Certo dia um advogado pedante me perguntou: cadê o seu diploma? Respondi: certamente não está preso na parede enfeitando a nesciência e com certeza não comprei com a ignorância inerente. Meu diploma está no que aprendi e não no que o dinheiro pôde comprar. Mas adiante tive que responder sobre o amor. E o que é o amor? Ame e verá sua força e se não tiver medo, morra de amor para vivê-lo intensamente. Amor nasce nos olhos e se abriga no coração. Resumindo, não sei o que é o amor, apenas sei amar.
Um médico indagou-me dizendo que sabe mais do que eu, pois cura doenças. Eu refutei e disse: eu acalento a alma com poesias e receito vida em abundância. Não cobro plantões com cifras e sim me pagam com lágrimas e sorrisos. Eu posso aprender medicina, mas você jamais vai escrever um verso, porque a poesia procura sempre quem sabe entende-las. Um economista disse que jamais vou ser rico! Eu afirmei que sou milionário de talentos e que deixarei fortunas de criações.
Um juiz falou que manda e desmanda e que eu jamais conseguiria dar ordens assim. Eu disse que a poesia jamais o obedeceria e que ele estava mais preso do que supunha. Preso a leis que o colocam em submissão constante. Eu sou livre e a ditadura a que obedeço é ditada por meu coração. Sou verso solto, que voa sem destino e pousa onde quiser. Achas que julga, mas a minha poesia te condena em rimas que se perdem nas entrelinhas. Leia e entenda se puder.
Um bêbado me indagou: quer uma cachacinha? Disse que sim! O bêbado é a liberdade aprisionada em profissionais que tentam por toda a vida achar uma riqueza que só se pode encontrar na arte. Passam a vida juntando milhões e ficando cada vez mais vazios.
Por isso, tenho milhões de versos para emprestar e não cobro juros, afinal não sou agiota. Mas não quero os milhões desses falidos em minha conta, pois deixarei herança e não brigas por bens.