Agonias de um outono abissal
Publicado em 01 de novembro de 2017 por Fellipe Knopp
Crepusculo medonho
Declina tristonho
da desolada solidao a meia luz
Em tons de cinza e pastel
Morbido menestrel
Usando capuz
Melancolico balbucia
Numa casa vazia
Como numa cidade fantasma
O tempo grasna
assombrada pela desesperança
O desassossego a quase tudo alcança
uivos ocos contiguos ecoam
da angustia pelo recinto
Conurba indistinto
sem discernir a fonte de sua extensão
Fustiga se sua carencia
a companhia imponderavel da ausencia
Sem vislumbrar redenção
O silencio do frio ressoa
a chuva fina que desaba como trovão
O anoitecer insone caçoa
Augurio que espreita sem comoção
conduzindo Lucifer pelo feixe da parca lua
quando ja nao se houve passo na rua
anunciado em rajadas de vento
Assovio umbrio do desalento
se aproximando no ritmo
do cair sofrego da noite turva
Torrido pavor em seu Intimo
Sua impavidez se curva
com a tormenta da monotonia
Placida abominaçao acaricia
com a lingua o gato pardo na varanda
e arrepio da relva que se espanta
ergue lhe sua voz, ereto, em reverencia,
A sua sinistra eminencia
se ri um escarnio de maozoleu
Atormenta com diligencia
zombando do ceu
Fellipe Knopp