O ser humano enquanto jovem está propenso a uma gama de problemas, tanto a nível biológico, quanto psicológico e social. O distanciamento ou a falta da inserção de locais educativos apropriados para sua faixa etária contribuem grandemente para o avanço das mazelas biopsicossociais inerentes a esta idade, posto que, o jovem, infelizmente em nossa sociedade é visto como um ser improdutivo ou incapaz.

 

A ausência de limites para atitudes violências contribui cada vez mais para o aumento do número de alunos assassinados das mais variadas formas e os mais variados motivos, principalmente dentro da escola. Isto posto, questiona-se: Qual o motivo que leva os estudantes a praticarem atos criminosos no âmbito escolar causando pânico para a toda sociedade?

Discuto o fenômeno violência sob a ótica da agressão, da indisciplina, do sentimento de mal-estar causado no outro, e do percurso trilhado por todo este contexto até chegar ao pensamento de vingança, e ao crime conceituando-o, localizando-o na escola, pontuando possíveis causas e enfocando seus aspectos, com também, saber sobre a conduta moral do agredido e do agressor, as relações e implicações com o crime e indisciplina escolar e a relação professor-aluno, e a proposta e atuação da instituição escolar.

A teoria que estou escolhendo em minha dissertação tem como hipóteses da monografia, que os professores não reconhecem o apelido, o xingamento, os constrangimentos como atos de agressões e que ao invés de serem coibidos no ambiente escolar, são tratados como pequenos casos de desarmonia entre alunos.

Acredito que seja necessário por parte dos professores, reconhecerem que este comportamento agressor, não acaba com o tempo, pois não é uma simples brincadeira infantil, se trata de uma agressão direcionada muito dura que produz um prazer mórbido nos agressores em relação as suas vítimas, e à medida que percebem que sua agressão surte resultados, suas vítimas sofrem ainda mais, este sofrimento é demonstrado pelo isolamento, sua atitude de não reagir às provocações provocam um sentimento de grande dor e revolta, e por fim passam a adotar comportamentos contraditórios a sua conduta, que denotam angustia, enquanto seu algoz cada vez mais sente prazer de instigá-las.

O bullying é o exemplo mais real e mais freqüente desse contexto, pois mostra em sua essência e traduz esse sentimento doentio desse prazer deliberado de causar sofrimento à vítima, de forma repetitiva.

Posto que a violência é uma das formas de imposição de poder mais comum e própria da natureza do homem. Ela é usada geralmente contra o mais fraco, ou seja, contra mulheres, crianças e velhos. Para muitos a violência é um fenômeno que se localiza nas ruas, fora do ambiente familiar.  Na verdade, é nele onde ela começa a ser cultivada. Pessoas violentas provêm de famílias violentas, onde a criança é oprimia pelos pais e onde o marido bate ou ofende com gestos ou palavras a esposa.

 

Abordo um tema que muitos psicólogos, pastores evangélicos e padres discutem e que quase ninguém dá ênfase, que é o ódio, o que seria o ódio? Ódio pelo dicionário Aurélio é aversão, horror aborrecimento e etc., mas o que ninguém sabe, é, o que o ódio pode fazer com alguém, ou seja, você já teve ódio com certeza de algo ou alguém isso é certo, então eu te pergunto: você sabe ou já ouviu falar do massacre na escola americana de columbine ou massacre de columbine ocorreu pelo fato de dois jovens que eram escarnecidos pelos seus próprios colegas de classe, ali estava o bullying, nisso um dia eles se armaram e mataram muitos em seu colégio e depois se suicidaram, eu não sou a favor disso claro, mas isso é uma faceta do ódio claro, o que leva a uma pessoa se suicidar, Seria a revolta do mundo ou não suportar mais que pessoas lhe causem angustias. Quantas vezes as vítimas dessas agressões deram sinais que não suportavam que viviam descriminadas, que era como um karma ali naquele ambiente e as professoras olhavam tudo aquilo de forma branda, como uma coisa banal, achando não precisar de intervenções direcionadas, que apenas eram coisas sem muita importância, mas, que por conta dessa atitude o problema cresceu tanto que ficou fora de controle, e transformou-se numa violência ainda maior e pior, o crime.

A moeda é a mesma: intensa, valiosa, disputada, perigosa. De um lado dela, o amor desmedido, apegado, arrebatado e cheio de expectativas. Do outro, o ódio, a decepção, a incompreensão, o descontentamento, o sentimento de exclusão e abandono. Às vezes, basta muito pouco para as faces girarem e, o que antes era felicidade e realização, se transformar em rancor, num sentimento amargo e mal resolvido, que se prende ao passado. Entre traições, mentiras e ilusões alimentadas, nenhum final pode ser tão infeliz para um amor do que vertê-lo em ódio. Traduz-se na forma de antipatia, aversão, desgosto, rancor, inimizade ou repulsa contra uma pessoa ou algo, assim como o desejo de evitar, limitar ou destruir o seu objetivo,  revelam de alguma forma uma agressividade desarticulada de autoria para o grande público que a contempla.

A prática e a manutenção da raiva é uma tarefa dura, estressante e ingrata. Mas, convenhamos, em certos momentos é quase impossível não sei deixar tomar por ela. O ódio é o antônimo de amor são ambivalências relacionais. É a falta de carinho, de sentimento bom por outros. O ódio direcionado aos outros sempre é precedido pelo ódio a si mesmo, suas facetas são impossíveis determina-las, elas vão muito além da nossa imaginação! Impossível descrever o ódio, eu diria que é a própria destruição! “Extrema aversão,” “hostilidade,” “animosidade” e “desejo que o mal se abata sobre o objeto odiado,” bem como “emoção que exige ação.” O ódio é uma emoção humana normal, como o amor.

São opostos. O ódio rejeita, o amor aceita. O ódio ataca, o amor defende. O ódio é separação, o amor é conexão. Então o ódio é mau, Não: depende de quem você está odiando ou amando. Se você não consegue odiar de forma alguma, então também não consegue amar. Ódio é o veneno destilado contra si próprio, pois o que sofre e vive perturbado é aquele que odeia.

 

 

 

O fenômeno da violência preocupa e estarrece a sociedade com acontecimentos que envolve jovens que por este motivo mobilizam a necessidade de compreender o problema e desenvolver políticas públicas para prevenir ou minimizar sua incidência. Ela atinge a vida e a integridade física das pessoas. É um produto de modelos de desenvolvimento que tem raízes na história.

Para contextualizar esta temática foram tomados como referência os teóricos: Brandão, Piaget, Paulo Freire e Freitag, estes retratam o ser humano como sendo um ser biopsicossocial. Seus enfoques teóricos se voltam para uma visão holística e mostra a realidade dessa clientela que violam as regras de vida e de sociedade.

Brandão (1992) esclarece que: “A cultura precisa ser capaz de produzir significados, provocar sentimentos”. Individuais e coletivos, criar disposições à ação estabelecer formas de experiência coletiva da vida e de reflexões sobre seu valor. “A cultura é um processo de construção social da história de vida das pessoas, das sociedades dos povos e até mesmo das nações.”

Piaget (1994) afirma: toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.  

Freire (1992) afirma: sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da forma histórico-social de estar sendo de mulheres e homens. Faz parte da natureza humana que dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se. Fazendo-se e refazendo-se no processo de fazer a história, como sujeitos e objetos, mulheres e homens, virando seres de inserção no mundo e não da pura adaptação ao mundo, terminaram por ter no sonho também um motor da história. Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança.

Freitag (1980) afirma: a educação sempre expressa uma doutrina pedagógica, a qual implícita ou explicitamente se baseia em uma filosofia de vida, concepção de homem e sociedade. 

Silva (2002), para compreender o problema da violência, é preciso observar as características pessoais e circunstanciais dos envolvidos, as condições ambientais nas quais ocorre o fenômeno, as questões psicológicas de interação e as condições socioeconômicas, as quais estão entrelaçadas e dificilmente explicam isoladamente a ocorrência do fenômeno.

Para estes teóricos, o homem é um ser reflexivo, com necessidade de sobreviver, gerando para si possibilidade de suplantar a opressão e fazer fluir condições de aclarar circunstâncias e reafirmar a esperança da liberdade coletiva e da cidadania, e a violência é uma das formas de imposição de poder mais comum e própria da natureza do homem. Ela é usada geralmente contra o mais fraco, ou seja, contra mulheres, crianças e velhos.

Para muitos a violência é um fenômeno que se localiza nas ruas, fora do ambiente familiar. Na verdade, é nele onde ela começa a ser cultivada. Pessoas violentas provêm de famílias violentas, onde a criança é oprimia pelos pais e onde o marido bate ou ofende com gestos ou palavras a esposa.

     

 

 

As pressões diárias, o stress da vida urbana e de se viver em um país periférico como o Brasil já é por si só fatores que contribuem para o desequilíbrio de muitos lares. No entanto, no início do século os indivíduos entraram em choque com algo ainda mais desarticulador: a decadência da família patriarcal e a ascensão do modelo burguês da família nuclear. A revisão dos papéis do homem e da mulher, embora tivesse sido um processo inevitável, rompeu com uma antiga relação de poder que teve que ser estabelecida em outros níveis. O controle que o homem tinha sobre sua esposa e suas filhas já não mais o mesmo. O século XX cria o marginal, o homem pobre que trabalha na manufaturas, e estende a promiscuidade para a mulher que trabalha fora, comparada e classificada juntamente com as prostitutas. 

As coisas, os fatos, os acontecimentos, os objetos internos, e outros sentimentos, em resposta a algum objeto externo como uma pessoa, o trânsito, o time de futebol, cujos autores são muitas vezes menores e desapegados de regras de conduta social, mas, também pessoas de classes diferenciadas e os preconceitos levam os atos violentos e criminosos. Para recompor valores deteriorados e conseguir preparar os jovens para vida, a escola não pode ignorar a agressão e a violência sofridas no ambiente escolar e em suas próprias práticas de reação diante o problema apresentado, precisa trazer as questões do mundo para sala de aula, portanto saber que não é privilégio de classes marginalizadas ou excluídas essa questão, mas de todos.

Teoria Egológica do Direito ou Egologismo Existencial. O termo Egologismo remete exatamente à análise, pelo direito, da natureza humana em sua esfera do eu, da egoidade, portanto, da existência concreta do homem em sociedade. O egologismo é uma manifestação da fenomenologia existencialista no direito. Cossio debateu longamente com Keslsen, pois este era neokantiano positivista e para ele a normatividade construia-se a despeito da análise a priori da conduta, e para Cossio o sujeito humano em suas especificidades existenciais seria elemento imprescindível na construtividade da norma jurídica.

O nível gnosiológico será utilizado por ser a teoria do conhecimento e ter por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Será usado para que possibilite o conhecimento, seja detectado sua origem, sua essência e suas formas, e para que seja valorizado a verdade sobre este conhecimento.

Discuto o fenômeno violência sob a ótica da agressão, da indisciplina, do sentimento de mal estar causado no outro, do percurso trilhado por todo este contexto até chegar ao pensamento de vingança, e ao crime conceituando-o, localizando-o na escola, pontuando possíveis causas e enfocando seus aspectos, desejo saber sobre a conduta moral do agredido e do agressor, as relações e implicações com o crime e indisciplina escolar e a relação professor-aluno, e a proposta e atuação da instituição escolar. Pontuar e analisar causas de homicídios entre estudantes no ambiente escolar, Identificar os domínios e as facetas representativas das motivações que leva a modificação de conduta dos estudantes para cometerem crime na escola, por meio de uma entrevista e baseado em instrumentos elaborados pela Estatística Criminal do Estado do Pará, conhecer a qualidade de vida dessas pessoas que utilizam o ambiente de educação, as necessidades de aprendizagem acerca de problemas de violência, manifestados por estas pessoas que utilizaram o ambiente de aprendizagem.

Farei este estudo por meio de pesquisa descritiva, que se constitui numa modalidade de pesquisa qualitativa e a escolhi pelo fato de me oportunizar uma visão ampliada do problema investigado a partir da metodologia a ser trabalhada. A investigação ocorrerá em duas etapas: a primeira se constituirá em pesquisa bibliográfica para a sistematização de informações acerca do objeto a ser investigado. A segunda etapa será a pesquisa de campo, que para tal foi escolhido os alunos da Escola Rômulo Maiorana que estuda no turno da tarde na Cidade Nova em Ananindeua.

O método de abordagem que pretendo neste trabalho será o crítico-dialético, com enfoque fenomenológico, posto que nesta concepção, o ser humano é visto enquanto ser social e histórico, determinado por contextos econômicos, políticos e culturais.

Para a pesquisa de campo utilizarei à técnica de entrevista estruturada, na qual procurarei saber como se deu as agressões que aconteceu naquele ambiente, em relação às queixas como são resolvidas e também serão levantadas as ações sociais e educacionais no ambiente em que estão inseridos, no sentido de atender os objetivos e a questão de investigação neste estudo.

Esta monografia faz um relato da violência na educação da Escola Rômulo Maiorana em Ananindeua, que se encontra na busca de soluções para resolver estes graves problemas, que envolvem estudantes e os conduz a outros delitos como tráfico e uso de drogas levando-os para o roubo, agressão, e conseqüentemente ao crime seguido de morte, episódios repletos de violência, que torna difícil o trabalho do professor com os alunos em sala de aula.

Acredito ser possível haver harmonia e conflito sendo vividos ao mesmo tempo. Mas é preciso para isso, que haja alteridade na relação com o outro, que é diferente de mim, pensa e age diferente de mim, o que não significa que eu precise agredi-lo ou matá-lo, física e espiritualmente. Nessa busca por respostas, não somente para as minhas próprias perguntas, mas para as de todos que se inquietam com o tema, me envolvi numa verdadeira aventura, muitas respostas ou sombras de respostas foram aparecendo, mas junto com elas outras interrogações foram surgindo, fazendo com que essa aventura nunca termine. A violência e educação apresentam aspectos que precisam ser desconstruidos, pois afetam diretamente aspectos psicos e emocionais.

Constatar desconexões da realidade exige uma convivência diante das diferenças, confrontos e enfrentamentos, diante das calúnias, difamação, injúria, pois a agressão gera violência e esta não pode prevalecer entre os jovens, não somos uma sociedade de canibais, para que situações, fatos e acontecimentos cotidianos nos levem ao crime, sei que essa relação hamônica não se dá de imediato, exige tempo e muita paciência.

 

 

Frente ao vasto leque de desigualdades sociais nas sociedades latino-americanas afirmam-se concepções e práticas de educação popular e pesquisa participativa enraizadas em nosso contexto de lutas por justiça social. Para o embasamento teórico retomam-se alguns autores identificados com uma ótica do Sul, como Carlos Rodrigues Brandão, Paulo Freire, Silva e outros.

 

Brandão em suas reflexões nos faz sonhar com a educação que educa na inclusão de todos, de nenhum a menos e no respeito à diferença de seus sujeitos, pois nos encaminha à reconstrução de uma sociedade mais justa, mais democrática, fraterna, que transcende a deformação da antieticidade e a consciência ingênua de mundo, mesmo quando tropeçamos em nossas emoções de sentir e agir, pois compreende que avança dialeticamente. Encaminhou à compreensão da realidade, responsabilizando o grupo docente na continuidade da luta pelos sonhos possíveis.

Sendo assim, vou à busca de outro caminho de observação procurando compreender as diferentes formas de concepções que os professores e alunos têm em relação a agressões identificadas na escola e como reagem diante dessa modalidade complexa não como erros, mas como diferentes modos de compreender a realidade a partir de distintos caminhos de construção da vida por diferentes mãos descritas no texto de Brandão. Compreender que a ação do educador exige pesquisa, atenção e reflexão, a partir de um olhar real compreendendo suas subjetividades.

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Em campo aberto: escritos sobre a educação e a cultura escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

 

BRANDÃO, C. R. A pergunta a várias mãos: a experiência da partilha através da pesquisa na educação. São Paulo: Cortez, 2003.

 

FERREIRA, Márcia. Ação Psicopedagógica na Sala de Aula: Uma questão de Inclusão. São Paulo: Paulus, 2001. – (Pedagogia e Educação)

 

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. 27ª Ed. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura)

 

PIAGET, J. Le jugament moral chez l’enfant. Paris, Alcan, 1932.

 

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido/Paulo Freire. - notas: Ana Maria Araújo Freire, 13ª Ed. –Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

 

FREITAG, B. Escola, Estado e Sociedade. São Paulo: Moraes, 1980.