"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. (...) Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o homem exterior se corrompa, contudo, o homem interior se remova de dia em dia". II Coríntios 4:7 e 16

A vida interior deve triunfar sobre a aflição!

As Sagradas Escrituras recomenda-nos que sejamos cônscios de nossas fraquezas. Como vaso de barro - a que somos comparados -, podemos até nos encontrar trincados ou arranhados, mas o tesouro em nós depositado por Deus permanece intacto.

Por todo o capítulo quarto (II Coríntios), o Apóstolo Paulo confessa estar passando por um momento de muita dificuldade: sentindo-se atribulado, perplexo, perseguido e abatido, tamanha era a sua aflição que chegou ao ponto de acreditar e dizer que trazia no próprio corpo o "as marcas e o morrer de Cristo".

Sentia que dentre perigos e provações pelos quais passava, estava constantemente sendo entregue à morte. Mesmo assim, ou melhor, justamente por isso, acreditava que aquela era uma oportunidade santa e preciosa para manifestar Jesus Cristo em sua vida.

Quando analisamos as circunstâncias adversas, percebemos que só a firmeza da perseverança pode transformar o abalo do nosso exterior em fortalecimento do interior.

O nosso homem espiritual deve ser renovado dia a dia. Quando isso não acontece, passamos a trilhar a estrada que leva ao caos espiritual.

Se formos capazes de manter a serenidade, de não nos revoltarmos com os sofrimentos e aflições, e de lembrar que o Próprio Jesus sofreu muito mais que nós - e injustamente -, aí sim, sutilmente começaremos a perceber como Ele é em toda a Sua plenitude, e a descobrir claramente tudo o que Ele mesmo pode vir a fazer e Ser, por meio de nós.

Infelizmente, só na aflição é que muitos de nós somos capazes de nos deter ante a fala do nosso Deus! Precisamos aprender a ouví-Lo também em outras circunstâncias, para que Ele, querendo nos falar, não tenha que nos levar a experimentar tantas aflições...

"Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação" II Coríntios 4.17.

Nos momentos em que tudo parece estar no limite da nossa tolerância, no limite das nossas forças, esperança, paciência, e até no limite da nossa fé, nos lembremos do consolo que esse texto nos traz.

A aflição isolada, para quem a experimenta, nunca parece ser leve.

Mas, quando comparada com a glória que para nós está reservada no futuro, ela se torna leve, e, portanto, suportável.

A aflição é transitória, a glória é eterna; a aflição é desgastante, mas a glória é restauradora.

Longe de nós a acomodação diante das dificuldades e aflições, devemos sim - lutar, acreditar e perseguir com toda força cada um dos nossos ideais; não obstante, a experiência da fragilidade nos faz descobrir a dimensão da nossa carência e a segurança e fortaleza do Senhor da Glória. E ainda, o quanto é fundamental olharmos para frente e para o alto em Sua direção.

Os momentos de prova e aflição constituem recursos de aferição dos valores morais de cada um, mediante os quais o homem deve adquirir mais valiosas expressões iluminativas como suportes para futuros investimentos evolutivos.

Fonte: Pr. Ricardo César Vasconcellos, IPUP - RJ

João Placoná - Presbítero - Professor de Teologia - Palestrante Evangélico - Articulista