A VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

 

 

CRISTINA MUNARETTI DE OLIVEIRA

 

 

 

RESUMO: A escola é o lugar onde indivíduos em fase de aprendizagem, oriundos de famílias distintas, se encontram e neste contexto é também onde as relações sociais entre discentes podem ser conflitantes, gerando o que se chama, na literatura, de violência escolar. Assim, todo ser humano passa por dois tipos de socialização, durante a sua vida, a primária e secundária. Se as normas e os valores transmitidos pela família não forem coerentes à sociedade em questão, é na socialização secundária que acontecerá situações conflitantes e, no espaço escolar, podem ser demonstradas pela violência entre discentes.

Palavras-chave: Socialização Primária; Socialização Secundária; Violência Escolar;

INTRODUÇÃO

 

A Instituição de ensino quer pública ou privada, é o espaço onde indivíduos em fase de aprendizagem, oriundos de famílias distintas, no que se refere aos mais variados aspectos, se encontram e neste contexto, a escola é, também, o lugar onde as relações sociais entre discentes podem ser conflitantes, gerando o que se chama, na literatura, de violência escolar.

Assim, a violência escolar é um ato, que segundo a literatura, promove um constrangimento físico, moral ou emocional, de forma intencional ou não, entre indivíduos inseridos no contexto classe ou mesmo nos ambientes extraclasse, como refeitório, pátio, quadra e demais dependências.

Segundo a literatura, todo ser humano passa por dois tipos de socialização, durante a sua vida, sendo denominadas por socialização primária e socialização secundária. (OLIVEIRA, 2007; AGUIAR, 2001),

A socialização primária é o momento em que normas e valores são passados aos membros mais novos de uma família, pelos membros mais velhos da mesma, desde o seu nascimento até o momento em que este jovem indivíduo entrar em contato com indivíduos advindos de outras famílias, num instante denominado por socialização secundária, que perdurará até o término de sua vida.

É na socialização secundária, que este indivíduo colocará em prática todas as normas e valores absorvidos durante a socialização primária, lembrando que estes têm que ser coerentes à sociedade em que estão inseridos.

Segundo OLIVEIRA (2007), a escola é um dos espaços onde acontece a socialização secundária, momento em que jovens indivíduos, oriundos de lares e famílias distintos se encontram com outros jovens vindos de lares com normas e valores nem sempre coerentes à sociedade em que estão inseridos e este é o momento em que surge a violência escolar, tema a ser discutido neste artigo científico, em momento oportuno.

 

1 – SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA

 

Conforme descrito, sucintamente, na introdução deste artigo científico, a socialização primária é dada no seio familiar pelos membros mais velhos aos mais novos, desde o seu nascimento até o momento em que este jovem indivíduo entrar em contato com pessoas oriundas de outras famílias, momento este que passa a ser chamado de socialização secundária, abordada, futuramente, neste trabalho.

Para Lenhard,

Socializar-se quer dizer, então, por um lado adquirir personalidade social e, por outro lado, tornar-se membro da sociedade e portador de sua cultura. Quem se socializa incorpora valores e padrões sociais, válidos para todos os membros da sociedade (universal) e outros que se aplicam somente ao exercício de certos papéis sociais (especiais). (LENHARD, 1981, p. 24 e 25)

            Assim, a família e demais pessoas de uma sociedade são responsáveis por transmitir aos indivíduos mais novos, pertencentes à ela, normas e valores coerentes à mesma, dando-lhes condição de viver conforme os padrões sociais da mesma, distinguindo os papéis pertinentes à cada membro do local onde vive.

Para a Profª Ms. Juliana Munaretti de Oliveira Barbieri,

De maneira ampla, a socialização é considerada como o processo pelo qual a criança adquire comportamento, atitudes, valores, etc., considerados adequados pela cultura onde vive. Os papéis sociais são variados em todas as culturas, de acordo com sexo, idade, status sócio-econômico-cultural do sujeito e se formam durante a infância e adolescência. Podemos dizer que um indivíduo é socializado quando este estiver inserido em um convívio social, com valores incorporados e aceitos pela sociedade da qual faz parte. (OLIVEIRA, 2007, p. 32)

Desta forma, quando um indivíduo, na infância, é socializado coerentemente à sociedade em que ele está inserido, entende-se que ele absorveu todos os ensinamentos “sociais” para viver coletivamente, demonstrando que ele aprendeu comportamentos, atitudes, valores, cultura que lhe serão úteis para o convívio com os demais.

É na infância, que o comportamento dos pais serve como modelo para o dos filhos. Assim, o aprender se inicia desde o nascimento do indivíduo e continua durante toda a sua vida e assim, esta trajetória dá a eles dois tipos de socialização: a primária e a secundária.

Para Clara Regina Rappaport (1981), muitas respostas sociais são aprendidas simplesmente pela observação e reprodução de comportamentos notadas em outras pessoas, nos primeiros anos de vida e mesmo durante a época de frequência à escola primária.

Para Andréia Chakur (2001), “Ao focalizarmos a socialização primária e secundária, podemos considerar que a família encarrega-se da primeira e a escola, da segunda.” (CHAKUR, 2001, p. 41)

A presença dos pais é de suma importância à criança em seus primeiros anos de vida, pois eles, como agentes de socialização, servem como exemplo a seus filhos, para que haja uma identificação e um modelo para o novo membro desta família, garantindo, a eles, meios de se tornarem capazes de sobreviver, quando em contato com outros membros que compõem a sociedade em que vivem, independentes da forma porque lhes foram passados os padrões de comportamento, hábitos, usos, costumes, valores, atitudes e linguagem que os identificam com o seu grupo familiar.

Para Cilene Chakur,

A família é o ambiente no qual a criança recebe os primeiros cuidados, que possibilitam a própria sobrevivência, em que são transmitidos padrões de comportamento, hábitos, usos, costumes, valores, atitudes e linguagem e onde são constituídas as bases da subjetividade, da personalidade e da identidade. Portanto, o grupo familiar, independentemente da forma na qual se estrutura, é fundamental para a vida do indivíduo. (CHAKUR, 2001, p. 61)

Para Ivor Morrish (1977), a socialização proporcionada no seio da família é mais complexa do que simplesmente a cessão de hábitos e regras em seu contexto, porque à ela, fica a responsabilidade do ensino da cultura da sociedade à qual pertence, mesmo que seu lar se diferencie em termos de ideias, crenças e práticas das demais.

A socialização da família é muito mais do que uma simples questão de formação de hábitos ajustados à vida doméstica, de aprendizagem de meia dúzia de regras e de aceitação ou rejeição das sanções familiares. É o começo daquela internalização da cultura da sociedade a que pertence a sua família e que prosseguirá durante toda a vida do indivíduo, a menos que ele sofra alguma alienação parcial ou total dessa cultura. É certo que o seu lar e família podem ajudá-lo nessa internalização; é igualmente certo, porém, que a própria constelação de idéias, crenças e práticas dos pais podem militar contra tal internalização. (MORRISH, 1977, p. 194)

Segundo Clara Regina Rappaport,

O papel dos pais  como agentes de socialização é fundamental.  São eles, as primeiras pessoas com  os quais as crianças  se identificam.  Suas  características   de personalidade bem como o clima criado na família pela adoção de um tipo  ou outros de prática de criação infantil são decisivos para determinar o desenvolvimento social dos filhos. (RAPPAPORT, 1981, p. 93)

 Em uma sala de aula, por exemplo, nota-se que as crianças reproduzem exatamente o que visualizam no seio familiar; se uma criança cresce observando seus pais ou irmãos mais velhos demonstrando intolerância às pessoas que são diferentes deles, ou, ainda, quando presenciam situações que sugerem violência doméstica, certamente, esta criança agirá da mesma forma com seus colegas de classe, no âmbito escolar, pois é na escola em que as situações ligadas à violência ficam mais exacerbadas.

Observa-se, portanto, que ocorrem no âmbito escolar certa banalização da violência em todos os seus aspectos, e que esses acontecimentos parecem fazer parte do universo no qual estavam inseridos.

Por fim, a família tem papel fundamental no processo de socialização de um novo indivíduo pertencente a ela, porque a maneira que os pais criam seus filhos, além do ambiente familiar oferecido à criança, vai direcioná-la para o convívio social futuro com outras pessoas, na chamada socialização secundária.

 

2 – A SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA

 

A difusão de cultura, no seio familiar, envolve a valores, normas, costumes, atribuição de papéis, ensino de linguagens e códigos, habilidades e conteúdos escolares, assim também como as características do seu grupo social, que se acumula ao longo de sua história. Essas características são transmitidas aos novos integrantes de cada grupo através de agentes sociais que são encarregados de satisfazer as necessidades do indivíduo para integrá-lo ao grupo.

Para Ferreira, “Socialização envolve todos os processos de aculturação, comunicação e aprendizagem através dos quais o organismo individual humano desenvolve uma natureza social e torna-se capaz de participar da vida social.” (FERREIRA, 1993, p. 34)

Assim, é na socialização secundária, que este jovem indivíduo colocará em prática todas as normas e valores absorvidos durante a socialização primária, lembrando que estes têm que ser coerentes à sociedade em que estão inseridos.

É importante salientar, que a socialização secundária acontece nos mais variados lugares e não diferente do espaço escolar, pois é neste momento em que jovens indivíduos, advindos de lares e famílias diversos se encontram com outros vindos de lares com normas e valores nem sempre coerentes à sociedade em que estão inseridos e é aí que surgem possíveis casos de violência escolar.

Porém, Clara Regina Rappaport (1981), descreve que em relação ao que seria adequado na formação social de indivíduos mais novos pertencentes a um determinado grupo familiar, quando existem relações afetivas e positivas, são passados a eles fatores que estimulam a autoconfiança e a auto-estima que o ajudarão futuramente no entrosamento com outros agentes sociais.

O entrosamento adequado da criança no grupo depende de fatores circunstanciais, mas está bastante relacionado com o tipo de personalidade dos pais e com as práticas de criação por eles adotadas. Pais e mães afetivos tendem a estimular a autoconfiança e a auto-estima, de modo que a criança se relaciona de forma adequada com seus semelhantes. O pai que apóia a criança, que é participante na vida da família, auxilia o desenvolvimento de boas relações sociais dela com os companheiros. (RAPPAPORT, 1981, p. 98)

Entende-se que os agentes sociais funcionam como referência, pois são formados por indivíduos mais experientes como pai, mãe, irmãos, parentes, colegas, amigos e professores, por alguma instituição, como a família e a escola, os meios de comunicação de massa e outros instrumentos no processo de socialização do indivíduo.

Acredita-se, que os filhos são, justamente, como seus pais determinam que eles sejam, pois muitos, por serem incapazes de determinar normas e limites às crianças, passam a ignorar suas transgressões, muitas vezes adotando posturas de falsa compreensão diante de suas más atitudes, o que poderá ser uma das explicações do que se sugere em relação à violência presente entre discentes, no ambiente escolar.

 

 

3 –  A VIOLÊNCIA ESCOLAR

 

            Conforme descrito anteriormente, a socialização no seio familiar é notória, porque dependendo da forma que ela acontece na infância de um indivíduo, seu reflexo perdurará por toda a sua existência, sendo positiva ou não, segundo às normas e valores aprendidos na socialização primária e colocada em prática na secundária e, quando negativa, sugere-se situações de violência, sobretudo, no ambiente escolar, assunto a ser tratado a partir de agora.

A violência, tema central deste trabalho, segundo pesquisa realizada no Brasil e no mundo, resultante de atitudes divergentes apresentadas em inúmeros lugares, com indivíduos que se distinguem dos outros, nos mais variados aspectos, a partir de forças contrárias entre estes sujeitos, demonstrando constrangimento moral, físico e psicológico, aos atores sociais envolvidos e não diferente do que a literatura aborda, em se tratando de situações ocorridas no âmbito escolar, entre adolescentes.

Segundo Aguiar, “A crescente onda de violência nas escolas tem alarmado a sociedade. A perplexidade é tanto maior, quanto à extensão do fenômeno que atinge todas as classes sociais. Na sua dimensão territorial, o problema não é apenas nacional, mas mundial.” (AGUIAR, 2001, p.13)

Acredita-se que o problema não seja financeiro ou onde acontece, pois independente a isso, o comportamento transgressivo, rebelde ou violento no espaço escolar, pode ser explicado como a forma como ele foi socializado no seio familiar, já discutido neste trabalho.

As situações conflituosas na escola, entre alunos, sugerem demonstrar certo despreparo do adolescente em relação no que se refere à convivência com outros atores sociais e, no caso específico do ambiente escolar, nota-se que estes possíveis conflitos têm outros fatores externos, tais como envolvimento com o uso de entorpecente ou tráfico, jogos e programas violentos exibidos nas mídias eletrônicas e, principalmente, a dinâmica familiar.

Segundo Aguiar (2001), “Entretanto, vale ressaltar a influência das drogas enquanto fator, ao mesmo tempo, incrementador e gerados de violência na escola.” (AGUIAR, 2001, p. 14)

            Ainda, assim, mesmo com a presença de fatores como os descritos acima, acredita-se que a dinâmica familiar, durante a socialização primária, é a explicação para a presença da violência no ambiente escolar, pois o nota-se, em sala de aula, que a criança e o adolescente reproduz o que é vivenciado em seus lares.

Para Aguiar (2001), “A grande maioria dos homens com distúrbios de conduta, ao agredir a sociedade com ondas de violência, revela desta forma, o procedimento que já vinha adotado dentro do grupo familiar.” (AGUIAR, 2001, p. 21)

Para Tânia Zagury (1996), a socialização dentro da família, quando afetada por atitudes negativas como falta de respeito, desestruturação, falta de amor, conflituosa, é impressa a seus novos membros também de forma contraproducente, tendo assim, um total ou parcial alheamento ao que seria em concordância com a sociedade a que compete.

A família tem importante papel não somente em relação à educação como no que se refere à parte emocional, afetiva do adolescente. Família mal-estruturada, brigas freqüentes, falta de amor e de respeito entre as pessoas que convivem em casa, maus-tratos, alcoolismo, agressões físicas e morais repercutem de forma muito negativa na criança e no jovem. (ZAGURY, 1996, p. 97)

            A relação entre pais e filhos, demonstrada de forma equilibrada, segura e atenta é imprescindível ao pleno desenvolvimento dos filhos e a capacitação destes, a partir de um diálogo aberto e afetivo, mesmo nos casos de filhos mais rebeldes transforma-os em indivíduos capazes de interagir com seus pais podendo assim, ser inseridos de maneira positiva no convívio social.

Segundo OLIVEIRA (2007), quando a criança recebe de seus pais as condições necessárias para que ela cresça de forma afetiva e emocional equilibradas, é possível que ela se torne um adulto equilibrado e comprometido com a sociedade a que pertence, concordando com o que descreve com Zagury (1996), Para Tânia Zagury, “Pais equilibrados, carinhosos, atentos e seguros, produtivos e estruturados emocionalmente são essenciais ao equilíbrio dos filhos”. (ZAGURY, 1996, p. 91)

Porém, quando as relações entre pais e filhos são desestruturadas, inseguras, conflitantes, violentas e desarmoniosas, segundo a literatura pertinente ao tema, sugere-se que durante a socialização secundária, quer no âmbito escolar ou em outro espaço social, a presença exacerbada de seu imediato reflexo entre discentes, gerando o que se denomina por violência escolar.

A violência escolar é, sobretudo, o efeito mais nocivo entre pessoas no espaço escolar, pois o que se nota, atualmente, é a presença alunos que não têm a capacidade de conviver com o diferente, que não consegue visualizar a autoridade do professor em sala de aula, ou simplesmente, demonstrando intolerância e preconceito para com pessoas que apresentam alguma característica que as distinguem dos primeiros.

No ambiente escolar, em contato com outros agentes de socialização, o discente percebe que as normas sociais – aprendidas na socialização primária -, têm como destino todas as pessoas e que as lições ensinadas por seus familiares têm que ser coerentes à integração social.

É na socialização secundária, ao encontrar sujeitos distintos à sua família, que o jovem estudante apresentará problemas de relacionamento, pois é no ambiente escolar que surgem expressões de violência, indisciplina, bullying, intolerância, racismo, xenofobia, agressividade, falta de limites, que o aparta da sadia convivência com os demais discentes, docentes e funcionários de uma instituição de ensino.

Assim, para o ser humano viver em sociedade, é necessário que ele viva de forma organizada no que se refere aos outros do mesmo grupo, a fim de limitar suas ações para ter harmonia com o coletivo.

Nesse sentido, viver em sociedade significa criar normas de comportamento, que não só determinam esferas específicas de ação para os discentes, mas também criam discriminações.

É de suma importância, que as normas sociais alcancem todas as pessoas necessárias à integração social, que muitas vezes, passa a ser conflitante ao indivíduo, sugerindo que este não esteja preparado para viver em sociedade.

O adolescente despreparado, muitas vezes fruto de lares conflitantes, com relações conturbadas e inseguras, certamente passa a se distinguir dos demais membros da sociedade na qual está inserido e esta diferença emerge na interação com esses agentes sociais, como descreve Andréa Maturano Longarezi,

As transformações que vêm ocorrendo no mundo nos últimos tempos, marcadas por uma ascendente crise de valores, anunciam a chegada de uma nova ordem social. Em meio à turbulência das relações humanas próprias de períodos de transição, vê-se emergir insegurança e incertezas no seio da família, da escola, enfim, da sociedade como um todo. Isso acontece especialmente quando se rompem as delimitações de papéis e se exige das pessoas comportamentos diferentes, o que gera confusão e medo. (LONGAREZI apud CHAKUR, 2001, p. 67)

Segundo o que a literatura sugere, em possíveis casos de atitudes transgressivas de adolescentes, cabe à família e à sociedade, a tarefa de se posicionar de forma contrária ou à vezes flexíveis, pois estudos demonstram que estes têm a necessidade de ter meios de referência de comportamento para seguir como exemplo ou simplesmente limitar e direcionar suas atitudes, conforme a sociedade a que pertence seu grupo-família.

Para Carina Aguiar (2001),

Os indivíduos são compelidos a agirem segundo os padrões pré-estabelecidos e, caso o comportamento se desvie dos mesmos, a própria sociedade repudia esses desvios, exercendo assim, coerção nas formas de pensar, sentir e agir, moldando o indivíduo de maneira condicionada. (AGUIAR, 2001, p. 15)

            Para a família cabe a tarefa de transmitir normas e valores para que o indivíduo viva em harmonia com os demais membros da sociedade em que está inserido. À sociedade cabe à tarefa de fiscalizar e se posicionar de forma contrária à violência apresentada nos mais variados lugares; E, no espaço escolar, onde muitas vezes à violência entre pares é exacerbada, as relações entre todos os envolvidos com o sistema escolar, principalmente no que se refere ao aluno, cabe à instituição, o dever de oferecer elementos que potencializem positivamente as relações sociais, dando condições para que seja garantido o direito de satisfazer as habilidades cognitivas dos discentes, para que ele se sinta segurança, pois a escola tem a obrigação de colocar limites às ações em grupo, a partir da elaboração de normas para boa convivência e, ao mesmo tempo, criar oportunidades para que seus alunos tenham uma convivência sadia com os demais.

Por fim, acredita-se que a escola tem muitos desafios para alcançar a boa convivência no espaço escolar entre todos os envolvidos no que se refere à educação, porém, se a sociedade e, principalmente, a família não cumprirem cada um o seu papel frente às situações violentas demonstradas no cotidiano entre discentes, docentes e demais membros da sociedade, o sistema educacional apresentado à sociedade está fadado ao fracasso, a responsabilidade nas mãos apenas dos professores; a solução de problemas ligados a violência escolar, ou pelo menos a sua minimização, necessita do desenvolvimento de um sistema, resultante de uma união de esforços envolvendo pais, alunos, professores, funcionários, diretores e representantes da comunidade que fazem parte.

 

CONSIDERAÇOES FINAIS

 

A violência escolar é o tema central abordado neste artigo, para isso, há a necessidade de ser pautada no que refere ao posicionamento da instituição de ensino, da família e da sociedade.

A escola quer pública ou privada, é o lugar onde indivíduos em fase de aprendizagem, oriundos de famílias distintas, se encontram e neste contexto é também onde as relações sociais entre discentes podem ser conflitantes, gerando o que se chama, na literatura, de violência escolar.

Desta forma, a violência escolar é um ato, que segundo a literatura, promove um constrangimento físico, moral ou emocional, de forma intencional ou não, entre indivíduos inseridos no contexto classe ou mesmo nos ambientes extraclasse, como refeitório, pátio, quadra e demais dependências.

Segundo a literatura, todo ser humano passa por dois tipos de socialização, durante a sua vida, sendo denominadas por socialização primária, dada no seio familiar, onde normas e valores são transmitidos pelos membros mais velhos aos mais novos e estas têm que ser coerentes à sociedade em que estão inseridos e socialização secundária, que é o momento em que indivíduos de lares distintos se encontram, por exemplo, na escola, e perdurará até o final de sua vida.

Se as normas e os valores transmitidos pela família não forem coerentes à sociedade em questão, é na socialização secundária que acontecerá situações conflitantes e, no espaço escolar, podem ser demonstradas pela violência entre discentes.

Por fim, muitos são os motivos que levam o indivíduo a se comportar de forma violenta, porém, cabe à instituição de ensino, à família e à sociedade, a tarefa de unir esforços e, buscar juntas, a solução ou pelo menos a minimização de problemas relacionados à violência escolar, dando oportunidades aos discentes de terem uma convivência saudável, harmoniosa, e garantindo o direito de terem suas habilidades cognitivas satisfeitas no ambiente escolar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AGUIAR, C. A violência na Escola. Monografia (Pedagogia) – Centro Universitário de Araraquara, Araraquara, 2001.

BARBIERI, J. M. O. Bullying_conhecimento é a melhor forma de prevenir. Araraquara: Suprema, 2013.

CHAKUR, C. R. S. L. Problemas da Educação sob o olhar da Psicologia. Araraquara: Cultura Acadêmica - Unesp, 2001.

FERREIRA, R. M. Sociologia da Educação, 1993.

LENHARD, R Sociologia educacional. 5.ed. São Paulo: Pioneira, 1981.

MORRISH, I. Sociologia da Educação. Tradução de Álvaro Cabral. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.

OLIVEIRA, J. M. Indícios de casos de Bullying no Ensino Médio de Araraquara- SP. 23.08.2007. p. 92. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) – Centro Universitário de Araraquara, Araraquara, 2007.

RAPPAPORT, M. C. et al. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981.

ZAGURY, T. O adolescente por ele mesmo. Rio de Janeiro: Record, 1996. http:/www.nbc4.com/84102/page.html Acessado em 2005.

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