O treinamento de força (musculação, exercício resistido, exercício contra-resistência...) é caracterizado por ser um potente meio para induzir a hipertrofia muscular, força muscular, potência muscular e resistência muscular. Didaticamente se separa os tipos de adaptações entre adaptações neurais e adaptações metabólicas, porém em todos os tipos de treinamentos há participações neurais ou metabólicas, o que modifica é a magnitude da participação de cada uma. Quando dizemos que um determinado tipo de treino apresenta maiores adaptações neurais isso quer dizer que as adaptações que ocorrem são referente a interação do sistema nervoso com o sistema muscular, sendo essas adaptações crônicas: aumento da coordenação intra-muscular, inter-muscular, aumento do número e velocidade de potenciais de ações e aumento do número de unidades motoras recrutadas. Quando falamos da parte metabólica, estamos nos referindo ao processo de produção de energia, assim com as alterações fisiológicas que ocorrem durante o treinamento, como alteração do pH, redução das reservas energéticas, entre outras. Suas adaptações crônicas incluem: aumento da disponibilidade de ATP e glicogênio, maior número de enzimas (aumentando o número de reações químicas), maior capacidade de tamponamento (equilíbrio do pH) e maior número de transportadores de lactato. Dependendo do volume de treino, intensidade, tempo de recuperação, as adaptações neurais e metabólicas apresentam magnitudes diferentes, não que não ocorram. Por exemplo, protocolos de treino de força máxima apresentam um fator de adaptação neural muito grande, enquanto protocolos de treino para resistência muscular, apresentam uma grande participação metabólica. Um forma prática de entender essa diferença é observar algumas alterações fisiológicas que ocorrem durante o exercício, lembra daquela sensação de “queimação”? Ocorre devido a alteração do pH, devido a intensa produção de energia. Nesse caso é um bom exemplo da participação da parte metabólica. Por essa questão é necessário ajustar as variáveis do treinamento para que as adaptações sejam as previstas. Profº Léo De Paiva Montenegro * Esp. Musculação e Treinamento de Força - UNESA (2015) * Esp. Treinamento Desportivo - UGF * Esp. Exercício Aplicado a Reabilitação Cardíaca e a Grupos Especiais - UGF * Graduando em Fisioterapia - UNESA (2016) * Graduado em Educação Física Referências Bibliográficas Ide, B.M. ; Lopes, C.R. Fundamentos do treinamento de força, potência e hipertrofia nos esportes. Phorte Editora. São Paulo. 2008. Gentil, P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia muscular. Editora Sprint. Rio de Janeiro. 2011.