A água é um alimento indispensável para a vida; de outro lado, tem se tornado cada vez mais séria a problemática do seu uso no mundo. O Oriente Médio e a África sofrem problemas sérios de falta d?água.
No Brasil, cerca de ¾ do volume de água disponível está localizado na bacia Amazônica. No entanto, aproximadamente ¼ do volume remanescente concentra-se em regiões onde vive mais de 90% da população. Uma das regiões brasileiras mais afetadas é a região nordeste, sobretudo no sertão.
Além do problema da indisponibilidade em algumas partes do país, existe também um alto desperdício (na Grande São Luís é da ordem de 40 a 50%) e, como se não bastasse, muitos dos recursos hídricos nacionais estão contaminados, principalmente nas regiões metropolitanas e em regiões agrícolas.
As diversas formas de contaminação dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais podem ter origem atmosférica, agrícola, doméstica ou industrial.
Segundo Mota apud Silva e Salgueiro (2001) a poluição dos lençóis freáticos, dos rios e dos lagos ocorre por precipitação de poluentes atmosféricos, por escoamento superficial carregando excrementos de animais, fertilizantes e pesticidas, e por infiltração e percolação de águas, originadas de efluentes de fossas sépticas, de lagoas de estabilização e de aterros sanitários.
As águas subterrâneas da região metropolitana do Recife estão completamente contaminadas, tanto por despejos industriais, quanto domésticos, lembrando que Recife está sobre mangue aterrado e menos de 30% do município é saneado (SILVA E SALGUEIRO, 2001).
Na região metropolitana de São Luís, o estado ambiental não é diferente, existem situações muito parecidas com a da metrópole pernambucana; como exemplos, são inúmeras as comunidades instaladas às margens do rio Anil, a cidade de Raposa, dentre outros pontos de ocupação irregular do espaço metropolitano.
No caso da água potável distribuída pelos sistemas municipais e estaduais existentes em todo Brasil, a contaminação pode acontecer por conta da má (ou não) higienização dos reservatórios coletivos e/ou a inobservância dos cuidados básicos para manter os reservatórios domésticos limpos e bem fechados, além dos problemas de rachaduras e fissuras na tubulação do sistema de distribuição.
Na maioria dos municípios maranhenses, além das péssimas condições de distribuição da água para consumo humano, com encanações furadas e reservatórios mal ou não higienizados, a ausência de rede de esgoto doméstico torna a situação hidráulica dos municípios ainda mais crítica e mais insalubre, comprometendo a qualidade ambiental e sanitária dos espaços sociais.
A situação sanitária tende a se agravar no período chuvoso, quando boa parte dos municípios do Estado submerge, comprometendo ainda mais a qualidade da água distribuída para consumo humano. Nesse período também aumentam os riscos de contração das doenças de veiculação hídrica, como dengue, verminoses, diarréia, cólera...
Por tudo isso, parodia-se Mahatma Gandhi: "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim", e para isso deve-se considerar uma nova trilogia, mais global, mais moderna, contemporânea, a trilogia do palco da vida, protagonizada por três estrelas do novo século: educação, saúde e ambiente.

Publicado no Jornal O Imparcial, Caderno de Opinião, pág. 4, em 04 de junho de 2009, São Luís, MA.



ישו, המאסטר של המאסטרים.