Acorda Brasil!

 

   Nosso país sempre viveu, e vive ainda, situações inusitadas, que nos levam a pensar, refletir e a nos preocuparmos com nosso futuro, sem falar das apreensões que vivemos no presente.

    As notícias veiculadas, e muitas vezes maquiadas, nos levam ou levam a alguns a pensar que estamos melhorando, ou indo muito bem, se buscarmos comparações externas. Só que nossos parâmentros são nossos parâmetros. Nossas potencialidades são também só nossas. Nenhum outro país no mundo poderá ocupar um espaço que poderia ser nosso, se tivéssemos competência e trabalhásse-mos para tal. Mas como na infeliz letra de nosso longo e chato hino nacional, estamos  deitados eternamente em berço esplêndido, esperando sabe-se lá o que.   

   Nosso PIB foi ridículo, para um país de 200 milhões da pessoas e outras 200 milhões de cabeças de gado bovino. Safras de produtos agrícolas diversos são contadas em dezenas de milhões de toneladas. Os bancos com lucros assombrosos. Algumas das maiores fortunas do mundo estão nas mãos de brasileiros. Mas continuamos patinando na mesmice, incompetência, corrupção, falta de projetos factíveis e falta e políticas de Estado que, a longo prazo,venham a debelar algumas das mazelas de nosso país, que podem  em alguns casos  serem regionais, mas que nos afetam como um todo; a exemplo das centenas de municípios do nordeste do país que enfrentam um seca avassaladora, da falta de estradas, ferroviárias e rodoviárias para escoamento de bem e riquezas e locomoção de pessoas, de portos ineficientes, entregue a administrações incompetentes e abarrotado de funcionários que  só visam seus interesses, de um aeroporto na capital do país, que fica sem energia elétrica por mais  de duas horas e meia, da eterna pendenga de só se fazer as coisas segundo as vontades e prioridades de quem está no poder no momento, da falta de coragem moral de alguns líderes, chefes, ministros ,que não querem se incompatibilizar com o status quo e não “batem de frente”com o sistema em determinadas, corriqueiras e recorrentes situações.

   O foco momentâneo são a  copa das confederações, copa do mundo e as olimpíadas. Está se gastando – repito; gastando, não investindo- mais para estes eventos do que se gastou nos últimos 20 anos  em infraestrutura, que traria progresso para o país, principalmente energia elétrica e formação profissional.

   Recentemente foi veiculada a notícia de que transferimos estudos e ações para a construção de nosso submarino nuclear de Peró/SP para Itaguaí/RJ. Tudo bem; parece um avanço. Mas acontece que esta novela de submarino nuclear começou em 1954, e até hoje o descompromisso, a incompetência e a falta  de firmeza política e de moral perante a comunidade internacional só nos fizeram  gastar dinheiro e alimentar um sonho. Se bem que para alguns deve ter sido bom participar do projeto, mas sem a necessidade de se comprometer ferrenhamente para que ele avançasse, isso quando as verbas eram secretas e ilimitadas; coisa que acabou no governo Fernando Henrique.

   Mas temos contrapartidas; felizmente! Até o fim deste governo a nível federal, teremos possibilitado oportunidades de que cerca de 70 mil estudantes façam cursos diversos no exterior. Quem sabe este contingente importe, não capacidade, isso temos de sobra, mas uma nova forma de ver que as prioridades de um pais são Prioridades do País. Ganhando bem ou mau, quem tiver o dever, funcional ou moral de fazer deve fazê-lo. Que o bem-estar social e o progresso nacional tem que estar acima das prioridades e pretensões dos indivíduos. Foi assim na Alemanha, Inglaterra e Japão do pós-guerra, isso para citar apenas alguns.

   Temos que parar de prolongar feriados, esperar o próximo feriadão, esperar pelos feriados nas praias, e economizar para gastar no carnaval, ou pior; fazer empréstimo para isso, parar de reclamar porque as aulas vão começar bem no início de fevereiro; antes do carnaval, de querer reduzir jornada de trabalho mantendo os mesmos salários; não tem coerência nisso. Quem garante emprego não é o governo. Ele até pode alavancar alguns setores que os gerem, mas isto dura pouco tempo. Quem garante emprego é a   competência funcional e pessoal e o comprometimento com a empresa de onde se tira o sustento. Fé, trabalho e compromisso são algumas das coisas que tornam um país grande e forte;  a natureza e as fronteiras o podem fazer apenas grande. “ Eu tenho um sonho”; o de não morrer sem ver este país acordar, levantar e trilhar seu verdadeiro caminho. Um caminho glorioso!!