É crível que os princípios filosóficos sobre a materialidade das coisas enquanto fenômenos mediante nossa razão e realidade são quimeras e ilusões, há aqueles que ainda duvidam sobre isso, quebrando as bases filosóficas mais verossímeis, matando e corrompendo o pensamento de George Berkeley entre outros intelectuais do saber.

A matéria é algo que não existe na realidade, apenas sombra da mente. Esta verdade pode parecer um absurdo nas leis da lógica ou mesmo na mente de muitas pessoas desprovidas e longe de entender a essência filosófica que governa o mundo.

Partiremos das premissas sobre a existência da matéria segundo George Berkeley e posteriormente reafirmar que a felicidade está no íntimo do ser e não nas coisas.

Anterior ao pensamento de Berkeley, Immanuel Kant defende a tese da primazia da razão prática sobre a razão teórica. Desta forma entendia Kant que a razão humana não poderia, nas esferas especulativas, atingir a realidade como tal, ou seja, em si. Em contrapartida, o agnosticismo latente crê na existência de uma verdade nas coisas, a verdade não pode ser apreendida no mundo das realidades externas ao nosso pensamento.

Mas se pergunta, por que a Filosofia tenta fazer o mundo pensar que as coisas materiais não existem? Será uma verdade que todos devem aceitar ou estar atrelado nas mais variadas opiniões? Já Aristóteles dizia que o valor da Filosofia estava no fato de ela ser apenas uma ciência inútil: não estando comprometida com a ordem dos interesses práticos imediatos, mas visa atingir o cerne do conhecimento, para satisfazer apenas a curiosidade humana de compreender.

Os seres humanos possuem no espírito a gana de conhecer o mundo em sua totalidade, mas esquecem de conhecer primeiramente o universo interior, em alegoria para exemplificar as incertezas do conhecimento que o mundo impõe, o sujeito que conhece a realidade, tende a equipar-se a um construtor de uma casa, ao invés de começar a construir deste a base, insiste em começar pelo telhado.

As bases para o conhecimento da realidade começam pelo interior humano, partindo da razão como o tribunal dos conceitos e outras faculdades do conhecimento e posteriormente atingir a realidade em si.

Nesta perspectiva, a realidade desprovida da razão é uma manifestação carente, diferente dos parâmetros da realidade mental, que é ilógica e desordenada. Ao projetar externamente a realidade mental, de súbito a realidade se apresenta ordenada pelas leis da lógica, pois o mundo real é um caos e somente por meio da razão esse mundo que vemos e admiramos é organizado, pois o turbilhão de dados desordenados é a tarefa árdua da razão, compondo o mundo em uniformidade.

Mas é George Berkeley, que parte da afirmação de que os conceitos gerais não correspondem à realidade: só os conceitos particulares são verdadeiros. Assim, para Berkeley, a matéria não existe, por que a matéria é um conceito geral. Mas como conhecemos o mundo físico, como em geral pensamos? Desta forma Berkeley conclui que o mundo físico não existe, e as impressões que temos de um mundo exterior podem ser explicadas como sendo impressas por nós diretamente por Deus. O que conhecemos são impressões em nós, Deus nos dá essas impressões, sem que haja a menor necessidade de existência real de um mundo palpável exterior a nós.

O que foi abordado aqui pode ser comprovado por cada um e dessa forma justificará que não somente Berkeley tem razão como tantos outros pensadores que não duvidaram dessa verdade.

Se a felicidade é algo interior ao ser humano e todos almejam a felicidade como meta final da existência, ela pode por algum momento pode ser afetada por nossas emoções e sentimentos mais ocultos ou também crucialmente afetada pelas coisas do mundo externo. Mas as pessoas devem entender que a felicidade é essencialmente interior, e não está nas coisas físicas. Muitos alegam que a felicidade está em comprar um automóvel novo e sofisticado, outros atentam que a felicidade está em morar numa casa maravilhosa e etc., portanto seria isso mesmo, mas quando conseguimos atingir a felicidade nas coisas materiais é porque nosso espírito primeiramente vivenciou a felicidade interior e aquilo que conquistamos externamente é apenas uma sombra daquilo que povoa nosso ser interior, nossos pensamentos.

Os sonhos são os motivos mais justificados para manter a vida, portanto a vida não é feita de sonhos, mas a vida não pode viver sem eles. Todo e qualquer homem possui um sonho, que é ao longo da vida um objetivo a ser alcançado e ao alcançar este objetivo, a felicidade se iguala lado a lado na realização do sonho.

Mas a verdade ou o segredo que tiro dessas reflexões filosóficas é a seguinte: comece a mentalizar o mundo que sonha, independente da realidade, faça com que esse mundo interior seja verdadeiro quanto a realidade parece ser, que inocentemente imaginamos que é. Mas a cada dia dê mais vida aos sonhos, que tem por fundo um mundo imaginário, assim como nós estamos nesse mundo, existe um palco onde os acontecimentos e fenômenos sucedem.

Nesse sonho ou mundo mental que construímos devem ser regados todos os dias com bons pensamentos e atitudes benéficas aos outros (princípio utilitarista), execrando para fora do ser sentimentos como orgulho, inveja, ira, raiva e mágoa. Esses sentimentos funcionam como ervas daninha das boas coisas que semeamos em nosso mundo interior.

O mundo interior a cada dia tornará mais resistente e robusto dilacerando as ilusões provindas da materialidade, pois muitas pessoas não conseguem viver seus verdadeiros “mundos” porque não conseguem lutar com os “dragões” que a realidade apresenta como as incertezas, dúvidas e maus pensamentos.

Para que comece a dar certo, temos que lutar contra essas imperfeições que assombram nosso espírito e nossa razão, a realidade externa é uma ilusão e por isso ela não consegue se aceitar, por isso ela luta para destruir o mundo interior de cada um e tornar-se verdadeiro em si. O mundo real podemos dizer que é um “invejoso”.

Agindo assim, sem duvidar ou desmerecer nossos sonhos, eles se tornarão robustos e saudáveis em nosso eu interior, eles funcionam como um ser vivente que nasce, cresce e se reproduz, mas não estão preparados para morrer, mas muitas vezes nós tentamos matá-los por influência de outras pessoas. Nunca devemos dar atenção para pessoas negativas e duvidosas das coisas e dos acontecimentos, pois estas pessoas emanam uma energia inferior que afeta nossos sonhos e os deixam fracos e frágeis, por isso afaste-se de pessoas assim.

Enfim, é no ser humano que mora a felicidade e não na materialidade que irracionalmente acreditamos, mas boa parte das pessoas pensa assim e esquecem que existe um mundo verdadeiro em nós, que podemos controlá-lo da forma que quisermos, onde podemos dar vida aos sonhos e estes se tornam reais pelo poder que nossa mente possui, mas este poder só pode ser alcançado se realmente acreditamos e não duvidamos, pois estas particulares impossibilitam que nossos desejos se realizam, ou seja, a dúvida e o negativismo é um “bicho papão” que tenta devorar o gênio que existe dentro de nós.