ABALOS SÍSMICOS NO BRASIL


Júlio César Galhardo de Siqueira
Prof. Davi de Miranda
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura Plena em Geografia (GED0611) – Geografia Física
10/10/08

RESUMO

Até pouco tempo, o Brasil vivia uma tranqüilidade infundada por desconhecer a sua geologia. Ocupação espaçada, falta de equipamentos sismográficos e o desconhecimento da estrutura da placa onde o país se encontra deram calço a um mito que pregava a inexistência de terremoto no maior país da América latina. Entretanto na segunda metade do século passado e no início deste século ficou claro que não dispomos desta privilegiada segurança.

Palavras-chave: Terremotos; Placas Continentais; Sismologia, Brasil.


1 INTRODUÇÃO

Um terremoto na Terra é uma manifestação natural que ocorre neste planeta principalmente por duas razões: uma erupção vulcânica ou a movimentação das placas que compunham nossa crosta. Hoje sabemos que os terremotos de maior intensidade se dão nas falhas geográficas, ou seja, no limite das placas tectônicas.

Por estarem em constante movimento estas placas podem se sobrepor umas as outras, este movimento se chama subdução, a placa marinha é mais fina por isso mais fraca, e carrega sobre si o peso do oceano, já a placa continental tem geralmente três vezes mais densidade, o que a torna mais forte e sobre si possui somente o peso da pressão atmosférica . Estes fatores resultam numa sobreposição lenta, porém ininterrupta que desestabiliza os dois blocos terrestres. A violenta força desta fricção causa os mais intensos terremotos do mundo.

Atualmente, o planeta está dividido em 52 partes, e este número pode aumentar porque algumas placas como a Sul-Americana por ser muito velha está dividindo e outras como da Islândia podem romper-se dado seu pequeno tamanho e a enorme pressão de seus muitos vulcões.


2 OCUPAÇÃO DESORDENADA EM PLACA DESCONHECIDA GERA MITO


A ocupação do Brasil nunca foi homogênea, e a documentação histórica e geográfica neste país somente se deu após a colonização européia, o que justifica a falta de informações antigas sobre eventos geográficos ocorridos no Brasil. Enquanto a população indígena era dizimada por doenças estranhas ao povo local ou pela violência dos conquistadores a nova população branca se concentrava geralmente próxima ao litoral em núcleos reduzidos. Ainda hoje o país vive uma ocupação bastante espaçada e muitos lugares são inexplorados ou a população é pequena, o acesso é difícil e a informação destes povoados raramente consegue audiência nos grandes centros.

Nestes locais um abalo sísmico pode não ser percebido por ninguém ou por muito poucos moradores e não ganhar registro, assim, este fenômeno oficialmente não existe.

Outro fator a ser considerado trata do que conhecemos como placa tectônica. No século passado acreditava-se que as placas não apresentariam falhas, idéia esta derrubada recentemente com o advento de instrumentos modernos como os radares que possibilitaram a descoberta de que as placas apresentam rupturas em seu interior e que estas falhas recentes em termos geológicos apresentam movimentação o que causa abalos sísmicos.


3 ESTRUTURA DA PLACA SUL-AMERICANA

Nosso conhecimento sobre o que é uma placa tectônica mudou. Novas tecnologias nos têm proporcionado um conhecimento muito mais aprofundado do assunto e derrubado antigas idéias para nosso espanto e preocupação.

Utilizando tecnologia de ponta descobrimos que a placa sul-americana onde o Brasil se encontra em seu centro, não é inteiriça, apresenta ao todo 48 falhas em seu interior devido ao desgaste ocorrido pelo tempo e que estas rupturas eram sensíveis ao acúmulo de pressão, portanto dotadas de movimentos. Embora sua movimentação seja pequena, é suficiente para gerar terremotos ainda que a freqüência seja menos que em outras partes mais ativas do globo.


3.1 DIVISÃO TECTÔNICA BRASILEIRA


Segundo informações do "Mapa tectônico do Brasil", criado pela Universidade Federal de Minas Gerais, as análises de mapas topográficos e geológicos mostram que as regiões que apresentam o maior número de falhas são o Sudeste e o Nordeste, seguidas pelo Norte e Centro-Oeste, e, por último, o Sul.

O Nordeste é a região que mais sofre com abalos sísmicos. O segundo ponto de maior índice de abalos sísmicos no Brasil é o Acre.


4 MINAS GERAIS, DEZEMBRO DE 2007

Jesiane Oliveira da Silva, 5 anos, se tornou a primeira vítima fatal de um terremoto no Brasil. O tremor, que aconteceu no vilarejo rural de Caraíbas, na cidade de Itacarambi, a 662 quilômetros de Belo Horizonte, deixou outras seis pessoas feridas - duas em estado grave, segundo o governo de Minas Gerais.

De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), o terremoto começou à 0h05, durou cerca de 15 segundos e atingiu 4,9 pontos na escala Richter, que vai até 9.

Todas as construções da comunidade sofreram algum tipo de avaria na estrutura, sendo que seis casas ficaram totalmente destruídas. As outras 69 foram danificadas e tiveram de ser evacuadas, informou a prefeitura local.

A falha geológica na região de Itacarambi (MG) foi mapeada e classificada em 2002, pelo geomorfólogo Allaoua Saadi, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas (UFMG), juntamente com outros 47 grandes falhas que existem no País. A estrutura tectônica encontrada no norte de Minas é do tipo inversa. "O solo é formado por várias fatias horizontais que fazem pressão de um lado para outro. No caso da falha inversa, a compressão faz os blocos se sobreporem, com a tendência de um deles apontar para a superfície", explicou o pesquisador(O Estado de São Paulo, 11/12/2007).


5 CONCLUSÃO

Embora grande parte dos sismos brasileiros seja de pequena magnitude (4,5 graus na Escala Richter), a hoje sabemos que, mesmo em regiões consideradas tranqüilas podem acontecer grandes terremotos. Apesar de não ser alarmante, o nível de sismicidade brasileira precisa ser considerado em determinados projetos de engenharia, como centrais nucleares, grandes barragens e outras construções de grande porte, principalmente nas construções situadas nas áreas de maior risco.

Embora não tenhamos registros antigos deste tipo de fenômeno como a China ou a França, hoje sabemos que eles ocorrem em nosso país e precisamos ser conscientes desta situação e tomarmos medidas de precaução a fim de evitar novas tragédias.


6 REFERÊNCIAS

http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2007/12/11/ult4469u15317.jhtm acessado em 10/10/08
http://educacao.uol.com.br/geografia/terremoto-2.jhtm acessado em 10/10/08
http://revista.fapemig.br/materia.php?id=104
acessado em 10/10/08