Nathalie Pereira Brito

As pesquisas atuais no campo do trabalho revelam uma forte necessidade de aprofundamento no que concerne ao estudo de acidentes e doenças ocupacionais em sua totalidade, visto que estes existem desde que o trabalho manual foi substituído por máquinas, com a Revolução Industrial. O conjunto de problemas sociais, políticos e econômicos enfrentados pelos trabalhadores como resultante da relação capital e trabalho, denomina-se questão social; os acidentes e as doenças constituem-se expressão da mesma.
O surgimento da máquina, em meados do século XVIII, revolucionou a produção. O entusiasmo gerado enxergava apenas o bem-estar à humanidade, mas não se imaginava os possíveis males que poderiam sofrer os operários. O estudo da infortunística do trabalho surge diante da grandeza do progresso do sistema industrial no mundo, com a Revolução Industrial.
Os acidentes de trabalho, durante muitos séculos foram vistos como ocorrências intrínsecas ao exercício do trabalho; não tinham repercussão como problema econômico, o interesse social quase não era despertado, a não ser pelo fato da recuperação dos acidentados, quando possível
Com a Revolução Industrial, o desenvolvimento científico e tecnológico provocou transformações na sociedade e na natureza; o homem, então, passa a ser responsabilizado pela geração e pela remediação de seus males. Torna-se insuficiente a concepção anterior de acidente, porque assim como não existe trabalho em geral, também não existe acidente em geral, e o mesmo deve ser contextualizado historicamente. A simples descrição do evento não mais responde à lógica sagrada e com isso as situações de trabalho modificam-se em curto espaço de tempo.