Em recente entrevista a revista Caros Amigos, o deputado federal eleito com quase 100 mil votos Jair Bolsonaro mais outra vez evidencia a brutal revolta sua e de seus francos aliados contra um governo democrático e popular e a possibilidade legítima revolução social ao afirmar, com todas as letras, o que poderá acontecer caso esta ocorra:

"... é um partido comunista (fala do PT)... Se o PT bota 300 lá dentro (no Congresso Nacional), tchau e benção. Vamos ter que partir pra luta armada, aí sim, mas pra valer mesmo. Não é pra aterrorizar...".

Tal declaração é fruto de uma iminente consolidação da abertura dos arquivos da Ditadura Militar defendida recentemente pelos Ministros da Justiça Tarso Genro e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos Paulo Vannucchi, por ocasião da convocação de mais uma Conferencia de Direitos Humanos, agora com real possibilidade de ser mais representativa e participativa. Na declaração, os ministros defenderam ainda a punição aos torturadores, algo que já ocorreu em diversos paises como Argentina, Chile e outros que provaram deste horror patrocinados pelos brother norte americano.

Uma sociedade aterrorizada por este passado, marcado pela impunidade de seus autores e que estes ainda desfrutam de benesses institucionais, como vencimentos extras e louvores por comentários insanos, do tipo: o erro dos militares na ditadura foi não ter matado e apenas torturados. Enquanto que do outro lado assistimos uma população que insiste, resiste em viver em condições quase que sub humanas, sem direitos se quer de sair de suas casa sem serem alvos de um fuzil, desfrutando apenas do direito de não ter direito.

Lamentável é ver que o que aconteceu em mais de vinte anos de ditadura, ainda ocorre nos dias de hoje. Um imenso terror, concentrado em áreas periféricas, onde as vítimas só têm nome e cara quando pertencentes da classe média acima ou quando seus autores diretos de maneira geral são menores e que nesses casos são considerados delinqüentes e não desprovido das condições mínimas de sobrevivência, por exemplo, o acesso à escola com qualidade e que leve em consideração suas particularidade. Mera obrigação do Estado, democrático, evidente. Ou ainda jovens de classe média que queria apenas se divertir por pensar ser apenas uma prostituta, um mendigo, sei lá. Fruto, mais que evidente do atual sistema e seus tentáculos, ou seja, o próprio.

O caveirão sobe o morro e só Deus e quem lá está no momento e a todo o momento sabe mais ou menos o que se passou, por analogia é claro, nos tempos de ditadura. E como seguem sem punição, os autores deste tenebroso período, assim o ficaram os autores desta invasão de domicílio seguido de latrocínio a favelas cometido não pelos homens da lei mais pelo sistema que desde 1.500 sempre beneficiou uma elitizada classe sem se dar conta do preço. Que por sinal esta sendo cobrado dos menos favorecidos.

Na mesma entrevista, Bolsonaro afirma que está em curso uma revolução social e que deve ser contida, caso contrario estourar-se-á a luta armada. Sugere o autor desta lastima. Paguemos pra ver, não há espaço para este tipo de ação. Façamos nossa revolução, vamos escrever nossa história a partir de nós mesmos. A cada conferencia, uma mobilização jamais vista impulsionada pela instancia governamental, um grito de liberdade e solidariedade ecoa, vamos mais longe, convoquemos a partir já e com base no que temos uma Nova Constituinte, afim que comemorar o Jubileu de Prata da atual. Esta que já se faz saturada e mais do que descaracterizada, suas conquistar na prática estão aquém do que consta em seus artigos e parágrafos. Teoricamente esplendida, na prática apenas retórica.

Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil! Construamos a partir deste marco uma nova sociedade de todo e para todos.

Saludo!!!