ADMINISTRAÇÃO E MEDICINA VETERINÁRIA

O Brasil se avizinha dos próximos 30 anos para assumir um papel de destaque em vários cenários, que passarão a exigir de forma integrada ações interdisciplinares, que se complementarão.
Sabidamente que as nossas I.E.S. sejam elas governamentais ou particulares, deixam a desejar em relação à adequação das suas Grades Curriculares em relação as atuais realidades e necessidades da nação. Ao mesmo tempo em que os seus quadros de professores ? mestres e doutores e alguns com pós-doutorados- uma vez instalados nas suas salas e ou gabinetes, se acomodam ante a desculpa que o ensino é falho, que a instituição não investe na melhoria do ensino, que não possibilita e nem patrocina meios de melhoria do padrão de ensino. Conclusão. Estamos despejando nas alamedas da vida, profissionais que mesmo graduados com escol e destaque, não conhecem a realidade brasileira. Em especial a realidade do agronegócio brasileiro.

Este será o grande carro-chefe dos próximos 19 anos.
Outros setores irão se desenvolver por uma questão de sobrevivência e porque a sociedade ficou deles dependente. Não se imagina um ser humano urbano se toda a traquitana eletrônica. Difícil imaginar uma crise de abstinência de celular, de Ipod, notebook e outros tantos. A geração que nasceu antes da Internet já está totalmente dependente da T.I. e a geração atual foi abduzida.

O Brasil deverá ser o grande provedor não de Internet, mas de alimentos.
Não temos mais estoques viáveis de terras agricultáveis.
A Europa tentou em anos passados, recuperar 27 milhões de hectares para que houvesse um aumento de produção de alimentos e concluiu que não existe mão de obra para promover este tipo de política e que os custos seriam enormes, assim como o subsidio necessário para manter os atuais sistemas existentes e mais os futuros, não seria viável.
O continente africano não merece comentários. Exceção feita à África do Sul.
Em relação à Ásia o que temos como destaque é a China que mal consegue produzir para alimentar uma população que cresce de maneira quase que exponencial. Índia, Japão, Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelândia não se comparam com o Brasil.

Este panorama que se descortina para os próximos 19 anos irá exigir que as duas profissões de emparelhem para assumir a dianteira dos sistemas produtivos instalados e a serem instalados.

Os novos sistemas produtivos irão exigir das duas profissões não só conhecimentos específicos, mas entrosamentos técnicos ímpares.
A Grade Curricular do Curso de Medicina Veterinária, não aborda com a profundidade suficiente e nem é do seu perfil enquanto formador de profissionais da área de Ciências Agrárias, ensinamentos a respeito de Administração. Existe sim algo a respeito de Administração Rural, mas é circunscrito e limitado.

É sabido que complexos produtivos nas áreas de avicultura, pecuária de corte, pecuária de leite, suínos e dentro de poucos anos piscicultura, por dispositivo legal exigem a presença de Profissionais Graduados em Medicina Veterinária, mas isto não é a pedra angular de sustentação. A grande pedra angular é a capacidade técnica e profissional que trazem na sua bagagem de vida do dia a dia, mediante cursos, treinamentos, seminários, estágios em entidades de reconhecida capacidade, afora os estudos desenvolvidos.
A Medicina Veterinária, ou melhor, os Profissionais Graduados em Medicina Veterinária, sabem produzir dentro dos padrões Éticos, Segurança Alimentar e Biossegurança, exigidos pelos mais países importadores. Produzem alimentos dentro de Normas Sanitárias, Ambientais e Sociais.

Mas de outro lado não lhes é de competência profissional Administrar.
Nós Médicos (as) Veterinários (as) não somos capacitados para atuar no ramo da Administração. A nossa atividade está voltada para sistemas sanitários nas mais variadas espécies animais domésticos e exóticos. Na produção de animais destinados ao abate, em sistemas integrados produtivos. Nas áreas esportivas onde animais requerem atenção especial nas áreas de fisiologia, ortopedia, nutrição. Em clínicas e hospitais veterinários. Nas indústrias alimentares onde os produtos de origem animal são a base essencial.
Enfim nestes segmentos citados e existem muitos outros, existe sim a necessidade do Administrador.
O Administrador que enverede para o ramo do agronegócio ?sistemas produtivos ? terá grandes possibilidades de sucesso.
Não se deve encarar o Administrador como aquele profissional que fica o tempo todo atrás de uma mesa e com seu notebok ligado, pelo menos na área rural produtiva de alimentos ? área primária -.
Um dos segmentos carentes é o que refere a Administração de Recursos Humanos. Raríssimas propriedades rurais contam com os serviços voltados para as políticas sociais, onde a presença do Administrador é essencial.

A associação de conhecimentos nas duas profissões: Medicina Veterinária e Administração tende a ser a grande oportunidade para os próximos 19 anos.

Uma vez mais a interdisciplinaridade será a grande tônica.