam com pessoal preparado para situações de risco. Sem infra-estrutura de socorro, fica impossível atender um volume alto de pessoas em curto espaço de tempo, faltam: instrumentos, canoas, botes, tendas, helicópteros, veículos, caminhões de dragagem, dentre tantos outros equipamentos necessários em situações de emergência.  

         Com o efeito estufa, há uma tendência das áreas tropicais no mundo serem mais afetadas pelo clima, justamente as regiões mais pobres do planeta, com maior risco.

         Ressalto o papel de verdadeiros heróis dos voluntários da Defesa Civil espalhados pelo país, mas, não acho justo colocar a vida deles em risco por falta de recursos.

         Quando deparo com esta questão fico a pensar nas vítimas de Santa Catarina e de tantas outras cidades do Brasil e do mundo que estão sofrendo pelos efeitos climáticos. Nos 131 municípios catarinenses, devo ressaltar que a ajuda do governo federal chegou à metade dos municípios afetados. O motivo? Falta de pessoal preparado nas Prefeituras para preenchimento das burocracias solicitadas. Claro que o governo não pode liberar recursos sem o devido controle, mas a situação é ainda mais grave quando falamos da Região Norte e Nordeste, em que, existe clara deficiência na gestão administrativa de muitas prefeituras, por falta de treinamento dos funcionários que ali trabalham.

           A solução: o governo federal deve criar um escritório central de atendimento emergencial, em que cada Prefeitura em situação de calamidade pública possa solicitar auxílio em momentos de emergência, usufruindo de profissionais que trabalham nesta secretaria, profissionais treinados e preparados para situação. Concentrar aquisições em sistema de compras on-line, com destinação logística adequada em tempo real, para tal, a iniciativa privada tem recursos para o atendimento, liberando de licitações, mas valendo-se de pregões eletrônicos on-line, mas esta secretaria necessita ser ágil, para tanto, precisam de profissionais altamente qualificados para atendimentos emergenciais.

           O Ministério das Cidades, órgão muito respeitado, precisa criar mecanismos de desenvolvimento emergencial, além de criar alternativas aos refugiados do clima nacional e até internacional, pois, este é um fenômeno mundial.

           Ampliar os incentivos aos cientistas brasileiros para o desenvolvimento de estudos dos impactos ambientais atuais, bem como, na busca de soluções de curto, médio e longo prazo, para diminuir os efeitos do clima sobre a população. Existem várias pesquisas sendo desenvolvidas, porém, faltam recursos financeiros.

          Nenhum brasileiro quer vivenciar o drama destas famílias que perderam tudo, desde roupas, moradia e emprego temporariamente.

           A Secretaria Nacional de Defesa Civil está integrada ao Ministério da Integração Nacional, mas dados relevantes sobre as cidades estão no Ministério das Cidades, portanto, a integração de dados entre estes ministérios é importante.

            O povo brasileiro precisa aprender a pensar no Meio Ambiente, como um agente que está mudando em virtude das ações do Homem sobre o Planeta.

            Compete a cada um de nós, pensar em como enfrentar este desafio, que não escolhe classes sociais ou nível de educação, uma nova ordem de conscientização de nosso papel como cidadão planetário para sobrevivência e subsistência do HOMEM.