Maria. Sim, esse é o seu nome.

Pequena, discreta, reservada, culta, inteligente, prestativa, bem informada, dedicada, estudiosa, excelente aluna, pessoa de fácil trato, iniciando uma carreira.

À medida que as tarefas lhe são delegadas  as desempenha com desembaraço e sem alvoroço. Tudo lhe parece simples, sem maiores complicações, a ponto de não ser muito observada.

Como está sempre disponível, cada vez recebe mais incumbências.

Essa descrição nos deixa curiosos e não há como não perguntar: - O que faz Maria?

Hum, parecia simples responder, mas Maria faz um pouco de tudo.

Vamos mudar a pergunta: - Qual o seu cargo?

Na sua ficha, no departamento pessoal,  consta “Auxiliar administrativo”.

- E o que faz um auxiliar administrativo?

- Ah, na nossa empresa o que alguns pedem e outros mandam!

Nossa, ainda não conseguimos descobrir o que faz Maria!

Bom, Maria lança faturas no sistema, prepara as planilhas de caixa, manda duplicatas para bancos, atualiza contas a receber e pagar com integrações bancárias, cobra clientes inadimplentes,  preenche os cheques, chega mais cedo para trocar as fitas de back-up, mantém alguns arquivos em dia e um “ monte de  outras coisas” .

Maria é uma excelente funcionária, deverá ter um grande futuro nessa  empresa.

Não, Maria já não trabalha mais nessa organização.

Ela até que  não reclamava de chegar mais cedo do que os outros, mas como morava longe estava gastando muito com combustível, então resolveu procurar algo mais perto de casa  e “ deu sorte” : Foi contratada por uma  grande empresa.

Para nós a situação ficou mais complicada, algumas coisas só ela sabia fazer.

As tarefas foram distribuídas e o pessoal ainda não pegou o jeito, até o controle de caixa está meio “ bagunçado” .

Este mês acho que  contabilidade não  fecha na data a não ser que todo mundo ajude. Vai ter horas extras e não serão poucas.

Será  complicado explicar para a direção que não poderemos cumprir as datas.

Ninguém poderia imaginar que a partida de Maria fosse complicar tanto assim!

Uma história boba, aquelas do herói ou heroína que parte para terras distantes, deixando aquele enorme vazio?

Não, verdadeira, acontece todos os dias, algumas são desprezadas, outras  há ainda a  tentativa de resgate de Maria.

Ocorre que Maria, cada vez mais experiente,  vai superado obstáculos, deixando sua marca e as empresas que não a reconhece, afinal  oportunidades sempre aparecem.

Como Maria não foi notada na empresa?

Para o Rh era uma auxiliar, para seus chefes a pessoa que executava os trabalhos rotineiros, para a diretoria a menina da administração, para seus amigos uma pessoa quieta que estudava e trabalhava o tempo todo.

E sua genialidade?

A observação era geral : - Do jeito que estudava  só poderia tirar notas altas.

A genialidade, muitas vezes,  está em se fazer o básico bem feito.

Sendo,  você,   um piloto de avião ou um especialista em explosivos, por exemplo, seguir todas as regrinhas é o mínimo que o bom-senso recomenda.

Maria sabia que ao não cumprir as tarefas à  risca teria uma bomba nas mãos,e ainda,  fazia porque gostava e queria aprender.

Na sua atual empresa  assumiu um cargo interessante, atende  um programa de  treinamento  para gerenciar o departamento, trocou o carro, está mais sofisticada, desinibida, até mais falante!

Claro, fez curso de oratória!

Fato é que não sabemos se a invejamos  ou lamentamos sua partida, sobrou trabalho para todo mundo: Ah, que saudade de  Maria!

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

Fones (11) 4526 1197  /  ( 11 )  9645 4652

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