Os holandeses estão preocupados com a sua liberalidade, tão conhecida mundialmente, entre outros motivos, por ocorrências de assassinatos terroristas, que eram incomuns, pelo grande afluxo migratório e pelo aumento no comércio de drogas, acima da quantidade permitida.

Os prostíbulos legais, os cafés, onde a maconha e o haxixe são vendidos para qualquer um, a legalização do aborto e da eutanásia e o casamento gay, são instituições legalizadas naquele país.

O governo holandês já está pensando em algumas restrições para essas atividades e posturas.

Na Holanda maconha e haxixe são consideradas drogas leves e o álcool droga pesada e a preocupação com o fechamento destes cafés, onde é permitido adquirir uma quantidade pequena de maconha e haxixe, é que essa venda passe para as ruas.

Há um desconforto em torno da globalização que socializa, também, peças defeituosas e inúteis, tanto de produtos quanto de pessoas.

O país, até então, símbolo da liberalidade e que mantinha tudo sob controle, está agora, revendo suas posições e preocupado com a perda do controle de sua situação.

Num país onde é permitida a venda e o consumo de drogas, quando alguém de fora se intromete e passa a aumentar a oferta, criando um mercado negro para algo permitido, visando o lucro, faz a gente acreditar que a história bíblica de Adão e Eva não são balelas.

Mesmo num mundo onde a permissividade mais absurda fosse possível, ainda assim, alguém viria propor uma distorção e uma quebra da regra, uma mudança no estado das coisas, seduzindo, por exemplo, com a origem da liberdade (alegando ser o aprisionamento) e visando sempre o ganho material.

O que chama a atenção é que, enquanto aqui no Brasil, nem sequer cogitamos debater assuntos como aborto e eutanásia, lá na Holanda o pessoal está pensando em dar uma diminuída nestas mortes provocadas pelo Estado, como quem diminui um limite de velocidade no trânsito.

Aqui o aborto e a eutanásia não são permitidos legalmente, mas instituídos primando pela utilização do princípio da economicidade, na forma mais maquiavélica: nossas crianças já nascem morrendo de abandono e nossos velhos e doentes terminais morrem mais rápido do que o processo de desligamento dos tubos.

Sérgio Lisboa.