Por

Fátima Rosane Gobbi - Especialização em Educação em Deficiência Intelectual, e Especialização em Educação com Ênfase em Apoio Pedagógico

Ilisiana Rech Grison – Psicopedagoga

Paula Noeci da Silva - Especialização em Educação com Ênfase em Apoio Pedagógico

As relações características do processo de aprendizagem – o ensinar e o aprender – transcorrem a partir de vínculos entre as pessoas e iniciam-se, desde cedo, no seio familiar. Basicamente, o vínculo desta relação é afetivo, pois é através de uma comunicação emocional que o bebê mobiliza o adulto, garantindo assim os cuidados que necessita. Portanto, o vínculo afetivo estabelecido entre o adulto e a criança é que sustenta a etapa inicial do processo de aprendizagem (apud WEREBE, 1986).

Piaget (apud OLIVEIRA, 2002), psicólogo e filósofo suíço, pioneiro no campo da inteligência infantil,  relaciona a indissolubilidade entre a afetividade e a inteligência: “a afetividade pode estimular ou perturbar o funcionamento intelectual, e muitas crianças não aprendem devido a bloqueios afetivos ou a sentimentos de inferioridade. A afetividade pode, assim, intervir no funcionamento da inteligência, pode ser causa de acelerações ou de atrasos no desenvolvimento intelectual”.

Segundo o autor, “No âmbito escolar, a influência é positiva quando predominam nos diálogos, as características de afeição, respeito, valorização aos conhecimentos e sentimento da criança, possibilitando participação ativa e prazerosa em sala de aula. Quando negativa a influência, essa consiste na predominância das características comportamentais de rejeição, autoritarismo, crítica aos conhecimentos, comportamentos e indiferença aos sentimentos do aluno, provocando inibição, participação passiva e desprazerosa dos mesmos, induzindo-o à tensão, agressividade e desinteresse que encaminham as dificuldades e a possibilidade de fracasso escolar” (PIAGET apud LEITE, 1995).

Faz-se necessário, então, crer que a vida afetiva e cognitiva supõe, relativamente, à vida social; e que o educador mediador é um “mestre”, que, juntamente com seu aluno, pode trilhar por essa conquista, a fim de que ele possa perceber-se como parte integrante da sociedade, sem qualquer preconceito, ou discriminação por parte da mesma.