(Por Sérgio Dal Sasso, Administrador USP, Consultor, Palestrante e Escritor)

Dizem que a águia tem a capacidade da renovação, que quando atinge a idade de 40 anos passa por um processo de substituição da penagem, do bico, das unhas e assim consegue manter-se eficiente por mais longos anos.

Isso tudo, se fosse verdadeiro, seria fantástico como exemplo a ser seguido, afinal quem não gostaria de estar no corpo de uma águia, soberana, dominante no seu meio, auto-suficiente e ser referência entre as aves de rapina.

Nos não queremos ser a águia, mas o que ela representa através da sua forte identificação com o sucesso, nunca se esquecendo que sua figura está intimamente ligada ao símbolo da nação dos "irmãos" do norte. Sim, os do norte, que tanto conhecemos pelo nacionalismo e poder, pois por décadas foram exímios administradores do destino e sustentabilidade do mundo global. Cabe aqui apenas um breve comentário de que mudanças, como a unificação e formação de blocos econômicos e releituras históricas, nos mostram que nenhum sucesso se perpetua, pelo contrario, são tão mutantes como a própria vida.

Entre tantos movimentos pela competitividade verificamos, apenas com base nas primeiras paginas dos jornais, que o esforço pelo vencer, esbarra nos aumentos dos riscos. O resultado disso é que o mundo vem sendo movimentado muito mais pelo capital especulativo, do que o ideal de um fluxo dirigido a produção e geração de oportunidades de trabalho real.

Cabe aqui ressaltar uma exceção, a China (que não é águia), vem estabelecendo uma liderança, não tanto pela tecnologia, mas pelo uso pleno do principal valor de uma nação, o seu povo. Não sou comunista, e nem estou em concordância com a forma ainda exploratória desse modelo social. Mas é inegável que aqueles que antes não tinham nada, hoje se orgulham pelo fato de produzirem e terem uma remuneração por isso (em média 30% dos valores do nosso mercado), e que mesmo distante das garantias e direitos trabalhistas (CLT), não estão necessitando de bolsas auxilio humilhação.

Está chegando a hora de sermos "burros", sim "burros"! Um cruzamento nacional da nossa égua com o jumento, que pode nós transformar em um animal resistente, teimoso, com potencial para carregar pedras muito superiores ao seu peso, e assim estabelecer a construção de uma nação "MADE IN BRASIL", que precisa acelerar pela busca de nichos próprios e em acordo com que realmente identificamos como necessário para um crescimento sustentável e distante de tanta demagogia.

É pelo fato de estarmos no mundo globalizado, que devemos aprender a tirar resultados objetivos sobre as vantagens do que isso representa. Não devemos aceitar medalhas de bronze quando já demonstramos que podemos ser ouro, apenas precisamos criar estratégias para vencer o que nos impede, sem tanta intermediação de "terceiros dominantes", que não produzem, mas agregam o grosso do lucro. Alguns dos respeitados grupos nacionais, já despertaram que a formula não é vender para fora, mas estar lá fora.

Nasci em 1960, na minha adolescência escutava quase que diariamente a frase: "Este é um País que vai pra frente". Por aqui perdemos o trilho, às vezes voltamos, mas ainda hoje, muito mais pelas riquezas abençoadas pela terra, como o extrativismo e grãos, e em meios aos ventos favoráveis que chegam de fora para dentro.

O nosso problema não está na ausência da criatividade, mas na distancia da unidade, do sentido de nacionalidade e no desrespeito a nós mesmo por aceitarmos a venda em troca de promessas e quase nunca cobrar, acompanhar e exigir pelas suas realizações.

"UM BRASIL SUSTENTÁVEL DEPENDE DE BRASILEIROS QUE SE SUSTENTEM"

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